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A voluptuosa e maliciosa Nigella, aqui quando as suas curvas eram menos generosas que hoje |
Transcrevo da Wikipedia com uns leves toques no texto que também abreviei:
Nigella Lucy Lawson, inglesa, com 53 anos, é chef de cozinha, apresentadora de televisão e jornalista. É filha de Nigel Lawson (Barão Lawson de Blaby), ex-chanceler do Tesouro, e Vanessa Salmon cuja família era a proprietária do império J. Lyons and Co. Depois de se formar na Universidade de Oxford, Nigella começou a trabalhar como revisora de livros e crítica de restaurantes e, mais tarde, como vice-editora literária do The Sunday Times em 1986.
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As formas generosas de Nigella deixam os homens a apreciar culinária (e quem é que disse que ser pele e osso é o que os homens preferem...?) |
Começou, então, uma carreira de jornalista freelancer escrevendo para vários jornais e revistas. Em 1998 editou seu primeiro livro de culinária, How to Eat (Como Comer) que vendeu cerca de 300.000 cópias e se tornou um bestseller. Escreveu seu segundo livro em 2000, How to be a Domestic Goddess (Como Ser Uma Deusa Doméstica) e ganhou o prémio "Autor do Ano" pelo British Book Award.
O seu programa de culinária na TV é transmitido pela SIC Mulher.
Nigella tem dois filhos de seu primeiro casamento com o jornalista John Diamond que morreu em 2001.
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O que é que Nigella vê no Saatchi é coisa que não se divisa facilmente mas há mulheres que têm gostos pouco óbvios |
Casou novamente com o coleccionador de arte Charles Saatchi em 2003.
Charles Saatchi é um iraquiano de 70 anos. Com o irmão fundou a agência de publicidade Saatchi & Saatchi que viria a ser, em 1980, a maior agência de publicidade do mundo. Em 1995 saíram dessa empresa e formaram a M&C Saatchi. Charles é um famoso coleccionador de arte e dono da galeria Saatchi Gallery. Patrocina ainda a Young British Artists (YBAs).
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Charles Saatchi tem um certo ar debochado mas é capaz de ser só impressão minha |
Nigella Lawson é a sua terceira mulher.
Transcrevo agora do Público:
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A forma veemente como o senhor Saatchi exprime os seus pontos de vista |
A Scotland Yard está a recolher informação sobre uma possível agressão em público do magnata da publicidade e coleccionador de arte Charles Saatchi à sua mulher, a estrela da cozinha televisiva Nigella Lawson.
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Ninguém fez nada mas até percebo: perante uma situação desagradável como esta, quem assiste fica sem saber como agir |
As imagens da alegada agressão foram reveladas este domingo pelo jornal dominical Sunday People e terão sido captadas por testemunhas que relatam que Saatchi terá agarrado Lawson pelo pescoço várias vezes numa esplanada de um restaurante em Mayfair, em Londres, tendo a mulher abandonado o local a chorar.
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Nigella em lágrimas |
Segundo a imprensa britânica, o caso terá acontecido há cerca de uma semana no dia do 70.º aniversário do milionário, num restaurante frequentado regularmente pelo casal - que se instala no exterior para que Saatchi possa fumar. Um porta-voz da Scotland Yard, citado pelo Guardian, explicou que a polícia britânica está “a par dos relatos” mas que não abriu qualquer investigação oficial. “Estamos a recolher informação para estabelecer os factos – mas isso não constitui uma investigação. Não foi feita qualquer alegação e não falámos com nenhum dos envolvidos.”
Moral da história?
Ah, meus amigos, não serei a melhor pessoa para ditar a moral nem desta nem de qualquer outra história. Apenas sinto pena. Uma mulher ser destratada é sempre horrível (uma mulher ou um homem, claro). Uma mulher ser destratada em público, ainda é pior. Sendo uma figura pública, imagino que seja mil vezes pior. Ver as provas da humilhação nas capas dos jornais deve ser insuportável.
Quando as coisas chegam a um ponto destes não sei se há alguma coisa que justifique que ainda se mantenha uma relação. Há pontos de não retorno e é uma pena que se chegue a eles assim, à vista de todos.
Não sei bem porque escrevi isto. Vinha aqui com o propósito de escrever sobre a forma corajosa como grande parte dos professores se manteve unida durante um dia de greve muito polemizada na comunicação social e sobre a pífia reacção de um ministro desacreditado, o falso Nuno Crato, o do perigoso sorrisinho de serpente. No entanto, vá lá saber-se porquê, comecei a escrever sobre isto e por aqui fiquei. É um assunto que me incomoda e sinto pena por ela mas sei bem que, como ela e muito pior do que ela, há milhares de outras mulheres que sofrem agressões ou maus tratos. Por algum motivo o aceitam. E a vida é tão curta para a desperdiçarem com gente violenta.
O primeiro choro
é natural
depois passa,
como a rua
que se desce
além
do estritamente necessário.
Diz quem assistiu que, enquanto o marido lhe apertava o pescoço, e fê-lo mais que uma vez, ela mostrava estar assustada, olhar de medo, como que petrificada.
No entanto, viram-na agarrar a mão dele como que querendo acalmá-lo, a voz trémula. Ele estava furioso, ouvia-se a sua voz enquanto a ameaçava apertando-lhe o pescoço.
No entanto, depois disto, Nigella, levantou-se e beijou-o no rosto. Ele saíu e deixou-a sozinha, exposta. Depois saíu ela, a chorar, e entrou no carro.
Um fotógrafo registou tudo. Poderia, em vez disso, ter feito alguma coisa? Não sei. O que é que se faz numa situação destas? As pessoas ficam sem reacção, apalermadas, sem saber se devem ou não intervir.
Um fotógrafo registou tudo. Poderia, em vez disso, ter feito alguma coisa? Não sei. O que é que se faz numa situação destas? As pessoas ficam sem reacção, apalermadas, sem saber se devem ou não intervir.
E porque beijou ela o marido depois dele lhe ter feito aquilo? É isto amor? Quererá voltar a tempos em que foram felizes? Não sei, tenho dificuldade em perceber coisas assim e, de resto, nada sei da vida deles.
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Nigella e Charles há anos atrás. Talvez nesse altura fossem mesmo felizes |
Mas sei que, por vezes, é preciso aceitar que há salas felizes a que não voltamos mais.
Em horas
de derrame e bílis
e cadeiras vazias,
afligem-me,
agudos,
os dias sujos de temores.
Como o sabemos bem -
há salas felizes a que não voltamos mais.
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Os poemas são de João Vasco Coelho e chamam-se respectivamente 'Trinta e um' e 'A organização do espaço legível'. Ambos fazem parte do seu livro 'Na Ordem do Dia' das Edições Artefacto, um livrinho muito recente com uma tiragem de apenas 150 exemplares. Uma raridade. Uma preciosidade, digo-vos eu.
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Convido-vos ainda a visitarem-me no meu outro blogue, o Ginjal e Lisboa. Por lá as minhas palavras tentam andar livres de sombras. Lá, tal como aqui, fui pela mão do jovem e talentoso João Vasco Coelho. A seguir há um momento muito especial e gostava muito que o partilhassem comigo: uma música composta e interpretada por José Valente em memória de Bernardo Sassetti. Chama-se, muito justamente, 'Embalo para Bernardo'.
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Tenham, meus Caros Leitores, uma terça feira muito feliz.
E que a violência e o medo e a vergonha estejam bem longe da vossa vida.