Mostrar mensagens com a etiqueta Dilma Rousseff. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Dilma Rousseff. Mostrar todas as mensagens

terça-feira, março 22, 2016

Mas será que com isto do Lava Jato ter chegado a Portugal não vão deixar o Super-Judge Alex e o Super-Investigator Rosy-bad-Boy sem tempo para andar para a frente com as Operações Montebranco, Furacão, Marquês, Vistos Gold, BES e com os mil outros processos que eles, tadinhos, sozinhos, têm entre mãos?
Pergunto.
Vamo mas é convocar aí uma Reunião de Emergência, vai.
Chama a turminha da Porta dos Fundos, vai.


Pois eu sobre isto do Brasil não tenho sabedoria para me pronunciar.

No outro dia disse que aquilo lá mais parece uma novela da Globo, daquelas bem puxadas na caricatura, um forró geral envolvendo Justiça, Estado, Empresas, Partidos e o escambau e logo um Leitor agoniado me veio dar um chega pr'a lá, que eu estava fazendo o jogo de não sei quem e que isso não estava certo, não. Pois não estou não, meu irmão, não estou fazendo jogo de ninguém que eu não percebo nada daqueles carnavais envolvendo turmas tão assanhadas.

Lhe confesso, meu irmão: se aquilo lá tem enredo pois eu cá não o entendo, não, tudo me parece uma suruba generalizada, todo o mundo torpedeando todo o mundo, e repara meu irmão como 'tou usando expressão de salão. Por isso, eu cá, euzinha, só 'tou dizendo que, visto de cá, me parece que a coisa 'tá bem esquentada e que não há bicho careta que consiga perceber onde andam as pontas de tão grande novelo.

E agora a última é que 'tá parecendo que querem que a capital do império mande pr'a lá um tal que estava vivendo aí num apart de luxo e que 'tão dando dois dias pr'a Justiça portuguesa resolver a demanda.

Ora eu, que destas coisas não sei nada, só sei que ninguém deve ter dito pr'aqueles camaradas lá que a Justiça cá deste lado não anda a jato. Poderia dar aí uma mão cheia de casos em que a coisa pode levar mais de 1 ano na suspeição sem formação de culpa, os cara aí de cara suja pela rua e nada de concreto contra eles. 

Mas seriam tantos casos que o melhor mesmo é não dar muitos exemplos, pr'a não envergonhar a nossa cara tuga que é tão laroca.

E ninguém deve também ter contado pr'a eles que isto aqui, deste lado do mar, também só tem 1 (um!) juiz para tudo o que é caso importante, 1 só cara para ler toneladas de dossiers, quilómetros de dossiers; e mais: que as investigações 'tão todas nas mãos de um cara que também leva todas, um cara valentão que começa por meter toda a gente dentro mas que depois desatina, não sabe concretizar, é só fintinha no meio campo, rodriguinho com a bola, um cara que até parece meio bobalhão porque começa na suspeição da maior corrupção e acaba consultando lista de compras nas livrarias do supermercado e que, com tanta minhoca naquela cabeça, nunca consegue condenar ninguém, muito menos meter alguém na choça. O Rosy-bad-Boy tem muita garganta, muitas bolas ao mesmo tempo mas, meu irmão, aquilo lá é tudo bola pr'ó pinhal.

Por isso, ó seus tiras lá do Brasil, ou vocês mandam pr'a cá o Moro e deixam que a Dilula tenha algum descanso -- ou quem diz o Moro diz outro juizão qualquer da Globo como esse tal Castor de Mattos que mandaram pr'a cá que é um cara enxutaço mas que não chega, não -- ou não vão é conseguir levar o Raul Schmidt pr'aí é nunca, que o Super-Judge Alex e o super-Rosy têm mais que fazer.

E mais, ó meus irmãos, o que é que vocês andam pr'aí cutucando? Deixem lá aqui este pessoal em paz, tão ouvindo? Vai que cutucam, cutucam e ainda vão levantar onda a propósito do nosso querido Relvas e outros empresários transatlânticos que a gente cá tem pr'a ajudar aí nas ponte aéreas. Vai, presta atenção no que 'tou lhe dizendo, desvia lá a atenção daqui, que daqui vocês vão é levar nadica de nada, ouviu? Por isso, vai, chega pr'a lá. Deixa aí que o nosso Super Judge Alex e o seu irmão gémeo Rosy-bad-Boy continuem entretidos com os casinhos que, por cá, têm em mãos vai pr'a cima de mil anos... tá bom?

____

E como não 'tou conseguindo dizer mais que isto, vamos mas é fazer Reunião de Emergência.
Chama ai a turma da Porta dos Fundos, ouviu?




___

sexta-feira, março 18, 2016

Dilma nomeia Lula, Suzane casa com Sandra (conhecida como Sandrão), Daniel Cravinhos casa com Alyne
- ou quando a realidade brasileira ultrapassa as tramas das novelas da Globo


Acho que tem dado para perceber: paciência para política nacional ou internacional igual a zero. Por muito que sinta, ao de leve, bem lá ao fundo, um certo sentimento de culpa por me apetecer continuar alheada de tudo o que mantém acesa a chama da comunicação social, a verdade é que não há nada que pegue nas minhas mãos e as ponha a escrever aqui. Talvez seja uma certa necessidade de futilidade como forma de descanso, ou talvez seja a minha cabeça que anda cansada. Não sei.

É como se, de tudo o que se passa, só um tema me convocasse mas que, a ele, de propósito eu fizesse orelhas moucas.
Latente, há um tema que me preocupa em permanência e que se sobrepõe a todos os outros: o dos refugiados. Mas não quero continuar a falar nele, acho que as palavras já estão gastas.

Penso que o que se está a passar é de consequências duradouras e imprevisíveis pelo que há que olhar mais longe e não nos determos exclusivamente nos acontecimentos individuais [que, quando alguma coisa mais escandalosa acontece (como, por exemplo, uma criança dar à costa), lá marcam a actualidade]. Mas a verdade é que, independentemente de preocupações a médio ou longo prazo, há o drama humano actual. Países em guerra sujeitos a toda a espécie de vandalismos e atrocidades -- e, consequentemente, gente atormentada, sem trabalho, sem casa, sem ter o que comer, que se põe a caminho com os filhos nos braços, atravessando todas as fronteiras: as do mar revolto, as de muros com arame farpado, as do medo. Depois, quando alcançam terra firme e chegam onde pensavam que seria um céu, encontram tendas, frio, falta de condições, desconfiança, hostilidade. Isto preocupa-me em permanência; e dói-me como devem doer as dores tristes de um doente desenganado.

Mas penso também nas populações que acolhem esta gente que vem de outros mundos, de outras civilizações. Medo também. Razoável, compreensível esse medo. Perigoso esse medo.


E quando se poderia pensar que, por uma vez, alguém iria agir pondo as pessoas em primeiro lugar, não senhor: jogam-se os interesses das armas, do petróleo, equacionam-se os equilíbrios geoestratégicos, empurra-se com a barriga, assobia-se para o lado, fazem-se contas. O costume. A guerra continua, o terrorismo continua, os traficantes de refugiados continuam, as mortes no mar continuam. E a comunicação social relega o tema para um canto qualquer do meio da peça jornalística porque 'já não há pachorra' para os refugiados.

E eu, que já tantas vezes aqui falei nisto, penso que vocês, meus Caros Leitores, também já não devem ter paciência para esta minha choradeira, quase me sinto a chover no molhado, a patinar em seco -- e, de facto, a ser inconsequente.
___

Portanto, mudemos de assunto. Já não é época de Carnaval pelo que não será a melhor altura para nos divertirmos por essas bandas mas, de qualquer maneira, vamos lá. Para o Brasil, pois claro. E, com vossa licença, vamos com a Ópera do Malandro.

Geni e o Zepelim


____

A assassina mais famosa do Brasil vai passar a Páscoa fora da prisão


Suzane (Von Richthofen), hoje com 32 anos, é a criminosa mais mediática do Brasil por ter participado na morte dos pais em 2002, aos 18 anos.

A feliz família Von Richthofen

Em 1999, a abastada família Von Richthofen, constituída por Manfred, engenheiro alemão imigrado no Brasil, Marísia, bem-sucedida psiquiatra descendente de portugueses e libaneses, e os filhos Suzane, então com 15 anos, e Andreas, de 12, foi passear ao Ibirapuera, maior zona verde de São Paulo. 

Lá, Andreas encantou-se com as manobras de Daniel Cravinhos, 17 anos, um campeão de aeromodelismo. Mais tarde, com Andreas como cupido, Daniel e a bela Suzane iniciaram namoro.(...)

Após dias de planeamento, a 31 de outubro de 2002, Suzane e Daniel convidaram Cristian [irmão de Daniel] a participar do assassínio dos Von Richthofen, simulando um roubo seguido de morte e usando o ingénuo Andreas, à espera dos três num cibercafé, como álibi. Munidos de barras de ferro, Daniel e Cristian mataram Manfred e Marísia enquanto estes dormiam. Suzane esperou noutra divisão da mansão.(...)

Quatro anos depois, os namorados foram condenados a 39 anos e meio de prisão e Cristian a 38 e meio. Andreas, hoje um químico conceituado, jamais perdoou a irmã.

Em 2014, Suzane foi notícia na prisão ao tornar-se o motivo da separação de Sandra, conhecida como Sandrão, que havia sequestrado e morto um adolescente, e Elise, que matara e esquartejara o marido infiel. 


O casal Suzanne e Sandrão

A sequestradora largou a esquartejadora e casou-se com a parricida na cadeia do Tremembé.(...)


Nesta Páscoa, pela primeira vez desde 2006, Suzane foi autorizada a sair da prisão mas a polícia não divulga para casa de quem ela vai. Como em tudo na vida de Suzane, a imprensa estará atenta.
___

[Sobre o mediático Caso Richthofen, acompanhado a par e passo pelos media brasileiros, há informação a pontapé na internet e, digo eu, não tarda teremos romances e filmes sobre tão inacreditáveis ficções]
___

Entretanto, Daniel Cravinhos, o ex de Suzane, preso na penitenciária Doutor José Augusto Salgado, a P2 de Tremembé, em 2012 conheceu a biomédica Alyne da Silva Bento, filha de uma agente penitenciária, que tinha ido ao presídio visitar o irmão, preso por suposto roubo, e o coup de foudre aconteceu. Passado pouco tempo casavam numa cerimónia íntima para 50 pessoas.  A noiva chegou ao local por volta das 14h, vestida de branco com um véu preso a uma tiara. "Esse é o momento mais feliz da minha vida. Te amo", declarou Cravinhos do altar.

______

E, enquanto Suzane vai passar a Páscoa a casa, provavelmente deixando Sandrão cheio de saudades, e enquanto Daniel e Alyne continuam in love, Lula e Dilma, sua querida, continuam a fazer queimadas no Planalto, ameaçando fazer o Brasil pegar fogo e, tanto fazem, que um dia ainda acabam a fazer companhia a Suzane, Daniel, Sandrão e outros personagens de novela da Globo. 


Lê-se, ouve-se e vê-se e não se acredita. Não sei se Lula é culpado ou inocente e gostava que fosse inocente mas sei que, face a todas as dúvidas e indícios, a última coisa que ele devia fazer seria usar o Estado como escudo protector. Ao aceitar ser ministro para escapar ao cerco, Lula mancha irremediavelmente o seu percurso de muitos anos de luta e resistência. A Justiça pode estar a abusar, e parece óbvio que está, e mil interesses podem estar a movimentar-se na retaguarda, mas há que saber manter distanciamento e elevação -- e não vejo isso no comportamento de Lula. Custa-me até dizer isso, mas não estou a gostar do que estou a ver.



E Dilma, ao agir da mesma forma surreal, está a portar-se como uma vulgar cacique, daquelas criaturas que, desesperadamente, desrespeitam a dignidade do cargo que ocupam - e quase parece querer vazar os olhos, cegar para não ver. 


Se ela, perante tudo o que se passa no palácio e nas ruas, renunciasse ao cargo e provocasse novas eleições agiria com o desprendimento que se exige às pessoas que estão na vida pública, agiria com decência e transparência. Assim, exibe ao mundo um comportamento que acho que envergonha os que acreditaram neles. 



Não sei o que vai acontecer no Brasil mas temo que não seja coisa boa. Nem sei se há alternativas estáveis e robustas que possam tomar as rédeas daquele descalabro quando Dilma for ao chão - porque, pelo rumo que as coisas estão a tomar, vai.

A corrupção, a justiça pouco transparente, os crimes, o vale-tudo, as paixões sem freio, o mediatismo, a indignidade banalizada -- tudo é de tal forma excessivo que, sendo real, mais parece uma telenovela caricatural, daquelas em que aparece uma bicha maluca, uma lésbica sapatona, uma mulher do povo, brega mas armada em chique, um sinhôzinho Malta, assassínios gratuitos, invejas, denúncias, advogados e juízes, polícias e ladrões, todos a namorarem com todos, tudo doido, tudo a improvisar a toda a hora.

Mas não é uma novela, é tudo real. Uma loucura o que se está a passar num país como o Brasil, uma dor de alma, uma tragédia, uma ópera bufa, um carnaval, uma cegada, uma vergonha, um susto, uma cobóiada. 
_____

Entretanto, por lá, contra todas as previsões, a Bolsa disparou. Dizem que a explicação é simples: os investidores esfregam as mãos de contentes perante a expectativa de que o impeachment aconteça. Portanto, quanto daquilo a que se assiste é fabricado também não sei dizer. O que sei é que os mercados não dormem.

O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, disparou nesta quinta-feira (17) e fechou em alta de 6,6%, a 50.913,79 pontos. Essa foi a maior alta percentual diária da Bovespa desde 2 de janeiro de 2009, quando havia subido 7,17%.

____


E já agora, para vermos como, perante a incrível realidade actual, são inocentes e credíveis as personagens da Globo, aqui ficam Porcina e Sinhôzinho na novela Roque Santeiro.


......

E já cá venho para falar de sapatos encarnados.

Até já.

domingo, julho 19, 2015

Sócrates será cúmplice do Lula? Ó pá...! Depois de andar a assediar a Maria Elisa na televisão e a levar mulheres para hotéis caros, querem lá ver que também usou o Lula como barriga de aluguer para os milhões que escondeu por todo o lado? O Rosarinho já deve estar a salivar e o super-Alex até se deve babar de excitação... E não será que a própria Dilma, amiga do Lula, também transportava envelopes de dinheiro para o Sócrates? Ó pá, Rosarinho, vai atrás dessa pista, vai. Busca, busca.


No post abaixo já vos mostrei a praia transparente e silenciosa onde caminhei este sábado, uma maravilha em estado líquido. Mais abaixo, mostrei jóias muito belas e as mãos amorosas que as fazem.

Mas isso é a seguir. Aqui, agora, mudo completamente de registo.

....

Digo-vos outra vez: se Sócrates for culpado de crimes de corrupção, branqueamento de capitais, fraude fiscal e sei lá que mais, ficarei furiosa com ele e acharei lindamente que seja condenado. Qualquer pessoa que seja comprovadamente culpada de tais crimes merece repúdio, reprovação, etc. -- mas um ex-primeiro-ministro ainda o merecerá mais, em especial um que eu tenha apoiado.

Mas, até ser efectivamente condenado no sítio certo (leia-se, nos tribunais), não sei de nada sobre o caso -- tal como não sei de nada relativamente a quem quer que seja que não tenha sido condenado e relativamente a quem se ouçam rumores, boatos, correio-das-manhãzices, o que for.

Acontece que, no caso vertente, Sócrates ainda nem acusado foi. Está preso há meses sem que ainda ninguém possa saber qual o crime concreto que possa ter cometido nem, sequer, perceber qual a linha de raciocínio que está a ser seguida na investigação. Parece coisa delirante conduzida por gente paranóica e muito volúvel.  Ora é Vale de Lobo, ora tem a ver com a CGD, ora com o Grupo Lena, já antes tinha sido Angola, já tinha sido a Venezuela, agora já os jornais andam a falar no Brasil e em Lula.

Daqui a nada já vamos em Plutão, esse misterioso planeta, a ver se lá se encontra o nó que falta para unir tanta ponta solta.

Transcrevo:

(...) Algumas pontas tocam-se nos dois processos sobre alegados actos de corrupção cometidos dos dois lados do Atlântico e que colocaram José Sócrates, e agora Lula da Silva, na mira da Justiça. 


Dois anos antes desta visita, em Setembro de 2011, Lula da Silva deslocou-se a Lisboa, como “embaixador” de investimento brasileiro em Portugal, nomeadamente nos Estaleiros de Viana e na TAP. Duas semanas depois nesse mesmo mês, Sócrates participou na cerimónia de homenagem ao antigo presidente do Brasil Lula da Silva, em Paris. (...)

E hoje, no supermercado, vi uma revista, a Flash!, que tinha na capa o Sócrates com indicação que gastava fortunas com mulheres, um sedutor engatatão. 


Entre viagens, hotéis de luxo, férias, casas e jantares, José Sócrates gastou quase um milhão de euros com quatro mulheres.
Sofia Fava, Fernanda Câncio, Sandra Sá e Sandra Santos foram o objeto de sedução do antigo primeiro-ministro. 

No outro dia era que tinha assediado a Maria Elisa na RTP. 

Dias depois veio ela dizer que era mentira, que não tinha dito nada daquilo, que a jornalista tinha querido que ela dissesse isso e que ela não tinha dito tal coisa, disse que a entrevista era para falar do livro que tinha publicado e ponto. 
Uma perseguição inacreditável ao homem. Mas a verdade é que as capas dos jornais e das revistas continuam a ser alimentadas com boatos, fugas de informação, especulações e ficções de toda a espécie. 

Usando a terminologia do nosso vai-estudar-ó-Relvas, uma coisa se pode dizer: Sócrates é uma marca que ainda vende.

Histórias atrás de histórias. Os ministros e quem com ele privava de perto, descrevem-no como um trabalhador incansável, reuniões e mais reuniões, visitas oficiais permanentes dentro e fora do país, a ver se dinamizava a indústria, se encontrava mercado para as exportações, sempre debaixo dos holofotes da comunicação social. Pois, no meio de toda essa agitação que o país inteiro testemunhava, o procurador Rosarinho Teixeira e o super-judge Alex acham que ele ainda conseguia tempo para estratagemas e tramóias de toda a espécie, aquém e além-mar - e, no meio, vá de seduzir mulheres, pernoitar em hotéis de luxo e, na volta, sabe-se lá?, presenteá-las com belas jóias Dior. Um leão. 

Não digo que sim nem que não, não sei, não digo nada sobre isso, digo apenas que tantas e tão surpreendentes são as suspeitas que me parece improvável que tudo aquilo possa ser verdade. Parece que certo, certo, terá sido ele cravar o amigo não se sabe bem para quê nem em que montantes (e digo isto porque tenho ideia de que isso, nas cartas que escreveu da prisão, ele admitiu -- embora não tenha referido montantes). Mas, até ver, ser crava não é crime. Pode ser chato, pode ser feio, pode ser de se fugir deles, dos cravas, mas crime, que eu saiba, não é.

Mas vamos ver no que dá agora esta suspeita que já vai no Brasil. Na volta, até a Dilminha vira suspeita. Às tantas, foi uma das seduzidas pelo galaroz e, quem sabe, num momento de delírio e paixão, aceitou ser mula a mando do temível garanhão, transportando bolotas recheadas de euros em pó --  por certo, milhões e milhões de euros, quiçá condensados para mais facilmente serem transportados -- para algum refúgio secreto que o Socas e seus cúmplices mantêm nalguma favela guardada por discretos jagunços. 

E eu, que tanto tenho falado no assunto, estou para aqui na risota mas, às tantas, já estou também sob escuta.
(... E a ver é se o Rosy não descobre que ofereci uma sardinha a um vizinho de mesa na tasca onde no outro dia jantei e que isso foi um suborno a mando do super-prisioneiro 44. Bolas, bolas, olha se ele descobre... 
Resta agora saber: quem será esse meu secreto vizinho de mesa...? Ah... 
E o que escondia a sardinha no seu interior...? Ah... 
Tantos e tão suculentos mistérios...
Busca, busca, Rosy).
....

Já agora, a propósito de presos, que entre a malta da Porta dos Fundos com o seu  Preso.

A cadeia deveria ser o lugar onde os bandidos são contidos e ressocializados, mas parece que é lá que eles se sentem em casa. Rola até churrasco, cerveja, pagode, pelada, smartphone, tudo com evento e foto no Facebook. Isso sem contar os ataques, assassinatos, extorsões, rebeliões, e sequestros que são diariamente comandados de lá dentro. Estão tão acostumados que já virou rotina. Por isso, dá até medo pensar do que eles seriam capazes caso estivessem livres nas ruas... 


...

E desculpem por vos relembrar: já aqui abaixo poderão ver uma praia envolta numa névoa suave, perfumada pela maresia. Por ali caminhei, os pés na água, o coração nas nuvens. E a seguir, por falar em jóias caras, queiram, por favor, descer até ao dioríssimo post ainda mais abaixo.

...

Desejo-vos, meus Caros Leitores, um feliz dia de domingo.

...

segunda-feira, junho 10, 2013

Neste Dia de Camões, dia em que Cavaco Silva e Passos Coelho vão atender uma Senhora que, justamente neste dia, resolveu vir a Portugal, aos saldos, (refiro-me a Dilma Rousseff), tenho uma certa dificuldade em associar-me aos festejos. Mas, enfim, assim como assim, ainda temos a nossa língua e essa festejá-la-ei sempre.




Dia de Camões, dia de Portugal, eu sei. Até mudei o visual: hoje o Um Jeito Manso veste-se com as cores da bandeira. Mas, que querem?, ver este dia a ser comemorado por Cavaco Silva e Passos Coelho tira-me 'a pica'. 

Parece-me que, às mãos destes dois, Portugal se menorizou de tal forma que só me dá ânsias de me ver livre deles. Parece que tudo o que fazem é para nos envergonhar ou nos prejudicar.

Então Dilma Rousseff quis vir às compras a Portugal logo no dia 10 de Junho e não houve um único que tivesse o bom senso de lhe dizer que o dia é feriado em Portugal? Que neste dia, justamente, todos aqueles com quem ela vai reunir estão em comemorações oficiais? Inferiorizam-se, credo. 




E o Tozé, armado em importante como de costume, lá foi falar com ela e de lá veio a dizer que acha bem que seja um brasileiro a comprar a TAP. Que frete, Tozé, que frete. Presumo que, com aquele ar de bom menino, de Hollandezinho, tenha aproveitado para dizer que a austeridade está a destruir o País, vá lá. Mas que pode ela fazer por nós, ela que está fora do espaço europeu? Nada. Ela é que veio dizer o que queria, não fomos nós que dissemos o que queríamos. 

Fazem-nos parecer um bando de pedintes, que vergonha.

Eu só espero que o brasileiro que vai acabar por ficar com a TAP não seja aquele polaco-colombiano-brasileiro que afinal não conseguiu apresentar garantias bancárias no processo anterior. Mas já nada se questiona, nem o que se vai ganhar vendendo a TAP, nem quem é o sujeito, nada. Já se dá tudo de mão beijada. E assim se vai do país mais uma empresa bandeira.




E consta insistentemente que os Correios do Brasil, empresa estatal claro, também estão interessados em ficar com os CTT. Faz algum sentido isto? A que propósito o serviço fiscal português (rentável! rentável, senhores!) fique a pertencer a uma empresa estatal portuguesa?

E alguém ainda não percebeu que quando o centro de decisão de uma empresa sai do país, todo o controlo se perde? Todo. Sei do que falo, acreditem. Já assisti de perto a vários casos. É uma tristeza, podem crer. Mas, para falar de casos sobejamente conhecidos, veja-se o que aconteceu com a Cimpor. Desde que foi comprada por brasileiros, tem-se assistido ao fecho de unidades, ao afastamento dos portugueses de cargos de direcção. 




É isto que Dilma vem fazer a Portugal, veio aos saldos. Porque não haveria de o fazer? Também gosto de ir aos saldos: arranja-se cada pechincha...

O problema não está em Dilma, uma grande Presidenta, uma mulher com energia, determinação, querer, visão.

O problema está nestas figuras menores que estão a esvaziar o país de tudo: de riqueza, de saber, de esperança, de vontade.

O investimento brasileiro seria importante, claro, e quem diz brasileiro diz qualquer outro, mas em novas actividades, na reindustrialização ou na criação de centros de serviços de apoio a multinacionais, por exemplo. Ou seja, importante é atrair novos capitais para a geração de novos empregos, para a geração de novas mais valias.

Mas não. Paulo Portas aí anda de um lado para o outro a ver se vende as nossas melhores empresas ao estrangeiro. É a política dele e de Passos Coelho: anular Portugal. É esta a política de Cavaco Silva, a política para a qual, de forma obsessiva, quer reunir consensos.

Mas o mal não está só naqueles dois ou três. Não. O problema está em nós todos. Fomos nós que os elegemos (nós, salvo seja, que claro que não é com o meu voto que eles lá estão - mas enfim, não sou melhor que os outros), somos nós com o nosso espírito de coitadinhos que nos desvalorizamos, somos nós que, com a nossa maneira de ser, nos deixamos vergar, pisar.

Um exemplo? 

Quando vezes não se ouve criticar com desprezo um programa como o Parque Escolar, falando como se fosse um luxo ao qual alunos e professores não tivessem direito? Não foram os próprios professores que o criticaram e rejeitaram como se ter edifícios reformados por grandes arquitectos, com materiais de qualidade, inclusivamente com candeeiros desenhados por Siza Vieira, fosse um luxo reservado a outros que não eles? Não é menorizarem-se quando fazem essas afirmações? 

Desenvolver a economia regional, com melhoramentos em estabelecimentos de ensino, melhoramentos que passam por dar trabalho a gabinetes de projecto, arquitectos, engenheiros, empresas de construção civil, materiais de construção, mobiliário, etc, é o que há de melhor para estimular o desenvolvimento económico local. São empresas que têm trabalho, são impostos que se pagam - e é dignificar locais nos quais quem lá trabalha deveria ter muito orgulho. 

Pois não: em vez de se envaidecerem, os professores e todas as comunidades locais, uns movidos por vistas curtas, outros por mesquinhez ou invejas, todos em coro protestaram,  vincando a rejeição de uma obra meritória.



Escola Escola Secundária Braancamp Freire, conhecida por Escola da Pontinha,
dos arquitectos Cristina Veríssimo e Diogo Burnay, premiada com Wan Award (World Architecture News)
O projecto criado a partir de pavilhões pré-existentes, teve um preço de construção "incrivelmente baixo,
tendo em conta a elevada qualidade final", factor que pesou na decisão do júri.

NB: 
Não tenho interesses nem pessoais, nem profissionais 
em nada que se relacione com o Programa da Parque Escolar
(se falo por vezes nisto é porque me parece ser um programa 
que deveria ter sido acarinhado e continuado, em vez de ser tão mal compreendido)


Claro que podem argumentar que o Estado em vez de gastar dinheiro na melhoria das escolas, deveria antes investir na formação dos professores. Mas repare-se: para investir na formação dos professores (e isso deve ser feito, claro) é preciso ter dinheiro. Para ter dinheiro, tem que haver receitas de impostos. Para haver receitas de impostos, tem que haver empresas lucrativas (a pagarem IRC), tem que haver gente a trabalhar (para pagarem IRC), tem que haver consumo (para haver IVA). Ou seja, investir na formação dos professores não é opção que exista se não houver economia a funcionar.

Aliás, se a economia não funcionar, nada funciona: é aquilo a que se assiste neste momento. O País inteiro a colapsar porque, de forma sistemática e criminosa, se assiste a um retirar da liquidez da economia. Todos os rendimentos são sugados para alimentarem os custos de uma dívida que não pára de aumentar.

Saibamos, pois, valorizar o nosso País, valorizar-nos a nós próprios, sejamos exigentes, não nos deixemos vergar nem pelas manipulações a que sistematicamente somos sujeitos, nem pelo medo. 


Camões, de Júlio Pomar


E porque, apesar de tudo, ainda temos a língua, a nossa amada língua portuguesa, mesmo que pouco mais tenhamos para festejar, festejemos as palavras e a nossa poesia. 


No mar tanta tormenta e tanto dano,
tantas vezes a morte apercebida;
na terra tanta guerra, tanto engano,
tanta necessidade aborrecida!
Onde pode acolher-se um fraco humano,
onde terá segura a curta vida,
que não se arme e indigne o céu sereno
contra um bicho da terra tão pequeno?


[Lusíadas, I, 106, Luís Vaz de Camões]

||||

Desejo-vos, meus Caros Leitores, um bom dia feriado.

terça-feira, novembro 29, 2011

Segundo o Nobel da Economia, Joseph Stilglitz, políticas de austeridade como as que estão a ser impostas à Europa correspondem a um suicídio económico. No Brasil, Dilma Rousseff pede ao sector privado para investir e ao povo para consumir. Por cá ninguém os ouve - que chatice!


Do Expresso online de sexta feira passada:




Joseph Stiglitz, prémio Nobel da Economia em 2001 e antigo vice-presidente do Banco Mundial, num encontro com jornalistas na Corunha, em Espanha, onde proferiu a conferência "Pode o capitalismo salvar-se de si mesmo?", afirmou que as políticas de austeridade constituem uma receita para "menos crescimento e mais desemprego". Stiglitz considerou que a adoção dessas políticas "corresponde a um suicídio" económico.



Por seu lado, a Presidente Dilma Rousseff defendeu que toda a crise representa também «oportunidades» e exortou os trabalhadores e os empresários a não se «atemorizarem» e a continuarem a consumir e a investir. «O que nós temos de fazer diante da crise não é nos atemorizar. Ao contrário, o que temos de fazer é avançar, garantir que o setor privado continue investindo e que o povo brasileiro continue consumindo», afirmou Dilma Rousseff num evento no Rio de Janeiro.

Dilma Rousseff garantiu ainda que, como Presidente do Brasil, não deixará que a crise internacional represente uma quebra na criação de empregos no país, e muito menos que o país «exporte mão de obra».


|<|<|<|<|<|<|


Será que alguém do Governo Português os ouviu?

Tenho dúvidas. E, mesmo que ouçam, não percebem. Estamos tramados é o que é.

 

quarta-feira, março 30, 2011

Lula, doutor Honoris Causa pela Universidade de Coimbra; Dilma Rousseff presidenta amiga mas responsável. E até fica mal misturar aqui o Pedro Passos Coelho pelo que remato com uma citação de Roberto Bolaño

Luís Inácio da Silva, doutor, em Coimbra
Depois de ontem ter recebido o prémio Norte-Sul atribuído pelo Conselho da Europa, hoje Lula da Silva foi recebido em festa na Universidade de Coimbra, em que em cerimónia revestida de prestígio colorido e cheia de simbologia, lhe foi atribuído o doutoramento Honoris Causa. Apesar dos escândalos e apesar da ainda imensa mancha de pobreza, ficará para a história como o sindicalista que soube criar e distribuir riqueza de forma a posicionar o Brasil como um País com um dos mais interessantes índices de crescimento.

Vestes de cerimónia para celebrar os novos doutores

E, no dia em que uma crónica do Financial Times sugere que o melhor para Portugal seria que o Brasil cooptasse Portugal, anexando-o como um dos seus estados, Lula assegura aos amigos portugueses - a quem os brasileiros devem ver como uma espécie de antepassados aristocratas, decadentes e falidos - que o Brasil terá todo o gosto em ajudá-los.

Lula, ex-Presidente, tem já aquela postura típica dos avós, que tudo fazem para agradar aos netos, sem se preocuparem muito com o lado formal da sua educação. Já Dilma, claro, é mãezona: tentará ajudar mas tem que se ver como, apenas costumam comprar títulos de dívida AAA (e não disse mas deve ter pensado: não a dívida que as agências [algo vampirescamente] classificam como quase lixo).

D. Dilma Rousseff, Presidenta do Brasil formal, prestigia com a sua presença na Universidade de Coimbra o seu antecessor e amigo Lula

Mas isto, quando dá para correr mal, corre tudo mal (a sombra de Murphy a pairar, pois claro). Quando se pensava que se ia conseguir tirar a limpo, se ajudam ou não e de que forma, morre José Alencar e lá vão os nossos salvadores de asa, deixando aqui os pobres coitados na aflição, de mal a pior, tudo a derrapar perigosamente a caminho do abismo.

Tudo a derrapar perigosamente... e não são apenas os ratings, a dívida, os bancos, as empresas que começam a deitar contas à vida (... e, quando as empresas o fazem, certifiquemo-nos do estado dos pára-quedas...) - não, refiro-me também à idoneidade dos dirigentes do PSD. Derrapa, derrapa...

Um circo. E não sei em que número os inclua: malabaristas? Contorcionistas? Ilusionistas? Palhaços?

Então agora rejeitaram o PEC 4 não porque era muito gravoso para a população como alegaram... mas porque queriam ainda mais sangue?! Em que é que ficamos?! Desencadeiam uma crise num momento destes e depois ficam à nossa frente aqui às voltas sobre o próprio rabo?

Mas o que é isto?! Parvoíce pura e simples? Disfuncionalidade intelectual? Dislexia moral?

E, já agora, por dislexia.

Mónica Maristain pergunta a Roberto Bolaño: "Teve alguma importância na sua vida o facto de ter nascido disléxico?".

Resposta dele: "De modo algum. Houve problemas quando jogava futebol, sou canhoto; problemas quando me masturbava, sou canhoto; problemas quando escrevia, sou destro. Portanto, como pode ver, nenhum problema significativo."

Portanto, se a dislexia não é tão grave assim, então o problema do Pedro Passos Coelho e do PSD não deverá ser só isso. Talvez esquizofrenia, coisa assim, patologia séria.

A pose e a expressão não são famosas, quase parece ter saído de um concurso de shots. Mas o pior é a gravatinha rosa-menina: um susto.