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sexta-feira, maio 11, 2018

Eizios, outra vez


Vocês desculpem-me mas isto é muito bom. Por isso, lamento, mas tenho que reincidir. O meu amiguinho secreto, o algoritmo do YouTube, que me conhece os fraquinhos todos, todos, percebendo que eu gosto é de maluqueiras a preceito, hoje apareceu-me outra vez com eles, com o Wilson, Keppel & Betty. 

Alguns Leitores já me disseram que aqui vêm não para ver vídeos mas para ler o que escrevo. Ora, eu podia levar isso em consideração e poupar-vos aos vídeos que me enchem as medidas. Mas não dá: tenho que partilhar convosco mais este. Mesmo, mesmo. Não sei bem porque é que os gramo tanto. Parece que aquilo é uma coisa que ninguém se ia lembrar de dançar, uns passos do além, malucos, malucos, malucos. E parece que ninguém tem uma cara daquelas (refiro-me aos dois estarolas), umas perninhas daquelas (ainda o Wilson e o Keppel), parece que não é possível uma coisa destas há quase 100 anos. Muito à frente. Muito.


quinta-feira, maio 10, 2018

O pesadelo de Cleópatra
-- Confirmo: do melhor que há! --



O tempo passa e, a cada momento, vou-me deparando com a curiosa sensação de que, à minha frente, continua a desenrolar-se uma sucessão de coisas de cuja existência, antes, nem supunha.

Há pesssoas que acham que já viram tudo, que a vida é uma série contínua de déjà-vus, que isto é um infernal carrossel onde tudo se repete. Comigo, que vivo no mesmo mundo, é ao contrário: tudo novo a toda a hora.

Por exemplo. Ia no carro e uma música extraordinária, linda. Emocionei-me. Mas uma emoção de sentir mesmo as lágrimas a assomarem. Não identifico compositor, orquesta, maestro, nada. Nunca tinha ouvido coisa assim. Uma perfeição sublime, uma transcendência. E isto não é raro. E eu não percebo como há tantas, tantas, tantas músicas tão belas e tantas, para mim, tão desconhecidas. 

Por exemplo, também. Fui no outro dia à Fnac. Não ia para nada em especial. Apetecia-me estar no meio de livros, só isso. Pois. Vim com uma braçada deles. Fantásticos. Ainda agora aqui estive a abrir ao acaso e a deliciar-me com a inesperada surpresa dos instantes. Tudo bom. A última página que li, termina assim: Ai, uma vacina contra uma quantidade de cóleras, contra nossas cóleras de fracos!...


E as mutações maravilhosas das flores e das árvores e das pedras... Tudo sempre novo, tudo maravilhoso. Sou uma deslumbrada, portanto. Mas deslumbro-me com coisas assim, coisas com pouco cachet.
No outro dia, alguém sorriu com cumplicidade, como se fossemos almas gémeas e disse-me: 'Um gatinho novo em casa...'. Ao princípio nem percebi. Depois, olhando para onde ela olhava, os meus braços, disse: 'Ah, não. Silvas. E azinheiras'. E lá expliquei as minhas faenas rurais e, ainda por cima, sem luvas.

Mas isto para dizer que no outro dia vi um vídeo que me deixou divertidíssima e a achar que estava a ver uma dupla extraordinária. Pois bem. Agora, aqui meio acordada, meio a dormir (como habitualmente), apareceram-me os mesmos e, como no outro dia, fiquei admirada pela graça e irreverência, pelo surpreendente sentido de humor.
Transcrevo: Wilson, Keppel & Betty - 1930s' British Music Hall stars perform their legendary dance routine. Formed in America in 1917, the trio were still going strong in the 1950s carrying with them at all times their own personal sand - even when they played in Las Vegas! It is said there were six Bettys over the decades!
Dança na areia

[Mesmo os que não gostam de danças, por favor vejam. Ok? Pleeeaaseeeee....]


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Fotografias feitas no Ginjal

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domingo, maio 06, 2018

Do melhorzinho que tenho visto


Desespero aqui com a falta de rede. Verdadeiramente a pedal. Quero ver os blogs que acompanho e primeiro que abram é um desespero. Quero espreitar as notícias e vejo o computador a puxar pelos neurónios, os miolos à voltinha e nada, o mundo toldado de branco, sem nada a acontecer. Habituada que estou a fazer tudo à pressão, só me apetece fechar a tampa do computador e pôr-me a ver televisão. Depois controlo as pressas. É como quando venho ao supermercado na vila aqui mais perto ou na cidade a seguir. Os empregados na maior vagareza e eu numa impaciência. Conversam com os clientes, olham para quem passa ou está noutras caixas, e eu incapaz de perceber como é que toda a gente acha aquilo normal. Só me apatece refilar: 'Desculpe lá, importa-se de prestar atenção ao que está a fazer e despachar-se?'. Mas contro-me. Penso, então, que, se calhar isto é que é normal e não a velocidade a que tudo se processa nos supermercados de Lisboa. Aqui, agora, também. Fraca cobertura de rede. Mas não é fácil ter paciência. Quero espreitar os vídeos que o Youtube tem para me fazer agradinhos e sofro para conseguir que as imagens apareçam, as imagens mexam, que o enredo desenrole, que a malta mexa os pés.

Enfim. A verdade é que abri este vídeo e, depois de longa espera, já me deliciei. E, pasme-se, a coisa passa-se há 85 anos! Quando penso em como tanta gente, nos tempos que correm, é tão cinzentinha, tão arrumadinha da cabeça, quadradinhos da ponta dos cabelos à ponta dos pés, incapazes de uma gargalhada ou de um acho descomportamentado, penso que os tempos parece que não correm no sentido da alegria e da irreverência mas no sentido padralhoco, beatífero e bafiento. 

Eu, pela parte que me toca, vou ver se convenço o meu parceiro aqui do lado a ensaiar esta coreografia comigo para, na próxima festarola familiar, surpreendermos toda a gente com um número que certamente não vai deixar ninguém indiferente.



Wilson and Keppel, Sand Dance. 1933