Nos posts lá mais para baixo falei da Serra da Freita e dos prodígios que alberga e antes já tinha mostrado vistas deslumbrantes e animais em plena liberdade e, depois, falei de igrejas, santos e irmãzinhas em Arouca. Mas ainda não mostrei a vila em si. Não quero ser maçadora mas, às tantas, com tanta fotografia e tanta conversa, estou mesmo a ser.
E, aliás, estou com vontade de ir já ver as fotografias da minha expedição aos Passadiços do Paiva para escolher algumas para aqui. Mas parece que cometo uma injustiça se omitir referência à elegância e à tranquilidade desta bela vila. Por isso, mesmo correndo o risco de molestar a vossa paciência, vou mostrar algumas das fotografias que lá fiz.
E, aliás, estou com vontade de ir já ver as fotografias da minha expedição aos Passadiços do Paiva para escolher algumas para aqui. Mas parece que cometo uma injustiça se omitir referência à elegância e à tranquilidade desta bela vila. Por isso, mesmo correndo o risco de molestar a vossa paciência, vou mostrar algumas das fotografias que lá fiz.
Numa moradia, na avenida principal, vi várias esculturas junto à entrada. Penso que seja uma moradia particular. Mostro apenas estas mas há lá mais umas quantas e todas bonitas.
Há vários edifícios do género deste aqui abaixo, muito elegante, coberto de azulejos. Olho e imagino que tenham chão de soalho e que o sol encha de sol a sala e os quartos e que seja muito bom lá estar a ouvir os pássaros.
Esta segunda-feira acordei com um pássaro a cantar, trinados exuberantes, coloridos.
Para quem, como eu, já só compra carne (e pouca, cada vez menos) nos talhos do supermercado, é com curiosidade que vejo o destaque dado a um talho como este aqui abaixo, situado no rés-do-chão de um edifício tão bonito na avenida principal. Penso que os talhos aqui devem ser lojas importantes.
A propósito de talho: as pessoas aqui comem uma tal quantidade de carne...! Ou então é cá em casa que se come pouca.
No domingo à noite, vi que havia arroz de miúdos e este é o género de comida que me dá logo vontade de provar. Custava 5 euros a dose e eu pensei que viria uma travessita com um arrozinho com fígados, moelas e um ou outro coração e que era o indicado já que à noite gosto de comer pouco,. Pois bem. Quando vi nem queria acreditar: veio um tachão de barro, cheio! Um belo arroz malandro, escuro, com miúdos que não acabavam e, imagine-se, até com várias patas de galinha! Claro que sobrou metade, no mínimo. Mas que bom que estava, que bom, cheiroso, saboroso. Deu-me pena lá deixar aquela comida toda mas já não consegui - mas, senhores, haverá alguma alma que consiga bater-se, sozinha, com uma tachada daquelas...?
Esta segunda feira, depois da expedição aos passadiços, voltámos a Arouca e fomos a outro restaurante. Desta vez, optámos os dois pelo mesmo: vitela no forno, com batatinhas também assadas e feijão verde. Havia meias-doses e uma dose; pedimos uma dose para os dois.
Pois, já se sabe: uma quantidade brutal! Um tabuleiro de barro, cheio! Muito boa, aquele saborzinho bom da comida de forno, mas, senhores, tanta carne, tanta, e tantas batatas. E, à parte, uma tigela cheia de arroz. E, para nosso espanto, a meio da refeição, o dono veio perguntar se estava tudo bem, se queríamos que ele trouxesse mais um naco ou que mandasse grelhar uma posta. Que não, que estava muito bem assim, dissemos espantados. E ele, que víssemos, que estivéssemos à vontade, que ele trazia. No fim, ainda vários bocados de carne no tabuleiro, eu incapaz de comer mais e com vergonha que, depois daquela conversa, ainda deixássemos comida no tabuleiro. O meu marido lá se esforçou mas, mesmo assim, ainda lá ficaram bocados de carne e não sei quantas batatas. E o arroz quase todo. Não dá para acreditar o que aquelas pessoas devem comer...!
Mas uma outra coisa chamou a minha atenção. À entrada do restaurante havia uma cesta com livros e uma espécie de jarra com folhinhas de papel com poemas. Fiquei intrigada -- mas por pouco tempo pois na parede de entrada estava este cartaz:
Achei a ideia muito interessante e aqui a divulgo. O País seria outro se a população tivesse outros hábitos de leitura. A escrita é uma porta de entrada para outros mundos.
Aliás, Arouca é uma terra que, por apostar na cultura e na divulgação do património natural, religioso e cultural irá certamente atrair muita gente para a conhecer, e isso, se for feito de forma inteligente, é bom para as terras, desenvolve-as sob todos os pontos de vista.
No domingo encontrámos muita gente na rua. Esta segunda-feira já nem tanto mas é uma terra viva, com muitos jovens (a escola que se encontra nessa avenida é enorme, vista de fora, muito bonita, tem uma escadaria larga e os edifícios são um espanto; terão sido arranjados ao abrigo do Parque Escolar?), com fábricas em redor, com as terras muito cuidadas.
E as casas estão bem preservadas, vê-se que há gosto e cuidado e que há valorização da sua história. E os jardins estão muito bem tratados, as árvores estão floridas e há muitos amores-perfeitos nos canteiros, e eu não pude deixar de me lembrar que o meu pai, até não há muito tempo, plantava sempre amores perfeitos no canteiro do jardim da frente da casa e havia assim como estes, amarelos descarados mas, também, em cor de vinho, um vermelho profundo, quase negro e outros roxos, lindos. Eu preferia os roxos, de veludo.
Tinha uma professora de português de quem gostava muito, já falei dela aqui, a Profª Joana Meira, e, eu que nunca fui de gestos desses pois temia que parecessem bajulação, mais que uma vez lhe levei pequenos bouquets de amores-perfeitos. Acho que ela merecia isso e muito mais. Foi a melhor professora que tive.
E, só para terminar, repito-me: toda a vila vive como que num berço ao sol pois está rodeada de montes onde as casas estão dispostas em socalcos, pelas elevações acima, entre árvores, com igrejinhas pelo meio, tudo tão bonito que quase parece uma paisagem a fingir, perdida no tempo. Mas não, são casas vivas, numa paisagem cheia de luz.
Tinha uma professora de português de quem gostava muito, já falei dela aqui, a Profª Joana Meira, e, eu que nunca fui de gestos desses pois temia que parecessem bajulação, mais que uma vez lhe levei pequenos bouquets de amores-perfeitos. Acho que ela merecia isso e muito mais. Foi a melhor professora que tive.
E, só para terminar, repito-me: toda a vila vive como que num berço ao sol pois está rodeada de montes onde as casas estão dispostas em socalcos, pelas elevações acima, entre árvores, com igrejinhas pelo meio, tudo tão bonito que quase parece uma paisagem a fingir, perdida no tempo. Mas não, são casas vivas, numa paisagem cheia de luz.
E agora vou ver se escolho algumas fotografias dos passadiços. Mas não deve ser tarefa fácil porque as fotografias são mais que as mães e, of course, antes de escolher, tenho que vê-las o, e só de pensar nisso, a esta hora, já me parece missão quase impossível. Ou seja, a ver se consigo fazer um post ainda hoje ou se fica mesmo para amanhã.
Agora já estou em casa. Tirámos apenas um dia de férias o que, junto com o domingo (porque no sábado tínhamos afazeres, obrigações e devoções), nos pareceu uma temporada à maneira. Mas a verdade é que, com isto tudo e com o dia que me espera esta terça-feira, não sei se vou conseguir ainda fazer agora um daqueles estirões. Mas, vá, vou deixar-me de conversas e vou à luta.
____
E, continuem, por favor que, por aí abaixo, há agora as igrejas e os santinhos.
E, para quem queira depois, como eu fiz, visitar os passadiços, faça favor: é aqui.
..