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domingo, maio 14, 2023

Robert de Niro, pai aos 79 anos.
Por cá não temos proezas dessas mas temos o Bobi que tem 31 anos.
Só se for a mega hiper casa do Montenegro, uma espampanância que vai lá, vai.
Bem, no Reino Unido têm uma futura rainha a tocar piano na Eurovisão. Também é bom.

 


Enquanto na televisão desfilam os diversos países do festival da Eurovisão, inegavelmente um extraordinário espectáculo de cor, design cénico e luz, depois de ter prestado especial atenção ao coração português da Mimicat, agora passo os olhos pelas notícias.

Se calhar por ter chegado há pouco do campo, por ter andado a cortar rebentos ladrões, a apanhar erva e flores que rebentam no meio dos caminhos de pedra, a varrer e a apanhar doses massivas de caruma e pinhas roídas, estou sintonizada em coisas mais invulgares.

Saber qual o empregador da Alexandra Reis não me assiste. Que fique por lá antes que atire com o governo todo abaixo e, de caminho, ainda leve o Marcelo à resignação. 

Quanto muito detenho-me um bocado naquela do casarão do Montenegro, à beirinha da praia. Não sei se é a residência usual ou se é apenas a casota de praia. 

Como não faço ideia disso de que se fala por aí -- se era obrigado a declarar ou a dizer de onde lhe veio o carcanhol --, agarro-me a coisas na base dos peanuts. Em concreto o que me intriga é para que quer ele uma casa com seis andares, mais de oitocentos metros quadrados de área, consta que com elevador e oito casas de banho, jardim vertical, não sei quantos quartos... Ainda se tivesse dez filhos ou cinco mulheres e tivesse que distribuir a malta por andares... Agora parece que não, que só tem 1 mulher e 2 filhos... Não se percebe. Mas, se calhar, um dia destes ele ainda vai largar aquele sorrisinho de joker dos pequeninos e nos vai contar. 

Agora duas notícias despertaram verdadeiramente a minha atenção.

A primeira é que o fantástico Robert de Niro, 79 anos, acabou de ser pai pela sétima vez. Acho, francamente, o máximo. Deduzo que a mãe da criança seja mais nova e não sei que posição ocupa no ranking das mulheres dele mas isso não interessa pois, apesar de serem muitas, a última é sempre a que vale.

A segunda é que o Bobi, um rafeiro alentejano português, já tem 31 anos. Feito extraordinário. E tanto mais extraordinário quanto nunca comeu ração mas apenas comida normal, a mesma que os donos comem (embora digam que comem comida com pouco tempero). O dinheiro que nós aqui em casa gastamos em ração de boa qualidade, em ossinhos oral não sei quê, nisto e naquilo. Vejam bem.

Tirando isso, o que desejo é que a Mimicat consiga uma boa pontuação. Simpatizo com ela e acho que a actuação foi impactante.

Tenho pena é que o Marcelo não tenha lá ido dar um pezinho de dança. Não fazia mais que a sua obrigação. Ele que ponha os olhos na Kate Middleton que foi tocar um bocadinho de piano na abertura do festival deste ano. Assim é que é. 

[De ser pai outra vez nem falo]


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Um bom dia de domingo
Saúde, Boas vibes. Paz.

sexta-feira, setembro 25, 2020

Com quem foi o melhor beijo?

 

Se a mim me fizessem esta pergunta em público teria que dar a resposta óbvia. Qualquer outra, para além de poder ser não verdadeira, poder-me-ia trazer sarilhos. 

E se eu gosto de beijos. Não há amor de verdade se não houver o prazer de beijar -- isto se for amor entre um casal, bem entendido. Mas, mesmo nos outros tipos de amor, penso que um beijo, um beijinho ou uma beijoca são laços indispensáveis na explicitação do afecto.

Mas, no caso da Sharon Stone, não houve esse tipo de pruridos: a pergunta referia-se a beijos em contexto profissional. Provavelmente não terá sido beijo técnico mas, sim, um pouco melhor que isso mas, de qualquer maneira, um beijo no contexto do trabalho que estavam a levar a cabo. Portanto, quiçá nada a ver com afecto mas com profissionalismo. Felizmente não sou actriz, senão não sei se conseguiria ser tão profissional quanto isso. O distanciamento suficiente para estar aos beijos e ficar como se não tivesse sido nada comigo parece-me coisa inantigível. Um beijo na boca é um momento de tal aproximação, de tal cumplicidade e comunhão que não sei como é possível ficar-lhe indiferente. E a verdade é que Sharon Stone parece também não conseguir ficar alheada e, passado tanto tempo, ainda recorda o bom que foi beijar Robert de Niro. E não me admiro. 

Robert de Niro é um homem da cabeça aos pés, daqueles homens que respiram masculinidade por todos os poros. E para um homem beijar bem uma mulher, bem, mesmo bem, tem que ser muito homem. Acredito que uma mulher também consiga beijar bem outra mulher. Mas lá está, para que o beijo seja bom tem que ser muito mulher. Ambas. Tal como um beijo homem-mulher só é uma porta aberta para o paraíso, para o covil dos amores, para o início e o fim dos tempos, se o homem for muito homem e a mulher muito mulher. Só assim haverá ternura, entrega, comprometimento, atração fatal.

O filme onde Sharon Stone degustou os belos beijos de Robert Niro, os melhores beijos da sua vida profissional (e se ela tem beijado...), foi o Casino. Por acaso, foi filme que não me encheu as medidas. Filmes entrecruzados por um narrador que, em voz off, vai tingindo a fita com explicações e embaciamentos, perdem fluidez e filmes sem fluidez (tal como livros ou conversas sem fluidez) são uma seca.

Não encontrei nenhum vídeo dedicado às cenas com beijos (mas, certamente, não tarda vai aparecer) mas encontrei este aqui abaixo onde dá para perceber a qualidade e envolvimento que existiu entre ambos.


E para provar a minha teoria, se Robert de Niro é um homem muito homem, Sharon Stone, por diversas vezes, também já deu provas mais do que suficientes de que é uma mulher muito mulher: quando representa e ousa como gente grande, quando tem um avc e recupera e se lança para uma nova vida, quando se apresenta de cara lavada mostrando as rugas, a pele macilenta e a perda de viço que as pessoas não esperariam ver numa femme fatale e, mais recentemente, quando se mostra, enervada, revoltada e, de certo modo, poderosa, falando do caso da sua família devastada e ameaçada pela covid, apelando a um voto que não num assassino.

sexta-feira, abril 14, 2017

O feiticeiro mentiroso


Há coisas de que não quero aqui falar. Se tenho isto de não me identificar não é para, depois, vir para cá relatar situações incómodas, com detalhes que podem levar a identificá-las.

De resto, calma, não tenho conhecimento directo de nada que tenha provocado danos alheios ou que configurem ilicitudes.

Bernie, Ruth e os filhos quando eram uma família feliz



Mas já tenho testemunhado situações em que alguém por fútil fanfarronice, por mesquinha ambição ou, apenas, por pura burrice, embarca numa situação cujos contornos não são tão lineares quanto é suposto.

Muitas vezes, a coisa é detectada e morre logo ali. Mas acontece, por vezes, que, porque naquelas circunstâncias convinha que aquela ficção fosse uma ideia viável ou porque se não quer apear as expectativas de quem lançou as sementes do embuste, quem teria o dever de cortar, cerce, a ficção, a deixe caminhar.

E, por essas circunstâncias, por vezes difíceis de explicar, a ficção começa a caminhar como se tivesse pernas de verdade.

Quem lhe é externo e não conhece da história o suficiente para a desmascarar, nada diz. Não tem o que dizer. E, quem teria a capacidade para a desmistificar, por vezes, ao fazê-lo, é apodado de desalinhado, de avesso à mudança. E, por vezes, é afastado.

Acontece também que cada vez mais pessoas comecem a trabalhar para dar corpo à ficção. A essas não convém desmascará-la pois a sua vida passa a depender disso. E, quem a conduz, cada vez tem mais dificuldades em assumir que está a alimentar uma fraude pois já envolveu muita gente, e já muita gente depende de se fazer crer que está tudo bem.

Pode ainda acontecer que a comunicação social comece a louvar a 'empresa', que muita gente comece a apostar nela, que as forças vivas da região divulguem o sucesso do empreendimento.

E acontece que o tempo vá passando, o embuste seja cada vez mais difícil de esconder mas, na directa proporção, cada vez é mais impossível assumir, fazer o mea culpa, deixar que tudo se extinga, aceitar o vexame de passar publicamente por mentiroso, por desonesto.

Então, quem está metido nela, embarca em optimismos que parecem louváveis, mostra resiliência, produz discursos articulados nos quais assume, com o que parece ser uma desarmante  sinceridade, dores de parto, dores de crescimento, mas, garante, o futuro é promissor e vamos todos dar as mãos e seguir em frente que o caminho se faz caminhando  e em equipa somos todos mais fortes. Um líder.

E, quem conservou algum distanciamento e, por isso, se encontra distanciado do inner circle do poder, assiste perplexo ao que se passa. Cegueira colectiva? Protecção mútua entre culpados? Instinto de sobrevivência? 

Talvez tudo junto.


Já quando aconteceu a queda do BES eu falei nisto. Do que conheço de meios relativamente parecidos (embora, como referi, sem o mesmo impacto e sem os mesmos contornos), penso que, ao mais alto nível, não há a ideia de querer prejudicar alguém. Pelo contrário, tudo farão para que ninguém saia lesado. O móbil diário passa a ser manter a máquina em movimento, não deixar que pare porque, se parar, morrerá. E não deixar que se descubra: E empurrar os problemas com a barriga, evitar o opróbrio generalizado, fazer de conta. Fazer de conta. A vida passa a ser, acima de tudo, isso: fazer de conta.


Do pouco que, na altura, li sobre Madoff, penso que foi mais ou menos isto que terá acontecido. 

Bernie Madoff geria uma empresa próspera. A mulher e os filhos não conheciam o âmago da questão. Para eles, Madoff era um bem sucedido homem de negócios. Viviam uma vida luxuosa e a sociedade não regateava o reconhecimento perante tão simpática e generosa família.

Até que veio a crise e o dinheiro deixou de entrar. Pelo contrário, os clientes começaram a querer resgatar os seus investimentos.

Como qualquer esquema Ponzi, isso é o que faz cair a pirâmide pois o que mantém a ilusão de bom funcionamento é o dinheiro entrante com o qual se vão pagando bons rendimentos aos que antes o lá meteram.

Daí ao fim foi um ápice. Madoff confessou à mulher e aos filhos o que se passava antes de o confessar às autoridades. Sempre assumiu integralmente toda a culpa.

Perderam toda a sua fortuna. A mulher passou pela vergonha de ver as casas e os bens vendidos. Os filhos ficaram arrasados. Um suicidou-se. Outro morreu tempos depois. Ruth, a mulher que era feliz e milionaríssima perdeu os filhos, tem o marido preso e anda agora sozinha às compras deslocando-se num pequeno carro

Michelle como Ruth
Ruth Madoff agora




O caso está agora em filme e o elenco promete: Robert de Niro e Michelle Pfeiffer.



The Wizard of Lies será lançado a 20 de Maio



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Talvez até já para vos mostrar por onde andei a cirandar ao fim do dia.

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sábado, setembro 03, 2016

E porque hoje, dia 3 de Setembro, é o Dia das Barbas, vamos lá a isso:
Estão ou não na moda? Valorizam ou não quem as usa?
Eu demonstro a minha teoria com casos práticos


Depois de, no post abaixo, ter escrito sobre as desconformidades do Rangelito, do mau olhado permanentemente lançado pelo Láparo e das vacuidades da candidata a Rainha da Sucata, pus-me a circular pela televisão a ver se descortinava alguma coisa que se visse. 

E fui dar com a Cristina Ferreira e as suas danças e, claro!, com a Madame Teresa Guilherme com as suas meninas esbraseadas e os seus calmeirões tatuados. Não sei se aquilo é peixe fresco ou do gelo (e que me perdoem as analogias piscícolas mas, já sabem, é a minha orgulhosa alma de peixeira*...). Começaram novos programas iguais aos anteriores ou isto são repetições? A sério que não faço ideia. Até o Zezé Camarinha lá vi. Ou foi uma cena de déjà vu que me assolou ou é aquela coisa da roupa velha. Zapping. 


Depois apareceu-me o Baldaia, olheirento, e pensei que estava a falar de política. Pensei: 'deixa cá ver qual a cena dele agora'. Mas não, estava a falar de futebol. Em vários outros canais a mesma coisa: a falarem de transferências e de um, acho que nao jogador, que saíu do Porto, não sei nem me interessa saber porquê nem porque é que isso é importante. Mas se calhar é. Zapping.
Agora o que me pareceria boa ideia é que isto da época das transferências fosse extensível aos partidos. Por exemplo, acho que o Rangelito seria um sucesso entre as miúdas que parece que agoram pululam no CDS. Daqui lanço, pois, o repto: madame dona cristas não quer contratar o galinho rangélico? Ou, para o PSD, que tal o láparo contratar a meireles para ambos rodarem, de noite, filmes de terror para assustarem as criancinhas no dia seguinte.
Mas não quero perder mais tempo com isto. Não é coisa que me assista, como dizia o outro, o campeão da reboleta estrada abaixo.

Vou então falar do que aqui me traz -- um tema biblíco. Bem, não sei se bíblico será o termo. Talvez histórico. Havia aquela do outro que cortava as barbas ou aquilo de pôr as barbas de molho. Na volta ainda é tema lançado pelo vaganau do Homero, que parece que foi quem esteve na génese de tudo. Portanto, por prudência, vou antes dizer que o tema que aqui me traz é clássico. 

Pronto. Feito o enquadramento, vou a factos.

 

Ficam os homens melhor ou pior com barba?


Como este texto está a seguir um rumo rigoroso, acho que devo plasmar já aqui um disclaimer. Tive, em tempos idos, um intenso coup de foudre, de que ainda hoje não me curei, quando um desconhecido, barbudo como um guerrilheiro, pousou em mim um olhar descarado. Depois disso, já tentou várias vezes despir-se dela. Ainda no outro dia. Por precaução, deixa o bigode. Diz que é só para a cara apanhar sol no verão. Ora não acho bem. Portanto, a ousadia dura um dia. Por isso, escuso de dizer mas digo: sou a favor.

Ao meu filho nunca influenciei. Tambem não é rapaz de ir em influências da maezinha. Mas usa uma bela barba. O cabelo agora quase escuro, sempre curtíssimo, os olhos claros, esverdeados, e uma barba arruivada. Não desfazendo de vocês, Caros Leitores, ou dos vossos filhos, que são todos certamente bem jeitosos, mas o meu filho é um belo barbudo. Felizmente, nisso, a minha filha não sai ao irmão. Nem nisso da barba nem, fisicamente, em quase nada, que toda ela é mais parecida com o pai: uma morena de alma e coração.

Bem. Onde é que eu ia? Ah. Estava eu aqui e recebo uma mensagem da minha nora. Tinha uma fotografia do meu filho em grande plano com os meninos ao pé e dizia ela que ele era capaz de ser o rapaz mais giro da festa (e incluía aqui um smile), qual João Ferreira. Já algumas vezes aqui falei que o PCP tem homens bonitos e referi o João Ferreira como um belo exemplar. Estavam na Festa do Avante, claro. 


João Ferreira - não está mal, não senhor, mas tomara ele ter tanta pinta como o meu filhão


A seguir, começo a deambular pela leveza internética e não é que, na Madame Figaro, dou com um artigo sobre as barbas? Sério. Para começar, para quem não saiba, este sábado é o Dia das Barbas.

 

[Alguém sabia que também havia o Dia das Barbas? Eu não. Há dias para tudo, caramba].

O artigo diz tudo logo no título:


De facto, a barba transversalizou-se, virou tendência, não é coisa de velhos em tempos revolucionários, de guerrilheiros ou de malta do reviralho. É simplesmente uma coisa que valoriza os homens. Talvez, no fundo, a barba transmita uma ideia de virilidade. Acho que sim. Mas é mais que isso, tem a ver com a maneira de ser e, talvez que, uma vez mais, os homens com barba pareçam mais homens que os outros. Mas je ne sais pas. É talvez apenas uma quelque chose, aquilo do je ne sais quoi. É que não é a barba em si que confere o atestado de virilidade mas o all in. Mas pronto, não sei. É sabido que não sou uma pensadora militante, sou mais na base de atirar bolas para o ar.

Bem, adiante.

Uma ressalva: se forem apenas três pelos, coisa rala e triste, pois mais vale que não. Agora se a barba é franca, pois que se aceite que ela embeleze o rosto em que cresce. Contudo, não gosto de ver o pescoço descuidadamente peludo. Acho que abaixo da linha do rosto, o pescoço deve ser barbeado.

Por exemplo, este jovem aqui abaixo vai lindamente com a sua barba mas já o pescoço estraga tudo, dá-lhe um aspecto descuidado.


O artigo tece razões e ouve entendidos, uma historiadora, um youtuber e um barbeiro. Eu como não tenho competência para dissertar filosoficamente sobre pilosidades faciais, limito-me ao que sei: ver.

E o que vejo é bom de ver. A Madame Figaro escolheu uma mão cheia deles para mostrar como ficam a ganhar com o uso da barba. Eu mostro apenas uma pequena amostra e cada um que conclua por si.

George Clooney, sempre bem

George Clooney - mas com barba ainda melhor

Jon Hamm, um belo homem

Jon Hamm, muito melhor com barba

Robert de Niro, um clássico, sempre bem

Robert de Niro, verdadeiramente charmoso com barba


Bradley Cooper mas, sem barba, até parece estrábico
(coisa que não tem mal nenhum, até pode ter uma gracinha suplementar)

Bradley Cooper mil vezes melhor com barba


Portanto, declarando a amostra como significativa, decreto a conclusão: a barba valoriza os homens. E daqui lanço um desafio: que hoje, sábado, Dia das Barbas, todos os meus Leitores que ainda fazem a barba todos os dias, ousem tornar-se barbudos: mas barbudos civilizados, if you please.

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E queiram, se, claro, a tal vos aprouver, deslizar até ao post abaixo, texto esse que ofendeu a sensibilidade de Leitora que o considerou grosseiro tendo, no fim, condimentado o seu comentário com um desabafo quase filosófico: *uma peixeira é uma peixeira. Ide e vede, meus Caros. E se a vossa opinão for coincidente com a da Leitora, pensem bem: como é que se pode falar do Rangel, do Láparo ou da Cristas mantendo as pérolas elegantemente pousadas sobre o regaço?

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terça-feira, junho 03, 2014

Robert de Niro e o seu pai gay


Esta minha semana é daquelas jeitosas. Começou bem e amanhã e o dia seguinte, no mínimo, vão pelo mesmo caminho: de sol a sol e isto porque os dias estão grandes. Ainda é segunda à noite e já estou a precisar de fim de semana - não sei se é pelo dia de hoje se é só de pensar no que me espera. 

Cheguei tarde, cansada, ainda tive que fazer uma máquina de roupa e pô-la a secar, fazer o jantar para amanhã, arrumar roupa e sei lá que mais. Amanhã começo com reuniões logo cedo e vão até ao fim do dia sem mais que uma meia hora mal medida para almoçar e isto para depois, na quarta, começar ainda mais cedo e ter reunião prolongadas e complicadas. E acho que vou assim até ao fim de semana, fim de semana esse no qual se espera uma daquelas cenas que mete camping por toda a casa.

Mas adiante que a vida é curta e não dá para estes compassos de espera que não levam a nada. E, sobretudo, haja saúde!

No post a seguir a este faço uma pergunta: alguém me informe, por favor, se a troika ainda cá está ou não? É que não sei se andei distraída ou se estou passada da cabeça ou se o o meu país está a ser governado por mentirosos compulsivos e descarados.  A sério: alguém que me esclareça, pleaaaase.

Mas isto é a seguir. aqui, agora, a conversa é outra.

Robert de Niro é cá dos meus. se ele entra, então eu já estou de pé feito para me pôr a caminho a vê-lo. Seja como rebelde, seja como um amante de dar gosto, seja como durão a sério, seja como um durão de fazer rir, Robert de Niro é sempre de nos prender do princípio ao fim de um filme.

Pois bem. Não fazia ideia que foi filho de pintor e, muito menos, de um pintor gay.

Não que tenha mal ser-se pintor, nem ser-se gay, nem, o cúmulo, um pintor gay. Achei foi graça que Robert de Niro tivesse um pai pintor e gay.


Embora, pensando bem, não seja capaz de dizer que graça é que isso tem. Se fosse padre e travesti seria mais engraçado.

[Estou com estes disparates, nem sei porquê. Se calhar é porque estou a escrever isto e, como costume, com um olho no burro e outro no cigano, ou seja,  a ouvir o Prós e Contras sobre a Igreja e a Sexualidade e, a par de conversas de jeito, estou divertidíssima a ouvir umas mulheres jovens exaltadíssimas a falar de sexo, desejo e orgasmos, como se fosse a descoberta do século, e isto numa voz muito betinha e catequista. Dá vontade de bater palminhas e dizer iupi!, que bom.]

Adiante.

O certo é que Robert de Niro resolveu fazer um documentário sobre esse pai de feições fortes, um belo homem, que se divorciou quando descobriu que era gay e de quem a mulher nunca foi muito capaz de verbalizar, junto do filho, o que se passava. Tal como Robert de Niro Sr nunca foi capaz de falar sobre isso com o filho, Robert de Niro Jr.

Mas o filho quis preservar para os seus filhos e netos a memória desse pai diferente e fez, com muito afecto, este documentário a que chamou Remembering. O seu tributo a um artista que nunca obteve o reconhecimento que o filho acharia merecido.

Transcrevo da Vanity Fair:

In a wonderful new interview with Out Magazine, the acting legend becomes so emotional when discussing his late father, and the occasionally difficult relationship he had with him, that at times he can’t quite get words out over the lump in his throat. (For example, when asked how it feels to become more famous than your namesake, De Niro cries and needs a few seconds to collect himself.) When he is able to articulate his feelings though, De Niro provides a fascinating snapshot of his childhood years and the formative father-son relationship. An excerpt:

When you were younger, it sounded like you had problems connecting with each other. We were not the type of father and son who played baseball together, as you can surmise. But we had a connection. I wasn’t with him a lot, because my mother and he were separated and divorced. As I say in the documentary, I looked after him in certain ways.
In what ways? I think of my own kids. I try to communicate with them, but it’s hard. I joke about it with them. They have their issues as teenagers. I give them their space, but when I have to step in and be firm about something, I am. But my father wasn’t a bad father, or absent. He was absent in some ways. He was very loving. He adored me... as I do my kids.

In another emotional moment, De Niro speculates whether his father was conflicted about his sexuality.

Yeah, he probably was, being from that generation, especially from a small town upstate. I was not aware, much, of it. I wish we had spoken about it much more. My mother didn’t want to talk about things in general, and you’re not interested when you’re a certain age. Again, for my kids, I want them to stop and take a moment and realize that you sometimes have to do things now instead of later, because later may be 20 years from now — and that’s too late.

Despite the actor’s efforts to help his father, even after De Niro, Jr. reached some degree of fame, Out notes that Robert De Niro, Sr. died as a starving artist. 

As a tribute to his father, De Niro, Jr. has preserved his father's final home in New York City. 

The film, which De Niro produced, airs June 9.







REMEMBERING THE ARTIST by Robert de Niro




(Que bela voz tem o Robert de Niro)

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Recordo: se descerem até ao post seguinte, encontrarão a questão que se impõe: afinal a troika já se foi embora ou não? 

Quem é que anda a mentir no meio disto tudo? 

E, façam o favor de fazer a caridade de não me virem esclarecer que andam todos. Era o que faltava que me viessem atirar baldinhos de água fria para a cabeça. Gosto muito de viver na ilusão, ora essa.

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Tirando isso, ainda não é hoje que vos mostro imagens do fim de semana maravilhoso que tive (e que já me parece que foi há séculos, tal o dia que tive esta segunda feira) nem partilho convosco um bocado do livro que comecei a ler, o Os Factos, autobiografia de um romancista, de Philip Roth.


Só umas flores, o loendro cheiroso de que falava Natália Correia, apenas para ver se o seu perfume doce chega até vós.



E, já agora, para as acima referidas jovens casadoiras ou casadas e cheias de filhos que descobriram com grande exaltação que o sexo, afinal, não é só para procriar mas, também, para unificar, aqui deixo o dito poema de Natália Correia (e só espero que, lendo o poema, não vão logo a correr para a beira da cama, pôr-se de joelhos a rezar cinquenta Avé-Marias)

O corpo é praia a boca é a nascente
e é na vulva que a areia é mais sedenta
poro a poro vou sendo o curso da água
da tua língua demasiada e lenta
dentes e unhas rebentam como pinhas
de carnívoras plantas te é meu ventre
abro-te as coxas e deixo-te crescer
duro e cheiroso como o aloendro.

Bem, agora é que é desta. Estou com uma soneira que nem dá para acreditar e amanhã a alvorada é quase de madrugada. Por isso, fico-me já por aqui.

Desejo-vos, meus Caros Leitores, uma bela terça feira!

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sábado, janeiro 25, 2014

A Golpada Americana (American Hustle no original), definitivamente a não perder. Jennifer Lawrence, Amy Adams, Christian Bale, Bradley Cooper, Jeremy Renner e Robert De Niro - num cinema perto de si.


Passa da 1 da manhã e só agora estou a ligar o computador porque só há pouco cheguei a casa. Não costumo andar a dar conta de todos os meus passos mas hoje vou contar. Passo por cima do belo jantar e vou direita ao cinema.


Uma sala enorme completamente cheia. E um filme daqueles que enche as medidas (pelo menos a pessoas de gostos simples como eu). Grandes interpretações, uma tramóia ágil, um ritmo focado na atenção do espectador, humor, charme, a simpatia pelos bons malandros, a grande malandragem, a inesperada golpada final, a sedução, o amor, os equívocos, tudo. Mas, sobretudo, as interpretações.

Leio no DN que 'American Hustle', realizado por David O. Russel, foi eleito pelo Círculo de Críticos de Cinema de Nova Iorque como o melhor filme deste ano.



O filme ganhou mais dois prémios: de melhor argumento, assinado por David O. Russel e Eric Singer, e de melhor atriz secundária, Jennifer Lawrence.

E leio na wikipedia que o filme recebeu elogios da crítica quase universal e, entre outros, foi nomeado para sete Globos de Ouro, vencendo 3 prémios. Além disso, foi indicado a 10 Oscares , incluindo "Melhor Filme", "Melhor Director" e as quatro categorias relacionadas a actuação: "Melhor Actor" (Bale), "Melhor Atriz (Adams), "Melhor Ator Secundário" (Cooper) e "Melhor Atriz Secundário" (Lawrence).


Let's look at the trailer




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domingo, novembro 24, 2013

A família ou, dito outra forma, Malavita


Depois de um sábado completamente em família com ascendes e descendentes, uma animação e uma alegria, neste domingo o dia foi de descanso, passeios, leituras.

E, de tarde, cinema - e sempre aqueles requisitos que sempre nos impomos: a coisa não deve ser nem uma xaropada, nem violenta, nem estúpida, nem maçadora. Tudo sopesado a escolha recaíu em Mavalita ou 'A Família'. 


A coisa prometia: produção de Martin Scorcese para interpretação a cargo de (entre outros) Robert De Niro, Michelle Pfeiffer, Tommy Lee Jones. 


A sinopse do filme era aliciante para uma tarde de domingo. Transcrevo:

Os Blake, ou melhor, os Manzoni, são uma família de mafiosos que, após decidirem colaborar com as autoridades, ficam ao abrigo do Programa de Protecção de Testemunhas. Apesar do enorme esforço do agente Stansfield para os manter vivos e afastados de sarilhos, parece que eles se esquecem com demasiada frequência que, no mundo normal, as regras são algo diferentes das que sempre se habituaram a seguir. É então que, numa derradeira tentativa de os inserir na sociedade, são enviados para uma pequena cidade na Normandia, França, onde terão de se adaptar não apenas a uma nova vida, mas também a uma cultura diferente da sua. Mas parece que Fred, Maggie e os filhos Belle e Warren teimam em recorrer a velhas estratégias de sobrevivência que chocam a todo o momento com a pacatez da sua nova cidade. Tudo se agrava quando os ex-companheiros de crime os encontram e decidem fazer justiça pelas próprias mãos.

Uma comédia negra, escrita e realizada pelo francês Luc Besson, que se inspira no romance de Tonino Benacquista. 



Uma Michelle Pfeiffer já com sinais da idade, sem disfarces mas sempre com muita graciosidade e piada. Um Robert de Niro cada vez com mais charme, cada vez com mais pinta, excelente, um Tommy Lee Jones também com um rosto marcado pelo tempo mas também com muita pinta, uma ternura (a cumplicidade entre aqueles dois é mesmo uma graça).

Há cenas de uma violência brutal, coisas da Máfia, aliás o filme arranca logo mostrando ao que vai, várias vezes me encolhi toda na cadeira, mas há cenas divertidas, o Robert de Niro, um mafioso encartado, dá-lhe para ser escritor e são momentos fantásticos os que mostram essa sua faceta, e há uns jovens malandrecos e com uma violência genética mas a quem olhamos com uma certa compreensão bem humorada. As peripécias da família a tentar enquadrar-se numa aldeia da Normandia são fantásticas.

Conclusão: saímos de lá muito bem dispostos, uma bela tarde de cinema. Que o filme esteja classificado para 12 anos e imensos miúdos a assistir é coisa que não consigo entender mas, enfim, esse é assunto que desde há muito me transcende.

Depois fomos comer uma queijada da Madeira e uma tartelette de maçã (e que, desabituados de lanchar e muito mais de comer doces, não conseguimos comer na íntegra pelo que trouxemos o resto para casa e nos serviu de sobremesa ao jantar). Belos bolinhos aqueles.


Mostro-vos o trailer legendado do filme mas as legendas aqui do youtube são do mais manhoso que existe. Se calhar mais valia colocar a versão não legendada não vá vocês ficarem mal impressionados mas, como tenho receio que alguns leitores não acompanhem bem o inglês falado, arrisco. No entanto, no cinema, a tradução é decente, podem crer.




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Até já!

domingo, janeiro 20, 2013

Guia para um final feliz


Um homem lindo, lindo. Um desempenho contido, um corpo que dá gosto ver.


Bradley Cooper, nomeado para Melhor Actor, Oscares 2013
O bipolar em lenta recuperação



Uma mulher muito bonita, invulgar, as emoções à flor da pele, uma fantástica energia.



Jennifer Lawrence, nomeada para melhor Actril, Oscares 2013
A viúva problemática que gosta do seu próprio lado de 'porcalhona, badalhoca'



Um homem extraordinário, extraordinário. Sempre, sempre extraordinário.


Robert de Niro, nomeado para Melhor Actor  Secundário, Oscares 2013
O pai de Pat (Bradley), cheio de pequenas manias, um típico americano



Uma mulher discreta, contida, um suporte naquela família.


Jacki Weaver, a mãe de Pat, Nomeada para Melhor Actriz Secundária, Oscares 2013


Estes e outros ingredientes, com vários outros argumentos à mistura, só podiam mesmo ser o Guia para um Final Feliz.

Não se espere, ao ir ver este filme, grandes teorias, métodos inovadores, grandes pensamentos. Não. Mas pode esperar-se um bocado muito bem passado.



*

E a ver se ainda aqui volto hoje.

segunda-feira, janeiro 10, 2011

Travis, o Taxi Driver - Renato Seabra, o modelo da Face Models

Qual o efeito do desenraizamento? Nos pinheiros, a morte é muito provável. Nos animais, é sabido o efeito que a perda do habitat nativo provoca: mudam de hábitos, mudam de comportamento, ficam estranhos, podem ficar perigosos.

Nas pessoas também corre mal com alguma frequência.

A pessoa pode fazer um esforço enorme de adaptação, pode esforçar-se ao máximo por aprender os hábitos do novo meio, os tiques, a maneira de falar, de andar, pode esforçar-se por esquecer o seu antigo ambiente, os seus antigos amigos, a sua família, o seu anterior suporte emocional.

Pode esforçar-se por adaptar-se a um ritmo de vida diferente, a novos horários, pode habituar-se a deitar-se tarde quando antes se deitava cedo, pode habituar-se a quase não dormir, quando antes o sono era sagrado.

Mas se há adaptações mais fundas, que envolvam a sua própria natureza, as coisas tornam-se mais difíceis. Pode docilmente esforçar-se por não demonstrar o desconforto, pode docilmente mostrar-se que se está a ficar cada vez mais integrado mas, no fundo, uma raiva vai nascendo, uma raiva que se vai abafando. E, ao mesmo tempo que, por fora, a pessoa parece cada vez mais normal no novo meio, perigosas conjecturas vão fermentando, às escondidas, virulentas, perigosas.

E, um dia - frequentemente na sequência de noites de insónia, de agitação e grande nervosismo, de profunda desilusão, quando nada parece já merecer sequer o esforço de continuar o esforço - a mente não aguenta mais: impossível disfarçar, impossível continuar a parecer feliz, impossível esconder mais a raiva. E, como tudo o que é acondicionado sob pressão, há uma explosão irracional, descontrolada, sem medir consequências, um acto de loucura, um gesto desesperado que ninguém vai compreender.

Imperdível o grande filme de Scorcese, onde Jodie Foster, menina ainda, faz o papel da menina-prostituta Iris e Robert de Niro é o desenraizado Travis Bickle, o taxista. Veja-se a evolução de Travis, veja-se o percurso silencioso, desconhecido de todos, que o leva a cometer a loucura final - afinal tão expectável para quem, como nós, acompanha a sua vida 24 horas por dia.

No meu post anterior relativo ao assassinato de Carlos Castro pelo desenraizado modelo Renato Seabra (longe da família em Cantanhede, dos colegas em Coimbra, dos desportistas do basquetebol e, de repente, inserido nos meios espumosos da sociedade pink, nos meios gay da moda, das passerelles, do jet leg, do assédio sexual), alguém comentou que uma raiva assim, descontrolada, absoluta pode acontecer nos casos de pedofilia. Acredito que sim. Quantas vezes, no silêncio da sua humilhação, as vítimas não imaginarão vingar-se? Quantas vezes, no silêncio da sua revolta escondida, a vontade de mutilarem sexualmente o agressor não lhes passará pela cabeça?

Ao contrário do que uma leitora escreveu, obviamente que não defendo os crimes, os homicídios, nem este nem nenhum. Obviamente que não. Ninguém os defende, a começar por quem os pratica. Um acto desesperado assim não tira a vida apenas a quem morre: tira também a vida a quem mata. Ninguém, em perfeito estado de sanidade mental, pode defender isso.

Claro que não posso também defender que alguém, não apenas agrida e mate uma pessoa como ainda a mutile sexualmente, certamente com gestos brutais, selvagens, de animal tresloucado. Não posso defender. Nem quem pratica esses brutais actos espera, certamente, que alguém o defenda. São actos limites, de quem não dorme, de quem deixou de pensar, de alguém que não suportou mais a vida que levava, de alguém para quem tudo deixou de fazer sentido.

Por isso, não defendo: é indefensável. Mas tento compreender a angústia, a aflição, o desespero, a humilhação, a raiva descontrolada de quem, por desnorte da vida, por infelicidade, se vê desenraizado, à mercê de um mundo que lhe é estranho, sentindo-se pouco mais que um animal acossado.

De facto, ao mesmo tempo que lamento o triste fim do jornalista Carlos Castro - apaixonado, convencido de que estava a iniciar a verdadeira relação amorosa da sua vida - ao perceber o engano, ao perceber a raiva incontida que a sua proximidade física tinha despertado, lamento também a vida arruinada que o jovem Renato tem pela sua frente.

Ninguém merece morrer como morreu Carlos Castro, à pancada, no meio de violência, de gritos, de insultos, em sangue, uma autêntica tragédia grega, um olho esvaziado, castrado, um pobre farrapo. Mas a mãe de Renato e toda a família devem estar também a sofrer muito por verem ruir o sonho de um menino de futuro promissor, por verem a vida infeliz que afinal terá pela frente. Afinal, não mais lhe será dado voar como o fez naquela sessão fotográfica em que sorria como os meninos cheios de esperança fazem. Impossível não ter pena de um jovem de 21 que anos acabou de desperdiçar a sua vida de uma forma tão infeliz, tão traumática, tão imperdoável. A sua penitência começa agora e será dura. Acusado de homicídio nos EUA, longe da família, o que o espera é tudo o que uma mãe deseja fervorosamente que nunca aconteça a um filho.