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sábado, fevereiro 15, 2025

Não seria boa ideia substituir o Aguiar-Branco, enquanto presidente da Assembleia da República, por um bot?
Um algoritmo não conseguiria pôr mais ordem na mesa e impor mais respeito ao bando de delinquentes que só ali está para armar confusão?
Pergunto.

 

Há funções que, com o tempo (e já não há de faltar muito), irão à vida. Mas, teoricamente, presidir à Assembleia da República não seria uma delas. Há que saber dirimir conflitos, há que garantir o respeito por todos os protocolos em vigor, explícitos ou implícitos, há que saber conduzir os trabalhos no respeito pela proporcionalidade e pela relevância dos temas e há que evitar o abandalhamento. Teoricamente só um humano, um humano inteligente, equilibrado, com experiência de vida, conseguiria fazê-lo.

Mas o Aguiar-Branco tem uma visão minimalista das suas funções, basicamente acha que o seu papel é ser o grilo falante que acompanha o corte da palavra quando o orador excede o tempo atribuído. Quanto ao restante, assobia para o lado, que não é polícia e tal. Não está ali para se chatear.

O gang -- em que uma parte considerável dos seus membros está a contas com a justiça, acusados por cenas que vão desde o roubo de malas à violação, à ameaça de morte ou a outros delitos variados, e que, na Assembleia, se entretém a lançar bocas obscenas, insultos, ofensas ou, simplesmente, a fazer barulho e armar confusão, conspurcando a casa da democracia -- está, portanto, à vontade. Ou melhor, à vontadinha.

Ora, se tivéssemos um robôzinho a gerir a Assembleia, um robôzinho provido de inteligência artificial, um robôzinho que identificasse insultos, ofensas e outros destratos, que obrigasse os deputados mal educados e com comportamento delinquente a saírem da sala sob pena de apanharem choques elétricos se permanecessem nos seus lugares, estaria em clara vantagem sobre o Aguiar-Branco. Fazer uma gestão eficiente dos horários ou dar a palavra a este ou àquele isso nem é tema, isso é de caras, nem precisa de grande inteligência para o fazer.

Penso que se deveria pensar nisso. 

É o que me parece.

segunda-feira, janeiro 27, 2025

Constatações e perplexidades num dia assim

 

Num domingo sombrio, ventoso, chuvoso, até para secar a roupa esteve incerto. Quando me pareceu que, de certeza, não ia chover e pendurei a roupa, passado um bocado estava a chuviscar. 

Fomos caminhar e não me apeteceu levar o chapéu de chuva pois o vento levá-lo-ia pelos ares e, de resto, não chovia que se justificasse, mas cheguei a casa com o cabelo todo húmido, à frente quase que a querer encaracolar.

O tempo assim, molhado, é bom para a terra mas é um bocado pesado para a alma.

Os meus dois familiares continuam internados e uma pessoa de quem esperava um mail escreveu-me hoje a dizer que tem estado doente. Alguns amigos continuam com mazelas mas não posso vir para aqui armada em pessimista pois a maioria está bem e recomenda-se e encontro neles mais planos de se divertirem e gozarem a vida à grande e à francesa do que antes.

Portanto, ponho para trás das costas uma conversa cinzenta e falo de coisas boas.

O limoeiro está carregadinho de limões. As laranjeiras também estiveram carregadas mas tem sido um desatino. Muitas caíram antes de tempo, outras apodrecem nas árvores e, finalmente, os ratos devem andar a comer as mais doces pois temos encontrado laranjas como encontrávamos as romãs: a casca lá mas vazias por dentro.

No outro dia o meu marido viu um ratinho enfiado numa taça de vidro, mais copo que taça, que tem lá dentro vela citronela, daquelas usadas para espantar as moscas e abelhas no verão. Pois o ratinho, com o rabo de fora, estava a comer a vela.

O meu marido tem vontade de se desfazer do rato -- ou dos ratos. Mas eu não sei se não seria mais inteligente arranjar-lhes uma casinha e darmos-lhes de comer para ver se os tornamos mais civilizados. 

Tirando isso e o resto, gostava de perceber qual o racional do irracional ex-chegano ao vender roupa a preço da uva mijona. Mas, à medida que vou sabendo mais pormenores desta fabulosa história, mais vou pensando que não há racionalidade possível em nada do que envolve esta criatura que o partido Chega acolheu e tanto palco lhe deu.

A perplexidade invade-me sempre que alguém se revela extraordinariamente destituído de inteligência (ia usar uma palavra mas não quero cometer nenhuma injustiça para com o animal em que estava a pensar). Só que, neste caso, a total ausência de inteligência do 'bicho' alia-se a um descaramento totalmente desavergonhado. E isso torna tudo ainda mais desconcertante. Podia ser cómico, e é muito, mas deixa de sê-lo quando se pensa que é deputado da Nação, que se prepara para continuar a ser -- e que vive à conta do erário público.

Que a criatura esteja agora de férias, a receber o ordenado, pago pela Segurança Social ainda mais me revolve as entranhas. 

A democracia deixa-se devorar por dentro ao fechar os olhos e admitir aberrações destas.

Mas, pronto, adiante.

E venha daí uma nova semana.

terça-feira, outubro 29, 2024

O Ministro Sarmento para além de não gostar muito da verdade, de misturar alhos com bugalhos (confunde, por exemplo, gestão de tesouraria com gestão orçamental) e de dizer que as cativações dele não são bem cativações, tem uma outra particularidade: não sabe falar. Por exemplo, diz "póssamos". É abaixo de mau.
Para compensar, peço muita desculpa mas tenho mesmo que invocar Puttin' on the Ritz

 

Foi a minha filha que me chamou a atenção e, como eu não tinha visto, até me enviou um vídeo que fez. Só que, por nabice minha, não consigo aqui incorporá-lo. Mas é uma cena verdadeiramente badalhoca: o Sarmento parece dirigir-se a esse outro que, com o que tem feito e dito, tem evidenciado ser uma nódoa na nossa democracia. Às tantas, com aquele seu arzinho ladino de chico-esperto, Sarmento diz: 'Quando descobrirmos qual o programa eleitoral que o Chega defende, talvez póssamos falar de programas eleitorais'. Ventura ri-se.

E eu só tenho pena de não poder correr com ambos, um do Governo e outro da Assembleia. É que não se aguenta. É mau de mais.

Já houve um tempo em que o Governo era formado por gente culta, inteligente, competente, e em que os deputados eram gente de bem, os melhores representantes da população, gente digna, séria, bem educada, bem formada. Agora é isto. Claro que haverá gente de bem, claro, uns quantos que ainda se aproveitam (felizmente), mas depois há um rebotalho que é isto. 

O que as televisões nos mostram é uma dor de alma: uns são mentirosos, outros mentalmente desonestos, outros broncos, e agora até isto, gente que nem falar sabe. Caraças. E há casos em que a mesma pessoa consegue ser isto tudo ao mesmo tempo. Um desastre.

A democracia, ao contrário da tirania, é benevolente, inclusiva, tolerante, avessa a linhas vermelhas. Portanto, gentilmente fecha os olhos às violações, aos atentados contra os seus mais valiosos princípios, abre as portas a quem tudo faz para a desgastar e, talvez, devorar.

Um dia ainda se fará essa reflexão. 

Esta queixa-crime colectiva contra André Ventura e Pedro Pinto é um bom passo nessa direcção. Não deveríamos deixar passar actuações como as destes dois. Mas muito mais se deveria fazer. 

E deveria haver também uma qualquer acção pública de denúncia contra os crimes contra a língua portuguesa praticados por gente paga com o dinheiro dos nossos impostos e que supostamente nos representa e/ou governa.

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Como fico doente com isto, tenho que respirar outros ares.

Pode ser isto.

Morecambe and Wise - Puttin' On The Ritz (1960s)


segunda-feira, julho 08, 2024

Queixam-se do Ministério Público? Então olhem para as CPI
- salve Pedro Adão e Silva

 

(...)

Vale a pena refletir por que motivo as CPI passaram, num curto espaço de tempo, de instrumento de dignificação do Parlamento e relevantes para avaliações políticas de casos da justiça para paradigma da vulgaridade política e da erosão moral, com práticas desrespeitosas de direitos, liberdades e garantias. E por que motivo praticamente não passa uma semana sem que algum partido proponha mais uma CPI.

(...)

Depois, uma vez aprovada a CPI, ninguém quer deixar de revelar o seu vigor inquisitório. É indisfarçável o entusiasmo com que alguns deputados representam para as televisões.

Ora este é um aspeto fundamental. Portugal é hoje, provavelmente, a democracia ocidental com o rácio mais elevado de canais noticiosos por habitante. Tornou-se difícil contabilizar o número de canais a emitir notícias 24 horas por dia, sem que se perceba a racionalidade económica, o propósito para o posicionamento das marcas e em que é que se pode diferenciar a oferta. Enquanto os operadores televisivos se envolvem numa luta fratricida, uma CPI por dia oferece horas de televisão gratuitas, que ocupam tempo de antena e alimentam uma mistura explosiva de ressentimento e voyeurismo social. Quem ganha com isto? Não é certamente a justiça, nem a dignidade das instituições políticas e, muito menos, um espaço público decente.

Artigo imperdível de Pedro Adão e Silva no Público: Queixam-se do Ministério Público? Então olhem para as CPI

segunda-feira, junho 24, 2024

As CPI são uma vergonha
-- a palavra ao meu marido


Uma vez que ontem estava num registo zen e não me apeteceu desenvolver temas que a ambos têm indignado, o meu marido achou que os temas não deviam passar com a ligeireza com que ontem os aflorei. Por isso, hoje, enquanto ainda estávamos apenas os dois em casa, dei por ele a escrever o que, depois, como é hábito, me enviou por mail.

Transcrevo, pois, o texto que escreveu:

Assisti na sexta feira a uma parte do interrogatório a que foi sujeita a mãe das gémeas. Já tinha assistido  a uma parte do interrogatório ao Lacerda Sales e a interrogatórios efetuados em outras comissões de inquérito.

Em nenhum dos interrogatórios me senti próximo dos verdadeiros inquisidores que são os deputados que fazem os interrogatórios, nomeadamente, quando são da oposição e estão nas comissões por pura luta politica sem qualquer interesse em saber a 'verdadeira' verdade.

No entanto, na sexta-feira tive vergonha do que se passou. Independentemente da mãe das crianças estar ou não a esconder quem a auxiliou, que sentido tem esta comissão de inquérito? Parece que o objetivo é descobrirem se alguém marcou indevidamente uma consulta? Os deputados não têm nada de útil para fazer? Por uma merda destas -- e a palavra é esta --, humilham as pessoas desta maneira, enquanto gastam o dinheiro dos contribuintes? A inquisição já acabou há alguns séculos e a PIDE há cinquenta anos. As pessoas têm direito à sua dignidade e não podem ser sujeitas a humilhações só porque o André Ventura está interessado em "levar tudo atrás" e a AD precisa do André Ventura.

E da CPI ao MP "vai o passo de um anão". Então, agora mandaram 50 inspetores da Judiciária investigar as faturas de refeições da Câmara de Oeiras? Mas não existe um orçamento na Câmara e um conjunto de eleitos para verificarem a atuação de executivo? Então os restaurantes não têm programas de faturação auditáveis? Ou será que o MP também se acha no direito de definir a dieta dos autarcas? Por exemplo, à segunda-feira podem comer entrecosto mas não entrecôte, à terça que venha  a sardinha mas nunca  o linguado e, assim, sucessivamente...? E quem paga estes desvarios são sempre os mesmos, os contribuintes. Não têm emenda. Mas numa democracia tem que haver escrutínio e não há nenhum órgão que possa fazer o que quer sem estar sujeito ao escrutínio democrático e às regras da democracia. 

A talhe de foice, os diversos pacotes do Governo também não têm emenda. Ou, pasme-se, referem-se a politicas do Costa que tanto criticaram ou apresentam ideias que não conseguem consubstanciar. Aconteceu mais uma vez com pacote anti-corrupção, isto é, com o pacote "vamos dar a mão ao Ventura". Então o Montenegro, quando é interrogado sobre  as medidas propostas, diz que ainda têm que pensar sobre como serão elas de facto? Será possível que isto seja verdade ou, quando estavam a definir as medidas do pacote anti-corrupção, foram interrompidos, isto é, requisitados para analisar as faturas do Isaltino? Só pode ter sido.

Uma brincadeira, isto tudo. 

Ainda a propósito do pacote anti-corrupção, quero dizer que sou absolutamente contra o confisco dos bens sem que tenha havido condenação. Parece-me um atentado a tudo o que tenho de mais sagrado: a liberdade, os direitos e garantias individuais. Ainda por cima, quando se vê o comportamento anti-democrático, persecutório, leviano e vingativo do MP. Começa-se por este tipo de medidas e qualquer dia ainda se vai estar a falar de medidas que privem os cidadãos da  liberdade de expressão e de manifestação... Acho muito perigoso que se vá por aí...

domingo, maio 19, 2024

Aguiar-Branco, read my lips:
NÃO. NÃO PODE.


Em tudo nesta vida há linhas vermelhas. Liberdade de expressão é bom e eu gosto e que disso não haja dúvida nem venham cá os Segismundos, os Rufinos ou as Mariazinhas desta vida moer-me a paciência. 

Mas a liberdade de expressão acaba quando começa o insulto, a ofensa, o linguajar xenófono ou racista.

A nossa Assembleia da República é a casa da democracia onde os 'eleitos' nos representam, decidindo o que acham ser o melhor para os portugueses e zelando pelo bom cumprimento da nossa Constituição. É uma casa aberta onde o que ali se passa pode ser visto por todos, devendo dignificar e liberdade, o respeito, a democracia.

E, da mesma forma que não é suposto que os deputados por ali andem a roubar a carteira uns dos outros, a fazer chichi contra a parede ou a usarem palavrões quando usam da palavra, também não é suposto que profiram palavras xenófobas ou racistas pois, se isso for aceite aos deputados, será como se estivesse a ser legitimado para o resto da população.

Ora queremos ser uma sociedade civilizada, inclusiva, tolerante, humanista. Não queremos manifestações de ódio, de xenofobia, racistas. No dia em que, a pretexto da liberdade de expressão, elas sejam aceites, em que momento é que se vai considerar que se está a ir longe demais...?

Ou também é suposto que se, por exemplo, o André Ventura resolver pôr-se a mandar para o c... outro deputado ou disser, com todas as letras, que quer que os ciganos se f... ou se um qualquer outro fizer a saudação nazi ou, mesmo, acabe a seu discurso com um 'Heil Hitler', o Presidente da AR assobie para o lado alegando que, se um deputado quiser manifestar-se assim, está no seu direito e que se alguém se sentir incomodado, então, quando muito, que venha o Ministério Público e avalie se aquilo é crime ou não....?

Aguiar-Branco deveria repensar a sua posição, deveria pedir desculpa aos deputados e aos portugueses, e deveria retroceder e anunciar que, se, na Assembleia da República, alguém quiser portar-se desordeiramente, seja por ofender, insultar ou ameaçar raças ou povos ou pessoas individuais, não pode. Não. Não pode. Obviamente, não pode.

PS 1: Ver dois papagaios arruaceiros, um do PSD e outro da AD, a saltarem em defesa do Aguiar Branco e ver a bancada do Chega a aplaudir Aguiar-Branco é apoio de que ele deveria envergonhar-se.

PS 2: Este é o problema e o perigo da direita em Portugal (PSD, AD, Chega): há lá muita gente muito básica, muito ignorante, que não faz a mínima do que é a civilização, que não tem a noção do que é liberdade ou democracia. Portanto, é vê-los armados em bons, a saltar a pés juntos sobre gente digna e que deveria merecer respeito (vide a Hugo Soares de saias, ie, Maria do Rosário Ramalho), a mentir e insinuar maus actos a outros (vide o Miranda Sarmento, a inventar caos e colapsos onde eles não existem), a vociferar no Parlamento, a defender qualquer baboseira que qualquer um deles bolsa. Uma tristeza. E um perigo.

quarta-feira, março 27, 2024

Será que o Dissolvente Marcelo já está a preparar-se para dissolver a nova Assembleia da República?

 

Depois das anedotas e das altas chicanas do dia, a maltinha chiripitatá-tatá que resultou do caldinho que o Dissolvente arranjou conduziu a que a faena fosse dada por encerrada depois de tudo se ter ensarilhado de uma maneira descabelada. 

Agora vão para casa pensar como voltar amanhã de cara lavada, isto depois do Ventura se ter atirado para a pista da lama salpicando todos os que se chegaram a ele.

Enquanto escrevo, lá está ele com os microfones todos apontados à sua boquinha safadona, mostrando estar sempre pronto a entalar quem não lhe fizer a vontade: ou a AD assume o Chega como amante encartado e se prontifica a passear na rua, de mão dada com ele, ou ele fará a vida negra à AD, vem para a rua, aos coices, sempre com a boca posta no trombone. 

Isto a que se chegou, contudo, não foi só obra do Dissolvente: foi também obra da comunicação social que não tem feito outra coisa senão andar com o Ventura ao colo.

Agora pergunto eu: Marcelo -- que já dissolveu duas vezes a Assembleia e que acha que percebeu bem a vontade dos Portugueses --, o que pensa agora, ao ver o descontrolo emocional do Ventura, a sua pulsão chantagista, a condicionar o exercício democrático naquela que é suposto ser a Casa da Democracia?

Estará já a ver como dissolver esta caldeirada?

Hoje, no primeiro dia desta nova composição parlamentar, já se viu o que vai ser a macacada daqui em diante. Vai ser este o desgoverno do País?

O que vai Marcelo fazer? Nada? Vai assobiar para o lado como se nada tivesse a ver com isto....? É que tem, tem muito a ver com o lindo espectáculo a que nos tem sido dado assistir.

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[Solução para este imbróglio? Repito-me: fazer o contrário do que o PSD tem estado a fazer, ou seja, a dar palco ao Ventura. O Chega deve ser isolado (mas, atenção!, isolado de forma inteligente, com uma inteligência superior em manha à do Ventura). A democracia deve ser exercida pelos democratas. Portanto, se a AD quer governar, só poderá fazê-lo se tiver a humildade de procurar o entendimento, sempre que faça sentido e tal seja necessário, com o PS]

Ahahahahahahah

Eheheheheheheh

 


(...)

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Post Scriptum 

Agora a sério: tal como referi na noite das eleições, a única solução de governabilidade mínima (a bem do País) passará por um entendimento (caso a caso, quando faça sentido, quando não viole os princípios programáticos do PS) da AD com o PS. 

No caso da eleição do Presidente da AR, com Aguiar-Branco (nome neutro), a AD, na sua arrogância, cagança, imaturidade democrática, preferiu fazer um entendimento com o Chega, nem se dignando a falar com o PS. Deu nisto. Uma anedota. 

Se a AD tivesse falado com o PS, a esta hora Aguiar Branco seria Presidente da AR.

Uma humilhação para Aguiar Branco e, sobretudo, para Montenegro. Uma grande, grande humilhação.

terça-feira, março 26, 2024

Um político que diz tudo o que pensa

 

Ia para comprar um livro e, bas*, acabei por trazer quatro. Mas como quero falar deles com algum vagar e agora estou aqui com vontade de partilhar o vídeo abaixo, deixo a literatura para amanhã ou depois.

E quero aqui deixar o vídeo como contraponto à avalancha comentadeira com que os canais estão inundados, quase tudo com gente de direita. O mais à esquerda que vi -- e digo esquerda sabendo que, no caso, esquerda não é propriamente o caso --, é o Adalberto Campos Fernandes. 

Mas a impante figura do fulano do Chega (e vamos lá a ver se não o teremos como vice-presidente da AR) agora ali está a lançar a confusão, o Rangel completamente entusiasmado, leia-se à beira do histerismo, a fazer de conta que chega bem para o dito Pedro Pinto que, como formação, tem o ter frequentado o curso de Relações Internacionais e, como profissão, tem dedicar-se à organização de espetáculos tauromáquicos e que, como curiosidades, tem as que aqui transcrevo da Wikipedia:

. Em julho de 2022, foi noticiado que, nesse mesmo mês, Pedro Pinto, num corredor da Assembleia da República, tentou encostar a sua testa à de Nuno Saraiva, assessor do PS, num tom provocatório, enquanto ameaçava partir-lhe a “tromba”, chamando-o de "anão".

. Em junho de 2023, foi reportado que Pedro Pinto tinha sido visto, nesse mesmo mês, a agredir um árbitro de futebol de 18 anos e a tentar agredir um outro da mesma idade num torneio infantil de escalões de sub-11 e sub-13, em que também participava a equipa do seu filho, o Futebol Clube do Crato

Napoleão 
[Quem é o Napoleão?]

E, faça-se o zapping que se fizer, a malta toda fala à volta do Chega, o que é que o Chega faz ou deixa de fazer ou se prepara para fazer.

Lá se abre uma excepção para comentar o clima de cortesia entre Marcelo e Costa. E uns dizem isto e outros aquilo. E o que eu digo é que Costa, uma vez mais, mostrou que está num patamar acima das tricas, é um estadista, é um senhor. Acho que fez bem ao, neste momento, não trazer para o palco mediático o que, num plano institucional, iria aumentar a confusão. Portanto, os dislates e os graves deslizes de Marcelo que prejudicaram gravemente a estabilidade e, certamente, a paciência de Costa, ficaram para trás. Viu-se que Marcelo estava comprometido, certamente com medo que Costa não se aguentasse e deixasse sair uma boca que o entalasse ainda mais. Aliás, mal acabou de falar, raspou-se atabalhoadamente. Parecia que estava com medo que alguém lhe chamasse o 'dissolvente' (como o Carlos Magno lhe chama) ou o Desestabilizador-Mor. 

Mas isto para dizer que eu, vendo tanto comentadeiro e comentadeira a opinar e desopinar, a ovar e a desovar sapiências a metro, só me apetece arejar a cabeça com um político como deve ser, um que diz tudo o que pensa. 


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(*) bas = business as usual
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Desejo-vos uma boa terça-feira
Saúde. Atenção. Cabeça fria. Paz.

domingo, março 24, 2024

Antes que os porcos triunfem

 

Várias ideias me ocorrem mas vou rejeitando umas por exigirem um espaço e uma ponderação diferentes deste canto em que escrevo e outras por temer não encontrar as palavras justas. 

Vou antes falar das perplexidades que têm ocupado o meu pensamento nestes meus últimos dias. É certo e é devido que todos tenham direito a votar e que o voto de um marginal ou de um ignorante valha tanto quanto o de um trabalhador esforçado ou de um catedrático. Um voto é um voto e todos os votos são iguais. É um dado adquirido e penso que assim deve ser.

O que me custa é que não se perceba que é muito provável que os ignorantes, em especial os que nem têm consciência de quão ignorantes são ou os que gostam de viver nas margens da sociedade, tudo farão para se vingar dos outros, dos integrados, dos que estudam, dos que sabem.

Se há coisa que sei, até pela minha formação, é que só se podem fazer generalizações quando a amostra é significativa. 

Para conhecer a opinião dos portugueses sobre dado assunto, não precisamos de ouvi-los a todos. Podemos apenas ouvir uns quantos. Mas temos que ouvir os que representem fielmente a população. Por exemplo, se x% são homem e y% são mulheres, tenho que ter essa percentagem representada na amostra. Se uns tantos são analfabetos, uns quantos têm o 9º, outros o 12º, uns a licenciatura e outros o doutoramento, é bom que a amostra também os contemple em idêntica percentagem. E se x% têm até 18 anos, y% estão entre os 18 e os 25, etc, etc, etc....(e por aí fora). Saber montar uma amostra significativa é uma tarefa exigente e requer que se saibam identificar os factores que influem na votação. Por exemplo: se os desempregados votam de uma maneira diferente dos que trabalham, então a amostra deve inclui-los na devida proporção. Ou, relevantíssimo pelo seu peso, os reformados/pensionistas que também devem estar presentes na proporção certa. 

E agora vou dizer uma coisa que pode ser polémica e que, para eu poder fazer finca-pé, teria que validar. Ou seja, afirmo-o agora por mera intuição: creio que a população que se informa sobretudo via redes sociais deve ter um comportamento diferente da que vê televisão, lê jornais ou lê vários livros por ano. Seria interessante que este factor diferenciador fosse testado em estudos de opinião e, se se verificasse a diferenciação, que esse aspecto passasse a estar presente nas amostragens.

Ou seja, constituindo uma amostra significativa, se ouvir o que pensam, poderei generalizar ao todo, embora haja sempre uma certa margem de erro (que desejavelmente será bastante baixa). 

Portanto, eu arrepiar-me com os disparates que ouço no balneário ou mesmo com alguns dislates que ouço a amigos, uns porque são mais conservadores, outros porque não pensam e se limitam a ser maria-vai-com-as-outras, não significa que isso seja amostra do que vai pelo país. Sei disso.

Mas, apesar de não poder generalizar, não posso ignorar. Não posso fazer uma estatística e atribuir probabilidades mas posso acreditar que o que ouço são indicadores.

E o que ouço são coisas descabeladas, sem pés na cabeça, fruto da mais profunda ignorância. Votam convictamente por assumirem como verdadeiros pressupostos que são disparates sem ponta por onde se pegue, fruto da mais profunda iliteracia económica ou social ou de ausência completa de estudo ou de raciocínio. Repetem mentiras já mil vezes desmascaradas, afirmam anormalidades que não são verdade nem aqui nem em parte nenhuma do mundo. Mas acham que, ao votarem no Chega, estão a fazer justiça. Uma dizia, ufana: 'Depois ainda não querem que a gente diga as verdades? Quem é que julgam que são para nos quererem impedir de dizer as verdades?'. E várias outras sorriam e acenavam que sim, que claro que sim, que a elas ninguém as calava. E eu pensava: 'Mas estão a falar de quê? De quem? Elegeram quem? Estão convencidas de quê?'

Passei no outro dia por um sítio em que ganhou o Chega e, olhando para aqueles prédios, pensei: 'Andares e andares de gente inculta, desinformada, ressabiada, ignorante. Vão votar sem perceberem que estão a dar tiros nos pés'.

A democracia contém todas as permissões para que, quem queira, a devore, a detone, a faça implodir.

Não acredito que seja benéfico nem quero que se restrinjam liberdades. Longe de mim.

Mas alguma aprendizagem estes ignorantes deveriam ter. Não sei como. Seria bom, num mundo ideal, utópico, certamente meio maluco, que, para se votar, as pessoas tivessem que estudar e passar num teste em que mostrassem saber o bê-a-bá do que é a sociedade, de como funcionam as instituições, de quais são as bases da Constituição, de quais são os riscos das sociedades anti-democráticas em que a liberdade individual não é respeitada, do que é a Economia e as Finanças, do que é a Justiça. E quem chumbasse, qual exame de Código, não poderia ir votar. Tão simples quanto isto.

Se calhar, está na altura de se pensar outra vez no Serviço Cívico ou nas Campanhas de Alfabetização. Engendre-se uma coisa adaptada aos tempos actuais, quiçá via redes sociais. Não sei. 

Uma coisa é certa: alguma coisa deve ser feita. Senão, um dia destes estamos a ser governados por porcos que lá porque andam em duas patas e se vestem com calça e casaco já se julgam tão ou mais preparados que os humanos.

Haverá, entre quem me lê, quem ache que, dizendo isto, estou a revelar um elitismo descabido. Seja. Mas pense-se na qualidade dos primeiros deputados que pisaram a Assembleia da República a seguir ao 25 de Abril e compare-se com parte significativa dos que vão pisá-la dentro de dias. Uma diferença abissal. É como querer comparar o Género Humano com o Manuel Germano. Vamos continuar a aceitar que a democracia vá caminhando por esta rampa descendente que não se sabe onde vai levar (mas a bom sítio não é)?

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E parece que vem aí, outra vez, a chuva. E ainda bem. Faz falta sempre a agora, em particular, para lavar o ar que anda carregado de poeiras. 

Que entre, pois, o genial Jacob Collier (que, aqui, vem acompanhado por: Madison Cunningham & Chris Thile).

Jacob Collier - Summer Rain


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Desejo-vos um belo dia de domingo

Saúde. ?. Paz.

terça-feira, julho 11, 2023

O ministro Pedro Adão e Silva e o deputado Lacerda Sales.
E a CPI da TAP e os deputados que lá andaram a fazer de procuradores americanos de série B

 

Claro que estou completamente de acordo com Pedro Adão e Silva.

Transcrevo:

“Acho que a transformação destas inquirições em noites de inquirição sem paragem, em saber se falou ao telefone às 10 ou 10:05, em que os deputados são uma espécie de procuradores do cinema americano de série B da década de 80, e que depois tudo isto se transforma e é prolongado numa telenovela ou naquele género de comentário, como se comenta os ‘reality shows’ nos canais noticiosos à noite, se isso não contribui igualmente para a degradação da imagem das instituições e da democracia”, disse.

O ministro criticou ainda políticos, comentadores, jornalistas, dizendo que “não percebem o mal que fazem ao por um lado alimentar o discurso apocalíptico sobre o funcionamento das instituições” e por terem “uma leitura da realidade política como se houvesse sempre um ciclo de apocalipse de 24 horas, que depois é substituído por outro ciclo de apocalipse nas 24 horas seguintes”.

Chega de se ser politicamente correcto enquanto os populistas de esquerda e direita avançam. Já lá dizia o outro que por delicadeza nos deixamos morrer...

Para não ofendermos estes ou aqueles, para não sermos mal interpretados, vamos ficando em silêncio perante o avacalhamento que uns quantos andam a trazer para a política. 

Portanto, melhor faria Lacerda Sales se reunisse com os deputados que integraram a CPI e fizessem uma análise à forma como se comportaram e, humildemente, fizessem um mea culpa. Envergonharam a política que deve ser uma activade nobre e não um exercício de arruaça destinado a 'dar canal' e a gerar mais comentários.

Portanto, totalmente a favor de Pedro Adão e Silva. E lamento que o simpático Lacerda Sales não tenha percebido que deveria encarar as palavras do ministro como uma oportunidade para reflectir.

E seria bom que a Comunicação Social, por uma vez, caísse na real e pusesse a mão na consciência em vez de andar colada aos mais rasteiros populismos.

segunda-feira, junho 19, 2023

Brevíssimo ponto de situação sobre a minha santa vidinha
(E, para complementar, um vídeo que mostra como os totós só sabem dar tiros nos próprios pés)

 

Os dias têm-me andado apertados e tenho que usar as noites para pôr o trabalho em dia. Por isso, tenho andado um pouco menos assídua e prolixa.

Uns meninos já estão de férias, outros a caminho de o estar. Têm vindo cá desfasadamente. Aos dois de cada vez. O mais pequeno ainda está na escola.

Ainda não contei que três já estão no futebol a sério. Digo a sério porque é na competição. Têm treinos e jogos. Estão nas sete quintas. Os pais é que se veem gregos com tanto levar e buscar, até porque já há torneios e coisas longe de casa e porque cada um anda no seu horário O mais pequeno ainda não é 'a sério' mas também já anda na escola de futebol. Salva-se a menina, que anda no teatro.

Quanto à lida cá de casa, o tempo ora está de abrasar, ora se acinzenta e esfria. Por isso, no sábado, que estivemos sem programa e com um calor daqueles, consegui fazer umas valentes máquinas de roupa, cobertas dos sofás, forras das almofadas, tudo e mais alguma coisa. Tudo secava num instante. Neste domingo nem pensar.

O meu marido escreveu um texto sobre o Pedro Nuno Santos que era para eu publicar hoje. Mas exerci o meu direito de censura e não publico. Não é que não concorde mas acho que não incidiu o foco onde devia e pode levar a segundas leituras.

Como só me despachei da minha segunda actividade já passava bem da uma da manhã e já ele dormia a sono solto, não deu para esclareceremos os aspectos que me parece carecerem de ajustamento.

Amanhã veremos se ele aceita recentrar o foco ou se não recentra coisa nenhuma, situação em que terei que equacionar se veto ou se voto.

Entretanto, mostro um vídeo a modos que parecido com o dos deputados da CPI em que uns pareciam surdos, outros cegos e quase todos uns totós, acabando-se as audições sem ninguém perceber nada do que ali se passou e em que dali só podemos concluir que, querendo atirar sobre ministros e secretários de estado, acabaram atirando sobre si próprios.

O Aparelho Auditivo [Legendado] - Monty Python


Desejo-vos uma boa semana

Saúde. Bom humor. Paz.

sábado, junho 17, 2023

O dia da última audição da CPI da TAP
(incluindo uma referência ao Ranking das Escolas)

[Mais uma vez, a palavra ao meu marido]

 

Parece que a coisa não correu muito bem aos partidos que mais entusiasmados estavam com esta Comissão de Inquérito. 

O PSD, o BE, a IL e o Chega apostaram forte em mais uma tentativa de desacreditar o Governo e se possível, com  a ajuda do Sr. Presidente Marcelo, demitir o governo ou dissolver o Parlamento. 

Afinal, e até os comentadores o referem, o Pedro Nuno Santos saiu em ombros e o Fernando Medina pela porta grande. Não fossem as diatribes do ex-assessor e as notícias sobre a CPI da TAP teriam sido tão sensaboronas que dificilmente os órgãos de comunicação social poderiam continuar a matraquear o assunto.

Por outro lado, o espectáculo que os deputados deram foi lamentável.  Os deputados do PSD, da IL, do BE e do Chega fizeram perguntas apenas para tentarem encontrar contradições nos depoimentos e sem qualquer intenção de analisarem a gestão da TAP (que, afinal, era o objectivo da Comissão). Perderam uma excelente oportunidade para se manterem longe dos holofotes e não revelarem a falta de preparação e a arrogância que demonstram. Episódios como os do telemóvel, o horário dos telefonemas, a insistência com que pretendem saber factos acessórios e que deviam ser reservados é trágico cómica. A forma inquisitorial como o Pedro Filipe Soares interrogou o Fernando Medina revela que segue de perto a chefe Mariana Mortágua. Antipatia e arrogância não lhe faltaram.

Ainda por cima, saiu uma sondagem que revela que afinal a posição do PS não sofreu com esta CPI o que deverá ter causado uma enorme azia ao Sr. Presidente que, segundo dizem, é viciado em sondagens. Também hoje o Banco de Portugal reviu em alta as perspectivas de crescimento do País. Mais uma chatice para os comentadores, para os pseudo jornalistas e para a oposição, onde incluo o Sr. Presidente.

Os comentários do José Gomes Ferreira, do Anselmo Crespo, do Bugalho,... desde vociferarem a chamarem mentirosos aos ministros revelaram bem a decepção que tiveram. Também achei "curiosa" e de um enorme mau perder a justificação dada hoje de manhã na SIC por uma jornalista julgo que responsável pela informação da SIC ou do Expresso, cuja  cara praticamente não se vê devido à abundância capilar, sobre as razões pelas quais o PSD não "arranca" e o PS se mantem à frente. Tem mesmo mau perder.

A FENPROF também ficou chateadíssima com o ranking das escolas. Não sei se o ranking é feito com critérios correctos ou não. Há uma coisa que me deixa de pé atrás e que é ter visto uma notícia em que 40% das notas no ensino privado são dezanoves e vintes. Alguma coisa  está mal se de facto as notas forem estas, estas percentagens não encaixam no que é razoável. No entanto, vi uma reportagem sobre  a primeira escola pública do ranking e tanto os alunos como a professora disseram que o acompanhamento pelos professores tinha sido determinante para a evolução da escola. Sugiro aos senhores professores que exigem "respeito" sigam estes exemplo e ao Mário Nogueira e ao André que se voluntariem para apoiarem os alunos que não tiveram aulas devido à forma como conduziram a luta dos professores, mesmo que no caso do André esse apoio esteja relacionada apenas com os lagartos da Amazónia.

Foi um dia lixado para o Sr. Presidente, para  a oposição e para os professores do "respeito".

sexta-feira, junho 16, 2023

Para terminar um dia quente, quente... o mar azul, os peixes, os pássaros... uma lufada de ar fresco

 

Os meus últimos tempos têm sido de trabalho intenso. Já aqui contei que tenho uma característica: dou-me mal com o tédio. Se tenho pouco que fazer, parece que não consigo fazer nada. Se tenho muito que fazer em muito pouco tempo aí, sim, fico com a pica toda.

Trabalhar horas a fio, até às tantas da noite, trabalhar até ficar cansada, isso, sim, é a minha praia. É uma coisa estúpida? Ah pois é, então não é? Claro que é. Mas é o que é.

Com isto trabalhei ontem até depois das três da manhã. E estava com vontade de continuar. Fui para a cama com uma espertina danada, só adormeci de manhã.

Depois tive um dia ocupado e, quando finalmente, tive oportunidade de recomeçar a função, adormeci pesadamente.

Uma vida sem ordem. Mas, caraças, muito motivada. 

Agora estou aqui a dar contas à minha vida e a pensar que, para tentar recuperar, deveria agarrar-me ao trabalho e, em vez disso, estou aqui a ver se acordo.

E esteve tanto calor... padeço imenso com o calor. 

Fomos passear à praia ao fim da tarde mas ainda estava muito calor.

E, falando em calor, anuncia-se para daqui a dias um calor tórrido.

Ora é isto que, infelizmente, nos espera. Um inferno.

O deserto e as chamas a avançarem, a água a escassear, as populações a migrarem. Um inferno.

Preocupa-me imenso isto das alterações climáticas. Gostava de ver o país a ser florestado, gostava de ver o tema da água muito bem agarrado. Sei que muito se está a fazer mas penso que deveria vir para a ribalta, ser falado, mostrado, discutido. Em vez de se andar a ocupar o espaço e o tempo com chachadas era importante que se debatessem os temas relevantes.

Quando estou em espaços públicos a presenciar conversas, ouço disparates atrás de disparates. Mesmo pessoas que se julgaria estarem minimamente preparadas dizem com cada disparate que é de uma pessoa se atirar para debaixo da mesa. Tanta rede social, tanta comunicação social da treta que dá nisto: as pessoas mal informadas e desfocadas do que é essencial.

Ontem, do que vi da entrevista com o Ministro da Economia, Costa Silva, fiquei espantada com a quantidade de projectos relevantíssimos em curso. De nada disto se ouve falar. Mas, é verdade, Filo, a seguir não se organizam debates para comentar o que foi dito. E seria importante e interessantíssimo que se juntassem empresários, investigadores, professores, gestores, e em conjunto debatessem os avanços científicos e tecnológicos, os investimentos. Seria relevantíssimo que a população estivesse ao corrente do que se faz, se sentisse motivada a fazer mais e melhor.

Mas não. 

Aposta-se é na estupidificação massiva. 

Claro que, a propósito de coisas estúpidas, há bocado, apanhámos o fim da audição do Pedro Nuno Santos. 

Uma paródia, uma chachada, uma barracada. O que é aquilo? Perguntas parvas, atrás de perguntas parvas. Sete ou oito horas de perguntas e perguntas e perguntas. Não sei como é que os inquiridos se aguentam. Tenho ideia de que, se fosse comigo, às tantas me levantava e dizia: "Tenho mais que fazer. Vão dar banho ao cão. E, entretanto cresçam e apareçam. Chiça."

Já não faço ideia do que é que se quer apurar ali mas, seja o que for, se durasse uma semana, devia ser mais do que suficiente para fazer perguntas aos que teriam alguma coisa a dizer. Mas não. Cada um arvora-se em pide de aviário e pergunta, interroga, contra-interroga, volta a interrogar. E depois vem outro e faz o mesmo. Mil vezes a mesma irrelevante pergunta. Mil vezes o mesmo ar de suspeição, de censura, de prepotência. Uma tortura. Não se aguenta. Cerca de oito horas de interrogatório a cada desgraçado. Ontem tinha sido outro, já demitido, e ainda sim, interrogado, esmifrado, seviciado até à exaustão.

Anda aquela gente, aqueles que teoricamente deveriam ser os nossos representantes na Assembleia da República, a ganhar um ordenado pago com dinheiros públicos para ali andarem a dar aquele triste espectáculo. 

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Mas não são horas para perder mais tempo com o que não interessa. 

Prefiro mergulhar no azul. 

Mar. Peixes. Peixões. Pássaros. Passarões. Passarinhos lindos.

Muita beleza

Fish Vs Bird | 4KUHD | Blue Planet II | BBC Earth


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As fotografias, lindas de tão minimalistas, são respectivamente de Jose Marques Lopes, Pete Chapman, Elisabeth Brecher e AKittinan Googlegog. Podem ser vistas aqui.

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Dias felizes
Saúde. Boa sorte. Paz.

quarta-feira, junho 07, 2023

Ou são burros ou são parvos ou são mal intencionados ou quê?

 

Case study

Os factos

O Senhor Nelo ligou ao Senhor Xico e disse-lhe que alguém tinha fanado um computador com informação sensível. Estava preocupado e obviamente tinha razões para isso. Trocaram impressões sobre quais as entidades a contactar e foi referido que, naturalmente, o Serviço de Informações deveria ser informado.

O Senhor Nelo, na sequência do telefonema, informou a Senhora Nita que o Serviço de Informações deveria ser avisado.

A senhora Nita informou o Senhor Nelo que já o tinha feito.

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1ª conclusão

É verdade que a iniciativa da Senhora Nita não resultou do telefonema entre o Senhor Nelo e o Senhor Xico.

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2ª conclusão

É verdade que o Senhor Nelo não mentiu ao dizer que falou com o Senhor Xico e que este referiu a importância de ser contactado o Serviços de Informações.

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Conclusão final

  • Tudo isto é claro, cristalino, não oferece dúvidas a ninguém. 
  • Ninguém mentiu e está tudo certo.
  • Para além disso, fizeram o que deveria ser feito

[A única coisa errada neste episódio é aquilo em que ninguém parece estar interessado: um ex, já não pertencente ao filme, entrou nas instalações e apropriou-se de um computador que não era seu e que continha informação sensível. E isso é grave. Para tal, aparentemente agrediu a Senhora Nita e outras ex-colegas. E isso também é grave. Levou o computador para casa e não se sabe se copiou ou apagou informação. E isso pode ser deveras grave.]

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Quanto ao SIS

Se o Serviço de Informações, depois de ser informado, agiu, isso é da sua responsabilidade e não da responsabilidade do Senhor Nelo, do Senhor Xico ou da Senhora Nita.

Portanto, por aqui também tudo claro

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Dúvida

Sendo tudo tão claro e óbvio, porque é que umas avantesmas, espalhadas por todo o lado onde existam microfones ou câmaras, não param de se mostrar baralhadas, não param de grasnar e de cacarejar, aparentemente baralhadas com o que é claro como água? 

E porque é que tudo o que é chornaleca e comentadeira vai atrás dos patos, dos burros e de tudo o que é avantesma e, em conjunto, não param de armar confusão no espaço público?

Não deveria haver multas para quem polui o espaço público?

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Dúvida em 2ª derivada

Porque é que o Presidente Marcelo, que fala tanto a propósito de tudo e que gosta tanto de ser professor, não explica este case study, não desmonta a intriga e não esvazia a bagunça que o enxame de marabuntas por aí anda a fazer, erodindo a democracia, enlameando a reputação de gente digna e lançando a confusão junto de toda a gente que tem miolo mole?

NB: Não se desvalorize a mole informe de gente de miolo mole pois, sendo criaturas que não percebem nada de nada, vão atrás de toda a baboseira e infectam o ambiente, papagueando toda e qualquer alarvidade que é lançada para o ar.


quinta-feira, junho 01, 2023

Aula prática sobre como descobrir contradições, obter confissões, etc.

 

Não vou citar nomes até porque não sou de intrigas mas há por aí muito candidato a pide de aviário que, esforçadamente, tenta molestar os inquiridos tentando arrancar-lhes confissões sobre não importa o quê.

Para quem vê é de gargalhada mas eles levam-se, a eles próprios, muito a sério. Poderia ser uma rábula -- e é -- mas, para eles, pobres coitados, aprendizes fora de tempo, parece que é coisa de vida ou de morte. 

Ouço-os, por exemplo, semblante carregado, ar castigador, a perguntar às vítimas, coisas como:

- A que horas tomou café?

- Onde estava quando surgiu o tema do café? 

- Quem se lembrou de pedir o café? 

- Efectivamente quem pediu o café?

- Quando falou com a prima, referiu que tinha pedido café?

- Informou a madrinha que tinha pedido o café?

- Informou a madrinha, sim ou não?

- A que horas informou a madrinha?

- Quando informou a madrinha, a prima já tinha sido informada?

- E bebeu mesmo o café?

- Bebeu o café até ao fim?

- Quem pode confirmar que bebeu o café?

- E a que lhe soube o café?

- E comunicou a alguém que bebeu o café?

- Mas porque é que não comunicou que bebeu o café?

- Voltemos ao princípio: quem contactou quem a propósito do café?

- A vizinha soube que a madrinha foi informada depois da prima?

- Porque é que a prima da vizinha disse que a madrinha foi informada depois da prima?

- e assim sucessivamente...

Daqui resulta a inevitável conclusão de que ainda não têm a técnica bem apurada. Lamento dizê-lo mas não, não têm.

Convém saber interrogar até fazer sangue, torturar a verdade, subverter os factos, esganar as ocorrências, virá-las do avesso, levar as vítimas a confessar o que não fizeram, levá-las a incriminar a avó, o gato, a vassoura da vizinha, qualquer coisa.

Por isso, aqui fica um vídeo a explicar como é.

Monty Python Deductive Reasoning

Cena icônica do filme Monty Python em Busca do Cálice Sagrado, quando sir Bedevere demonstra como descobrir se uma mulher é bruxa através de uma lógica científica absolutamente fantástica.


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Um dia bom
Saúde. Boas gargalhadas. Paz.

domingo, maio 28, 2023

Sugestão de alguns temas para o Exmo. Sr. Presidente Marcelo Rebelo de Sousa trazer para reflexão junto da opinião pública

-- A palavra ao meu marido --


Quem segue a politica portuguesa pode ser levado a pensar que existe um conluio entre o Exmo Sr. Presidente da República Prof. Marcelo Rebelo de Sousa e os órgãos de comunicação social.

Sua Excelência julgará ser absolutamente necessário ter uma presença constante nos media, seja por motivos relevantes ou não, e estes, por sua vez, publicam, comentam, recomentam e voltam a recomentar tudo o que o Sr. Presidente diz. Aliás, até lhes é proposto pelo Sr. Presidente que comentem o que ele não diz.

Embora, segundo me parece, a função presidencial requeira recato, bom senso e sentido de Estado deixo aqui alguns pontos que proponho o Sr. Presidente traga para a opinião pública.  Na realidade, a importância das questões que abaixo refiro para um regular funcionamento da nossa democracia -- sem pseudo dramas e dissoluções fantasma--, deveria merecer a atenção do Sr. Presidente e proporcionaria mais um enorme conjunto de notícias e comentários.

 

  • Será que o Sr. Presidente não deveria comentar a forma como funciona a Justiça em Portugal, nomeadamente as investigações do MP?

Não merecerá um comentário de V. Exª os tempos que demoram as investigações e a forma como as informações sujeitas a segredo de Justiça são passadas para os media? E acha bem que não se investigue como e por parte de quem são sucessivamente violados os segredos de Justiça dos diversos processos? 

O Sr. Presidente acha bem que a partir da informação que é indevidamente passada para os meios de comunicação social e da forma como estas a tratam, haja portugueses que são julgados e condenados na praça pública sendo inocentes (ou mesmo culpados)? 

O Sr. Presidente não deveria alertar para o contributo que esta atuação da Justiça dá para fomentar os populismos?

 

  • Será que o Sr. Presidente não deveria comentar a forma como funcionam as Comissões Parlamentares de Inquérito no Parlamento? 

Não merecerá um comentário do Sr. Presidente a forma como são feitas as inquirições nas CPI que mais parecem interrogatórios policiais destinadas a comprovar ideias pré-concebidas do que inquirições destinadas a saber a verdade dos factos que deveriam ser analisados? 

Não seria pedagógico alertar para a péssima imagem que estas CPIs passam para a opinião pública?

 

  • Será que o Sr. Presidente não deveria reflectir publicamente sobre a situação atual na comunicação social? 

Não merecerá um comentário ao Sr. Presidente o facto de os jornalistas raramente respeitarem a isenção que lhes é devida, as televisões estarem pejadas de comentaristas que mais não fazem do que seguirem agendas pré-definidas e às vezes muito pouco transparentes, e não haver critérios de idoneidade e isenção que presidam à divulgação das notícias?

Não estaremos perante situações que intoxicam a opinião pública e desvirtuam a democracia e portanto devem ser objeto de comentário do mais alto Magistrado da Nação?


  • Será que o Sr. Presidente não deveria ter deixado uma nota, ainda que subtil, sobre o discurso indecoroso do antigo Presidente Aníbal Cavaco Silva? 

Será que um anterior Presidente da República vir  a público, qual Trump fora de tempo,  exacerbar os ânimos, dividir o País entre bons e maus e extremar posições, não deveria merecer uma observação pedagógica do Sr. Presidente?


Exmo. Sr. Presidente Prof. Marcelo Rebelo de Sousa,

Seria muito útil para o País que, no tempo exigente que atravessamos, com uma guerra na Europa e uma radicalização entre as grandes potências, internamente pudessem ser garantidas as melhores condições para seguirmos em frente. 

Como não quero acreditar no que o Dr. José Miguel Júdice vem referindo sobre o Sr. Presidente, aqui lhe deixei alguns assuntos sobre os quais algumas reflexões sensatas serão bem vindas  e úteis. 

Tenho para mim que os principais motivos da presente instabilidade que se observa no nosso País são a forma como a Justiça se comporta, a falta de rigor da comunicação social e, lamento dizê-lo, a presente actuação de V. Exa., Sr. Presidente. 

Não tenho grande esperança de que o Sr. Presidente ainda esteja a tempo de emendar a mão mas deixo o meu modesto contributo para que V. Exa. possa ter mais algumas notícias nos media e para que eles tenham assuntos verdadeiramente relevantes de que se ocupar.

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NB: Como se pode ler no título deste post, o texto acima é da autoria do meu marido. 

Este sábado, enquanto fazíamos a nossa caminhada de fim de dia, eu ia falando no que tinha escrito na véspera e ele também ia a refilar com Marcelo Rebelo de Sousa, revoltado por o Presidente centrar toda a sua atenção em irrelevâncias 'caseiras' do funcionamento do Governo que não interessam para nada em vez de louvar o seu bom desempenho e, sobretudo, em vez de chamar a atenção para o que de muito grave acontece noutros sectores. 

E acrescentou: qualquer dia escrevo eu uma coisa. De imediato agarrei a oportunidade. Por isso, mal chegou a casa, foi sentar-se ao computador. E, passado um bocado, já eu estava a receber um mail dele com o texto que acima puderam ler (e com o qual, diga-se, concordo na íntegra).


quarta-feira, maio 24, 2023

Fake, fake, fake, fake
- ou apenas o novo real...?

 









Há muito tempo que falo dos imensos riscos da Inteligência Artificial, e tantas vezes já falei disso que sei que me torno repetitiva. Os benefícios são igualmente imensos e, por isso, o recurso a ela serão permanentes e crescentes.

O problema é que, enquanto era coisa apenas ao alcance de uns happy few, havia sério risco mas, enfim, relativamente possível de intervir.

Neste momento já não é possível. A tecnologia tornou-se ubíqua, está ao alcance de meio mundo, tem preços acessíveis e as comunicações distribuem-na por todo o lado. Aquilo a que antes uns quantos, poucos, especialistas tinham acesso agora estão ao dispor, for free. À borla, na ponta dos dedos.

Qualquer um pode obter imagens antes inexistentes, poesia ou prosa a pedido, aconselhamento médico, desambiguação sobre diferentes formas de expressão, explicação sobre a impermeabilização natural das telhas cerâmicas portuguesas, sobre o que se quiser seja de que natureza for. 

Há pouco tempo fui a uma consulta de rotina e estive a falar com a médica sobre o ChatGPT. Contou-me que ainda no outro dia um colega lhe tinha enviado uma opinião sobre um tema médico multidisciplinar, Ela debateu essa opinião com outros colegas. Depois, veio a saber que a opinião tinha sido gerada pelo ChatGPT. E, diz ela, era uma opinião bem fundamentada e que lhes deu muitas pistas.

E já temos algoritmos que assentam na inteligência artificial a interpretar exames médicos complexos e em que o olho humano poderia não detectar a génese de alterações que, no futuro, podem vir a gerar tumores. E isso é extraordinário pois um algoritmo que recorra a ferramentas de inteligência artificial consegue num instante comparar as imagens de um exame com milhões de outras imagens e detectar quando alguma coisa se afasta do padrão de normalidade. Mas deixará de ser bom se houver algum erro na construção do algoritmo e falhar redondamente no diagnóstico sem que nenhum humano faça a validação,  deixando escapar o erro.

Nas empresas já temos as máquinas a aprenderem sozinhas (machine learning) e já as temos a preverem possíveis avarias futuras através da conjugação de factores que elas próprias medem como temperatura, pressão, trepidação, etc. E podem apenas dar alarmes e os humanos que os interpretem e ajam em conformidade ou podem elas sozinhas ajustar parâmetros e/ou fazer parar a máquina. E tudo isto é fantástico. Mas apenas o é enquanto houver humanos que saibam tanto quanto as máquinas, que conheçam bem a lógica dos algoritmos e saibam detectar se alguma coisa de estranho estiver a acontecer. Mas passará a ser um problema dos grandes quando houver fraco conhecimento, desleixo ou falta de inteligência por parte de quem conduz um parque de equipamentos desse tipo.

E nas plataformas mais banais (Google, Bing, YouTube, Facebook, Instagram, etc) tudo funciona 'à base' de algoritmos que detectam, registam e processam o que nos interessa, aquilo em que mais nos detemos, aquilo que vemos até ao fim ou não, etc. E, com base nisso, seleccionam o que consideram que nos vai agradar.

Ou seja, aquilo que vemos é apenas uma ínfima parte do que há para ver (e isso seria sempre pois o que há para ver é quase infinito) mas é o que os algoritmos 'pensam' que nos vai agradar. Ou seja, sem darmos por isso, julgando que estamos a ser livres, estamos, à partida, já bastante condicionados.

Claro que podemos não nos cingir a isso. Podemos fazer pesquisas. Mas o que acontece é que os algoritmos, ao mostrarem-nos aquilo que já 'sabem' que é do nosso agrado e em que têm uma sucessão também quase infinita de coisas para nos mostrar, deixam-nos saciados, sem espaço para irmos, à aventura, pesquisar outras coisas.

Esta questão já foi usada em política, via Cambridge Analýtica para condicionar os eleitores britãnicos levando-os a votarem no Brexit sem saberem o que isso significava. Os riscos de manipulação são ilimitados e nem sempre fáceis de detectar.

Já no outro dia foi notícia a atribuição do prémio Sony, um dos maiores prémios internacionais de fotografia, a uma fotografia lindíssima que mostrava duas mulheres. Como se sabe, de facto aquelas mulheres não existem e aquela fotografia não resultou do registo de uma imagem. Foi totalmente construída por um algoritmo de inteligência artificial dedicado à geração de imagens.

As fotografias que acima mostro (Putin, Merkel e Obama, Macron e Trump) também não existem. São imagens falsas. Foram geradas pela aplicação Midjourney. Podem ser vistas mais em Médecine, climat, droit : l'IA va-t-elle causer notre perte ou nous sauver ?

Também a música lá em cima não foi composta ou interpretada por humanos mas sim obra de inteligência artificial.

Este é um tema que deveria mobilizar a opinião pública mundial criando-se grupos de estudo, comissões parlamentares ou o que for que estudem como regulamentar a utilização da Inteligência Artificial por forma a garantir o seu uso dentro das balizas do rigor, da segurança, do respeito pela humanidade e da ética.

Em vez de andarmos a criar pides de aviário ou a intoxicar a opinião pública com tretas cujo interesse numa escala de 1 a 10 é 0 (sim, abaixo da escala, abaixo de cão), deveríamos prestar atenção a um dos temas mais sérios da actualidade.

A propósito, a opinião de Harari.

AI and the future of humanity | Yuval Noah Harari at the Frontiers Forum

In this keynote and Q&A, Yuval Noah Harari summarizes and speculates on 'AI and the future of humanity'. There are a number of questions related to this discussion, including: "In what ways will AI affect how we shape culture? What threat is posed to humanity when AI masters human intimacy? Is AI the end of human history? Will ordinary individuals be able to produce powerful AI tools of their own? How do we regulate AI?"

The event is was organized and produced by the Frontiers Forum, dedicated to connecting global communities across science, policy, and society to accelerate global science related initiatives.

It was produced and filmed with support from Impact, on April 29, 2023, in Montreux, Switzerland



terça-feira, maio 23, 2023

Acho que o melhor antídoto contra o veneno do Cavaco, contra o intragável sorrisinho do pupilo Montenegro e contra a mediocridade dos deputados que gostam de se armar em pides na CPI da TAP seria pô-los em sessões com a Rossy de Palma

 

Ver o Cavaco, mal ressuscitado, a sair à cena para se mostrar ainda pior do que quando estava vivo*, ainda mais ressabiado, com a boca muito aberta e muito seca, a mostrar que ainda não conseguiu curar-se do mau feitio, só me faz pensar que aquele ali não tem cura e que está cada vez pior -- e que pouco mais há a dizer sobre isso. Não merece. Não vale a pena. Não aproveita a ninguém. Há pessoas que envelhecem mal. Imagine-se o quão mal quando a base de partida já é má, má, má de si.

Em vez de comentarmos as azias dele, penso que o melhor antídoto seria armarmos-lhe uma armadilha em que ele se visse sozinho com a extraordinária Rossy de Palma. Até lá podíamos deixar também a sua Dona Maria. A Rossy haveria de ir ao rubro com o bafiento e ressabiado casal. O que ela haveria de inventar para os tirar do sério. Se os chornalecas** lá pusessem câmaras e fizessem directos, digo-vos: o país parava. Acho que nos iríamos rebolar a rir.

Também me parece que se deveria enviar a mesma Rossy de Palma à CPI da TAP. Uma vez que cabe lá tudo o que é cão e gato mesmo que nada tenha a ver com a TAP e já se atingiu um tal grau de ridículo, seria mesmo interessante vê-la no lugar onde se têm sentado as vítimas dos deputados e apreciarmos como, perante ela, se comportariam as fracas figuras que têm andado a exibir a sua absoluta e irremediável mediocridade. Aposto que ela os deixaria em fanicos e as audiências iriam bombar. 

 Só para se perceber a pinta da menina e se imaginar nas cenas que acima referi, ei-la aqui a mostrar o que tem na malinha de mão.

Inside Rossy de Palma's Christian Louboutin Bag | In The Bag


(*) Metaforicamente falando, claro

(**) Há pouco vi uma garota armada em jornalista a fazer uma entrevista. Fazia boquinhas, sentenciava que o governo tem feito muitos erros, mostrava que estava a salivar por sangue. Se eu lá estivesse, pedia-lhe que fundamentasse o que estava a dizer e enunciasse os erros a que se referia. Sempre queria ver as baboseiras que dali iriam sair. Uma miudagem, uns papagaios, gentinha que não sabe do que fala, gentinha que mastiga o que outros mastigaram. Não há nenhuma entidade que zele pela qualidade e pela isenção e objectividade dos jornalistas? Que raio de miséria é esta em que a nossa comunicação social está atascada?