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Origamis by Polly Verity
O bocado de tronco do meu pinheiro caído de que ontem vos falei. Parece que, com o tempo, tem vindo a adquirir feições humanas e está sempre com florzinhas ou ervinhas |
Agora estou a ver um programa extraordinário na RTP 2 sobre falsários, pintores que fazem falsificações perfeitas. Agora Guy Ribes está a fazer um Matisse. É honesto na forma como fala, gosta do que faz e tem genuína admiração pelos pintores que falsifica. Interessante. Tenho visto bons programas na 2.Mas, enfim, não importa o quê. Bom mesmo é a gente sentir-se motivado e feliz da vida.
Um ganho de 820 mil euros com a venda a descoberto de dívida pública portuguesa. Este terá sido o factor que fez soar os alarmes da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), e que, sabe o Negócios, levou à participação pelo regulador ao Ministério Público. Em causa está Peter Boone, economista reconhecido internacionalmente, que terá escrito vários artigos de opinião, influenciando negativamente os juros da dívida portuguesa. O Ministério Público quer agora, por isso, que seja julgado por manipulação do mercado.
"O Ministério Público requereu o julgamento de um arguido de nacionalidade canadiana e residente em Londres, pela prática do crime de manipulação de mercado, tendo por objecto a desvalorização das obrigações do tesouro portuguesas", informou a Procuradoria-Geral da Distrital de Lisboa, em comunicado publicado na quinta-feira, 29 de Outubro, no próprio site. O Negócios sabe que em causa está Peter Boone, economista doutorado na Universidade de Harvard e autor de vários artigos de opinião.
(...) O Negócios sabe que a denúncia partiu da CMVM em 2012, sendo que o regulador foi contactado como perito durante toda a investigação. "O próximo problema mundial: Portugal" é o título do artigo mais polémico, que escreveu com Simon Johnson, em Abril de 2010, no blog Economix do jornal The New York Times. Os autores apontavam os problemas da dívida pública portuguesa e defendiam que o país iria seguir o caminho da Grécia, pedindo um regaste internacional.
Tal foi o alcance do artigo que o então ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, chegou a pronunciar-se. (...)
Certo é que, logo após a publicação do artigo, a taxa de juro das obrigações portuguesas a 10 anos iniciou uma subida vertiginosa. Passou de 4,395% para um máximo de 6,285%, a 7 de Maio. Um desempenho originado pela queda do preço das obrigações, com a qual Peter Boone terá alcançado uma mais-valia de 819.099,82 euros graças a uma posição curta, diz o comunicado da Procuradoria. (...)
O caso Espírito Santo tinha todos os ingredientes de um desastre, precisamente os mesmos que Marc Roche, escritor belga radicado em Londres, viu no estoiro do Lehman Brothers em 2008. Foi esse choque que o motivou a desvendar os meandros dos seus "amigos" capitalistas financeiros. Para isso, escreveu "Banksters".
(...) Só que, com o caso BES, o correspondente em Londres em assuntos financeiros para os jornais "Le Point" e "Le Soir", e até há pouco tempo para o "Le Monde", já não ficou admirado. Na Introdução para a edição portuguesa escreve que, no caso BES, a família de banqueiros com apelidos tão católicos cometeu seis dos sete pecados capitais bíblicos da finança - "opacidade das contas, cupidez, evasão fiscal, subtração à regulamentação, impunidade e orgulho". O verdadeiro choque teve-o há sete anos, o que o tornou um "desiludido do capitalismo", um "liberal que duvida", um "prosélito do capitalismo em crise de fé", como escreve no livro. (...)