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sexta-feira, janeiro 06, 2017

O Campos e Cunha é como a Glenn Close naquele filme da 'Atracção Fatal': um perigo.
O homem deve ser daqueles paranóicos compulsivos que não descansam enquanto não destroem quem não lhes deu a importância que eles queriam.
E, quando toda a gente julga que o assunto está encerrado, aí está ele de volta, qual ressuscitado, para atemorizar os pobres coitados a quem eles tudo fazem para enfernizar a vida.



Declaração de interesses: 

Este homem, o Luís Camos e Cunha, é daqueles em que nunca confiei. Nunca. Olho para ele e acho que é daqueles mansarrões que não largam as tábuas mas que são traiçoeiros, manhosos, perigosos. Portanto, até pode ser que o que vou dizer a seguir esteja influenciado pela impressão que tenho dele.

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O que a criatura tem dito e feito contra o Sócrates e contra o governo do Sócrates ou, por tabela, contra o PS e contra tudo o que vagamente tenha a ver com o PS é coisa do além.

Volta e meia esqueço-me dele, parece que saíu de circulação. Não. Mal há qualquer perturbação, aí está o ressuscitado para vir contar uma qualquer treta do tempo em que era ministro ou do Sócrates ou de outra irrelevância qualquer. Parece que a vontade de se vingar por ter saído pela porta baixa do Governo de Sócrates e ninguém ter sentido a sua falta não se dá por saciada. 

Se bem percebi, agora relata porcariazecas sem qualquer interesse à data de hoje e que se terão passado há mais de dez anos. Leio aquilo e fico estupefacta. Só pode ser doença. Normal não é.

Leio no DN (mas já vi que também aparece no Expresso e, às tantas, em mais sítios, capaz de as televisões já terem também pegado no caso): Campos e Cunha admite "pressão" de Sócrates para demitir administração


O homem tem pancada.

Fez-me lembrar um filme terrível com a Glenn Close. Quando se pensava que a maluca tinha saído de cena, eis que lá estava ela de volta, de faca na mão, traiçoeira, destrambelhada, perigosa.

Não há paciência, para este Campos e Cunha, senhores.

E a criatura aparece com aquelas coisas que não interessam nem ao menino jesus e aí está a comunicação social a dar-lhe palco.

Aliás, a comunicação social em Portugal só pode ser autofágica. Não percebem que se auto-destroem quando dão palco a toda a espécie de anormalidades? Os jornalistas, perante um caso destes, não fariam melhor serviço a si próprios e uma caridade ao homem se o mandassem tratar-se?


Michael Douglas é Dan Gallagher, um advogado que se mete em trabalhos ao envolver-se com Alex Forrest, interpretada por Glenn Close.



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Desejo-vos, meus Caros Leitores, uma bela sexta-feira.

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segunda-feira, agosto 04, 2014

O BES está morto. Viva o NOVO BANCO.





Tal como era esperado, nasce esta segunda feira um novo banco, e nasce limpo de lixo tóxico: o NOVO BANCO.  Para ele transita apenas o que é actividade corrente normal - nomeadamente os depósitos e os empréstimos 'bons' - depois de expurgadas as situações que causaram o prejuízo de que no dia 30 se teve conhecimento.


Para viver, o NOVO BANCO vai receber uma injecção de capital de 4.900 milhões de euros, proveniente do Fundo de Resolução (que é dinheiro dos bancos) o qual, não tendo ainda dinheiro para mandar cantar um cego (não consegui apurar se tinha 180 ou 380 milhões de euros - trocos de qualquer maneira), vai recorrer a um empréstimo a partir do Fundo de Recapitalização que a Troika tinha colocado à disposição da reestruturação da banca (dinheiro público, portanto).


A ser assim, não haverá de facto dinheiro dos contribuintes já que se trata de um empréstimo ao accionista do NOVO BANCO, o dito Fundo de Resolução. 

Mas atenção... isto é verdade se o NOVO BANCO pagar o empréstimo, nomeadamente, se for vendido e com essa verba saldar as contas.
Se isso não acontecer, então, azarinho, será o costume.
Contudo, creio que um banco bem gerido e sem lixarada tóxica é um banco viável, gerador de mais valias, capaz de honrar compromissos e mais apetecível, vendável a curto/médio prazo

No entanto, não é a partir de meia dúzia de palavras que eu consigo estabelecer grandes raciocínios. Só vendo o esquema de montagem bem explicado é que conseguirei perceber de que é que se está, efectivamente, a falar.


O que também percebi é que o Banco de Portugal - que andava há meses, mais concretamente desde Setembro de 2013, a desconfiar que havia gestão fraudulenta e que andou a passo de caracol e foi crédulo para além da conta, tendo autorizado inclusivamente um aumento de capital (num banco cuja gestão merecia desconfianças sérias) - apenas agiu porque o BCE cortou, no final da semana passada, a liquidez ao BES. Isto foi novidade para mim. Ora, se há coisa sem um banco não consegue aguentar-se de portas abertas, ela é a liquidez, dinheiro, pilim. Foi, então, isso que precipitou a resolução que já deveria ter acontecido há algumas semanas...!


Adiante.

Com esta medida, retirando o que é bom para o NOVO BANCO, o BES, agora transformado em banco mau, fica ainda mais falido do que já estava, apenas com lixo. Os accionistas ficam a arder.

Ora, após a concretização do aumento de capital, os accionistas de referência que passaram a deter as seguintes participações directas no capital social do Banco Espírito Santo são: Espírito Santo Financial Group (25,1%), Crédito Agricole (14,6%), Bradesco (3,9%) e Portugal Telecom (2,1%). 

Ou seja, se a gente pode não ter pena da família Espírito Santo, já nos deveremos preocupar com os demais accionistas pois vão encaixar prejuízos sem terem tido responsabilidades de maior e, pior que isso, vai ficar claro que o sistema financeiro português é de risco e que a regulação não funciona - e isso não é bom para quem precisa de se financiar nos ditos 'mercados'. E há uma outra empresa portuguesa a levar mais uma machadada, a PT. Quem tem acções da PT vai de mal a pior.

Mas os accionistas de referência andam pelos cerca de 50% do capital. Ou seja, há outros 50% que o não são. Os restantes serão fundos, empresas e pequenos accionistas - e que, pensando antes que tinham ali um activo seguro, agora se vêem sem nada. É isto o mercado de capitais: um casino com cartas viciadas.

De resto, do que ouvi a Carlos Costa, vejo que está a tentar limpar-se. Que o Ricardo Salgado e a anterior gestão desobedeceram, praticaram actos que se prefiguram danosos e que, dado o tipo de actos e a engrenagem em causa, era difícil dar com ela - lastimou-se ele e lastimou-se ao longo de parte significativa da sua intervenção.


Pois bem. A Família Espírito Santo, a gestão do Grupo Espírito Santo e, em particular Ricardo Salgado, o ex-Dono Disto Tudo, mostraram que, onde se pensava estar-se em presença da fina flor da elite financeira europeia, estava-se afinal perante perfeitos exemplares da fina flor do entulho. Arrogantes, habituados a esquemas, a pôr e dispor, a tudo saber contornar na maior impunidade, destruiram o que se pensava ser uma imensa fortuna mas que, afinal, não eram senão dívidas. Mas, pior que isso, deram cabo de muitas empresas, deram cabo de grandes fortunas que neles confiaram, deram cabo de muitas pequenas economias. E usaram instrumentos sofisticados, aproveitaram cada pequeno interstício que a regulação permitia e desobedeceram a todas as indicações que receberam. Concordo.

(Nota: Miguel Sousa Tavares, no Expresso deste sábado, falou do GES e do BES e referiu que a família pensou que estava ainda num ambiente fechado e protegido como conheciam antes do 25 de Abril, não percebendo que não conseguiam nem sabiam gerir um grupo com a dimensão que alcançou e não perceberam que uma coisa é gerir fortunas e outra, muito diferente, é gerir dívidas. Depois de eu ter referido a semana passada que, provavelmente dadas as relações familiares, Miguel Sousa Tavares estava a evitar um assunto tão crítico, aqui fica a referência ao que ele escreveu esta semana)


Mas se ninguém pode esquecer os actos fraudulentos de Ricardo Salgado e dos que estiveram com ele à frente da gestão das empresas (nem esquecer, nem admitir a impunidade - caso se venham a confirmar os actos de que são suspeitos), convém não esquecer que, para garantir a estabilidade financeira do sistema bancário, existe a regulação e a supervisão - e que estas, de facto, deixaram muuuuiiiiiito a desejar. Se a CMVM e o BdP desconfiaram, avisaram, andaram a vigiar, etc, deveriam ter agido atempadamente para evitar a hecatombe e o prejuízo brutal a que se assistiu nas últimas semanas em que milhares de milhões de euros se esvaíram - atempadamente e coordenadamente, não ao retardador e sem se organizarem entre si.

[A ver vamos se não vão aparecer queixas (e pedidos de indemnizações) relativas à permissão de aumento de capital ou venda de obrigações quando havia tão sérias desconfianças sobre o que se passava no BES]. 

Esperemos que agora, aqui chegados, saibam conduzir as operações como deve ser. Como disse há bocado, no post abaixo, não estou a perceber que empresa (do ponto de vista jurídico, administrativo, contabilístico, informático ) é que vai estar a operar esta segunda feira. Presumo que seja o BES tal e qual ele era. Quando dizem que é o NOVO BANCO não percebo de que é que estão a falar pois não houve tempo para criar em toda a sua extensão um novo banco.

Também, quando Carlos Costa diz que todos os trabalhadores do BES vão transitar para o Novo Banco, não sei se será bem assim. O BES velho vai ficar com tanta coisa para tratar, tantas carteiras de títulos, tantas operações por liquidar, tanta questão por resolver, que alguém tem que tratar disso. Para além disso, vão certamente chover queixas e litigâncias de toda a espécie e feitio. Claro que serão essencialmente juristas a tratar dos assuntos jurídicos, mas não só: vão precisar de elementos de suporte e de uma estrutura preparada para os fornecer. Só se são pessoas do Novo Banco (ex-BES) cedidos ao BES, agora BES-mau.

Mas, enfim, é uma dor de cabeça com que as equipas jurídicas, financeiras, informáticas, administrativas, de recursos humanos, e organizativas vão ter que lidar nos próximos tempos. Tomara que se consigam organizar para que isto, assim feito do pé para a mão, não venha a transformar-se numa enchavelhadela de todo o tamanho.

Finalmente: os depositantes  que tinham contas no BES superiores a 100.000 euros podem estar tranquilos (os que têm contas inferiores a 100.000 estavam sempre garantidos). E o Novo Banco, limpinho de porcaria, tem condições para ser um bom banco. E isso é importantíssimo para o regular funcionamento da economia.


Contudo, nada de ilusões. Nada disto virá de borla: será certamente posto em marcha um plano de reestruturação exigente, pelo que muitos apoios, sponsoring, prémios, etc, e pior que isso, muitas agências e alguns trabalhadores podem vir a ser sacrificados. 

Uma palavra ainda para Passos Coelho: uma vez mais, demonstrou não estar à altura do lugar que ocupa. Devia ter aparecido publicamente ou ele ou Maria Luís. O sistema bancário sofreu um sério rombo e a solução que está a ser posta em prática, passa por uma intervenção pública - e era bom que alguém do Governo dessa a cara por ela. Mas, enfim, eles são o que são, e não vale a pena esperar que dali nasçam flores. Quem não sabe perceber os sinais, os indícios, as implicações do que se passa à sua volta, dá a toda a hora provas de que não sabe do que fala. Englobo nesta apreciação não apenas Passos Coelho mas também a ministra das Finanças e Cavaco Silva e todos quantos papaguearam a mesma cantilena (o BES não é o BPN, o BES não é o GES, o BES tem uma almofada, o BES está blindado, o BES não foi contagiado pelo GES) o que veio a revelar-se inconsistente e não verdadeiro. Ao irem na conversa crédula de Carlos Costa e ao não terem sido capazes de impor uma coordenação conjunta (BdP+CMVM+Governo) do problema grave que se estava a avolumar de um dia para o outro, não apenas permitiram um descalabro desta monta como acabaram a ter que engolir o que antes, com tanta segurança, apregoavam.



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O site do BES, na página de entrada, já nos mostra nova designação: NOVO BANCO. Na homepage podem ver-se um conjunto de Perguntas e Respostas (FAQs). Vá lá... parece que finalmente estão a trabalhar como deve ser, com a crise a ser gerida com algum profissionalismo, com a comunicação a actuar em tempo oportuno. Chamam-lhe Novo BES e não Novo Banco mas, enfim, são pormenores desculpáveis dado o curto prazo para tratarem de tudo isto. Amanhã já isso deve estar corrigido.


Transcrevo uma parte das FAQs:

O que muda para os clientes com a criação do Novo Banco?
Para os clientes não haverá qualquer impacto em termos de qualidade de serviço. O cliente encontrará ao seu dispor a rede de balcões que conhece, será atendido pelo mesmo gestor e utilizará da mesma forma o BESnet, bem como os restantes canais (BESdirecto, MultiBanco, etc). Os clientes manterão o mesmo número de conta bem como os meios de pagamento de que dispõem (cartões de débito, cartões de crédito, cheques, etc). Em suma, nada muda em termos de serviço. Mantém-se a mesma excelência ao serviço do cliente.

Que consequências tem esta medida de resolução para os clientes depositantes do BES?
A medida de resolução aplicada pelo Banco de Portugal garante a segurança dos depósitos que tinham sido constituídos junto do BES. Não foram afetados quaisquer direitos legais ou contratuais dos depositantes. Os depósitos são integralmente transferidos para o Novo Banco.
O saldo dos depósitos dos clientes permanece intacto e disponível para ser imediatamente movimentado, sem quaisquer restrições. 
Assim, e sem prejuízo de disposição legal ou contratual em sentido contrário, os depósitos dos clientes junto do Novo BES apresentarão exatamente as mesmas características que tinham perante o BES: designadamente, o mesmo saldo, prazo e condições de movimentação do depósito.  
Os depósitos transferidos continuam, igualmente, a beneficiar da garantia oferecida pelo Fundo de Garantia de Depósitos, nos termos e com os limites legalmente previstos. 
Os depósitos constituídos junto do Banco Espírito Santo de Investimento, S.A., do BEST – Banco Eletrónico de Serviço Total, S.A. e do Banco Espírito Santo dos Açores, S.A., estão também salvaguardados e não serão afetados, na medida em que a participação social detida pelo BES nessas instituições foi transferida para o Novo BES.

Qual é a implicação da criação do Novo Banco para clientes com investimento em Fundos da ESAF, PPRs ou seguros de capitalização?
O investimento em Fundos de Investimento, Seguros de Capitalização ou PPRs mantem-se como até aqui. Os clientes podem continuar a dar instruções de subscrição ou resgate da mesma forma que o faziam até ao momento.



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Vejo nas estatísticas do blogue que inúmeras pessoas têm escrito questões do género: De que vão agora viver as pessoas da Família Espírito Santo?



Não faço ideia mas vou tentar antever. É pública a utilização de contas em offshores. Do que tem vindo a lume neste escândalo todo - a começar pelo presente de 14 milhões oferecido pelo construtor José Guilherme a Ricardo Salgado e que foi depositado num offshore - é legítimo admitirmos que muitos outros donativos, oferendas, coisas que dão pelo nome de liberalidades e outros trocos do género tenham sido depositados noutras circunstâncias, noutras contas e não apenas nas pertencentes a Ricardo Salgado. Ilhas Caimão, Panamá e tudo o que se queira. E Brasil, Venezuela, sei lá. Como referi, não sei, é mera suposição. Depois, deve haver também o que está em nome não das empresas mas da mulher, do filho, da tia, do sobrinho, da prima, da cunhada. São décadas a precaverem-se para uma eventualidade, e é o apoio permanente da eminência parda do regime, o grande amigo e advogado Proença de Carvalho. 


Contudo, admito que muitas pessoas na família (são sempre famílias numerosas) estejam a passar por momentos de perplexidade e de grande inquietação. Geralmente são pessoas que, de facto, não estão habituadas a trabalhar e que, em situações em que o dinheiro não lhes cai em cima, tendem a ficar paralisadas. Sei de casos em que as pessoas quase acabam na miséria porque, pura e simplesmente, não sabem tratar da sua vida e, quando as circunstâncias se alteram, não sabem viver com menos do que o que tinham, não sabem trabalhar, ganhar dinheiro, não sabem sequer socorrer-se de mecanismos como a segurança social. Dessas pessoas tenho pena pois são pessoas que, por limitações de vária ordem, não percebem a tempo que a vida é curta e incerta para todos e não apenas para os pobrezinhos. E, quando se vêem nessas circunstâncias, não têm - porque nunca os adquiriram - mecanismos de defesa ou sobrevivência. Mas, enfim, acredito que, no caso vertente, não aconteça a muitos, já que devem estar quase todos garantidos.

E, de resto, tirando os que comprovadamente agiram fraudulentemente, os que desrespeitaram a regulamentação e a legislação, não é por as pessoas serem da família de gente pouco séria que devem pagar por isso. Aliás, não devem mesmo. 

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Para não acabar sem uma pitada de qualquer outra coisa, aqui fica o trailer de 
Wall Street 2: Money never Sleeps 



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Desejo-vos, meus Caros Leitores, uma boa semana a começar já por esta segunda-feira.

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segunda-feira, janeiro 06, 2014

"Criaturas que, não sei porquê, me dão pena: economistas, gestores, administradores, directores, banqueiros. Deve ser triste ganhar dinheiro assim. O que sonhará um economista, a que brincava um gestor em criança?", isto pergunta-se António Lobo Antunes. E eu pergunto-me: terá ele dúvidas idênticas quando essas funções são exercidas por mulheres?


Bem, no post abaixo já falei no acontecimento que, ao longo de todo o dia, tem mobilizado as televisões de uma forma compulsiva: a morte de Eusébio. Mas, não me sentindo especialmente habilitada a falar dele nem gostando de fazer coro em situações destas, sobretudo escrevo acerca do que, em minha opinião, é o mundo perverso do futebol.

Mas isso é a seguir. Aqui, agora, a conversa é outra. Vamos lá.

*
  • Criaturas que, não sei porquê, me dão pena: economistas, gestores, administradores, directores, banqueiros. Deve ser triste ganhar dinheiro assim. O que sonhará um economista, a que brincava um gestor em criança? Ou nasceram já crescidos?
  • O que sonhará um economista posso imaginar mais ou menos, agora o que sonha a mulher de um economista é que me preocupa.
  • Se eu fosse mulher de um economista sonhava com canalizadores ou mecânicos de automóvel, homens que usam as mãos e não lêem revistas de golfe nos domingos de chuva.
*

É certo que gestores, administradores, directores, banqueiros, etc, é gente que anda com a fama pelas ruas da amargura. Não há sindicato que os defenda, não costumam ter spin doctors para lhes dourar a imagem como aos políticos (bem, alguns têm: o Mexia-dos-Chineses está aí para o provar) e, geralmente, a vox populi associa-os ao que de pior tem acontecido à superfície da terra (ok, alguns têm a fama e tiveram também o proveito, lá isso é verdade). Mas esse não é o ponto. O ponto aqui é outro.


Porque é que se acha que esta gente é toda do sexo masculino? E se, em vez de falarmos de economistas, gestores, administradores, directores, banqueiros, falarmos antes de gestoras, administradoras, directoras, banqueiras?

Será que inspirariam o mesmo desdém? E causaria a mesma curiosidade saber com que sonhavam elas quando eram crianças? E identicamente querer-se-ia saber com que sonham os maridos de mulheres assim? Imaginar-se-ia que sonhariam com coelhinhas da Playboy?

Será? E se as gestoras, directoras, banqueiras, etc, forem elas próprias umas verdadeiras coelhinhas da playboy? É que podem ser. Ou não? Terão que ser umas matafronas, machonas, que, em dias de chuva, se põem a ler revistas de golfe?

Não sei, não.

Por algum motivo que não percebo, a literatura e o cinema interessam-se muito pouco pelas gestoras, directoras, administradoras. O imaginário corrente associa estas profissões a homens frios, egoístas, ambiciosos, desprovidos de qualquer outro interesse na vida que não o de fazer dinheiro, homens que não são casados ou, se o são, traem inescrupulosamente as mulheres.

Mas, sendo uma mulher, o figurino será o mesmo?

Estive a ver se me lembrava de filmes com uma mulher executiva e não tenho ideia que haja muitos. As mulheres de que me lembro são megeras ou carentes e quase sempre trabalham em áreas ligadas à moda ou à edição. Parece que os autores têm dificuldade em imaginar uma mulher em funções de gestão que seja equilibrada, confiante, bem disposta, bem sucedida nas diferentes vertentes da sua vida.

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Em Disclosure, Demi Moore é uma mulher inteligente, sedutora, solitária e ressabiada que resolve envolver Michael Douglas numa acusação de assédio sexual, quase o destruindo. Do que me lembro assim de repente, é a única que não trabalha na indústria da moda ou edição: aqui ela é vice-presidente de uma empresa de informática.


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Em O Diabo veste Prada, Meryl Streep é Miranda Priestly, poderosa editora da revista Runway, uma mulher temível, implacável, que tem uma vida privada cheia de frustrações e tristezas.


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Ou seja, na ficção há, a este propósito, um vasto mundo por desbravar. Pode ser que algum escritor me esteja a ler e se inspire. Gostaria. Desde que não se chamasse Valter Hugo Mãe, é claro.

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E, para os maridos das economistas, directoras, gestoras e etc - que, sendo elas inevitavelmente umas sensaboronas, feias todos os dias, cinzentonas... - têm forçosamente que ocupar as mentes com coelhinhas (que não sejam da família do passos coelhinho, claro!!!!), aqui deixo de novo a Kate Moss. É certo que não terá as curvas voluptuosas que alguns apreciarão mas, ainda assim, tem um certo charme. E charme, meus Caros, vale mais que muita outra coisa.




Kate Moss, 40 aninhos, aqui é fotografada pela dupla Mert Alas e Marcus Piggott com styling de Alex White para a edição dos 60 anos da Playboy.


As citações lá em cima em itálico fazem parte de um pequeno livro de capa cor de laranja, uma coisa engraçada parecida com uma agenda, que tem 365 citações de António Lobo Antunes, uma para dia de 2014. As citações são extraídas dos Livros de Crónicas.


A citação de hoje, dia 6 de Janeiro, é: (não consigo gostar de uma pessoa que não respeite e admire)

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E, a propósito de admiração e respeito, tenho uma pessoa de que justamente gosto muito, Adélia Prado, a falar sobre o Amor no meu outro blogue, o Ginjal e Lisboa. Convido-vos a irem até lá para a ouvir. É um prazer.

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E, por agora, é isto.
Desejo-vos, meus Caros Leitores, uma semana muito feliz a começar já por esta segunda feira.

sábado, agosto 31, 2013

De que gostam os homens nas mulheres? E as mulheres nos homens? Talvez se a Fanny do Big Brother desse umas explicações, mais alguns casamentos se conseguissem aguentar. Uma coisa é certa: junto da Fanny uns caem, outros tombam. Monica Bellucci e Vincent Cassel, Michael Douglas e Catherine Zeta-Jones, Clint Eastwood e Dina Ruiz, Luís Represas e Margarida Pinto Correia - o Verão trouxe o fim destas relações. Divórcios, traições, cansaços. E, face a isto, qual o meu modesto contributo? Bem, aqui está: "Top 10 Movie Seduction Scenes" (quem dá o que tem, a mais não é obrigado, certo...?)


Que me desculpem os meus Leitores mais intelectuais, ajuizados, quiçá até economistas, contabilistas e advogados, já para não dizer os filósofos, historiadores, médicos, professores, simples diletantes ou verdadeiros literatos, ou, ainda mais, as donas de casa, mães e avós de família, gente atilada e dada a preocupações inquestionavelmente preocupantes. Receio estar a decepcioná-los. 

Mas, meus Caros, este calor derreteu o meu neurónio (o único) que se ocupava da paciência. Logo, dou por mim sem qualquer paciência para coisas maçadoras. Cavaco Silva? Nem sei onde pára nem com que se ocupa (e não é de agora, é desde que foi eleito PR). Passos Coelho? Não presta, não gosto. A Merkel? Não tenho já pachorra para essa bardajona. Quem mais? Tozé Seguro? Ora, vou ali e já venho.

Por isso, não me ocorre nada mais senão ocupar-me de assuntos verdadeiramente importantes.

Vamos pois ao que interessa.


1. Afinal de que é que os homens gostam numa mulher?


É uns a cair, outros a tombar, diz a Fanny do Big Brother na capa da revista Gente. Não é coisa pouca, deitar por terra todos os que dela se aproximam. Não sei se é bom, se é mau mas, pelo sorriso, ela deve gostar. Parte do sucesso talvez se deva ao que se anuncia na TV Mais: Há uma nova Fanny, uma Fanny que perdeu 13 kg.





Começo, pois, a perceber que o segredo para um sucesso avassalador junto do sexo masculino está na perda de peso. Não sei se, para o conseguir, a Fanny, à semelhança da Teresa Guilherme, também se limitou a fechar a boca e a controlar umas mãozinhas desobedientes.

Tento saber mais mas o site apenas me mostra as fotografias da nova Fanny. Do que vejo, parece-me que só os seios serão responsáveis por metade do que ela pesa. Claro que, ignorante que sou, não faço ideia se aquilo é tudo dela ou se resulta de muito enchimento mas, enfim, é pormenor.

Tudo isto vos pode parecer conversa à toa: o que é que interessa se a Fanny os faz cair ou se os tomba? Pois eu respondo: Interessa e muito.

Tanta mulher por aí cheia de preocupações metafísicas, filosofias psicanalíticas, tácticas comportamentais, troca de confidências ou de conselhos, dicas sobre nails, carteiras, sapatos, e sei lá que mais, se o que interessa para começar e manter uma relação é a lealdade, se é a confiança, se é a maturidade, se é a inteligência e o escambau e, afinal, a coisa é bem mais simples: o truque é manter a boca fechada e controlar as mãos.

É claro que nem todos os homens concordarão. Haverá os que preferirão uma mulher que dê uso à boca e umas mãozinhas que não fujam às tentações – mas, enfim, isso é bem capaz de estar circunscrito àqueles homens pré-históricos, casos perdidos [daqueles que ainda não conseguiram perceber que para estarem fashion devem usar calcinha justa pelo tornozelo, de preferência aos quadrados, e camisinha cintada, bem justa, aberta até meio do peito (sem pelos à vista, claro!)], que gostam das mulheres como elas são.


2. O que é que está a dar nos casamentos maravilha, senhores…?


Em contrapartida, casamentos solid as a rock, estão a ruir a uma velocidade estonteante. Isto está a deixar-me preocupada. 

a) Primeiro confessou que a causa do seu cancro de garganta foi a prática de sexo oral; depois veio a saber-se que a mulher tão depressa está uma gata como, a seguir, está com a zorra. Mais: que a inesperada confissão em público do marido levanta tantas dúvidas que, para não ter que responder, ela, Zeta, 25 anos mais nova que ele, Michael, resolveu mandá-lo dar uma grande curva, quiçá lamber sabonetes. Percebe-se. 




Catherine Zeta Jones, que é bipolar, gosta de uma vida calma
Michael Douglas é um gabiru da cidade e das festas.
A confissãozinha foi a gota de água.


O casamento não resistiu.


Ou seja, sabemos agora que os 13 anos de casamento chegaram ao fim. Resolveram mesmo separar os trapinhos porque o stress entre eles já era uma coisa que não dava para aguentar. E, no entanto, olhando-os, custa a perceber que qualquer deles tenha preferido prescindir da companhia do outro.


b) Depois foi o Clint, velho bode, 83 anos, um charme que não acaba (quase tanto charme como um conservadorismo reaccionário que parece que não tem nada a ver com os filmes belos e sensíveis que faz) a quem se contabilizam - entre casamentos, ajuntamentos e affaires - cerca de 16 (dezasseis!) mulheres, sendo que aos 7 ou 8 filhos que tem, não sei ao certo, correspondem umas cinco daquelas mulheres. Um salta pocinhas, aquele maganão. Pois bem, depois de temporadas de depressão e crises de ansiedade, a mais recente mulher, de facto a segunda com quem se casou, Dina, 35 anos mais nova que ele, veio assumir que o marido tinha deixado de sentir paixão por ela... pelo que o casamento estava terminado. 




Clint Eastwood e Dina Ruiz, pareciam sempre tão felizes,
parecia que o velho pistoleiro se tinha aquietado.


Afinal, descurtiu, desapaixonou-se outra vez.



17 anos de casamento e uma filha. Vamos ver se um dia destes não nos aparece aí com nova namorada. O que havia nela que o fez perder a paixão? Ou o que se perdeu nela?


c) Mas não fica por aqui, ah pois não. Havia um casal que vivia no cimo de um vulcão. Guerras, arrebatamentos, um fogo difícil de controlar. Tinham-se conhecido em 1996 quando participaram no L'Appartement. Monica Bellucci e Vincent Cassel.


Foi fogo que ardeu mas que se via - a chama era visível, atraente. Não se largaram mais.





Mas, fogosos e temperamentais, a partir daí o amor foi ferida que doía e se sentia, contentamento descontente, dor que desatinava até doer.



Monica Bellucci e Vincent Cassel, um casal de sedutores, ímans que se atraíam

Mas o casamento não resistiu



Durou 14 anos o casamento cheio de altos e baixos, e tiveram 2 filhas. Há pouco tempo Monica disse que o casamento com Vincent estava bem mas que para o ano seguinte não sabia e que a infidelidade a atraía. Nada de mais, Monica é sensual, provocante, e as mulheres sensuais e provocantes gostam de dizer coisas assim.

De resto, Vincent também disse que ele e a Monica eram dois animais muito diferentes um do outro mas que tinham uma coisa em comum: estavam-se nas tintas para o que os outros pensavam deles.

Até que agora se soube que afinal o casamento chegou mesmo ao fim. Poderia ter sido apenas cansaço por tanto choque de frente.

Mas não. Sabe-se agora que Vincent soube que a bela Monica vivia, desde 2009, um romance secreto com um ricaço, o magnata do Azerbaijão, Telman Ismailov - e não achou muita graça.



Monica Bellucci e Telman Ismailov, um casal que me surpreendeu

(Como é que ela troca o Vincent por este Telman?!?!?
A Monica sucumbiu à beleza do dinheiro?
Não a estava a ver assim mas, enfim, que sei eu?)




Conheceram-se quando Monica foi a estrela convidada da inauguração do hotel de luxo Mardan Place, um dos investimentos de Ismailov na Turquia.

Face a isto, que venha, então, um novo poeta e redefina o amor.



d) Como se estas revelações lá por fora não fossem já suficientemente demolidoras e já não tivéssemos o mediático caso da Judite de Sousa e Fernando Seara, eis que agora a Lux nos informa que mais um casal se separou, desta vez o Luís e Margarida. 15 anos de casamento ao ar. Os dois, que mais pareciam gémeos, cabelo quase igual, talvez o dele mais farto que o dela, não sei se ele também já usava um brinco de sua nação em cada orelha, tão certinhos, tanta solidariedade institucional com tudo e também entre ambos - e agora isto. Ora, assim não vale.




Luís Represas e Margarida Pinto Correia,
mais um casal maravilha que bye-bye, foi bom mas agora já chega

...

Uma relação quando acaba deixa um sabor a fim de festa, a insucesso, a pouca sorte. Seria mais fácil se o amor fosse eterno mas, enfim, são coisas que acontecem, nada a fazer quando a coisa dá para o torto. E para a frente é que é caminho!


//\\


As coisas têm sempre dois lados. Por cada casamento que chega ao fim, há geralmente dois novos seres livres, ou seja, oportunidade para novos romances. Claro que pode acontecer que apenas um esteja solto na vida porque o outro já se tenha encantado por outro lado (como foi o caso da Bellucci, por exemplo). Não interessa: que fique apenas um disponível. Para quem anda desolado a pensar que não há ninguém livre, será mais um que entra em cena. No caso referido apenas um terá ficado livre, o Vincent. Mas, convenhamos, é um que faz favor... vale por muitos. Imagino a alegria da mulherada que lhe pode chegar perto, sabendo-o free as a bird.

Adiante.

Mas, atenção, para encetar um novo romance, é indispensável estar desperto e disponível para ele - muitas vezes já aqui tenho pregado esta minha inovadora e complexa teoria de cão de caça.


Como fonte de inspiração, aqui deixo o 'Top 10 Movie Seduction Scenes'

(Não coincide inteiramente com o que seria a minha escolha mas também não tenho que vos estar a impingir as minhas escolhas, não é....?)



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E tenham, meus Caros leitores, um belo fim de semana! 


segunda-feira, setembro 17, 2012

O Expresso revela tudo sobre o sexo dos portugueses (gostos, tendências, posições, variações, etc, ou seja a sua vida sexual vista pelo buraco da fechadura.). A relação entre Passos Coelho e Paulo Portas, num fim de semana em que a falta de química e outras intimidades foram reveladas. Temos crise na relação (digo: na coligação)? Divórcio iminente...?


Este fim de semana o Expresso começou a divulgar os resultados de um inquérito sobre o sexo em Portugal. Qual a posição preferida?, com que frequência?, antes era tanto ou mais do que agora?, e é bom ou nem por isso?, mas prefere que lhe façam a si ou prefere fazer aos outros?, e assim: já experimentou, e gostou? ou experimentou e nunca mais?, etc. - são alguns dos temas abordados. A vida sexual dos portugueses, do Algarve (uns assanhados) ao Porto (todos hetero), do Benfica ao Sporting (uns desinteressados), dos novos aos velhos - tudo espreitadinho pelo buraco da fechadura, isto é, tudo passado a pente fino.

Não vem agora aqui ao caso dizer que não percebo bem aquelas percentagens porque, sistematicamente, a soma das várias hipóteses não dá 100 mas, enfim, isto das variantes sexuais é matéria para a qual não devo ainda reunir toda a sabedoria necessária para interpretar o inquérito. 

Adiante, pois.




Pois foi, justamente logo a seguir a esta publicação, que um dos membros do casal Passos Coelho - Paulo Portas, notoriamente a travessar um momento difícil na sua relação, veio desfazer o tabu e revelar quem tem a posição dominante, quem é o passivo, quem faz ou a quem é feito, e se gostam ou não e, claro, como sempre acontece nestas coisas, ainda se deu ao trabalho de fingir que está tudo bem, que arrufos é o que mais não falta nestas relações, que continuam amigos como dantes. Amigos mas não fundidos. Disse ele.

Não me admirou nada daquilo. Nas relações instáveis em que a química não é das maiores, acontecem coisas como esta: os membros do casal, quando a fase do respeito mútuo também já se esvaíu, zangados e ressabiados, costumam por vezes fazer embaraçosas revelações íntimas em público.

Não percebi foi se o facto de Paulo Portas estar tão ranhoso tem alguma coisa a ver com o que se está a passar. Presumo que não. Fui rever o cardápio das posições e não encontro nenhuma que tenha esse efeito secundário. Aquilo ou era comoção ou alergia.

Enquanto ele falava, junto a mim só ouvia vozes que apelavam, 'Alguém que assoe aquele gajo...?!', mas não apareceu ninguém e, portanto, ali esteve ele, revelando intimidades enquanto fungava insistentemente.

Mas se fungava por comoção, estava comovido porquê? Com o facto de a relação estar assim, por um fio? Já na fase da lavagem da roupa suja em público? Se me perguntam se eu quis, não, eu não quis, se me perguntam se aceitei, sim, aceitei, e se me perguntam se eu tinha alternativa, não, eu acho que não tinha e se me perguntam qual a posição que eu acho que devemos adoptar agora a seguir, eu respondo que é a de abertura. Disse ele.

Ou fungaria por alergia? Mas se era alergia, era alergia a quem? Ao outro? Aos amigos do outro? Ao ar irrespirável que se vive lá por S. Bento? É que consta que aquilo por lá é muita gramínea, muita relva, muitos ácaros, muitos pavões, tudo bicheza que dá comichão no nariz.

Enfim. Seja como for, estes problemas de nariz já não são novos em Paulo Portas. O estranho é o gesto que ele faz com os dedos enquanto desentope o nariz. Mas ele lá saberá quem é que (parece que) está a mandar para um certo sítio, quando faz isto.




Adiante.

Há pouco ouvi a reacção irritada do PSD. A família (a Comissão Permanente e a Comissão Política) vai juntar-se para ver o que fazem a Paulo Portas depois das 'cenas' de hoje ao meio dia. Ouvi também Marcelo Rebelo de Sousa a fofocar com a Judite de Sousa que afinal foi o Portas quem entalou o Passos, que o Passos agora, depois duma destas, fica de saia justa, sem margem de manobra. Pois eu não sei, que isto é coisa que me é alheia, não gosto de saber das intimidades dos outros.

A única coisa que sei é que quando não há química (como disse um ex-amigo de Portas) é difícil que a coisa dê certo; também sei que quando se chega ao ponto a que este casal já chegou já não há volta a dar; e também sei que, quando as famílias se metem ao barulho, geralmente o caso entorna de vez.

Mas também, pergunto eu: para que serve manter um casamento se um dos membros do casal mostra, à descarada, que se está nas tintas para o outro e põe e dispõe a seu bel-prazer e, mais, age à bruta, dispensando os preliminares, ignorando a vontade e os gostos do parceiro e, tal como um qualquer vulgar fanfarrão, ainda se vem gabar que o outro participou na coisa e que, se está na relação, é para ser leal, isto é, para comer e calar?

E pergunto ainda: para que serve manter um casamento se é para estar sujeito a ter que estar envolvido em 'cenas' com as quais não concorda, a ter que comer e calar, engolindo o que não se quer?

Adiante que a língua portuguesa é traiçoeira.

Com todas estas cegadas, presumo que, a esta hora, os advisors de Passos Coelho o estejam a treinar para a melhor forma de reagir numa situação assim. Calma, Pedro, se ele já chegou a este ponto, então que saia ele, ficas a ganhar se for ele a abandonar a casa. E, olha, se ele já anda para aí a relatar o que se passa, quem é que quis isto e aquilo, que cedências é que tu fizeste, isso só revela aquilo que a gente já sabia, que aquilo não é menino em que a gente se possa fiar, aquilo é ele já a pensar no que vai ficar a ganhar, um interesseiro, e se quer sair, melhor, assim já não tens que estar a aturar aqueles chiliques, aqueles tabus, aquelas birrinhas, aquelas saídas para o estrangeiro. Não podes é ficar por baixo, Pedro, logo tu, um calmeirão, um machão. Mostra-lhe quem é que manda. Dá-lhe com força, Pedro.

Enquanto isto, o Paulo Portas, digo eu, deve estar a equacionar cenários, se ele agora me disser que ou me calo de vez ou me põe fora de casa, mostro-lhe com quem é que ele se meteu; se ele me disser que eu passei das marcas e que, se eu não quero, há mais quem queira, eu digo-lhe que quero mas que ele tem que passar a dar-me mais ouvidos (que eu para casa é que não quero ir); se ele me disser que então, está bem, vai ceder e vai fazer como eu quero, eu digo-lhe que, então, a partir daqui sou eu que escolho como é que vai ser. Ah, aquela cabecinha frenética deve estar numa agitação. A chatice é que a Teggy que, antes, era tão indefectível, agora, desde que se casou com aquele brutamontes desbocado, já não consegue ser tão amiga como era antes. E os outros estão todos zangados com ele. Ah, a solidão dos artistas quando o pano cai...

Mas, com estas pouca-vergonhas do casal, deve haver mais quem esteja numa ralação: o casal Aníbal e Maria, os padrinhos. Tanto que o Aníbal se esforçou por correr com o outro, com o Sócrates, para deixar o caminho livre para o Pedrinho, tanto que abençoou esta união. E, afinal, ao fim de ano picos, já andam nisto, só bocas em público, uma falta de decoro. Está bem que o afilhado se tem revelado um calinas, não tem aproveitamento, não sabe nada de nada, não tem maneiras, só faz coisas estapafúrdias, sempre a roubar as pessoas, até parece um delinquente, credo, Maria, já viste isto?, rouba os pobrezinhos, rouba os velhinhos, uma vergonha, e sempre rodeado de más companhias.

Cá para mim, a Maria deve estar a sossegá-lo enquanto lhe faz um chamego, Oh Nini (e vou mas é deixar de te chamar Nini, Aníbal, que isto do outro ter ido cantar a Nini depois de anunciar mais um desmando, me incomodou muito), aquela gente não merece que te rales dessa maneira, vê-te mas é livre deles e escolhe aí uns quantos que não te dêem tantas ralações. 




No próximo fim de semana o Expresso continuará a divulgar as preferências e os hábitos sexuais dos portugueses. 

Estamos cá para ver.

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Seja como for, eu não vos tinha dito que achava que era bem provável que, face aos artistas em questão, isto haveria de acabar por si? Que implodia sem que ninguém de fora tivesse que fazer o que quer que fosse? Que acabavam todos à estalada...?

Ora aqui vão mais dois casos, um em versão cantada, outro em versão filmada.  


A guerra das rosas - Camané

The war of the roses

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E nada de tristezas que isto é para rir, não para carpir. Pior do que estamos não vamos estar e qualquer coisa é melhor que isto agora.

Tenham, pois, meus Caros Leitores, uma bela semana a começar já por esta segunda feira!