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quarta-feira, novembro 11, 2015

Chegou o tempo da esquerda, um tempo de desafios, riscos e esperança. Aos que agora finalmente se uniram e, num passo inédito, se chegaram à frente e disseram 'Presente!', agradeço que tenham posto fim ao desgoverno PSD e CDS, manifesto o meu apoio no duro caminho que têm pela frente e a minha admiração pela coragem que estão a demonstrar porque os outros vão à sombra dos abrigos e tu vais de mãos dadas com os perigos.



Porque os outros se mascaram mas tu não 
Porque os outros usam a virtude 
Para comprar o que não tem perdão 
Porque os outros têm medo mas tu não

Porque os outros são os túmulos caiados 
Onde germina calada a podridão. 
Porque os outros se calam mas tu não.

Porque os outros se compram e se vendem 
E os seus gestos dão sempre dividendo. 
Porque os outros são hábeis mas tu não.

Porque os outros vão à sombra dos abrigos 
E tu vais de mãos dadas com os perigos. 
Porque os outros calculam mas tu não.



Esta é a madrugada que eu esperava 
O dia inicial inteiro e limpo 
Onde emergimos da noite e do silêncio 
E livres habitamos a substância do tempo 


(...)
Portugal,
volta ao mar, a teus navios
Portugal volta ao homem, ao marinheiro,
volve à terra tua, à tua fragrância,
à tua razão livre no vento,
de novo
à luz matutina
do cravo e da espuma.
Mostra-nos teu tesouro,
teus homens, tuas mulheres,
(...)





E se já mostrei rosas juntas com os cravos e uma rosa feliz e multicor, junto também aqui papoilas porque este é um tempo de inclusão em que todos quantos são livres e lutam por um Portugal desenvolvido devem ser chamados a intervir pois todos somos poucos para o tentar recuperar da pobreza e das injustiças sociais para que foi empurrado nos últimos quatro anos.


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Os poemas são de Sophia de Mello Breyner Andresen e, num dia como o de hoje, apetece-me ter aqui Maria Barroso. A gravação não é fantástica mas acho que concordarão comigo que isso é pormenor.

O poema La Lámpara Marina de Pablo Neruda, lido por Tavares Marques, foi dedicado a Álvaro Cunhal (que, justamente, nasceu a 10 de Novembro) e apetece-me tê-lo também aqui.

No penúltimo vídeo, António Costa agradece o papel precursor de Mário Soares - e hoje faço questão de que Mário Soares se junte à festa. E através do link junto também Pacheco Pereira, outra voz que, ao longo dos últimos quatro anos, não se cansou de lutar pela verdade, pela democracia e pela liberdade.
Gostava de ter encontrado algum vídeo com Miguel Portas ou João Semedo ou Francisco Louçã ou Daniel Oliveira ou Catarina Martins em que o registo fosse do género dos que que aqui coloquei mas não encontrei, apenas os vi em intervenções políticas puras e duras. Por isso, fica aqui apenas o registo dessa minha vontade.
Finalmente, Louis Armstrong interpreta La vie en rose -- e é assim que eu hoje quero ver a vida.

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Nota: Esta terça-feira quase não consegui ver televisão mas quero dizer que, do pouco que vi, fragmentos apenas, gostei muito do que ouvi dos discursos de António Costa, Jerónimo de Sousa e Catarina Martins. Uma lição de democracia.

Deliberadamente não falo dos esgares e do mau perder de Passos Coelho, das ameaças infantis e anti-democráticas (e anti-patrióticas) de Paulo Portas, das expressões desagradáveis de Montenegro e de todos quantos mostraram que continuam sem perceber nada do que lhes acontece. Agora, por exemplo, mostram que não percebem como funciona a democracia. É pena. Mas porque o tempo deles acabou (tal como está prestes a acabar o tempo de Cavaco), não os quero ter aqui a contaminar esta minha página que quero que seja uma página em que se festeja o dia em que a direita retrógrada, incompetente e desumana foi derrubada.

Quero aqui hoje festejar a esperança, a expectativa de que se reinicie um caminho de construção, de respeito pelos outros. Quero acreditar que Portugal está de novo a caminhar na direcção do futuro.

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Desejo agora que a inteligência e a maturidade que o PS, o PCP, o PEV e o BE demonstraram até chegarem a estes acordos se mantenham ao longo dos próximos 4 anos - que nunca se esqueçam de que o que os une tem que ser sempre mais importante do que aquilo que os separa.

Dia 10 de Novembro de 2015 foi um dia novo. 

Abriu-se uma porta importantíssima. Abriu-se uma porta e não apenas em Portugal: também na Europa. Estou em crer que também na Europa se começarão a sentir os felizes tempos de mudança. 

Há alternativa.
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Desejo-vos, meus Caros Leitores, uma quarta-feira muito feliz.

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sexta-feira, setembro 18, 2015

Pacheco Pereira é que o topa: está a explicar, preto no branco, na Quadratura do Círculo, que Passos Coelho é um mentiroso, um mentiroso assertivo, não hesita um segundo, mente com a convicção de quem fala verdade


No post abaixo já falei do Portas e das suas 4.000 vacas a ser gozado pelo Ricardo Araújo Pereira na TVI, já falei do Jorge Jesus a tirar o meu marido do sério ao vê-lo numa conferência de imprensa depois de uma clamorosa remota. E etc.

Finalmente acabaram os resumos futebolísticos e os comentários cabalísticos e virámos para a política.

Agora estamos na SICN a ver a Quadratura e o Pacheco Pereira está a despir, uma a uma, todas as mentiras e deturpações da verdade com que Passos Coelho reveste as suas aparições. Está a interrogar-se é como é que é possível uma pessoa assim, pouco séria, não ser confrontada a sério por ninguém. De facto. E está a dizer outra coisa: que os debates giram em torno do programa do PS - dado que o programa dos PaFs é, na prática, inexistente.


E está a demonstrar como, se os PàFs ganhassem, a situação no país não iria ser igual: iria ser pior.

E, referindo-se a António Costa, concluíu dizendo que se revê mais num homem que diz que não quer fazer promessas vãs porque não quer falhar a palavra nem sabe mentir do que num que mente constantemente como é o caso de Passos Coelho.


Grande Pacheco. Coragem é com ele.

Jorge Coelho também está a dar com força no Láparo, chamando-lhe irresponsável e, na prática, um vulgar trauliteiro (e agora está a falar na trapalhice e da falta de seriedade do Láparo a falar dos terrenos da ANA a propósito da dívida da Câmara).


Lobo Xavier, no meio do grupo, faz um risinho à pig, é o único defensor do indefensável mas, como lhe deve doer fazer aquela figurinha, disfarça com aquele sorrisinho entre o apalermado e o gozãozinho. Agora diz que também acha que António Costa é sensato e que não ia gastar mal o dinheiro e que não mente - mas que o Passos não é tanto mentir, é mais falta de rigor. Olha, olha. 


(Querem ver que este Xavier - que se diz e desdiz, e troca tintas e mais tintas, e que agora diz que as mentiras não são mentiras são mistificações - ainda me obriga a dizer também um daqueles palavrões que hoje estou farta de ouvir aqui na sala. Ai!)

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E desçam até ao post seguinte - se estiverem para aí virados, claro.

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quarta-feira, junho 24, 2015

O Pacheco Pereira e os demasiado lampeiros para serem sérios, o PS de António Costa, as sondagens, o Syriza, a UE, o euro, esta prisão absurda gerida por burocratas imbecis e desalmados --- e todo este mundo de incertezas e absurdos.


Meus Caros, no post abaixo falei das lágrimas que me cobriram os olhos perante o magnífico Pano de Cena pintado por Chagall para a Flauta Mágica e que está no CCB. No post a seguir falei da surpresa que tive ao ler um comentário que alguém muito especial para mim deixou no post sobre o Valverde Hotel de Lisboa.


Mas, agora, que entrem as valquírias!







É que, estando eu nesta boa onda, compreenderão que pouca vontade tenha para sujar os dedos com palavras sobre a forma cobarde e estúpida como os burocratas imbecis que governam a Europa estão a tratar a Grécia. Cobardes, estúpidos, desrespeitadores, acéfalos, broncos. E ainda gozam a pensar que ganham alguma coisa vergando um povo, um país. Gente parva, perigosa.

Compreenderão também que não tenha vontade nenhuma de falar deste PS tomado por maria-amélias que medem cada palavra com medo de que os tomem por perigosos radicais, gente acobardada que parece que só lhes falta andar de fralda, que não são capazes de dizer alto e bom som que governar não é desprezar o povo, não é impedir o desenvolvimento económico, não é amarrar gerações a uma dívida que parece um monstro de mil goelas. Compreenderão que já nem posso ver o António Costa incapaz de formar uma equipa credível, de gente desempoeirada, virada para o futuro, em vez de andar rodeado apenas por meia dúzia de gatos pingados a arrastar os pés como zombies.

Compreenderão que me custa à brava ver que tem que ser gente como o Pacheco Pereira a escrever coisas como Demasiado lampeiros para serem sérios 

(e uma vez mais agradeço ao Leitor que me enviou o artigo que eu, de outra forma, não teria lido que nem tempo tenho para passar os olhos, mesmo que apenas de relance, pelos jornais). Transcrevo a parte do texto que esse Leitor me enviou:

O PS ainda não percebeu em que filme é que está metido. Continuem com falinhas mansas, a fazer vénias para a Europa ver, a chamar “tontos” ao Syriza, a pedir quase por favor um atestado de respeitabilidade aos amigos do Governo, a andar a ver fábricas “inovadoras”, feiras de ovelhas e de fumeiro, a pedir certificados de bom comportamento a Marcelo e Marques Mendes, a fazer cartazes sem conteúdo — não têm melhor em que gastar dinheiro? — e vão longe.


Será que não percebem o que se está a passar? Enquanto ninguém disser na cara do senhor primeiro-ministro ou do homem “irrevogável” dos sete chapéus, ou das outras personagens menores, esta tão simples coisa: “O senhor está a mentir”, e aguentar-se à bronca, a oposição não vai a lado nenhum. Por uma razão muito simples: é que ele está mesmo a mentir e quem não se sente não é filho de boa gente. Mas para isso é preciso mandar pela borda fora os consultores de imagem e de marketing, os assessores, os conselheiros, a corte pomposa dos fiéis e deixar entrar uma lufada de ar fresco de indignação.


Compreenderão meus Caros como fico arreliada, e arreliada é apenas um suave eufemismo, por ter que ser uma pessoa do PSD a dar este abre-olhos ao António Costa.

É tarde e espera-me outro dia dos valentes pelo que tenho que estancar a minha indignação perante tudo isto. Mas a verdade é que fico passada com tudo isto, fico mesmo.



A União Europeia fede entregue a gente que toma decisões para ter votos nas eleições do seu país ao mesmo tempo que amarra os países menos desenvolvidos e mais vulneráveis a pactos incumpríveis e os impede de crescer ou de ter esperança numa vida melhor.

Portugal está entregue a uns Pafs ignorantes, manipuladores, gente incapaz que tem vendido o País ao desbarato, gente que já nem deveria poder sair à rua sem apanhar com grandoladas, gargalhadas, sapatos, tartes e sei lá que mais em cima -- e que, afinal, por aí andam lampeiros, a defecar de alto (pardon my french).

O PS, que tinha tudo para fazer uma oposição de pé em riste, anda armada em sei lá o quê, umas mariazinhas que parece que saíram da sacristia. Nem sei o que pense disto tudo. Ou o PS acorda para a vida e percebe que, se toda a gente acha que o Passos Coelho e o Portas não prestam, mas que, ainda assim, consideram votar neles, é porque não se revêem na forma como o PS está a actuar -- ou vamos ter o caldo entornado nas próximas eleições, ai vamos, vamos.

E enquanto a UE não começar a ter Chefes de Estado capazes, gente com visão, vamos continuar a ter cimeiras que só servem para enterrar cada vez mais o ideal europeu. O cherne foi-se embora mas o aquário ficou cheio de peixe podre. Caraças.

Vou pregar para outra freguesia que já estou farta desta cambada toda. Bolas para isto.




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As imagens mostram a Golden Valkyrie de Joana Vasconcelos. A música é (e desculpem por nem traduzir mas já mal consigo manter-me acordada): The Ride of the Valkyries from Wagner's Ring Cycle at the Met.

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Sem rever nada de nada e a escrever quase de olhos fechados e, portanto, antevendo que haja para aqui mais de mil gralhas, apresento desde já as minhas desculpas.

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E, se me permitem o conselho, desçam até aos dois post seguintes que contêm temas mais agradáveis.

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Desejo-vos, meus Caros leitores, uma bela quarta-feira.

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sexta-feira, outubro 17, 2014

O tijolo e a bolinha, segundo Pacheco Pereira na Quadratura do Círculo. O tijolo é o peso da realidade. A bolinha ou o berlinde (que vem do CDS e sobre a qual todos os papagaios para aí andam a discutir) e que nem é bem bolinha mas sim uma molécula, é a novidade que, de tão insignificante, praticamente não existe. Isto é o Orçamento de Estado para 2015 sobre o qual os três intervenientes concordam que traz um agravamento fiscal e que, quem disser o contrário, mente e não tem vergonha


Abaixo descrevi o ataque implacável ao OE por parte de Manuela Ferreira Leite no seu comentário semanal da TVI 24. Encarecidamente vos peço que não percam pois é importante que se veja o que uma pessoa que já foi ministra das Finanças e líder do PSD diz do Orçamento apresentado por um Governo da sua cor política. Ela é certamente uma voz esclarecida e isenta. Dela nenhum cão com pulgas poderá dizer que é uma radical de esquerda. 

Mas isso é no post a seguir. Aqui, agora, falo do que estou agora a ver: a Quadratura do Círculo.


Pacheco Pereira apresentou-se com um tijolo e com um berlinde. Por baixo do tijolo escreveu realidade, por baixo do berlinde escreveu novidade.


Diz ele que o CDS apareceu com uma novidade, novidade essa sobre a qual toda a gente fala, bolinha que não passa de um pequeno berlinde quando comparado com o peso do tijolo que é a carga terrível da realidade. 


Lobo Xavier corrigiu-o: nem será bem um berlinde, é ainda menos que isso. Ficaram, então, os três de acordo que, a bem dizer, deve ser apenas uma molécula, qualquer coisa que, a existir, apenas será detectada com microscópio.





Pacheco Pereira não se está a ficar atrás de Manuela Ferreira Leite. Do OE 2015 apresentado pelo Governo de Passos Coelho e Paulo Portas, diz que se trata de uma ficção propagandística, que introduz complicação nas deduções fiscais, que não passa de conjunto de fantasias.  Um OE cheio de truques. E, com mal disfarçado nojo, refere as brincadeiras verbais como aquela do fanatismo orçamental na boca de Passos Coelho.


[Num aparte e quanto ao processo da Tecnoforma contra Pacheco Pereira, Lobo Xavier ofereceu-se para o defender pro bono pois diz que ainda se vão divertir à brava. Contudo, diz que os juízes não costumam dar seguimento a coisas destas pelo que acha que essa brincadeira não irá dar em nada.
Pacheco Pereira já tinha dito que se tinha limitado a comentar afirmações proferidas por administradores ou ex-administradores da Tecnoforma; e que, nesse caso, não se percebe porque é que não os processam em vez de o processarem a ele. E que dorme bem em qualquer lado pelo que, a propósito disto, é para o lado que se vai deitar melhor]

Lobo Xavier, de seguida, confirma que este OE tem um agravamento fiscal (que há agravamento em alguns dos impostos já existentes e vários novos impostos) e que ninguém, a não ser que fosse algum cómico, por exemplo o Herman a gozar com os políticos, poderá dizer que, com o que ali está, vai haver algum alívio fiscal. Só se tiver falta de vergonha, diz ele.


Pacheco Pereira chama a atenção para a mistificação que é chamar poupanças a cortes e mais uma vez está a ter uma grande intervenção. Fala contra o gueto em que este governo enfiou a pobreza, diz que é essencial que um futuro Governo reponha os elevadores sociais, restaure a classe média que é o verdadeiro motor do desenvolvimento de um país. Diz que esta gente do governo chumbaria em qualquer exame (a começar em Economia), que tudo o que fazem revela uma profunda ignorância. E di-lo quase com repugnância - e como eu o compreendo.

E estão os três de acordo que é indispensável recompor a sociedade, restaurar o equilíbrio entre desenvolvimento e rigor nas contas públicas, mudar o paradigma, voltar a manifestar respeito pela dignidade das pessoas.

Pacheco Pereira diz também que este Governo está bloqueado e que institucionalizaram o funcionamento de facção (PSD/CDS) e que, se continuarem a governar, será uma perda de milhões e milhões para o País. 



António Costa fez uma intervenção também muito clara, reforçando a necessidade de fazer a agulha, de focar a acção governativa no desenvolvimento económico; e diz que este Orçamento é a pedra tumular sobre este governo que, para cúmulo, paralisou o funcionamento de instituições essenciais - e, como exemplo, diz que hoje, no concelho de Lisboa, ainda estão por colocar 300 professores! 


E todos concordam que este Governo está em gestão corrente, não governa e que é, em si mesmo, uma fonte de instabilidade para o País.


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Nota: Agora que estou a acabar de escrever isto, começou o noticiário da meia-noite na SIC onde estão a passar o dito Paulo Núncio e, seguindo a sugestão que acabo de ouvir na Quadratura do Círculo, acho que isto deve ser uma rábula, uma cena cómica, pois, apesar de estar com cara de governante, só o ouço a dizer manipulações esparvalhadas, piadolas, fantasias e a dar grande relevo a berlindes, ou melhor, a moléculas que, à vista desarmada, ninguém conseguirá ver. 

No entanto, a jornalista, revelando como é actualmente o trabalho de investigação ou análise jornalística, papagueia tudo o que o Núncio apregoa, falam à vez, ora o põem a ele a vender banha da cobra, ora complementa ela o que ele disse. Ele omite o tijolo e assim faz a jornalista, toda embeiçada com o berlinde.

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Nota: tal como o post que se segue, também este foi escrito enquanto ia vendo e ouvindo a Quadratura, tirando fotografias, passando-as para o computador, etc. Por isso, a escrita não terá sido a mais escorreita. Isto de estar com um olho no burro e outro no cigano, nunca deu bordado fino.

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Relembro: permitam que vos peça que desçam até ao post já a seguir pois a opinião de Manuela Ferreira Leite é digna de também ser conhecida.

Aliás, daqui lanço um repto ao PCP e ao BE (quiçá até ao PS ou, pelo menos, a franjas do PS): contratem Manuela Ferreira Leite e Pacheco Pereira para aprenderem com eles a analisar os documentos, a serem objectivos, lúcidos, a não serem míopes, a não se prenderem com minudências, para se focarem no que é relevante. Coaching, meus Caros, coaching, que bem precisados andam.


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sábado, outubro 11, 2014

Tecnoforma processa Poiares Maduro e Clara Ferreira Alves que o entrevistou. Não me parece bem. O Poiares, tadinho, não tem maldade nenhuma aquele corpinho. Ó senhores da Tecnoforma, porque é que fizeram isso? Ele é um fofinho, é inimputável, dá ideia de que não sabe bem o que diz ou faz. Por isso, deixemos isso para lá e dediquemos, antes, a nossa atenção a um artista especial: chama-se Nathan Sawaya e trabalha com legos


No post abaixo já mostrei palavras belas, mulheres belas, roupas e penteados belos, corpos belos, movendo-se numa dança muito bela.


Aqui, agora, apetecia-me continuar no mesmo comprimento de onda mas uma driving force puxa-me para a inclemente realidade. 

Tantas coisas de que teria vontade de falar (a cidade que tomba às mãos de facínoras sem que ninguém o impeça, a jovem mulher que se fez explodir para se defender e para destruir os assassinos, o vírus que parece o logótipo da morte que este fim dos tempos transporta, e a menina que ganhou o Nobel da Paz por defender a educação para as crianças e o homem que também o ganhou defendendo os meninos de ignorância que os põe a trabalhar em vez de a estudar ou brincar - tantos assuntos) e, no entanto, não me parecendo justo encaixar assuntos de tal forma imensos num pequeno espaço entre moda e dança, retiro-me respeitosamente e ocupo-me de pormenores, de insignificâncias.

Soube-se hoje quem é que molestou os puros ouvidos da Tecnoforma. Cristovão Carvalho - o advogado que tem ar de justiceiro, de bad man, aquele peludo a quem, no outro dia, chamei o Tony Ramos da advocacia, pôs os motores em marcha, carregou no acelerador e aí vai ele, prego a fundo, derrubando paredes, passando por cima de todos os obstáculos. E não faz por menos: um ministro, o coisinho maduro que é tão verdinho, tadinho, e que, bebezoco mais fofo, mais não fez do que alinhar na onda da Clara Ferreira Alves, mulher que é sabido que quando está verbalmente destravada leva tudo à frente; também o Pacheco Pereira e Ana Gomes, dois temíveis pesos pesados com uma língua viperina que devem estar a esfregar as mãos de contentes, até vão achar graça a poderem dizer, alto e bom som, tudo o que pensam deste assunto; junta-se-lhes o Cerejo, esse bravo jornalista do Público. E não sei se mais alguém. 


Uma festa. Como dizia o outro há tempos: uma órgia.

Não sei o que pretende a Tecnoforma com isto mas quem deve ficar a suar as estopinhas com a investida é o Passos. Tanto que ele queria que isto ficasse esquecido e agora a Tecnoforma e o seu advogado castigador arranjaram maneira de pôr esta malta toda a escancarar a boca. 




De todos, o único que deve ter ficado aflitinho, com medo de ainda ir parar à prisão, intelectualzinho e fofinho no meio de uma cela cheia de mânfios esfomeados, é o poiazita verdinha, tadinho dele. Tenho ideia de ter lido essa entrevista no Expresso e não me lembro que ele tinha dito alguma coisa chocante. Aquele advogado é um mauzão, é o que é. Imagina se o ministrinho queridinho tem lá maldade que chegue para fazer mal a alguém. Nem a uma mosca, quanto mais a uma Tecnoforma.


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Não sei se este fim de semana vou conseguir repor a energia mas bem precisada estou já que ando cheia de sono e chego a esta hora já mais a dormir do que acordada. 

Queria aqui falar de Stoner de John Miller mas isso requer algum tempo e eu estou que não posso, dou por mim praticamente a escrever de olhos fechados. A ver se consigo amanhã; mas já não digo nada pois tenho boas intenções que acabo por não conseguir cumprir, tantas as solicitações e tanto o sono.

No entanto, para que não se sintam frustrados com isto acabar com o verdinho ou com o advogado mauzão, mostro-vos um artista invulgar, aquele de quem o meu filho no outro dia me enviou um link. Vejam, por favor, porque é espantoso.

[Isto podem tentar reproduzir em casa, basta terem Legos. Depois enviem-me fotografias das vossas obras de arte que eu, se elas me deixarem de queixo caído, publico-as aqui.]






The Art of the Brick by Nathan Sawaya



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E, agora, mais nada. Deixem que vos leve pela mão até ao post já a seguir. Ou melhor, levem-me vocês pela mão. Se conseguirem, até prefiro que me levem ao colo.

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Desejo-vos, meus Caros Leitores, um belo fim de semana.


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sexta-feira, julho 25, 2014

Pacheco Pereira na Quadratura do Círculo sugere que Ricardo Salgado, o ex-DDT, ao cair, faça cair meio mundo. E sugeriu que fale dos submarinos, do financiamento de partidos, de negócio de armas em geral, de dinheiros em Angola. Ouvi isto e pensei: Ui... muitas velinhas devem estar acesas para que a Caixa de Pandora permaneça bem fechada.


No post mais abaixo mostro dois anúncios que têm mensagens sexuais muito pouco subliminares, um com o Futre, que foi banido (banido o anúncio, não o Futre, diga-se) e outro, muito alta voltagem e muito chique, que não escandalizou ninguém. Enfim, critérios.

Mais abaixo ainda, conto-vos um susto que apanhámos e que me fez andar deitada no chão, de lanterna na mão. Um susto. Fica uma pessoa com um animal de estimação à sua guarda e vai o bicho e escafede-se. Dá para acreditar? Ainda não estou em mim.

Mas isso é a seguir.

Aqui, agora, não sei se a conversa vai ser outra ou se vou deixar-me dormir a meio caminho.

O estado de adormecimento em que me encontro retira-me a potência nos dedos. A da cabeça nunca é muita mas os dedos costumam fazer a despesa sozinhos. Hoje não me parece que se vão aguentar.

Adiante.

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Don't let me be misunderstood




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Já referi no post mais abaixo que ouvi o Pacheco Pereira, na Quadratura do Círculo, a formular votos de que o Ricardo Salgado aproveite o ensejo para começar a desbocar-se, entalando meio mundo pelo caminho.


Havia de ter graça: o DDT, que se gabava de nunca deixar cair ninguém, ao cair, arrastar consigo todos aqueles que comiam à sua mão.

Pacheco Pereira sugeriu: e que tal o Ricardo Salgado falar do negócio dos submarinos; ou de todos os negócios ligados ao armamento em geral; ou financiamento de partidos políticos; ou movimentações de dinheiros em Angola...? Não sei se ele juntou outros temas. Provavelmente adormeci a meio do enunciado.


Mas fiquei a pensar que isto parece ser um filme que ainda mal começou. Muito dinheiro escuso, muitas trocas de favores, muitas influências negociadas durante anos, toda uma teia oleada e bem oleada. E sempre muitos advogados com pareceres, e consultores, e assessores. Com chefe de gabinete e secretariado à sua volta, gente de confiança, muita confiança, e comparsas e colaboradores de topo. Gente que com certeza sabia de tudo ou, senão de tudo, pelo menos de muito mas que, por lealdade ou conivência, assobiou para o lado. Gente, alguma dela, que, de tanta confiança, quase se achava tão importante quanto o seu amo. Mas tudo com muita classe, muito savoir faire.

Agora as pessoas perguntam-se: para onde foram os milhares de milhões que parece que voaram sem deixar rasto? Pois. Devem ter ido para tudo aquilo de que o Pacheco Pereira fala. Cá e por onde ele e os seus próximos se iam movimentando.

Num país pobre como Portugal este dinheiro que percorre os bastidores da economia é dinheiro que não está ao serviço do desenvolvimento. Unta mãos aqui e ali, vai para offshores, para luxos, para bolsos de corruptos e, talvez, Pacheco Pereira o deu a entender, também para para pagar minudências como, por exemplo, campanhas partidárias. Em suma, para sabe-se lá o quê.

O Hotel Palácio Estoril é um hotel com cachet, requintado, sem ostentações vulgares. Vê-se o que é o suave charme da burguesia, mas da alta burguesia, da burguesia com muitos anos de história. Conheço-o. Leio que Ricardo Salgado montou lá o seu escritório provisório, que estaria a eliminar documentos. 


É natural. Agora que todos o abandonam e o temem, é natural que queira eliminar documentos comprometedores.

A justiça deverá fazer o seu caminho e a comunicação social, que durante tanto tempo o protegeu e dele se fez arauto, deverá agora respeitar a decência que se exige em todas as circunstâncias.

O que eu espero é que os inocentes sejam poupados, que as economias ganhas honestamente não saiam beliscadas, que se encontrem alternativas honradas para as empresas que vão ser alienadas e que se respeite o direito ao trabalho dos que, até aqui, lealmente têm servido o GES (e refiro-me às empresas do Grupo Espírito Santo e não à família em si). E que se faça justiça. Quem, julgando estar acima da lei e julgando-se com mais direitos do que o vulgar dos mortais, quem servilmente aceitou ser conivente de toda uma teia de corrupção, fraude e ilegalidades, quem desprezou a importância das economias das pessoas para as usar como se fossem suas, deve ser punido.

E que haja celeridade na justiça e serenidade enquanto esta se exerce. Julgamentos irracionais na praça pública não fazem qualquer falta.


E assim, com duras aprendizagens, se vai fazendo o caminho das pedras em Portugal. A cada dia que passa vamos perdendo um pouco mais da nossa inocência.

Talvez um dia nos tornemos ainda uma democracia madura. (A menos que nos tornemos um protectorado chinês ou angolano, coisa para a qual parece caminharmos a passos largos).

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E com isto me vou que hoje: com o sono com que estou, não consigo dizer muito mais. Antes de me deitar ainda vou espreitar a Tartaruga Voadora, não vá estar, a esta hora, à janela a ver o Tejo nesta noite fresca de verão.

Filha da mãe da Jaquina, que belo susto nos pregou, ainda não me refiz.

E a ver se esta sexta feira não cai ou desaparece outro avião. Isto que anda a acontecer aos aviões é estranho. Ainda bem que, nestes tempos próximos, não estou a contar ter que viajar, senão bem apreensiva andaria. Parece que, de vez em quando, há por aí umas quaisquer ondas magnéticas que incendeiam os ânimos, que distorcem os raciocínios, que tornam malvadas algumas mentes, que viram do avesso a cabeça dos deuses. Não sei. Coisas estranhas.


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Relembro: desçam, por favor, para saberem de uns anúncios do além, um que foi banido e outro, bem pior, que o não foi embora me pareça que deve fazer pior à saúde que as cápsulas do Futre. E ainda mais um pouco para saberem de um fenómeno que tenho cá em casa, uma Jaquina aventureira (a alpinista?).


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E, por agora, fico-me por aqui. Desejo-vos, meus Caros Leitores, uma bela sexta feira!


domingo, abril 06, 2014

"Os piu-piu de Maçães" - mais um texto de antologia de Pacheco Pereira no Público


Todo o artigo é imperdível mas, para abrir o apetite a quem o não leu, aqui transcrevo uma parte:


Os tweets de um secretário de Estado chamado Bruno Maçães têm sido alvo de chacota generalizada na Internet, mas não é o seu contributo para o anedotário destes dias de lixo que é relevante. Eles significam muitas outras coisas, bem mais graves do que as inanidades que escreve: vão fundo ao pensamento débil de quem nos governa e mostram a perigosidade social de meia dúzia de ideias extremistas na mão de quem tem poder e que, sem mudarem nada, estragam o país por muitos anos.

Que ele canta como um pássaro de curtos trinados, que é o que significa tweets, isso é verdade. Mas que dificilmente se pode encontrar melhor exemplo da gigantesca arrogância e presunção de um conjunto de conselheiros de Passos Coelho, em que tudo transpira a uma gigantesca auto-suficiência e assertividade, associada a uma profunda ignorância do que é Portugal, a sua história e as suas pessoas, o povo, nós todos, o único “nós” que tem sentido.

Como todos os revolucionários são adâmicos, acham que o mundo começou com eles e vai acabar com eles, seja como paladinos de um combate mundial contra o Mal, quer como heróis consumidos num Armagedão de perversidade alheia, de preguiça colectiva, de pieguice generalizada, da maus costumes despesistas, de hábitos de vida de rico nuns miseráveis que acham que têm direitos e não sabem economia, ou seja, nas chamas do socialismo, da coligação do Papa Francisco com Obama, com Cavaco, com o Tribunal Constitucional, com os “socráticos” e com os ressabiados “velhos do Restelo” do PSD e CDS que só pensam nas suas pensões milionárias. Essa junção pestífera de demónios representa as mil cabeças do Diabo. Sim, eles viram o Exorcista em pequenos e têm medo do Diabo.

A metade de Passos Coelho que não foi feita por Relvas foi feita por homens como Maçães, combinando na mesma criação a esperteza aparelhística e o mundo das negociatas e das cunhas, com as altas esferas académicas sempre dispostas a fazerem de dr. Strangelove. 


Ou seja, o dr. sem ser dr., junto com o Professor Doutor. Infelizmente, a história tem muitos exemplos destes e dão sempre torto. Mas eles nunca querem saber de história.

Num desses trinados, em inglês como convém, Maçães escreve que “todos os dias lhe lembram o muito que os 35 anos de hegemonia socialista em Portugal fizeram de mal ao país. Felizmente podemos hoje dizer que esses dias acabaram”. É o equivalente ao “I think I saw a pussycat”, sendo que o “pussycat” que quer comer o passarinho é o socialismo, “I did, I did”, ele viu 35 anos de “pussycat”.



O artigo na íntegra pode ser lido aqui. Grande artigo, grande Pacheco Pereira.

*

quinta-feira, dezembro 12, 2013

Passos Coelho em entrevista à Judite de Sousa e Paulo Baldaia para a TVI e TSF = zero = bola = vazio = 'estranho'. A criatura ainda não percebeu nada: nem as razões da crise que assolou Portugal e vários outros países há anos atrás, nem qual deveria ser o papel de um governo (patriota) na gestão de uma situação assim, nem o que se esperaria dele enquanto primeiro-ministro, nem as consequências dos disparates que tem andado a fazer. É capaz de ser uma pessoa mal intencionada e impreparada e inculta e etc mas cá para mim a chave do enigma é mesmo esta: a criatura não percebe nada de nada. Ficará para a história como um dos mais inaptos e ineptos sujeitos que passou pela governação de Portugal. Igual ou pior que ele só mesmo o José Gomes Ferreira da SIC.


Tenho estado também a ouvir os comentadores nas televisões sobre a entrevista: coincidem (excepto um). Podem alguns não ser explícitos mas por todos (excepto por um) perpassa esta ideia: Passos Coelho é inapto, inepto (e, na volta, teremos que inventar palavras para o classificar em toda a linha: inipto, inopto e inupto). 


Passos Coelho e Paulo Portas a cavalo no burro
mas há quem diga:

A, E, I, O, U, cabeça de burro és tu.



Nem consigo dizer muito mais porque tudo o que Passos Coelho diz mostra que os espertos que o instruíram (o Bruno Maçães, o falecido António Borges e outros que tais) lhe enfiaram meia dúzia de ideias erradas e desenquadradas e isso foi a única coisa que ele, coitado, conseguiu aprender. 

Pode o mundo mostrar-lhe todos os dias que tudo aquilo está errado que a criatura não aprende. Na melhor das hipóteses acha 'estranho', tal como acha estranho andar a aplicar uma receita errada (uma receita errada, tal como Christine Lagarde não se tem cansar de dizer).


Criaturas assim são perigosas. Falam com convicção, como se soubessem do que estão a falar, e tomam com igual convicção e teimosia medidas - medidas todas erradas, claro. Criaturas assim são os joguetes ideais junto de quem tem gosta de mandar (investidores, banqueiros, especuladores, etc). 

Na sua fraca cabeça não têm capacidade de perceber o que estão a fazer, nem as consequências. Mais grave que isso: na sua cabecinha vazia também não há lugar para pruridos, dramas éticos, dúvidas de qualquer espécie, compaixão, compreensão, empatia. Não há apenas ali um défice cognitivo (baixo QI), há também um défice emocional (baixo QE)

Uma palavra para os fazedores de opinião que enchem as televisões. Dos comentadores que ouvi, confirmo que José António Teixeira é equilibrado, perspicaz, sério, inteligente, um gosto de ouvir, Pedro Adão e Silva é ágil e inteligente, Henrique Monteiro é influenciável, maria vai com as outras, não percebe nada de números pelo que é induzido em erros graves, e José Gomes Ferreira, meus Caros, é o Passos Coelho do jornalismo. 


Gomes Ferreira faz de conta que é economista mas, ó senhores..., diz barbaridades que revelam que aritmética ou lógica matemática não são coisas que lhe assistam. Até dói. Papagueia o que calha, vira casacas com uma facilidade estonteante, e tudo, claro, com ar entendido e sorrisinho convencido. Sempre que fala, aqui em casa é uma luta para o tirar do ar. É certo que me revolve o estômago mas, se não o ouço, como posso saber que o sujeito é um logro? 


[Este José Gomes Ferreira ainda me dá cabo do casamento. Quer eu quer o meu marido nos sentimos enjoados, agoniados mesmo, com os disparates, com a leviandade das afirmações, com a forma como diz e desdiz coisas como se nem desse pelas insanáveis contradições - mas eu, apesar disso, quero ouvi-lo... e o meu marido não consegue suportar tamanha auto-punição.]

Maria João Avillez também não acrescenta nada, Teresa de Sousa é esperta mas um pouco cinzenta e o Rui Dinis é honesto e eloquente. 

Neste momento ouço a Quadratura do Círculo onde António Costa diz que Passos Coelho não é rigoroso e Pacheco Pereira o corrige, dizendo com todas as letras que Passos Coelho é pouco verdadeiro, é mentiroso. E António Costa continua a mostrar a bandalheira que é, neste momento, a (des)governação portuguesa.


Já antes, na TVI 24 com Paulo Magalhães, Manuela Ferreira Leite desancou forte e feio em Passos Coelho, dizendo pela enésima vez que o que Passos Coelho está a fazer está errado de uma ponta a outra, que não há razão nenhuma para falar em sucesso porque não há sucesso nenhum.

Face a tudo isto que mais posso eu dizer...?

Sobre a entrevista nada. Passos Coelho falou para os mercados, não para os portugueses. Pois que os mercados fiquem com ele que eu só não me descarto porque não sei como.


Tirando isso, só se for para dizer que lamento que uma pessoa como Passos Coelho tenha sido eleito e que lamento também que não haja uma oposição capaz de o tirar de lá. E que esta pouca sorte do caraças tenha coincidido com o Cavaco como Presidente da República.

Um azar nunca vem sozinho, não há duas sem três, etc e tal. Gaita para isto!


**

As imagens foram obtidas na internet e das duas últimas não consegui apurar a sua proveniência original excepto. As duas primeiras provêm do manancial inesgotável que é o blogue We Have Kaos in the Garden.

quarta-feira, dezembro 04, 2013

Rui Rio, Pacheco Pereira, António Capucho e outra gente honrada do PSD dizem que têm Uma Agenda para Portugal. Passos Coelho finge que assobia para o lado mas vai avisando que vai apresentar a sua recandidatura à presidência do PSD. A sua guarda-costas de serviço, Teresa Leal Coelho, não disfarça: arreganha o dente aos barões e diz (por outras palavras) que se vão catar.


Eu, que não sou de me bandear para os lados do PSD, fico contente com a notícia de que a gente de bem do PSD (que a há) se começa a organizar para ver se tira o tapete a este bando de irresponsáveis que para aí anda a fazer porcaria por tudo o que é canto e esquina.

Teresa Leal Coelho,
bodyguard de Passos Coelho, aqui com o vice-bodyguard

Já que o PS não consegue sequer falar baixinho (ainda hoje um fedelho armado em deputado, um tal Hugo Soares que devia estar escondido na despensa da AR para ver se ninguém dava por ele, resolveu perorar raivosamente contra Sócrates e Mário Soares e, pasme-se, do PS ninguém o mandou estar caladinho), ao menos que seja o próprio PSD a fazer a limpeza que se exige, correndo com Passos Coelho, Marco António, Aguiar Tinto, etc, etc, e, claro, com a guarda-costas Teresa Leal Coelho.


=> A acompanhar com expectativa positiva a evolução das movimentações que se vão seguir. 

(Cá para mim, a esta hora, Cavaco Silva deve estar a dizer isto mesmo à sua Maria)


&

sexta-feira, novembro 22, 2013

Os manifestantes das Polícias invadiram a escadaria da Assembleia da República: estão prestes a ser transpostas as barreiras psicológicas? Foi um aviso? A inércia paralisante começa a dar lugar à revolta? - Enquanto isso, as Esquerdas Unidas pediram a demissão dos incompetentes que tomaram conta do País. (NB: As Esquerdas Unidas com o Tozé de fora, claro, que um pequeno sacristão não se mete em rebaldarias, ora essa...)



A revolta dos polícias - o regime passista a tremer


Quando ontem de manhã cedinho, ao raiar da alba, me desloquei ao meu heaven para instalarem uma central de alarmes ligada a uma empresa de segurança, fui conversando com os dois rapazes que faziam o trabalho. Contavam-me que numa zona industrial, na noite anterior, tinham sido roubadas as tampas metálicas da estrada, todas. E, pensando que eu conhecia bem as localidades do concelho, iam-me contando, sabe da Quinta não-sei-do quê? Entraram e, mesmo com os cães e pessoas lá dentro, roubaram tudo. E na Pedra não-sei-de-que-mais, entraram na outra noite numa moradia, as pessoas estavam no piso de cima e levaram tudo do piso de baixo. A GNR não pode fazer nada, não tem gente nem carros, sabe a gente disso e sabem eles. Não fazemos outra coisa senão andar a acorrer a toda a gente que tem sido assaltada nos últimos dias.

Ouço isto e sei que nada disto é inesperado, mas sinto uma impotência terrível. 

Já de manhã tinha ouvido na TSF que na Judiciária estão em greve às horas extraordinárias para protestarem contra a falta de condições e que já há investigação de crimes entregue a estagiários.


Não lutam apenas pelas suas condições de vida: lutam também pela deficiente segurança que prestam à população. 

E nós devemos apoiá-los.

Mas não é apenas a insegurança que grassa perigosamente. É todo o País que soçobra. Um país paralisado, sem políticas de racionalização e desenvolvimento, um governo que age à margem da lei, entregue a um bando de ignorantes sem princípios, um País em que as Universidades cortam relações com o Governo, em que os professores são tratados como marginais, em que os jovens qualificados o abandonam, um país em que a demografia definha para níveis insustentáveis - isto é o Portugal de hoje agonizando às mãos de Passos Coelho, Paulo Portas e comparsas.

Enquanto isso, para surpresa de todos, o invertebrado Olli Rehn, Comissário Europeu para os Assuntos Económicos, que não tem feito outra coisa que não defender a austeridade cega, apareceu a defender que é altura de pensar no crescimento e no emprego e diz que a Europa já pode “abrandar o ritmo de consolidação”. Nada que faça estremecer o implacável Passos Coelho e os papagaios que o apoiam, nada que os faça vacilar na aprovação do aborto que é o OE 2014 que vai asfixiar ainda mais este pobre Portugal.


Isto no mesmo dia em que se sabe que, hoje, antes da privatização dos CTT, já foi ultrapassado o objectivo fixado pela troika para as privatizações - ou seja, quando ficamos a saber que a injustificável privatização dos CTT e o que mais privatizarem acontecerá por opção política do Governo e não por imposição externa. Inqualificável. Imperdoável.


O tempo passa e não se vê maneira de este pesadelo acabar já que Cavaco Silva parece que está congelado ou a brincar às estátuas. Vê o declínio e a desagregação do País e não age, caraças. Mas pode ser que não seja por muito mais tempo porque um crime destes contra um país não pode continuar impunemente por tempo indeterminado.

Bolas para isto.


PS: Ouvi agora na televisão o Pacheco Pereira a discursar na Aula Magna. Muito bem. Um homem inteiro. Vertical e corajoso. 


sexta-feira, setembro 13, 2013

Manuela Ferreira Leite fala na TVI 24 sobre o inqualificável corte das pensões de reforma da Função Pública e diz que isto é imoral, inaceitável, diz que as forças vivas do País deveriam impedir que isto venha a concretizar-se, diz que este governo é liberal para os que trabalham mas socializa os reformados, diz que este governo está a criar guetos para os pobres e para os reformados. E explica que isto não tem nada a ver com a sustentabilidade do sistema de pensões mas é apenas para tapar os buracos gerados pelas políticas erradas de Passos Coelho. E insurge-se pela reacção titubeante de António José Seguro. E eu daqui também grito ao Tozé: aprenda a ser oposição ou vá-se embora! Aprenda a ser oposição com ela, com Pacheco Pereira, até com o Lobo Xavier (estou a ouvi-los na Quadratura do Círculo). Ou, se não consegue, vá-se embora e dê o lugar ao António Costa. Bolas para isto.


Que este Governo é formado por gente mal formada, incompetente, ignorante, gente sem escrúpulos, sem preocupações sociais, sem moral, isso acho que já quase toda a gente percebeu.

Estranho é que ainda haja seres com dois dedos de testa que ainda achem que esta gente é gente de bem mas, enfim, a natureza humana é um poço de insondáveis surpresas. 

Manuela Ferreira leite na TVI 24 com Paulo Magalhães,
há pouco, enervada:
o Governo de Passos Coelho deixa-a fora de si,

'Esta tabela de idades é perfeitamente chocante'

Mas o que eu não percebo, mas ó senhores, é que não percebo mesmo, é que tenham que ser as pessoas do PSD, inclusivamente os ex-lideres, a fazer oposição a este governo miserável?



Manuela Ferreira Leite com cristalina clareza explicou agora na TVI 24, ao Paulo Magalhães, que o  raciocínio está todo viciado, aldrabado, explicou como deixaram de alimentar o sistema da Caixa de Aposentações para agora virem dizer que não chega. 




Gente de má fé! Ela até tremia a falar, revoltada, furiosa.



Manuela Ferreira Leite, há pouco na TVI,
perguntava que direito tem este Governo
de determinar a partir de que idade pode sonegar
aquilo a que as pessoas têm direito? 

E alertou: para ler números é preciso competência e honestidade. Coisa que, digo eu, falta a este malfadado governo.


Tudo o que esta proposta de lei significa é chocante, imoral, estúpido, injusto.

E tudo sob uma capa de justiça, de igualdade, etc. Mentiras miseráveis, inadmissíveis.

Manuela Ferreira Leite alerta que os guetos que o Governo
 (de Passos Coelho e Paulo Portas)
agora estão a criar, não tardam
 serão alargados ao pensionistas do sistema privado


Face a tudo isto,  dá para perceber que raio de oposição anda o PS a fazer?








Não sabem denunciar, não sabem falar com clareza e verdade, não sabem dar um murro na mesa - mas com vigor, não com cara de meninos copinhos de leite. Não há ninguém no PS que os tenha no sítio, ó valha-me Deus...?

Agora que estou a escrever estou a ouvir Pacheco Pereira na Quadratura do Círculo e pasmo por ser mais uma pessoa do PSD a denunciar a imoralidade, a mentira e a maldade deste governo.


Tem que ser o Pacheco Pereira a denunciar o ridículo que é o Paulo Portas a instalar-se num palacete enquanto nos ministérios nem há dinheiro para terem água (Lobo Xavier dixit), e a falta de vergonha de dizerem mentiras, de as dizerem repetidamente, de usarem palavreado oco e aldrabão, de atentarem persistentemente contra a inteligência das pessoas, de empobrecerem a vida das pessoas a troco de nada?

Estou a ser injusta: agora está o António Costa a falar e a falar bem, a falar claro e a falar grosso. Mas o António Costa não manda no PS nem é a voz da oposição ao PSD. 


Grave, grave é o Tozé e a sua entourage que não denunciam as coisas com todas as letras. Até o Lobo Xavier diz que esta coisa da requalificação é um gag, uma coisa orwelliana, que a política de austeridade falhou redondamente, que essa gaita da austeridade virtuosa é uma treta em que já ninguém acredita. Até o Lobo Xavier!


Caraças para isto.

Com a oposição que temos, como nos vamos livrar da praga infecta que é este governo? O PCP repete a mesma argumentação sem a adaptar a cada situação - agora estão a ser comidos em toda a linha pelo Rosalino, até um qualquer Rosalino desta vida mete os sindicatos no bolso! - e o BE dispersa-se em palavreado retórico que não mobiliza nem convence ninguém. E não sobra nada.  


Claro que, para além do António Costa, no PS há um Galamba, uma Isabel Moreira (que acho que ainda é independente) - mas que podem dois ou três no meio do caldo morno que é este PS nas mãos do Seguro?


Foquei-me no desavergonhado atentado contra os reformados da Função Pública mas poderia dizer o mesmo sobre a forma desacarada e maldosa como pretende atentar contra a vida dos que estão no activo e tenham a pouca sorte de ser colocados na dita mobilidade ou requalificação (esses abjectos eufemismos que estes espertos inventam para camuflar a perfídia).

Que chateada que estou com isto. Um Governo de vendidos, de ignorantes, incompetentes, imorais à solta, sem oposição. Um perigo, isto! Só estão bem a desgraçar a vida das pessoas, corja de estúpidos - e não há quem lhes barre a passagem. 

O que é que eu posso fazer para ajudar a deitar abaixo este governo diabólico? Digam-me, por favor. Eu faço.

*

A ver se ainda cá volto para descontrair que estou aqui que nem imaginam, furiosa, furiosa. 

Se me aparecesse agora à frente o Passos Coelho ou o Tozé não respondia por mim, ai não respondia não.

**

(Sobre o que me têm enviado para eu analisar a letra, falo no post abaixo).

terça-feira, setembro 03, 2013

Judite de Sousa lançou o seu "Álvaro, Eugénia e Ana" e tudo o que é bicho careta foi ao lançamento. Até o Relvas com o seu look à Clooney e barba de três dias lá estava...! Se o Álvaro Cunhal fosse vivo e tivesse uma página no facebook era só likes...! Ele era o Marques Mendes, o Marcelo Rebelo de Sousa, o Miguel Relvas tudo no maior enlevo pelo papá Cunhal...! Isto há com cada uma.


Olhem-me bem esta Judite de Sousa aqui na TV Guia. Não sei o que é que deu nela. Agora está em tudo o que é revistinha... e vejam-me bem estas maneiras. Se isto é maneira de aparecer, de cai-cai, bracinhos para cima, a brincar com o cabelo, toda menina marota, quase com o Álvaro Cunhal ao colo.


O Álvaro Cunhal em versão revista do coração, entre fofocas e confidências - anos de reserva, de cuidado em preservar a sua vida privada, anos de luta, para afinal agora virar motivo de interesse da TV Guia e do Relvas.

E o Jerónimo de Sousa, supostamente o guardião dos ideiais comunistas do Cunhal ali a ter que distribuir cumprimentos e sorrisos aos illuminati do PSD (illuminati de iluminados e não, ora essa, de algum grupo conspirativo que - no PSD não há cá disso).



Judite de Sousa na TV Guia - falando do que o pai achou da capa do seu livro


(aparentemente o tema mais relevante de tudo isto).


E, com este lance editorial, a Judite, sem dificuldade, de uma penada, passa a perna ao Pacheco Pereira. Anda o Pacheco anos a fio investigar e a estudar documentação do Cunhal e do PCP e, afinal, eis que, sem dificuldade, no intervalinho do trabalho na TVI, a Judite lança um furo destes. Grande Judite. E Grande Relvas que a ele também ninguém lhe passa a perna. 


Álvaro, Eugénia e Ana
Álvaro Cunhal - o homem por trás do político


(A capa do livro da Judite de Sousa)


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(ainda cá volto)

segunda-feira, julho 29, 2013

O susto que hoje apanhei quando cheguei a casa: portas da estante abertas, livros pelo chão... Mas, enfim, devem ter sido eles que resolveram brincar uns com os outros na minha ausência. Nada que afectasse a gorda. Continuou a fazer tricot como se não fosse nada com ela. Mas, por via das dúvidas, já está um Sto. António lá ao pé a ver se estes endiabrados não aprontam outra.


Hoje à noite, quando chegámos a casa, depois de termos estado nos meus pais, tínhamos uma surpresa. E não era das boas. Aliás, à primeira vista, ainda nos assustámos. Livros pelo chão, as portas da estante abertas, uma coisa estranha. 




Depois lá percebemos que tinha sido 'causa natural': deve ter sido a prateleira de cima que se inclinou, uns espigões de madeira onde se apoiava à frente parece que cederam. E, com a força, abriram-se as portas e, na queda dos livros e com a inclinação sobre a prateleira de baixo, caíram também livros das outras prateleiras.

Se tem sido de noite, que susto do caraças que apanhávamos...

Agora a prateleira já está no sítio, mas a ver se amanhã arranjamos uma solução mais estável antes de lá voltarmos a pôr os livros.




Uma vez descobri esta estante na cave, que funcionava como armazém, da casa de móveis que havia junto à minha casa e onde eu me abastecia. Fiquei encantada, é toda de nogueira, com as portas em raiz de nogueira. Mas era cara e aquelas portas de vidro redondo metiam medo. Se se partissem, onde as substituiríamos? A senhora da loja de móveis contou-nos que o dono gostava muito dela e por isso não a mostrava, nunca a tinha posto em exposição na loja, tinha pena de a vender. 


Mede cerca de três metros de comprido o que, vezes três, daria quase nove metros de livros, nada mau, e, além disso, as portas em baixo também dariam um algum jeito. Durante muito tempo, de vez em quando, ia namorá-la. Até que não lhe resisti (guardado estava o bocado...). 

A estante das ondas tornou-se um ex-líbris aqui em casa, toda a gente que aqui vem pela primeira vez encanta-se com ela. 

Um dia um dos vidros rachou. A loja dos móveis já tinha fechado, eram móveis que hoje já se vendem pouco. Abasteciam sobretudo embaixadas mas, mesmo essas, parece que já não precisavam de mais móveis. Falámos, então, com vários vidreiros. Difícil. Vidros em redondo só para a indústria automóvel e com moldes. Lá houve um que se afoitou mas limitou-se a pôr-lhe uma cola transparente para vidros. Mas, vá lá, tem-se aguentado. 

Mas a estante é frágil. Deve ter sido concebida mais para expôr objectos do que livros. A prateleira de baixo também já está presa por umas madeiras (mal jeitosas) que o meu marido lá colocou (mas que ficam disfarçadas no meio dos livros) mas, por via das dúvidas, pus uns livros por cima dos outros, a ver se a sustêm. É que as prateleiras não têm apoios intermédios.

Em tempos comprei uma pequena estatueta de uma mulher gorda, sentada numa cadeira, a fazer tricot. Nessa altura ainda tínhamos connosco a nossa querida cadelinha, uma amiga de que nunca nos vamos esquecer.


Um dia acordámos com ela a ladrar freneticamente, daquele ladrar que ela fazia quando cercava um gato. Levantámo-nos. Estava ela, naquela posição de ataque e desafio, patas da frente abertas, cabeça baixa, a ladrar furiosa, a 'enquadrar' a pobre gorda.

Lá lhe explicámos que era amiga, fiz festinhas à inofensiva e paciente tricotadeira para a nossa fera ver que não era uma inimiga que ali tinha aterrado durante a noite. Mas custou-lhe a suportar aquela intrusa. Durante algum tempo, quando passava perto, olhava-a de lado, chegava a saltar, rosnava, ladrava, desafiava. Mas a gorda manteve-se na dela, a fazer tricot, e resistiu.

Agora, com os meus pimentinhas à solta, a coisa fia mais fino. Por via das dúvidas, pu-la num recanto, a ver se escapa incólume. Está entre a estante das ondas e um sofá, mesmo encostada à parede do fundo.




Pois bem, ali estava hoje, de lado, rodopiou com o impacto, no meio dos livros mas inteira e ainda a tricotar. As mulheres de trabalho são umas resistentes.

Gosto muito de artesanato. Tenho algumas peças deste género. A ver se um dia destes me lembro de vos mostrar.

Agora, ao fotografar esta, lembrei-me de fotografar também uma acabadinha de instalar. 

Esta nova peça está numa estante ao lado da acidentada e trouxe-a do Algarve. Foi feita pelo artesão João Gonçalves Ferreira, tem um certificado passado pela adereminho e enquadra-se no chamado Figurado de Barcelos. É um Santo António.




Santo António e menino, de João Gonçalves Ferreira, descansando junto ao Eça de Queirós

- e estou a dizer a origem com este pormenor, não por mim
mas para divulgar o artesanato português,
especialmente aquele que começa a organizar-se e comercializar-se de forma estruturada -




Penso que já uma vez vos tinha mostrado um outro Santo António, a que também acho muita graça. Já se sabe: sempre pouco convencionais. 


(Santinhos bem comportadinhos não é comigo. Aliás, basta ver o que acho do Tozé Seguro.)





E com esta conversa toda, até parece que sou devota de Sto António, não é? Se calhar sou. Sei lá. Sou devota de tantas coisas: de árvores, de rios, da luz, do cheiro a terra molhada e morna como estava este domingo, um cheiro íntimo como o cheiro do corpo de uma mulher, e sou devota de palavras e de quem as escreve e diz e canta, e sou devota de música, e de sorrisos, de mãos que fazem nascer figuras ou cores, e devota de crianças e de quem as faz, tanta coisa.


E, para terminar, música por favor.

Maria Bethânia interpreta Santo Antônio.





Pensando melhor, será que eu encararia melhor algumas coisas, alguns indigentes infra-pensamentos de estado,  se, tal como Bethânia, eu tivesse fé em Antônio? Vou pensar nisso.


***

Antes de me ir, informo que, se quiserem ter uma ideia do que pode fazer uma mulher feliz no local de trabalho (e um homem também...!) é descerem até ao post abaixo. 

***

E, por agora, nada mais - quero apenas desejar-vos, meus Caros Leitores, uma bela semana a começar já por esta segunda feira!

domingo, julho 14, 2013

"Isto até parece que foram os briefings do Pedro Lomba que deram azar a esta m..., depois disso é que esta gaita descambou à força toda'. Mas logo alguém recuou no tempo: 'Não: isto foi mas foi malapata que a Poia Madura trouxe de Itália, foi com ele que tudo deslassou a grande velocidade'. Malandrecos estes meus amigos. Brincalhões mas pouco rigorosos. Cá para mim a governação tornou-se numa azarada viagem de um Navio-Fantasma (como Pacheco Pereira lhe chama) quando o PSD caíu nas mãos do Relvas que, por sua vez, resolveu usar o Passos Coelho como testa de ferro. Como João Duque (e olha quem) avisou no Expresso deste sábado: 'Tenham medo. Muito medo.'




Que me lembre só aconteceram dois lombinha briefings
Eram para ser todos os dias menos à 5ª feira,
iam esclarecer o País,
iam ajudar os jornalistas a perceber a confusão,
o Lombinha ia falar ora em on ora em off e ia ora sozinho, ora acompanhado,
e o País ia ficar melhor.

Bolas!
Deu tudo para o torto.


Transcrevo de uma transcrição das palavras de José Pacheco Pereira no jornal Público de 13 de Julho de 2013, O Navio-Fantasma:


O debate do "estado da nação" teve o mesmo tom irreal do Navio-Fantasma. Um governo póstumo responde às críticas ao "estado da nação" do presente com a promessa de redenção do futuro. A mesma promessa que já fora feita um ano antes, no mesmo debate, com as mesmas personagens. Há um ano, o primeiro-ministro garantira que não iria haver novo aumento de impostos, a que se seguiu o "enorme aumento de impostos". Que valem as palavras ditas por fantasmas? Nada, são um vento oco que perturba o ar.

O debate ocorreu pouco mais de 48 horas depois da intervenção do Presidente da República, que mudou tudo, mas os fantasmas continuaram como se nada mudasse. 

O primeiro-ministro, que se tivesse um resto de hombridade já de há muito se teria demitido, engole tudo para permanecer no poder. Acaso ele não compreendeu que há três coisas que o Presidente disse que mudaram tudo? Uma, a de que lhe parecia pouco apropriada à situação a remodelação que o PSD-CDS lhe trouxe, e por isso não a aceitou como boa. Outra, que o PS tem de ser envolvido na governação, ou nas condições de governação, dando ao PS um direito virtual de veto, que por si só também altera tudo. 

Já não basta andar a repetir a mantra do "consenso", como o ministro Maduro faz, partilhando da crença enraizada nestes políticos de que basta mudar as palavras para alterar a realidade. 

E por fim, que haverá eleições antecipadas em Julho de 2014, e que por isso as juras de fidelidade entre Passos e Portas, para governarem até 2015, desapareceram do mapa. Tudo isto que mudou altera profundamente os dados da situação, e sempre de forma punitiva contra o actual governo que habita o Navio-Fantasma.


Mas enquanto o navio fantasma que se arrasta sem honra - que vagueia de porto em porto sem nunca poder descansar em nenhum, sem bússola que aponte o norte, povoado por um capitão e por marinheiros-fantasmas, amaldiçoados por um qualquer acto de blasfémia, e cujas velas se enfunam no sentido contrário dos ventos - há negócios que se fazem. Portugal pode estar mais pobre e sem futuro mas há quem esteja mais rico e se prepare para continuar a comer a carniça. 

Lembremo-nos que na natureza nada se perde. O decréscimo da riqueza portuguesa não é um fenómeno de dinheiro a dissipar-se no ar. Não: é dinheiro a esgueirar-se para outros bolsos (grande parte deles fora de Portugal).

***


Poiares Maduro, o ministro com boquinha de piu-piu,
que veio de Florença para substituir o Relvas
e que veio com a ideia peregrina que isto se resolvia tudo
se dissesse muitas vezes a palavra consenso
Consenso, consenso, consenso
consenso, consenso, consenso,
consenso, consenso, consenso

piu-piu-piu
piu-piu-piu
piu-piu-piu
piu
piu
...
...




Transcrevo de novo, desta vez o texto Quem controla as privatizações? do blogue de Pedro Lains:


Na verdade, quem o faz? A Assembleia da República? Se sim, não chega. O Presidente? Provavelmente não. O Tribunal de Contas? Se o faz, não é já tarde? Como as privatizações são feitas por entidades privadas, a quem são concessionadas as avaliações, as negociações e o resto, estas perguntas são ainda mais pertinentes. Como é? O Governo decide a quem dar as avaliações, a quem vender, por quanto quanto paga de comissões - e quem controla isso tudo? Os tempos que correm são particularmente sensíveis, pois há argumentos para vender à pressa, não há muita concorrência, e há muita gente a precisar de negócios para equilibrar contas, entre seguramente outras coisas. Quem saberá responder a estas perguntas? Eu não sei, mas gostava.