Mostrar mensagens com a etiqueta Roberto Matta. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Roberto Matta. Mostrar todas as mensagens

quarta-feira, março 06, 2019

Potpourri com a cataplana do Costa na casa da Cristina Ferreira, com bochechas e queixadas à mistura e com a saltitona Katelyn Ohashi a mostrar o que é a alegria absoluta





Gostava de contar todas as minudências do meu dia mas acredito que seja fastidioso para quem me lê.  Tudo muito mais do mesmo e, como sempre, nada de relevante.


Conto apenas por alto que desbastei uma árvore grande que está num dos lados do caminho que vem do portão grande. Não sei que árvore é aquela, não é azinheira nem é aroeira. É uma árvore muito linda e tem uma madeira amarela que, quando cortada, cheira muito bem. No fim, estava no chão um mega monte de ramos que arrastei com esforço lá para baixo. Quem veja e não saiba, nem vai perceber o grau de desrame que a árvore sofreu: continua armada e sombrejante como se não tivesse passado por toda aquela amputação. Também continuei com ancinho e vassoura a apanhar bolotas, folhas, terra, musgos e restinhos de cenas que, tudo junto, voltou a dar mais um montão de carrinhos de mão. Também varri, lavei e limpei a casa por dentro. E, para além de peixe cozido para o almoço, cozinhei queixadas de porco no forno com orégãos, alecrim e mel e bochechas, também de porco, estufadas. Para acompanhar, arroz de cenoura feito com o caldo do estufado. E isto trouxe para jantarmos em casa da minha filha. Rever os meus amores, estar na conversa, é das coisas boas da minha vida. Estão grandes os meninos, brincalhões, felizes da vida. Viemos de lá relativamente cedo porque o meu marido anda com dores no pescoço e, às tantas, fica impaciente e, além do mais, tínhamos coisas para arrumar e, segundo decretou, 'estamos a precisar de descansar'.


E é verdade. Foram uns belos dias in heaven mas em que trabalhámos de sol a sol. Intercalei apenas por volta do meio dia para ver o António Costa com a mulher, os filhos e a nora no programa da Cristina Ferreira. Muito bem todos, uma família simpatiquíssima, tudo gente boa onda. Todos bem... excepto a Cristina Ferreira. E o excepto tem a ver com aquele excesso, aqueles gritos, aquela gargalhada insuportável, aquela maneira histriónica de ser e de se vestir, aquela maneira absurda de se pôr de perna aberta quando está de pé a falar com alguém, aquela parvoíce que aparece a todo o momento como, por exemplo, ao tirar os sapatos e pôr-se de chinelos, supostamente para ir almoçar. Não há dúvida que bate a concorrência aos pontos mas, como nunca vejo televisão de manhã, não consigo estabelecer paralelismos. Provavelmente os outros, nos outros canais, são mais sóbrios e a malta gosta é de chinfrim, de baderna e de fofoca. Do que percebo, a grande aposta da Cristina Ferreira é devassar a vida privada das figuras públicas. Ora isso apela ao voyeurismo de que toda a gente padece um bocadinho. No fundo, no fundo, é a decadência.


Confesso que, na véspera, ao ouvir que o Costa lá ia, temi o pior. Pensei: não me digam que vai sujeitar-se àquelas perguntas que apelam ao sentimentalismo, à lágrima. Se ceder a essa piroseira vai ter-me à perna, ah vai, vai. Mas não senhor, manteve-se no seu registo de boa onda e depois concentrou-se na cataplana, foi respondendo com a leveza típica de quem vai conversando enquanto faz a comida e deixou a Cristina a fazer a festa com o resto da família. Gostei de vê-lo, na boa, com a sua alegre Fernanda, com o filho que é outro simpático e as duas meninas, bonitas e sorridentes. Portanto, por esta passa. E se aquilo chega a casa de um milhão de pessoas pois, muito bem. Manteve a dignidade, não disse nada que envergonhasse aqueles que o apoiam. Portanto, adiante. 


Tirando isso, só sei que daqui a nada estou de volta ao trabalho e que nem tão cedo volta a haver feriados e isso não é ideia especialmente inspiradora. Também sei que tenho alguns assuntos de que gostava de falar aqui (e um foi-me agora enviado pelo P, a quem muito agradeço) mas requerem alguma concentração e, a esta hora, não tenho neurónios acordados em número suficiente. Também sei que, neste momento chove que deus a dá, sopra o vento com intensidade, atirando fortes bátegas de água contra a janela -- e esse som é outro que me agrada. 


Como sempre faço, abro o Youtube, preguiçosa de ir à procura, passiva, curiosa de ver o que o safado do algoritmo resolveu escolher para me mostrar. E, uma vez mais, ele acertou. Tinha, logo em primeiro lugar, mais um extraordinário desempenho da mocinha reboludinha, pequeninha, elástica, risonha: Katelyn Ohashi. É humana, mulher e, no entanto, parece uma boneca saltitona, um pássaro maroto, alguém muito diferente dos outros humanos. Vê-se e pasma-se. Como é possível?



-------------------------------------

Como continuo tomada pela indolência, em vez de ir escolher fotografias feitas por mim e para fazer jus ao potpourri do título, fui buscar a companhia de uma malta dada ao surrealismo, a saber, respectivamente, Roberto Matta, Wolfgang Lettl, Paul Klee, Salvador Dali, Wolfgang Lettl e Jindřich Štyrský. Para companhia musical: Malena de Ennio Morricone. Tá-se bem.

------------------------------------------------

E agora já ia desejar uma boa semana a começar por ... quando dei por mim a acordar a tempo de ver que onde é que já lá vai a segunda-feira. Thanks god já é quarta-feira. Mas que seja tudo bom na mesma, ora essa.