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quinta-feira, setembro 28, 2023

Vamos jogar tinta para cima de quem...? Vai uma sugestão...?

 

Hoje recebi um mail que, podendo não querer dizer nada, pode querer vir a dizer muito. Com a humildade de quem está a aprender a dar os primeiros passos, dou ouvidos a tudo e levo a sério o que para outros, talvez, não tenha qualquer significado.

E, assim sendo, deitei mãos à obra e trabalhei afincadamente quase todo o dia. A resposta acabou de seguir. 

Não sou fantasiosa pelo que não vou ficar toda excitada a acreditar que vai correr bem. Como sempre, atiro-me às coisas tentando conseguir chegar onde quero mas mentalmente precavida para não conseguir nada. 

Ou seja, não é fácil desanimar pois, de cada vez que não consigo, vou à volta, tento de outra maneira. Difícil para mim é desistir.

Com isto ainda conseguimos fazer uma caminhada à hora de almoço e ir um bocado à praia ao fim da tarde. Estava-se bem. Tarde bonita.

E, porque não tinha jantar, trouxemos um belo sushi. 

Portanto, como síntese, o dia foi produtivo e bom. Não disse mas acho que se depreende que, para os lados da minha mãe, as coisas estiveram mais calmas.

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Com este programa de festas, foi quase de raspão que vi a tinta verde que atiraram ao ministro do Ambiente e a tinta encarnada com que sujaram as paredes da FIL. E não ouvi o que o Marcelo disse mas ouvi o meu marido revoltado, dizendo que o Marcelo quase parecia estar a sancionar a forma de actuar dos jovens.

E o que tenho a dizer é que:

1 - A crise climática é um motivo sério, dramático, e é para nos preocuparmos, mesmo. Que não haja dúvida: é assunto que deve ser levado muito a sério. E não é um tema português: é, sim, um tema mundial. E tem diversas vertentes pelo que tem que ser visto numa perspectiva integrada. Não é simples, pois acabar com uma actividade poluente (a aviação, por exemplo) alteraria o modo de vida das populações de todo o mundo, acarretaria despedimentos, implicaria vultuosos investimento em actividades alternativas, levaria anos a ser posta em prática. Não se pode acabar, de caras, com nada. Pensar isso é ter uma visão simplista e errada sobre o funcionamento da vida real. Mudar o modelo económico do mundo actual requer visão, estratégia, planeamento, recursos, capacidade de execução apesar dos escolhos, muito esforço, infinitos sacrifícios.

2 - Contudo, apesar de tudo, há que operar a transformação. Levará tempo, implicará compromissos, imporá acordos transversais. Penso que, mais ou menos, todos os países civilizados estão empenhados nisso. Claro que quem gere os países são os políticos (eleitos) e sabemos como tantas vezes se elegem políticos que estão na política a servir interesses que não os dos que, ingenuamente, os elegeram.

3 - Para lidar com a urgência das medidas e com a resistências que políticos impreparados ou a soldo, há que ter inteligência.

4 - O processo que os jovens portugueses moveram no Tribunal Europeu dos Direitos do Homem contra 32 países, entre os quais, Portugal, parece-me uma iniciativa inteligente. 

5 - As iniciativas inteligentes são as que constroem soluções ou apontam caminhos

6 - Neste domínio, as iniciativas ineficazes, pouco inteligentes, censuráveis e, até, criminosas são as que resultam da ameaça, do insulto, da destruição, do arremesso seja do que for contra pessoas ou património

7 - Nos casos em que há crime (e não sei se arremessar tinta ao Ministro ou às paredes de um edifício é apenas uma estúpida e inútil falta de respeito ou se é crime), devem os acusados ser julgados.

8 - As lutas justas devem ser travadas com lisura, respeito pelo outros e pela lei, civismo e, claro, inteligência. 

9 - Se Marcelo não percebe isto, estamos mal. Ou seja, a ser verdade que o nosso Presidente não se demarcou e não censurou muito claramente a forma infantilóide, desrespeitadora e absurda com que os jovens actuaram, vamos de mal a pior.

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Yo-Yo Ma, Kathryn Stott - The Swan (Saint-Saëns)


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Desejo-vos uma boa quinta-feira
Saúde. Bom senso e razão. Paz.

sexta-feira, setembro 01, 2023

A beleza da Arte Xávega. E as Lolitas e outras dúvidas.

 

Hoje foi um dia bom e até à praia consegui ir. Água fria, os meninos apenas mergulhos rápidos, os adultos nem aí. Presenciámos a bela arte xávega, espectáculo belíssimo. Junto duas das fotografias que fiz.


Tudo bom. Bom tempo, melhor companhia. Mas, claro, foi dia apenas de lazer. Trabalho: zero.

Entretanto, à noite estive a ver, na 2, um interessante programa sobre o Lolita de Nabokov. Já antes o tinha visto. Levanta um tema que a mim me perturba um pouco. O facto de um autor tecer a personalidade de um personagem e o pôr a agir em conformidade pode ser interpretado como sendo uma extensão das ideias do autor?

Se eu escrever sobre uma assassina ou sobre pessoas racistas ou, de forma geral, sobre pessoas pouco recomendáveis pode o público ou a crítica entender que o autor pretendeu fazer a apologia de comportamentos inapropriados ou desviantes ou que essa é também a sua maneira de pensar ou agir?

Claro que a pedofilia é daqueles crimes que incomoda muito, que deita sal nas feridas mesmo que inexistentes. Mas, sabendo disso, não deve um autor mergulhar na mente e nas vísceras de um pedófilo e imaginar o que pensa e faz perante uma vítima? 

É um tema que me suscita muita curiosidade e muita dúvida pois com alguma frequência sinto-me tentada a aventurar-me por territórios interditos.

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E, por hoje, fico-me por aqui. Quero acabar a minha empreitada para ficar com a mente livre para novos voos. Tenho trabalho ainda para umas duas ou três semanas, imagino. Isto se trabalhar no duro, o que nem sempre consigo. Não é grave pois, como disse há dias, é um tempo de que a minha cabeça precisa para se orientar e iluminar. Como disse uma Leitora, o tempo da dúvida é o tempo da espera. De vez em quando, a meio da noite, acordo e ocorrem-me caminhos para o que tenho aqui em germinação. Em caso de hesitação, há quem escreva pistas, quem alinhave opções. Eu não. Fica tudo aqui a fervilhar dentro de mim. E eu, do exterior, a aguardar. 

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Desejo-vos um bom dia

Saúde. Boas ondas. Paz.

terça-feira, setembro 06, 2016

A arte xávega na Caparica - uma maravilha
[5º de 5 posts]


Quase todos os anos volto a este tema. Repito-me. Mas o meu encantamento é tal que não me parece bem guardá-lo só para mim. Hoje, então, foi magnífico. Um dia de calor... Só se estava bem à beira ou dentro de água e foi lá que estive até ao tombar do dia.

Gosto de assistir de perto à prática da xávega. Dizem-na uma arte e eu concordo. 

A água do mar boa, nada fria, e linda, linda. E eu, que tenho este fascínio pelo voo das gaivotas, pude saciar-me, andar dentro de água, junto delas. Nem sei como mas consegui manter a máquina fotográfica a são e salvo, por vezes quase me senti o Camões a salvar o seu manuscrito.

Espero que gostem de ver e, em especial a quem vive longe do mar, que vos chegue a sensação de frescura e maresia tão boas -- e uma noção, mesmo que ínfima, da beleza imensa que é isto.

Os tractores começam a puxar as cordas que trarão a rede para terra


Bem depois, as mulheres começam a vestir calças impermeáveis e a calçar luvas enquanto os tabuleiros de plástico começam a ser retirados do atrelado


A rede está a chegar e os homens entram na água para a puxar

A rede já quase fora de água e as pessoas chegam-se à sua beira para verem o peixe a saltar 


O peixe é empurrado para o oleado que, previamente, foi estendido na areia


Começa o processo de separação por caixotes que, à medida que são cheios, são retirados para a areia

Uma tentação, peixe assim ainda tão fresco


E rede recolhida e tudo em ordem, o barco faz-se de novo à água, puxado pelos tractores e posteriormente ajudado pelos homens que ficam em terra


E eu pergunto-me até quando permanecerá esta arte maravilhosa desconhecida de grande parte dos portugueses?

É que é uma coisa de tal beleza... Quem puder não deixe de um dia vir ver.

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Económica e, ao que se diz, infalível.
Desçam, por favor.