Nisto do COVID-19 dá para ver a diferença entre homens e mulheres. Os homens gostam de se mostrar superiores a tretas, paranóias não é com eles, medo não têm de nada. Se alguma mulher diz que tem que se acabar com os apertos de mão ou com os beijinhos, eles riem, fazem chalaça, trocadilho ou graçola, como se ter cuidado fosse coisa de mulher, fosse mariquice, caguinchice, e, para anular o cuidado, há quem, jocosamente, pergunte se beijo na boca também faz mal. As mulheres, pelo contrário, preocupam-se com todos, querem prevenir, alertam, explicam, sujeitam-se às chacotas palermas deles.
Claro que há mais diferenças, mil diferenças. Por exemplo, nisto dos refugiados até dói. O que aqueles estúpidos homens, todos homens, fazem é de vómito. A humilhação, a indignidade, a falta de respeito com que aqueles milhares de pessoas são tratadas é de partir a alma. Homens sem cabeça, sem alma, sem coração, homens que se esquecem que são efémeros, homens que destroem a vida de milhares de pessoas. Homens.
São também maioritariamente homens os que dão gás à especulação financeira, são homens que, recebendo multimilionários bónus, levam os bancos à falência, são homens os reguladores que nunca detectam qualquer irregularidade, são homens que alimentam a indústria de armamento, são homens que inalam petróleo e se marimbam para o planeta, são homens que abrem e fecham fronteiras como se fosse despique de extremas entre vizinhos, são homens que fazem tiro ao alvo, sendo os alvos os refugiados. Não vejo mulheres aos comandos nessas situações. Não digo que as não haja, digo apenas que não as vejo.
São também maioritariamente homens os que dão gás à especulação financeira, são homens que, recebendo multimilionários bónus, levam os bancos à falência, são homens os reguladores que nunca detectam qualquer irregularidade, são homens que alimentam a indústria de armamento, são homens que inalam petróleo e se marimbam para o planeta, são homens que abrem e fecham fronteiras como se fosse despique de extremas entre vizinhos, são homens que fazem tiro ao alvo, sendo os alvos os refugiados. Não vejo mulheres aos comandos nessas situações. Não digo que as não haja, digo apenas que não as vejo.
Haverá excepções. Há homens que não são parvalhões, há homens que não são estúpidos, há homens que não são marialvas de meia tigela. Há homens que merecem o mundo. Que merecem o céu. Que merecem todo o amor do mundo.
Há pouco, a falar com a minha filha sobre isto e queixando-se ela do mesmo, dos valentões de plástico, dizia ela: 'Mas, se ficam doentes, é vê-los na mariquice'. E é. Conheço um que gosta muito de se armar em macho man. Quem o veja parece ele que não tem medo de nada e que é superior, mas superior lá muito em cima, a qualquer um (ou uma) que se mostre humano mostrando por vezes algum medo. Pois bem, se tem uma indisposição de caca fica para morrer, parece que está em risco de vida, liga para todos os médicos que conhece, faz mil exames, durante dias não fala de outra coisa.
Muitos dos erros deste mundo devem-se a disparates masculinos: têm medo de dar parte de fracos, fazem de tudo para não arriscarem uma nega, não arriscam um gesto mais temerário com medo de que corra mal e, sobretudo, têm medo de ser confrontados ou gozados, medo que a sua imagem saia beliscada. Uns cobardolas sob a fina capa de campeões.
As mulheres são mais ousadas, arriscam mais, marimbam-se mais para a censura alheia, genuinamente preocupam-se mais com os outros.
Digo sempre que não sou feminista mas acho que o digo sobretudo porque detesto rótulos e não consigo encaixar-me em agremiações, sejam de que tipo forem. Mas, rótulos ou agrupamentos à parte, a verdade é que acredito no valor e no poder das mulheres e acredito que muitos dos males do mundo se devem ao excesso de homens em lugares de poder.
É certo que as coisas começam a ganhar outro rumo: há mais mulheres em lugar de comando e mais mulheres a rebelarem-se contras as desigualdades.
[Mas, tenho que dizer, também não suporto ver as mulheres a armarem-se em vítimas puritanas, a acusarem de tudo e mais alguma coisa homens junto dos quais antes se derretiam, a tomarem por assédio qualquer graçola masculina ou a fazerem-se de coitadinhas por qualquer insignificante porcariazeca. Mas adiante].
E isto dito passo ao vídeo abaixo, um trailer de um documentário que é pena que não chegue cá pois deve ser muito bom.
Woman
Woman répond à l’envie de regarder le monde avec les yeux d’une femme. Ce film nous amène aux quatre coins du monde à la rencontre des premières concernées : toutes ces femmes aux parcours de vie différents, façonnées par leur culture, leur foi ou encore leur histoire familiale.C’est aussi le reflet du monde actuel. Un reflet parfois sombre face à toutes les injustices subies par les femmes. Mais avant tout, ce film est un message d’amour et d’espoir envoyé à toutes les femmes du monde. Une tentative de comprendre leur vie, de mesurer le chemin parcouru mais aussi tout ce qui reste à faire. Comment y parvenir ?
Ensemble, elles font émerger une autre vision du monde, indispensable pour construire l’avenir de notre #planète. Après « Human » en 2015, Anastasia Mikova et Yann Arthus-Bertrand proposent « Woman » en abordant plusieurs thèmes forts comme l’éducation, la pauvreté, la justice et le courage. Parce que faire entendre la voix des femmes est une priorité, la Fondation ENGIE a décidé de soutenir Woman et plusieurs associations mises en avant dans le film : http://bit.ly/Woman-FondationENGIE
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As esculturas são de Camille Claudel e enlaçam-se ao som da música de Clara Schumann
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