No post abaixo já falei da vidinha dos muito ricos na América. Ou melhor, vamos lá a falar verdade: falei de uma madame muito muito bronzeada e muito rica que esbanja milhões, que foge ao fisco, que faz caridadezinha, que financia fundações e apoia políticos e que teve à venda um flat que era um miminho e uma pechincha.
E agora estava aqui a hesitar em falar da entrevista dessa malandreca que dá pelo nome de Teodora Cardoso. Mas descurti. Não estou à altura de tão majestática personagem, se ela diz que não se olha para a frente é porque não se olha. Depois pensei falar do Henrique Monteiro que resolveu soltar a franga e dar largas aos pirilaus que existem dentro dele. Que o texto não é ordinário, diz ele. Ok, se ele o diz. Que nem convém que o dito órgão ande demasiado nas bocas do mundo, diz também ele. Está bem, abelha. O que sei é que achei melhor não me alongar porque não nutro simpatia especial pelo senhor e o tema também não ajudaria. Portanto, adiante. Depois ainda pensei em falar da entrevista do Miguel Sousa Tavares ao DN, na qual aparece com aquele seu ar esbodegado contra uma parede em cor-de rosa-lilás marroquino. Em tempos achei que ele tinha muito charme. Agora já não, parece que virou um canastrão convencido, armado em petulante blasé. Perdeu a graça. Influência da madame-sua-esposa, talvez. Portanto, desisti de falar dele. Finalmente, ainda me apeteceu meter com o pequeno Nóia. Mais um a tirar o tapete ao láparo -- que já ninguém tem pachorra para aquele tom catastrofista e o escambau. Mas a melhor do petiz foi mesmo a de espetar uma alfinetada no Santana que está tão bem onde está, nunca ele esteve tão bem, a ganhar na Misericórdia e na televisão, um pézinho de meia que não é brincadeira, e agora vem o catraio a lançar a ideia peregrina de ele ir para a Câmara. O Flopes até deve ter sentido um calafrio pela espinha abaixo. Aquele Nóia é mesmo um venenozinho em forma de gente. Mas também não me apetece estar a meter-me nas guerrinhas de alecrim e manjerona e nas economias domésticas entre os despojos do psd.
Por isso, fico-me pelas matérias estivais e mostro apenas algumas imagens da Caparica banhada pelo sol neste domingo que se adentrou por Agosto. Nos dias de muita gente na praia não me aventuro. Passeio cá em cima, apanho sol enquanto caminho e vou olhando, de longe, o mar. Não sou capaz de estar na areia rodeada de gente. Tenho um certo lado de bicho-do-mato. E caminhar no meio de uma multidão também não. Ou apanhar um engarrafamento para entrar e sair das praias mais remotas também não. Por isso, antes de irmos petiscar na esplanada do grego, andei como sempre ando, feita turista acidental. O mar muito azul, o céu muito azul, uma aragem que suavizava o calor.
E eu já ia de férias.
Ia. Mas não vou. Gaita. A ver uns a irem, todos lampeiros, outros já a chegarem, todos no bronze e na boa onda, e eu ainda aqui de pedra e cal. Ninguém merece.
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E relembro: caso queiram colher ideias para decorarem a vossa querida casinha, desçam até ao post que se segue. Eu, por mim, já vi como é que hei-de arrumar os meus sapatos.
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