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segunda-feira, setembro 21, 2020

Uma mulher poderosa encanta-me no dobrar de mais um dia em que tentei (mas não consegui) esfolar um rabo que está pendente e que não se compadece com as minhas beautiful flowers

 




Tenho cada vez mais para mim que se todos nós, colectivamente, fizermos um esforço para não perdermos tempo com tretas como as lágrimas do populista-achegado ou com outros pseudo-eventos ou com outras pseudo-pessoas-importantes mais depressa essa gentinha perderia protagonismo e melhor saúde mental todos teríamos. 

Cheguei aqui, agora, e todas as notícias internas me parecem treta. Pura treta. Não estou nem aí.

Mas, reconheço, também pode ser porque dias como o de hoje me deixam a deitar por fora.


Apesar de não ser nada de novo ou interessante, conto porque é que o meu dia me foi tão sobrecarregado: as idas à outra casa (eu para separar roupas para dar, outras para o lixo, outras para trazer, o meu marido com selecção de papeladas, projectos de arquitectura transactos, dossiers e dossiers de trabalhos em versões anteriores à definitiva, coisas assim) esgotam-me. Horas. Sacos e sacos e sacos. O meu marido também exausto. Tudo o que é trabalho pesado sobra para ele: carrega com sacalhões pesadíssimos, uns para os contentores da rua, outros para o carro. 

Mas, enfim, pelo menos já trouxe os meus casacos de malha, os meus blasers, as minhas calças. É que a prioridade tinham sido louças, coisas de cozinha, livros, bibelots, candeeiros, móveis essenciais. De roupa tinha trazido sobretudo a de verão, que era o que fazia falta. Mas o outono já aí está e eu já andava sem saber bem o que vestir. Mesmo aqui em casa, quando anoitece e esfria, eu olhava para o guarda-roupa sem saber bem a que deitar mão. E esta semana tenho compromissos presenciais que me exigem que as minhas toilettes anteriores saiam à cena. 

E depois há alguns fatos completos de que, embora já me estejam à justa, não quero desistir assim tão facilmente. Aquele elegantésimo e superlativo fato Armani que foi presente do meu marido, que conseguiu acertar com o meu tamanho e que, ousando à grande, sem que eu tivesse minimamente suspeitado de tal ousadia, conseguiu que me assentasse como uma luva -- esse tive que trazer, claro. Ou aqueloutro que comprei em Madrid depois de ter percorrido os costureiros da Serrano e de me ter posto nas mãos de uma bicha fantastique que adivinhava todos os meus gostos -- que conjunto mais lindo, aquele - quando fui a um casamento de sonho em Seteais, esse também teve que vir. Peças assim, intemporais. Não gosto de coisas tchanan...!, gaiteiras, espaventosas, datadas. Prefiro peças que não passam de moda. Ou seja, dessas, apesar de já me caberem à justa, não ia desfazer-me. E quem sabe, um dia destes, alguma das meninas da família não precisa de alguma destas fatiotas para uma ocasião especial?

No fim, quando já não aguentávamos mais -- cansados, desidratados, saturados -- e enquanto o meu marido andava abaixo e acima, ainda varri, passei com a esfregona, garanti que as casas de banho estavam impecáveis, que as luzes estavam apagadas. Fechei a porta e vim. Aquela casa, que era a minha casa de sonho até há pouco tempo, agora já pouco me diz. Quando viro as costas e fecho a porta, o que fica para trás é passado. Apesar de gostar de visitar as minhas memórias, a verdade é que parece que sou toda feita de futuro.

Como já era tarde, encomendámos uma pizza e, a caminho da casa nova, fomos buscá-la, a pizzaria já a fechar. 

Depois foi aquela frustração: o hall e o corredor da casa nova uma vez mais atafulhados de sacos, mais coisas para arrumar, eu já sem saber como distribuir as coisas. Na cozinha, algumas peças sem caberem onde faria mais sentido e, claro, a impaciência a ir ganhando terreno. Cansaço e fome à mistura é do pior que há.

Enquanto a pizza foi apanhar um aperto no forno, nós fomos tomar banho. E, com isto tudo, acabámos a almoçar às cinco da tarde. 

Não vejo a hora de esvaziar os armários todos, de trazer tudo e deixar a outra casa finalmente vazia para poder usufruir de tempos livres sem ter a necessidade de os anular, sempre a tratar de tudo o que há sempre para tratar. Até porque, quando for vendida, não pode lá ficar nada. O meu filho que, quando saíu de casa, não tece paciência para levar nada nem escolher o que era de guardar ou deitar fora, continua sem paciência para se atirar a isso. Dossiers da faculdade, livros, coisas de computador, sei lá o que para lá ainda há. Hoje, ao abrir gavetas do quarto da minha filha, dei com roupa interior dela. Não a deitou fora e eu não gosto de deitar fora coisas que não são minhas. Hoje aproveitei algumas peças. O resto, que estava ainda em bom estado, pus num saco também para dar. 

Na verdade a casa parece quase vazia mas, na verdade também, ainda com coisas que não acabam.

Bem.

Ah, e fiz o jantar em dose XL para dar para o almoço também de amanhã. 

E, finalmente, quando o sol estava de fugida, ainda fui para a espreguiçadeira ler mais um pouco. Uma bênção. Uma meia hora de descanso e bem-aventurança. 

Depois fiz telefonemas enquanto passeava para trás e para a frente no jardim, fotografando as flores que me trazem apaixonada. Tão lindas, tão perfeitas. Divindades silenciosas.

Mas tudo o que é bom não pode ser em grandes doses pelo que, de seguida, tive que entrar em casa para passar a ferro e sei lá mais o quê.

Portanto, como é óbvio, com este programa de festas, não quero cá saber de minudências e banalidades. E, assim sendo, para aqui tenho estado a ouvir música. Música poderosa, intérpretes poderosos. Em especial uma mulher poderosa. Poderosa em todos os sentidos. A destemida Yuja Wang mostra como se atira a tudo com uma energia que contagia. Mulheres poderosas e, ainda por elegantes e femininas, são uma graça. E um perigo.


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E nada mais a declarar. 

Quando voltei ao jardim já a noite vinha descendo. Lá em cima, entre o piar discreto das aves nocturnas, uma nesga de lua. Fotografei-a. Ainda não tinha reparado na lua desde que aqui vivo. Gostei. É uma boa companhia, boa como todas as companhias que são cheias de subtilezas.


Desejo-vos uma boa semana, com muitos momentos bons, com boas notícias. 
E que a saúde e a boa sorte vos acompanhem.

quarta-feira, janeiro 02, 2019

O meu primeiro dia de 2019
[Com a ementa do Almoço de Ano Novo]





Comecei o ano como gosto: a cozinhar para a família. E haveriam de chegar ruidosos, brincalhões, sorridentes. Os mais pequenos logo correndo uns atrás dos outros, o bebé com palavras novas, muito bem ditas: bacalhau, cereais, bochecha. Os outros perseguem-se, saltam, e, quando passam ao pé dele, soltam: 'Bacalhau', ao que ele responde prontamente: 'Bacalhau'. Hoje tivemos cá outro menino e, portanto, a minha menininha mais linda estava ainda em mais minoria. Trazia uma bonita maquilhagem (para crianças) que ainda valorizava mais os seus belíssimos olhos. Era ela e cinco rapazes. Vale-lhe a atenção da tia que vai desenhar com ela para a ensolarada secretária e a quem ela retribui penteando-lhe a farta cabeleira, fazendo tranças, ou seja, fazendo a tia sentir-se próximo do nirvana.


Ao almoço a mesa, apesar de bem comprida, é cada vez mais curta. Um dia destes teremos que equacionar fazer aquilo que já fazemos in heaven quando a lotação também quase se esgota: ter segunda mesa. Por enquanto, dado que o bebé ainda fica numa cadeirinha que é posta um pouco afastada  num canto de forma a não ocupar lugar à mesa e dado que ainda vão cabendo, ainda que já um bocado apertados, temos resistido a isto das duas mesas até porque ter toda a gente à volta da mesma mesa é parte da felicidade destes dias.

Depois de almoço, para além de jogarem à bola na sala (com uma bola muito levezinha...) e de andarem às lutas, o menino mais velho pegou na minha máquina e começou a filmar os outros a cantarem, a dançarem e a fazerem performances, cada uma mais maluca do que a outra. A seguir, para ver se sossegavam, fiz-lhes uma sabatina política e geográfica tendo ganho o mais novo (o mais novo a seguir ao bebé, claro, o que tem seis anos) evidenciando, uma vez mais, que é uma surpreendente esponja que absorve e assimila tudo o que ouve. É que até as palavras francesas diz com sotaque francês (como um Macron pronunciado como um parisiense de gema).


Quando saíram, levando a habitual marmita com o que sobrou, e depois da casa minimamente arrumada, resolvemos ir dar um passeio até ao lugar que, para mim, é um dos mais bonitos do mundo, talvez nem especialmente pelo lugar em si mas, sobretudo, pela assombrosa vista que dele se tem. Lisboa, magnífica, sob uma luz dourada, os navios deslizando num Tejo muito azul e muito tranquilo.

Quando regressámos já a noite começava a tombar e eu, mal me apanhei em casa, pus-me a ler o livro da Anabela Mota Ribeiro com entrevistas e fotografias de Saramago e Pilar e, apesar de ser bem interessante, adormeci.

Agora já estou no turno da noite. Já escolhi a roupa para amanhá, já pintei as unhas, já estive a ver as fotografias e os filmes, e, antes de me atirar ao tapete, aqui estou para vos dar conta destes meus pequenos nadas.


E, para os que são dados a culinárias, conto o que foi o Almoço de Ano Novo.

Para entradas: brás de farinheira, molhinhos, iscas às tirinhas.

Conto como fiz:
  • Brás de farinheira
Numa frigideira, coloco azeite com cebola cortada às rodelas muito finas. Frito em 'lume' não muito forte até a cebola estar bem macia. Junto o recheio de meia farinheira (usei da Beira Baixa) cortado aos bocadinhos. Mexi e fritei ao de leve. Juntei sete ovos grandes (uso matinados) e juntei um pacote pequeno de batata palha com pouca gordura e pouco sal. Envolvi tudo, ao de leve, até não se identificarem os ingredientes.
  • Molhinhos
Para quem não saiba, trata-se de rolinhos, presos por um cordel, de dobrada branca, muito fina, muito bem lavada. Compro-os já feitos em molhinhos. Apesar de já virem muito bem lavados, coloquei-os, ainda assim, de molho em água com abundante vinagre. Assim estiveram durante umas duas ou três horas. Depois coloquei-os numa panelinha para ficarem cobertos por água com um fio de azeite, sal, uma cebola, umas folhas de louro e um ramo de salsa. Coze durante muito tempo, talvez umas duas horas ou mais, a panela sempre tapada. Depois escorro, tempero com azeite e vinagre balsâmico.
  • Iscas
Não tem história mas pode haver quem não saiba. Compro cortadas fininhas. Frito numa frigideira com azeite, alho abundante e louro. Não devem ficar queimadas, nem secas, nem cruas. Para isso, o 'lume' não pode estar muito forte e devem ser viradas amiúde. Depois de prontas, cortam-se às ripinhas fininhas e servem-se assim. 

Para prato de substância: bochehas e queixadas de porco

Fiz em tachos separados e já explico porquê.
  • Bochechas
Num tacho coloco azeite no fundo, duas grandes cebolas cortadas aos bocados, uma cenoura grande às rodelas, salsa e coentros abundantes, as bochechas, dentes de alho, vários dentes de alhos, cubro com mais duas cebolas e rego com um pouco de vinho branco e mais um pouco de azeite. Depois de ferver, baixo o calor e fica a cozinhar em calor brando, o tacho tapado. Talvez também umas dias horas.
No fim, coloco as bochechas num tabuleito findo, com cuidado para não se desmancharem. Escorro a parte mais líquida do caldo que se formou no tacho e, com a varinha, desfaço a cebola, os alhos, a salsa, a cenoura até ficar um molho muito cremoso. Rego, então, as bochechas com esse molho espesso e saboroso.
  • Queixadas
As queixadas têm osso e fiz à parte para poder moer o molho das bochechas à vontade, sem receio que o caldo contivesse lascas.  
As queixadas foram feitas quase da mesma maneira mas juntei também alecrim e louro, porque, aqui não ia moer. Foram servidas assim mesmo. 
Para acompanhar tinha puré de maçã. Comprei feito, sem açúcares adicionados, puro purá de maçã cozida. 
  • Fiz ainda arroz de substância para acompanhar
Chamo-lhe de substância mas é assim: Num tacho coloco azeite e alhos com carne de vaca e porco picadas, não muita. Junto também um bocadinho, pouco de chouriço de carne cortado aos bocadinhos. Depois juntei cebola picada e salsa. Juntei ainda uma cenoura grande ralada. Juntei o dobro da quantidade de arroz em líquido (uma parte do caldo escorrido das bochechas e a parte restante em água). Ficou a cozinhar. Depois juntei o arroz. No final, quando tinha um pouco de caldo, juntei um ramo de hortelã e mexi para o sabor se misturar.

Houve alface para salada.

Depois uvas e tarte de framboesas e árvore de natal de limão (os bolos, como habitualmente da Padaria Portuguesa).

Acompanhámos com tinto alentejano, um monocasta, Sangiovese 2013. Sumo de laranja para crianças e para quem não é dado a vinhos.

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E fiz questáo de fotografar uma vez mais aquele navio que me enche de pena e espanto: o Rio Arauca continua fundeado a meio do Tejo há mais de um ano com um grupo de tripulantes que de lá não pode sair, apenas contando com a boa vontade de uma empresa que manda regularmente mantimentos para que, ao menos, sobrevivam,


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E permitam que termine este post com um vídeo que nada tem a ver com o que acabei de escrever. Mas tem a ver comigo, com o meu amor à natureza, com o meu respeito e veneração pela diversidade e beleza da natureza.

A história de Pamela Gale Malhotra e do marido Anil que há duas décadas cuidam de um bocado de terra, um espaço maravilhoso que parece mesmo o paraíso na terra


Sejam felizes em 2019.

domingo, dezembro 31, 2017

Nas despedidas de 2017, os meus votos de que acabe bem e que dê lugar a um ano melhor.
A todos os meus votos de boas saídas e melhores entradas.
Um bom 2018 a todos!




Já estou vestida a preceito para o reveillon. Se há momento no ano em que faço questão de me aperaltar é para receber o Ano Novo. Escolhi um vestidinho preto, sem mangas, decote redondo, justo e um pouco por cima do joelho, com uma barra de veludo ao alto. Pus um colar de pedras brancas e transparentes, várias pedras sobrepostas e entrelaçadas. Acho que dá brilho e um certo toque de glamour. Tenho meias pretas e sapatos de veludo pretos. Brincos discretos: um brilhantezinho, para atrair a luz.


Penso que o jantar vai ser bom. Jantar tardio à luz das velas, um bom vinho. Tem que ser. À meia-noite formularei os meus votos pessoais que, naturalmente, incluem todos os que me são queridos. A seguir, tentarei telefonar àqueles que estão a festejar noutras paragens. 


No dia 1, como habitualmente, voltarei a ter a casa cheia e hoje de tarde já adiantei alguns dos ingredientes para que, quando os comensais cheguem, tudo esteja pronto a comer. Sugeriram brunch e brunch será mas brunch bem aviado.


Este meu último dia do ano tem sido bastante bom e incluíu uma tarde passada in heaven. Ontem tinha andado rente ao mar. Portanto, despeço-me de 2017 com a memória bem fresca da maresia e dos perfumes do campo. Na medida do possível é isso que hoje partilho convosco. Não há sons nem cheiros nem o friozinho húmido nem o calorzinho quando raia o sol. Mas quem dá o que tem, a mais não é obrigad, cero...?


Finalmente temos alguma chuvinha e tudo está verde e viçoso, a terra macia e húmida, cheirando a fertilidade, os pássaros num concerto feito de alegria.

E estou em paz, a consciência limpa, tranquila. Mais um ano que vira a página para se ir acolher ao passado, mais um ano a começar e eu só espero que, para todos, seja um ano feliz, que chegue em paz e permaneça em harmonia.


E muita saúde e muita sorte a todos. E que a beleza e o amor vos envolvam.
Ia dizer 'afecto' mas arrepiei caminho não fosse parecer que estou a colar-me ao Marcelo-Pinga-Afecto. Não senhor. Gosto muito de afecto, abraços e beijinhos mas com conta, peso e medida. Não me agrada lá muito a incontinência afectuosa. Mas enfim, cada um é como é. E as melhoras a ele, ao nosso Presidente. E que o ano novo lhe traga algum comedimento que a gente já não aguenta tanta imoderação verbal e afectuosa.
Um abraço a todos! 




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Resta, acima de tudo, essa capacidade de ternura
Essa intimidade perfeita com o silêncio
(...)

Resta esse constante esforço para caminhar dentro do labirinto
Esse eterno levantar-se depois de cada queda
Essa busca de equilíbrio no fio da navalha
Essa terrível coragem diante do grande medo, e esse medo
Infantil de ter pequenas coragens.


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E que venha 2018 que cá estamos para o receber.

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sábado, outubro 04, 2014

Matisse e Picasso: duelos amigáveis


No post já a seguir a este divulgo poesia dita e imagens muito belas: momentos de encantamento. Cine Povero abre as portas a Pessoa e um menino de 15 anos e arte imensa junta-se à festa.

Mais abaixo ainda, volto à moda para o dia-a-dia e trago a opinião de alguns que sabem o que é bom.

Tudo a seguir. Aqui, agora, a conversa é outra.


by Matisse


Estou aqui cansada e com muito sono. Esta sexta-feira saí de casa de noite, centenas de quilómetros de auto-estrada para cima e para baixo, horas de reunião, canseiras. Quando cheguei, já não consegui energia para ir fazer a minha caminhada diária. Tomei um banho quase frio e atirei-me para o sofá.

Entretanto já jantei, já fiz os outros dois posts que referi, já me retemperei - mas apenas relativamente. E assim, estando um pouco melhor, vou para o terceiro post da noite.Mas tenho que ser breve. Amanhã o programa de festas começa cedo e vai até à noite pelo que tenho, forçosamente, que descansar.


by Matisse




by Picasso

Apetecia-me pedir a demissão da aluada Paula Teixeira da Cruz que parece que ainda não percebeu as consequências da sua leviana incompetência. 



Apetecia-me pedir a demissão de Nuno Crato, esse incompetente-mor, leviano e insensível, homenzinho frio cujo mamar doce enganou meio mundo. 


by Picasso


O que estes dois estão a fazer às pessoas que estão a sofrer na pele as consequências da sua imperdoável incompetência ultrapassa todas as marcas. Num governo de gente arrogante (como arrogantes são todos os estúpidos), de gente inculta e desalmada, estes dois destacam-se neste momento pois estão, a afrontar a dignidade de muita gente. Devem demitir-se.


Do que ouvi na televisão, tudo leva a crer que, na ONG (que aparentemente era o braço comercial da Tecnoforma), enquanto estava como deputado em exclusividade, o santinho de pau carunchoso Passos Coelho andou a receber em espécie. Ou seja, como tanto relapso que fugia e ainda foge ao fisco, Passos Coelho, pelo que se vai ouvindo, recebia contra factura. Como na Quadratura do Círculo diziam Pacheco Pereira e Lobo Xavier, tratar-se-ia de dinheiro fiscalmente amigável. Não me admira. Passos Coelho, Relvas, Marques Mendes não enganam ninguém.

Por isso, que autoridade tem Passos Coelho para demitir aqueles outros dois incompetentes, o Nuno e a Paula? 

Poderiam eles demitir-se por sua iniciativa - mas é gente que não parece saber o que é ter respeito por si próprio, quanto mais pelos outros.

Poderia também Cavaco chamar o Passos e dizer que já chega. Mas claro que não o fará. Cavaco não é rapaz para decidir perante factos. Reage apenas a posteriori, depois de muito mastigar em seco, certamente depois de muito arengar com a sua Maria, e reagirá através da escrita de um prefácio para mais um roteiro, quando já ninguém se lembrar de que é que está a falar. 

Por isso, cansada como estou, não vou gastar as minhas forças com isto. 


Quero antes falar de Matisse e de Picasso. 


Li na Vanity Fair e vou partilhar convosco. Depois vou juntar mais uns vídeos e umas imagens. Ficamos em melhor companhia com eles do que com os outros desgovernados, certo?


Picasso com Françoise Gilot e Claude



Picasso era uma visita frequente de Matisse. Segundo contou Françoise Gilot, o seu filho de três anos Claude era a única criança autorizada a subir para a cama de Matisse.

Nessa altura, Matisse estava no Hotel Excelsior Regina Palace, em Cimiez, localizado num monte por cima de Nice.




Quando o pai lhe perguntou porque é que ele gostava tanto de Matisse, Claude disse:


Porque ele é um pintor de verdade, ir vê-lo é como ir para dentro de um quadro dele. Enquanto contigo, Papa, tu roubas os meus brinquedos e fazes macacos com elesTu não és a sério!


[Picasso tinha, de facto, roubado e dado cabo de um carrinho do menino, usando o brinquedo para fazer a cabeça do babuíno da escultura que se pode ver na imagem abaixo]



by Picasso


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Não há nada mais difícil para um pintor verdadeiramente criativo do que pintar uma rosa, porque para o poder fazer ele tem antes que esquecer todas as rosas que alguma vez pintou, disse Henri Matisse.

Matisse, ao ao som de "Comptine d'été no. 2" de Yann Tiersen







Obras de Matisse (1869-1954), ao som de Arabesque No. 1 in E Major composto por Claude Debussy






Imagens de 1950 que nos mostram um Picasso de 69 anos pleno de energia. Música de Cat Stevens.





Duelos


Durante meio século, Henri Matisse e Pablo Picasso observaram-se, afrontaram-se, admiraram-se. A sua rivalidade abriu horizontes imprevistos à pintura moderna.






Henri e Pablo, eternos na sua modernidade.


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Relembro: desçam, por favor, até ao post já a seguir, não percam o último vídeo do Cine Povero, belo como sempre, nem a última revelação em termos de fotografia, uma revelação.

E já não consigo rever nada do que escrevi. Relevem mais do que certas gralhas, está bem?


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Desejo-vos, meus Caros Leitores, um bom fim de semana, a começar já pelo sábado.


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quinta-feira, outubro 02, 2014

Street Style - a moda a cada momento. Carteiras para todos os gostos.


Dantes comprava ou ofereciam-me carteiras de pele, caras, clássicas, convencionais. Tenho várias em tons de castanho, castanho amarelado, castanho avermelhado, outra em bordeaux acolchoada com asa em corrente dourada, várias em preto. Não havia outras.





Para tentar fugir a essa monotonia, arranjava por vezes, naquelas lojas mais étnicas, uns sacos bordados mas, claro, não podia usá-las em ambientes convencionais, para o trabalho, por exemplo. 

Lembro-me bem de uma que adorava, que tinha quando andava na faculdade, uma grande em veludo de várias cores. Tantas vezes tentei voltar a encontrar uma outra assim mas sem sucesso.

Depois, há uns anos abriu uma loja que tinha artigos importados de sítios longínquos e comprei uma grande em pele (ou casca?) de bananeira, acho que era bananeira mas agora estou em dúvida, tem um pêlo raso, e com contas e missangas coloridas bordadas. Toda a gente se espantava com ela de tão exótica que era. Já caíram algumas contas, já não está muito boa, raramente a uso agora.

Nunca fui de gastar fortunas em carteiras ou sacos. Milhares de euros? É que nem pensar. Mesmo centenas de euros? Fora de questão. No entanto, as carteiras de pele de antes, forradas, de bolsos, tenho ideia que eram, em contos, o equivalente a isso. Um disparate.

Quando ia a Madrid, ia sempre a uma loja que tinha carteiras giríssimas, já coloridas e relativamente em conta. De lá trouxe as minhas primeiras carteiras com alguma graça, uma relativa novidade por cá (carteiras ou malas, como se queira chamar, já que eu não alinho no ortodoxo e limitado léxico das betas).

Até que, para minha alegria, chegaram a Parfois e a Misako e chegaram as cores e os modelos variados e os preços muito acessíveis. Agora são sempre assim, coloridas, alegres, as carteiras que uso. Tenho-as em rosa choque, em encarnado, em azul claro, em azulão, em amarelo cor de mel com um girassol em relevo (esta trouxe de Amsterdão), em cinza e branco, em rosa e cinza, e mais não digo para não ficarem a pensar que tenho um fétiche qualquer.

Écharpes, pulseiras, colares, brincos, carteiras - tenho que confessar que me tentam de forma quase dramática. O que vale é que só  me deixo tentar por coisas baratas. Também tenho algumas que me são oferecidas, o que atenua algum sentimento de culpa .

Também, quando vejo (e gosto de ver) sites de moda, especialmente moda de rua, as carteiras chamam sempre a minha atenção. Tenho este lado, confesso: feminista mas feminina.


Escolhi algumas de que gosto para vos mostrar. E é que não é só a carteira: é o conjunto, o estilo. Aliás, as coisas valem, sobretudo, pelo estilo de quem as usa.


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Esta é o máximo, hate me, love me. Não se fica indiferente. E a cor presta-se a ser usada com tudo. O casaco e as meias também estão muito bem.



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Esta é uma graça. O rosa e o laranja combinam muito bem. E ligam bem com o cinza do casaco. As pulseiras são uma graça. Eu também uso muitas vezes um monte de pulseiras às cores, assim como este.



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Esta também é muito bonita e é das que dão muito jeito. Tenho algumas assim. Claro que lá dentro tudo se perde mas, enfim, quanto a isso não há nada a fazer. Enfiamos a mão e, às cegas, vamos rodando a mão até sentir o que pode ser que seja aquilo de que andamos à procura



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Bem, aqui gosto mesmo muito de tudo. O casaco de tricot é uma graça e tem umas cores que me agradam muito. Estou capaz de pedir à minha mãe que me faça um casaco assim. A conjugação com calças em tom camel é feliz e a pequena carteira é uma graça. Pouco lá cabe mas não faz mal, é linda e isso é que interessa. 



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Deixei para o fim a minha preferida. Sumptuosa. E que bem combina com o casaco - gosto muito de casacos azuis escuros; casacos, calças, blusas - e também com a écharpe. Uma elegância. Esta, contudo, deve ser daquelas cujo preço é de fugir. Mas é linda. Fica para ser vista de longe.




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Grande parte das imagens foi colhida nas ruas de Paris. A música é a Valse de Amélie de Yann Teiersen. 

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