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sexta-feira, junho 12, 2015

Cavaco Silva telefona a Nuno Crato mas nem um é bom aluno nem outro é bom professor --- and pardon my french, ok? E, já agora, de bónus, um vírus anti-cavacal


Meus Caros. Hoje estou preguiçosa e, por isso, estou a deitar mão às muitas coisas que os Leitores tão gentilmente me enviam e a quem eu nem tempo tenho para agradecer. No post abaixo já enviei um conselho ao Láparo a propósito de um vídeo extraordinário. E agora, aqui, com vossa licença, vou transcrever o que, presumo, resulte de uma escuta telefónica. Não faço ideia de quem a fez nem como se espalhou. Mas, juntando dois e dois (e concluindo que o resultado é cinquenta), admito que, por detrás destas fugas de informação, estejam os mesmos que enviam para a Sábado ou para o Correio da Manhã as transcrições das reuniões entre Sócrates e os omniscientes, omnipresentes e maravilhosos inspectores e juízes que tantas e tão boas as fazem que conseguem ser mais mediáticos do que as colunáveis e histriónicas Manuela Moura Guedes ou Cristina Ferreira.

Mas, enfim, isso a mim não me interessa, não sou cá de fofocas. Quem foi, foi, e a senhora Vidal -- que anda sempre à nora atrás de quem tem garganta funda ou gosto por pôr a boca em alguns trombones -- que descubra quem ouviu a conversa abaixo e a anda a enviar para tudo o que é mail. 

[Grande admiradora que sou dos trabalhos do autor de We Have Kaos in the Garden, vou usar imagens dele para ilustrar a história.]




Cavaco Silva telefona a Nuno Crato



- Está lá? Nuno? É o Cavaco Silva. Oh, pá, ajuda-me aqui, porque o meu curso de informática foi tirado na Independente e o professor faltava muito. Comprei um computador, mas não consigo entrar na Internet! Estará fechada?


    - (Nuno Crato) Desculpe?...

- Nuno, aquilo fecha a que horas?

    - O Senhor Presidente, meteu a “password”?

- Sim! Quer dizer, copiei a do Passos.

    - E não entra?

- Não, pá!

    - Hmmm... deixe-me ver... qual é a “password” dele?

- Cinco estrelinhas...

    - Oh, Senhor Presidente! (...dasssss...) Bom, deixe lá isso agora que eu depois eu explico-lhe. E o resto, funciona?

- Também não consigo imprimir! O computador diz: "Canote"... espera... deixa cá pôr os óculos, - "Canote fainde printer"! Não percebo, já levantei a impressora, pu-la mesmo em frente ao monitor e o gajo sempre com a porra da mensagem, que não consegue encontrá-la!

    - (...dassss...) Vamos tentar isto: desligue e torne a ligar e dê novamente ordem de impressão.

Cavaco Silva desliga o telefone. De seguida torna a ligar ao Nuno Crato...

- Nuno, já posso dar a ordem de impressão?

    - Porque é que o Senhor Presidente desligou o telefone?

- Eh, pá! Foste tu que disseste, estás doido ou quê?

   - (...dassss...) Dê lá a ordem de impressão, a ver se desta vez resulta.

- Dou a ordem por escrito? É um despacho normal?

    - Oh Senhor Presidente... Eh, pá! esqueça!... Vamos fazer assim: clique no “Start” e depois...

- Mais devagar, mais devagar! Não sou o Bill Gates...

     - Se calhar o melhor ainda é eu passar por aí... Olhe lá, e já tentou enviar um e-mail?

- Eu bem queria, Mas tens de me ensinar a fazer aquele circulozinho em volta do “a”.

    - O circulozinho... pois!... Bom... vamos voltar a tentar aquilo da impressora. Faça assim: comece por fechar todas as janelas, Ok?

- Espera aí...

     - Senhor Presidente?... está aí?

- Pronto, já fechei as janelas. Queres que corra os cortinados também?

    - (...dasssss, cum c....o) Senhor Presidente... sente-se, ok? Está a ver aquela cruzinha em cima, no lado direito?

- Não tenho cá cruzes no Gabinete...

    - (...dasss ...dasss ...dassss) Senhor Presidente, olhe para a porra do monitor e veja se me consegue ao menos dizer isto: - o que é que diz na parte de baixo do écran?

- Samsung.

     - Eh, pá! Vá pró c.......o ó Senhor Presidente.

- Nuno?... Nuno?... 'Tá lá?... poooorrrrraaaa o que é que lhe deu?... Desligou!!!!
...

Já agora, a vossa atenção para um anúncio muito sugestivo: 

anti-vírus cavacal no Jornal do Fundão




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E, desculpem a insistência, não deixem de ver o meu desinteressado conselho a Passos Coelho. (Quem é amiga, quem é, quem é?)

...

terça-feira, fevereiro 10, 2015

Nuno Crato, os exames e um aluno muito inteligente


Nuno Crato, numa das suas múltiplas  visitas a escolas, numa delas considerada escola-modelo onde foi distribuir uns computadores aos professores, resolve pôr um problema  às criancinhas. (Desta vez, parece que não houve casting prévio...) 

Meninos, tenho um  problema para vocês resolverem. Quem acertar na solução ganha um computador que eu ofereço!!! 

Então, é assim: 

Um  avião saiu de Amesterdão com uma velocidade de  800  km/h; a pressão era de 1.004,5 milibares; a humidade relativa era de 66% e a temperatura 20,4 ºC. 

A tripulação  era composta por 5 pessoas, a capacidade era de 45 lugares para  passageiros, a  casa de banho estava ocupada e havia 5 hospedeiras, mas uma  estava de  folga.

 A pergunta é... Quantos anos tenho  eu?  


 Os  alunos ficam assombrados. O silêncio é total.

 A professora fica  estupefacta.

 Então, o Zequinha, lá no fundo da sala e sem levantar a  mão, diz de pronto:

    - 62 anos, senhor  ministro!

 Nuno Crato surpreendido  fita-o e diz:

Caramba! Acertaste em cheio. Vou dar-te o  computador!

   - Eu tenho mesmo 62 anos. Mas como encontraste esse  número?

  E  o Zequinha diz:

 - Bem, foi muito  fácil.  Foi uma dedução lógica, porque  eu tenho um primo que é meio parvo,  e tem 31 anos...


 ......

Agradeço ao Leitor que tão amavelmente me enviou a anedota.

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quinta-feira, janeiro 29, 2015

Se eu fizesse a prova a que os professores contratados tiveram que se sujeitar chumbava. Só gente com pancada é que deve acertar em todas aquelas charadas absurdas. Que raio de país é este que aceita que alguns professores tenham que se sujeitar a uma indigência e indignidade daquelas? [Para verificar, pode aceder à Prova Completa a partir daqui]


No post abaixo falei, uma vez mais, do estado periclitante da saúde pública em Portugal. O que se passa nas urgências é inacreditável e o esforço que é pedido a médicos e enfermeiros para além de desumano é um perigo. Para falar com maior conhecimento de causa, dei a palavra a um médico.

Mas, sobre isso, falo no post seguinte.

Aqui, agora, falo daquela ultrajante prova a que os professores contratados têm que se sujeitar se quiserem ter a possibilidade de poder ter lugar num próximo concurso.



Vi a prova e não queria acreditar. Parece uma brincadeira de mau gosto.

Já o disse aqui algumas vezes: fui professora do secundário durante dois anos e picos. Entrei por concurso, com habilitações próprias e fiquei colocada na escola que tinha colocado em 1º lugar. Tinha uma boa média na faculdade. Durante esse curto espaço de tempo acho que fui boa professora pois, anos depois, alguns alunos encontravam-me na rua e contavam que tinham continuado a estudar ou que tinham seguido o curso tal e tal pelo que tinham gostado das minhas aulas.

Depois disso comecei a trabalhar em ambiente empresarial. Nesse contexto, fui durante vários anos orientadora de estágios curriculares universitários. Na empresa onde trabalho exerço funções de responsabilidade.

Ou seja, modéstia à parte, não me considero burra nem os que lidam comigo o consideram.

E, no entanto, li as perguntas e a sensação que tive foi que provavelmente não acertaria nos mínimos. O sentimento que qualquer pessoa com um mínimo de dignidade provavelmente sente perante aquelas perguntas é de revolta e, perante isso, duvido que subsista a concentração necessária para tentar descortinar a forma de responder àquelas perguntas ridículas. Questiono-me: em que é que a resposta a estas perguntas parvas prova se uma pessoa está apta a dar aulas?


Transcrevo do Público:

Os 2490 professores que em Dezembro fizeram a componente comum da Prova de Avaliação de Conhecimentos e Capacidades (PACC) tiveram especiais dificuldades em responder a alguns dos 32 itens de escolha múltipla (que correspondem a 80% da cotação). O PÚBLICO foi ver quais as três questões em que a percentagem de acerto foi inferior a 30 % e, portanto, as que mais embaraçaram estas pessoas com qualificação profissional para a docência, mas que não são do quadro. Os que chumbaram na prova (34,3%) já não farão as provas específicas, em Fevereiro, e ficam impedidos de se candidatar a dar aulas no próximo ano lectivo.


A questão em que a percentagem de acerto foi mais baixa (21,1%), segundo os dados fornecidos pelo Instituto de Avaliação Educacional (IAVE) nesta segunda-feira, foi a número 6. Nesta prova 78,9% não souberam responder ao seguinte:

“O seleccionador nacional convocou 17 jogadores para o próximo jogo de futebol. Destes 17 jogadores, 6 ficarão no banco como suplentes. Supondo que o seleccionador pode escolher os seis suplentes sem qualquer critério que restrinja a sua escolha, poderemos afirmar: (a) que o número de grupos diferentes de jogadores suplentes é inferior ao número de grupos diferentes de jogadores efectivos; (b) superior ao número de grupos diferentes de jogadores efectivos; (c) igual ao número de grupos diferentes de jogadores efectivos; ou (d) não se relaciona com o número de grupos diferentes de jogadores efectivos (d)?
A resposta certa era “igual ao número de grupos diferentes de jogadores efectivos”.


Parece-vos normal uma pergunta destas? A mim não. Isto quase parece uma prova de tortura psicológica. Revoltante.

A prova completa pode ser vista  fazendo o download aqui mas, a título de exemplo,  permitam que transcreva mais uma pergunta:


No plano de evacuação do avião, está previsto meio minuto, em média, para evacuar um passageiro por uma saída de emergência. A cada lugar corresponde uma saída de emergência, determinada pela fila e pelo lado do corredor.

Num certo voo, viajam 20 passageiros nas seis primeiras filas do avião, metade de cada lado do corredor.

Em caso de necessidade, estes passageiros terão de ser evacuados pela saída de emergência localizada no topo da classe executiva. Os 25 passageiros que viajam nas restantes filas, 12 de um lado do corredor e 13 do outro lado, serão evacuados pela saída de emergência que está localizada sobre a asa do avião.

As quatro saídas de emergência funcionam em simultâneo.

Quanto tempo está previsto demorar a evacuação dos 45 passageiros deste voo?

(A) 22 min 30 s      (B) 22 min 50 s       (C) 6 min 30 s       (D) 6 min 50 s


Se bem percebo, com estas charadas crivam-se os candidatos a professores sejam eles de que disciplina forem. Parece-vos normal? Uma vez mais o digo: a mim não. A mim, repito, revolta-me. Parece-me uma humilhação gratuita, parece-me uma boçalidade, uma verdadeira alarvidade. 



Este C-rato incomoda-me, palavra que incomoda. Não respeita os outros, em especial os professores.


do blog We Have Kaos in the Garden


Alguém me tire este sujeito da frente se faz favor, não o quero ter como ministro do meu país. Não consigo suportar a ideia de que uma criatura destas continue a humilhar alguns conterrâneos meus. Em vez de por aí andar a encher a chamada salsicha educativa de que o eloquente láparo em dia inspirado falou, que vá pentear macacos, caraças.

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Sobre Paulo Macedo, outro que tal, e sobre a opinião do médico José Gameiro sobre a forma como a Urgência de alguns Hospitais Públicos está a trabalhar falo no post já a seguir.

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quarta-feira, novembro 12, 2014

Desta vez é Paula Teixeira da Cruz na capa do The New Yorker - ela é o novo elefante na sala da política cá na piolheira


Todas as semanas há um novo membro do desGoverno a fazer-se de elefante. 

  • A semana passada foi Pires de Lima - sobre quem as opiniões se dividem (será que estava etilizado? será que soltou a bicha maluca que tem dentro dele? será que mostrou que é parvo todos os dias? what...?). 

  • Antes tinha sido o Crato a atirar tempos verbais para os olhos dos deputados e isto depois de ter deixado as escolas, os professores, os alunos e os respectivos pais com os nervos em franja e os cabelos em pé. 
  • E não nos esqueçamos do Machete, semana sim, semana sim, a pôr a boca no trombone a a divulgar o que as secretas andam a vigiar na moita, deixando os colegas a bufar pelos cantos e a cochichar alternativas possíveis para o irem encaminhando (uma residência para idosos? um lar para taralhoucos?). 
  • E a Albuquerca, a verdadeira chefa da banda, a mestre-escola do pau oco, a narizinho enrugado de coelhinho, a pinóquia? Entre swaps e outras tintas trocadas, lá vai levando a água choca ao moinho mas volta e meia fazendo os colegas do gang rangerem os dentes, dizendo entre eles: ou bem que se range os dentes, ou bem que, se ela quer jogos baixos, se lhe desata à canelada.
  • O próprio Láparo, com a  cena da ONG e da Tecnoforma, já se tinha armado em big elefante, levando a que o padrinho lhe tivesse puxado as orelhas em público e que o cão com pulgas começasse logo a manobrar na sombra para arranjar um novo grande líder. E isto já para não falar nas intervenções que faz sempre que lhe põem um microfone à frente, uma conversa enrolada em que nada bate com nada, nem o tema em si, nem a gramática. O vice até deve ficar com os pêlos do peito arrepiados cada vez que ouve o chefe a calinar.
  • E o Maçães, esse pequeno galaroz, esse prodígio da natureza, que gosta de se armar no talibã dos liberais e deixa os outros a olharem para o tecto a fingir que não o conhecem...? 
  • E as saudades que eu tenho do Lombinha dos Briefings, esse fofo, que dava cabo de todos os que se sentavam ao lado dele naquelas saudosas sessões de tomba-ministros e secretários de Estado...? 
  • E sei lá quem mais. Tantos casos, tantos, que a gente lhes perde as contas. 
  • E não incluo aqui o Vice-Irrevogável porque senão roubava o brilho aos outros que esse não é um elefante, esse é uma manada deles, cada qual engalanado de sua personagem, todas aperaltadas e de voz colocada como se fossem actuar no D. Maria II, um verdadeiro coro de vozes: 
Por esta linha vermelha eu não passarei...! 
E eu também não, e irrevogavelmente, perante vós, o declaro!
E essa inferior mulher ao meu lado...? Jamais...! 
E, se dou o dito por não dito, é por uma e duas e três razões 
e todas vivem dentro de meus três corações!


Todos, à vez, bisando, trisando, ali andam a brincar aos elefantes.

Ora tanto forrobodó tinha que dar nas vistas. A coisa tem vindo a ser falada, claro. Um pouco por todo o mundo, como não podia deixar de ser. Há coisas que a gente sabe fazer à grande, então não há?
Veja-se o caso da legionella, o bem posicionados que vamos no ranking mundial. 
Pôr a legislação desleixada, não obrigando a controlar as coisas como deve ser, nomeadamente a qualidade do ar, é no que dá.  E bem pode o Coelho vir agora limpar as mãos ao pêlo, que a culpa não é de quem altera as leis para as deixar permissivas mas, sim, de quem vai na conversa. Ora, ora. Conhecemos bem essa sua faceta de Pilatos.
Mas adiante. 

Nisto, então, de haver sempre um elefante na sala do governo não há pai para nós.

Ora bem. Já no outro dia o The New Yorker tinha feito capa com o Conselho de Ministros de 18 horas.


Agora é a capa do mesmo The New Yorker, na edição da próxima semana, que vai trazer 'O Elefante à Vez no Governo Português'


Desta vez o elefante é, claro, a lourésima Paula Teixeira da Cruz que toda a gente espera que se demita já que os bugs naquela cabeça são tantos que já lhe saem pela boca a torto e a direito. 


Depois de ter parido a sabotona contra os dois pobres informáticos que quer à viva força despromover a bodes, agora, como os da PGR a mandaram bugiar - que vá chatear outros, que nem indícios há - numa de maluqueira completa, não desiste de os perseguir e quer pôr-lhes processos disciplinares. 

Como também não vão dar em nada, ainda havemos de vê-la a atirar bichas de rabiar aos pobres coitados. 

Ou então, ainda atiça o Pires de Lima para cima deles num daqueles dias depois do almoço ou quando estiver com um daqueles surtos.

(A ver é se isso não acontece quando ele estiver à beira de alguma piscina senão ainda tem mais uma alucinação com a Catherine Deneuve e se atira com eles lá para dentro).

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Já agora, porque o tema de tão triste, vos deve ter posto com uma lagriminha no canto do olho, deixem que termine com uma coisa mais levezinha: uma sugestão de brincadeirinha, com um elefante dentro, para que os que nos desgovernam se possam entreter durante os conselhos de ministros. 

Em vez de tomarem mais decisões parvas, podiam antes jogar ao  Procurar o peixe

Todos à procura! Onde estará? 

Debaixo da mesa? Ainda dentro do armário? Dentro do soutien de uma das ministras? Dentro das cuecas de um dos ministros? Quiçá das do Poiares? 

Busca, busca... - podia ir incentivando à distância o rei das cagarras que riem. E eles todos à procura.

Peixe...! Peixe...! Onde estás tu, peixinho...?


Uma cena assim:



[Monty Python: Find the Fish]



Sendo que o elefante é, nitidamente, a Bug Peixeira da Cruz, será que aquela jeitosa de cabelo pink é o Pintas de Lima a fazer-se de Catherine Deneuve? Pergunto.

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Permitam que vos informe: no post abaixo há uma história com o humor enviado pelos Leitores. Desta vez temos uma história que deve fazer arrepiar os cavalheiros. Mas não há razão para isso, o post é apenas pedagógico e não apenas para cavalheiros. Mas, mesmo assim, para as madames não acharem que ficam a perder, escolhi um belo exemplar para ilustrar a prosa. Com 60 anos no ramo, como é que podia falhar?

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Desejo-vos, meus Caros Leitores, uma boa quarta-feira!

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sexta-feira, novembro 07, 2014

Pires de Lima num estado deplorável na Assembleia da República, resolveu armar-se em palhaço e encenar um basqueiro* ao dirigir-se ao PS: risos e risinhos, taxas e taxinhas, todo ele num despropósito inqualificável. Cá em casa interrogámo-nos: estará com os copos...? estará simplesmente armado em parvo...? E não chegámos a nenhuma conclusão.


No post abaixo falei de um assunto que tem estado a ser conduzido quase em segredo e que é do mais crítico que há. Refiro-me ao acordo transatlântico entre a UE e os EUA, o TTIP. Podem pensar que é uma seca de tema e que não vos diz respeito. Ora diz respeito, diz mesmo muito respeito. Mostro um pequeno vídeo legendado que explica de forma muito gráfica de que é que estamos a falar. Peço que vençam alguma eventual resistência e o vejam pois apenas despertos e elucidados poderemos defender o que nos espera.

Mas isso é a seguir. Agora, aqui, a conversa é outra.





Eu podia levar o assunto para a palhaçada que talvez fosse o plano mais adequado. Mas não me apetece. Pelo contrário, o que me apetece é falar a sério.

De facto, apetece-me mais do que isso, apetece-me pedir uma audiência a Cavaco Silva e pedir-lhe que demita de vez este Governo.

Há coisas que não suporto: a falta de educação, o comportamento abandalhado, a falta de respeito pelos outros e pelas instituições públicas, em especial pelo Parlamento.


O que eu acho deste governo sabem bem os que por aqui me visitam: é gente desqualificada, impreparada, muito incompetente e, alguns, francamente destituídos de capacidades intelectuais. Não percebem nada, são facilmente manipuláveis, têm-se mostrado uns joguetes nas mãos daqueles que sabem ao que vêm.

Se compararmos os objectivos acordados no memorando da troika com o que se atingiu após os 3 anos de sevícias a que o País foi submetido, ver-se-á a dimensão do fracasso. Destituídos como são, aqueles imprestáveis pensaram que, se havia um remédio a tomar, então poderiam aplicá-lo em regime de sobredosagem e, ao mesmo tempo, descurar parte das medidas complementares. Claro que a vítima quase soçobrou. Ou seja, arrasaram a economia, aumentaram a dívida e empobreceram a população que quase deixou de ter filhos e, em parte, fugiu para outros países.

Mais: nunca tendo percebido a origem da crise, continuam sem perceber porque é que sua receita falhou. 

E são mentirosos e descarados, dizem uma coisa num dia, o oposto no dia seguinte, tudo com igual convicção e topete, e julgam que todos nós, que os ouvimos, somos tão burros como eles. Aliás, ainda a semana passada, ao falar da devolução do dinheiro cortado aos funcionários públicos, Passos Coelho disse uma coisa quando leu o papel que trazia e disse o oposto quando, logo a seguir, falou de improviso; e indispôs-se quando as pessoas manifestaram perplexidade, como se fosse normal dizer no início da conversa que se gosta muito de bacalhau com batatas e mais à frente dizer que se há coisa que se odeia é bacalhau, seja como for.

Vão ser corridos a pontapé sem perceberem porquê. Não percebem nada. E nem vale a pena a gente especular muito mais sobre isto. É um caso perdido, uma nódoa na nossa história.

Mas há uma coisa com a qual, apesar dos sérios indícios, eu não contava e que, muito francamente, acho inaceitável. Refiro-me à falta de educação, à falta de maneiras, à falta do mais elementar decoro.

Passos Coelho tem mostrado que, quando contrariado, tende a ser boçal. Aquela de se ter virado para uma senhora e lhe ter perguntado se não ia uma enxadinha mostrou o estilo rasteiro da peça.

A Albuquerque também vem mostrando que não se ensaia nada para dizer uma coisa e o contrário e ainda destratar quem não goste do que lhe ouve. Tem mostrado que é petulante, arrogante, que arreganha o dente com excessiva facilidade, tanta quanta a facilidade para franzir o narizinho e fazer-se de coelhinha. Mulherzinha perigosa, daquela que não olha a meios.

De Paulo Portas nem é bom a gente falar. A política para ele é um palco e faz de tudo para poder ter um lugar na peça em cartaz. Vende a alma a deus ou ao diabo, diz-se e desdiz-se, efabula, inventa, aumenta, empola, volta atrás, passa ao lado, passeia, diverte-se, vai à boleia, tira partido do que outros fizeram, congemina, conjura, intriga, passa entre os pingos da chuva, aponta o dedo - o que calhar. É irrelevante do ponto de vista da construção do que quer que seja. Devia ter sido actor e, em vez disso, meteu-se por caminhos errados e veio parar onde está, ao lado de um pacóvio que deve abominar.

E há o C-Rato que é um zero à esquerda, ou melhor, é um sinal menos, tornando negativo tudo aquilo de que se aproxima, inventando trapaças com tempos verbais, ofendendo de todas as formas possíveis e imaginárias a inteligência de quem o ouve.

E há a Cruz que não deve ser boa da cabeça, até dói pensar na leviandade do que faz e diz, uma pessoa que parece transtornada e que não se ensaia nada para inventar mosquitos na outra banda na tentativa de tapar a evidência da sua nulidade.

E há os outros.

Mas há também o Pires de Lima. Sempre o tive, apesar de tudo, por alguém que manteria uma certa compostura e um certo discernimento no meio daquela salganhada toda.

Mas eis que o tenho visto a derrapar num plano acentuamente inclinado. 

Desafiador, manipulando os números, falando em tom trauliteiro do aumento inusitado da carga fiscal como se esbulhar a população fosse um feito, tem vindo a revelar-se mal educado, desagradavelmente mal educado.

No outro dia falou com um desprezo descabido das pessoas que pedem que se olhe para o drama da PT, chamou-lhes a brigada do resgate


Mas mau, muito mau mesmo, foi o que se passou esta quinta-feira na Assembleia da República. Não tenho ideia de alguma vez ter visto um número assim. 

É assim que um Ministro se porta na Casa da Democracia? É assim que um Ministro se dirige aos Deputados que supostamente estão ali a representar o Povo? São maneiras para um Ministro se apresentar em público? São modos que um adulto ostente?

É uma vergonha. Uma palhaçada.




Imagine-se o exemplo que um sujeito destes dá: quererá ele legitimar que os alunos se portem assim nas aulas, se dirijam assim aos professores? Quererá ele legitimar a bandalheira no comportamento social?

Não passa pela cabeça daquele malcriado que o País em peso o está a ver naquele despropósito, todo esbodegado na fala, coçando-se enquanto fala, todo arruaceiro, parecendo alcoolizado? É isto forma de mostrar respeito pelas instituições democráticas?

Digo-vos: fiquei mesmo chocada. Não sei se quis fazer-se de engraçado e se se descontrolou, se estava com os copos, como tenho visto referido por aí pelos sites, se esta é a maneira de ser dele e a gente é que não sabia.

Por todo o lado, nas televisões e jornais, se faz chamada de atenção para o momento insólito que Pires de Lima protagonizou na AR e a perplexidade é geral. Eu, mais do que perplexidade, estou chocada. Sinto vergonha.


Pires de Lima deveria demitir-se já. Ou ser demitido. Ou, se nem ele nem Passos Coelho percebem a imagem de abandalhamento que isto dá do Governo e da política, então Cavaco Silva deveria fazer qualquer coisa. A atitude de Pires de Lima foi má demais, foi ofensiva. Levou a política para o grau zero da decência.



Revejam, por favor, o vídeo com parte da triste figura do Ministro da Economia Pires de Lima na Assembleia da República. Insólito. Bizarro. Imaturo. Inapropriado. Inadmissível. Mal educado. E tomara que não estivesse alcoolizado que isso, então, seria o fim da picada. Perdeu o respeito dos portugueses com a palhaçada que armou.






Nota: a intervenção neste comprimento de onda foi muito mais do que isto, meteu de tudo até dizer que Catherine Deneuve se tinha atirado para a piscina com o ex-ministro Manuel Pinho, com certeza ao abrigo de algum contrato (misturando alhos com bugalhos, e reportando-se a uma altura em que o ex-ministro esteve no mesmo hotel que Michael Phelps e tirou uma fotografia com ele, a título pessoal). 


Um disparate pegado, tudo o que ele disse e fez. Uma coisa que só vista, e de que este vídeo é só uma amostra. Pode ser que entretanto fique disponível o vídeo completo.

Entretanto, como seria de esperar, o gozo rapidamente se espalhou pelas redes sociais e é o sinal dos tempos assistir-se à falta de respeito que a população manifesta por esta gente que nem ao respeito se sabe dar.

Uma de várias paródias em Pires de Lima explica

* No meio da arruaça, Pires de Lima disse aos deputados do PS que estavam a armar um basqueiro e disse que sabia que Ana Paula Vitorino era uma deputada fina de Lisboa (e que por isso não conhecia a palavra). Um despropósito infantilóide, ou, de facto, uma bebedeira de todo o tamanho. Não será melhor, pelo sim, pelo não, montarem um controlo de alcoolemia à entrada da Assembleia?



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Tirando as animações com palhaços cuja autoria desconheço, e a última imagem cuja proveniência lá indico, as restantes imagens provêm do blogue We Have Kaos in the Garden.

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Relembro que no post abaixo falo de um assunto sobre o qual sabemos muito pouco e que, pela sua gravidade e impacto, deveríamos conhecer muito bem. Peço-vos que vejam o vídeo pois ajuda a tornar claro o que está a ser feito na maior obscuridade.

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Desejo-vos, meus Caros Leitores, uma boa sexta-feira. 
Que bom, sexta-feira.

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quarta-feira, novembro 05, 2014

Angela Merkel diz que Portugal tem demasiados licenciados. Pudera. Há exactamente dois anos, Nuno Crato fez um acordo com ela relativo à importação para Portugal do modelo de ensino profissional e disse que "dentro um ou dois anos gostaria de ver metade dos alunos portugueses a frequentar o ensino profissional." E a matrafona está a cobrar. Olha quem. Os alemães levam os negócios muito a sério. O problema não está nela, o problema está em quem nos governa.




Esta terça feira deu que falar a boca da matrafona Angela Dorothea sobre Portugal ter licenciados a mais.


Ora bem. 

Sabendo-se que a percentagem de licenciados em Portugal está bem abaixo da média europeia e da média da própria Alemanha, a gente pode interrogar-se: mas a mulher não se informou? 

[Em 2013, 25,3% das pessoas na União Europeia têm cursos superiores (25,1% na Alemanha), enquanto a percentagem portuguesa era de 17,6%]

Manda bocas sobre o que não lhe diz respeito a que propósito?

Olha se o Passos Coelho diz em público que na Alemanha há mulheres a mais a usarem cuecas de gola alta? Saltavam-lhe todos em cima, e muito justamente, que ele não tinha nada a ver com isso.

Claro que esta minha suposição é meramente académica já que Passos Coelho, sabendo que a sua santa Merkel só usa cuecas da avó, jamais criticaria quem usa lingerie do mesmo tipo que ela.

Também claro está que se o dito Capacho-de-pêlo-de-Coelho tivesse algum brio, lhe saltava em cima, Olhe lá, ó sua bardajona, dá-lhe jeito que a malta cá se fique pelos cursos para canalizadores e cabeleireiras para irem fazer a ménage lá nas vossas casinhas e para ver se arranjam penteados que favoreçam mais as sargentonas como você, não?

Mas é escusado. Habituada a ver-se como o único ser dotado de testículos, a Angela Dorothea fala grosso e diz o que lhe apetece e quem não goste que coma só as batatas.

Mas, deixemo-nos de teorias.


A chanceler alemã, Angela Merkel, disse nesta terça-feira que países como Portugal e Espanha têm demasiados licenciados, o que faz com que não tenham noção das vantagens do ensino vocacional.
Citada pela agência de informação financeira Bloomberg, a chanceler alemã afirmou que o enfoque nos estudos universitários como um feito de topo da carreira é algo do qual deve haver um afastamento.
"Caso contrário, não conseguiremos persuadir países como Espanha e Portugal, que têm demasiados licenciados", dos benefícios do ensino vocacional, acrescentou a líder alemã, durante uma intervenção na confederação das associações patronais daquele país (BDA, na sigla em alemão).

Ora bem. Chegámos ao ponto. 

A badocha não se enganou nem está a «filosofar": está simplesmente a fazer um ponto de situação. Havia um compromisso para os alemães venderem formação profissional a Portugal e, pelos vistos, não se estão a atingir os números pretendidos. 

Os alemães, meus Caros, não brincam em serviço (e isso é mérito deles).

Deixem que vos diga. Estou habituada a trabalhar com alemães. É gente focada. Querem planear tudo, não deixam nada ao improviso, tornam-se maçadores prevendo todos os cenários possíveis e imaginários. Mas, uma vez estabelecido um plano, são como cães: não largam o osso mas nem por mais uma. 

É o que a badocha está a fazer. 

Recuo no tempo, exactamente dois anos, 4 de novembro de 2012, e transcrevo de novo:

Nuno Crato assina acordo em Berlim para reforçar ensino profissional


Na capital alemã, o governante português vai reunir com a ministra da Educação e Investigação, Annette Schavan, com que vai assinar um memorando de entendimento para a cooperação na área do ensino profissional.
Isto porque, vincou Nuno Crato, existe em Portugal um "grande desfasamento" entre a preparação que é fornecida aos jovens e as necessidades do mercado de trabalho.
Uma situação que, com a "difícil situação económica" que o país atravessa, torna mais "prioritário" ainda apostar num ensino que permita aos jovens uma "entrada mais rápida para uma profissão".
A possível aplicação, em Portugal, de um sistema dual de formação profissional, à semelhança daquele que vigora na Alemanha, é um dossier que está a ser gerido pelo Ministério da Educação e Ministério da Economia e do Emprego Nuno Crato explicou à Lusa que a ministra da Educação alemã decidiu "antecipar" a assinatura do acordo, uma vez que o ensino profissional será um "tema importante" durante a visita oficial que a chanceler alemã Angela Merkel realiza, a 12 de novembro, a Portugal.

Nessa mesma altura o C-Rato, essa infeliz criatura a quem é permitido que ainda se mantenha em funções como Ministro da Educação, dizia:

(Nuno Crato, falando no encontro empresarial luso-alemão no âmbito da visita da chanceler Angela Merkel): dentro um ou dois anos gostaria de ver metade dos alunos portugueses a frequentar o ensino profissional.

Não fez por menos. Metade!

Ou seja, nada de ilusões, meus Caros, a matrafona defende os interesses alemães como um cão defende o dono e parvos são os que não fazem o mesmo ou se deixam subjugar como pássaros atordoados perante a goela aberta de uma jibóia: a Alemanha faz regulamentos que obrigam as escolas a terem climatização cujos requisitos apenas são cumpridos por equipamento alemão, faz acordos dos mais diversos tipos em que se compromete a apoiar qualquer coisas mas sempre a troco de se lhes comprar mais isto, aquilo, o outro e ainda um par de botas, e só não vendem a mãezinha deles porque têm ainda muito para vender antes de chegar a vez da mãe.

Se os portugueses aprendessem a portar-se como gente em vez de se portarem como capachos, se batessem o pé em vez de levarem raspanetes de orelha caída, se lutassem pelo desenvolvimento do seu País em vez de aceitarem ser um exportador de mão de obra barata, se defendessem a aprendizagem e a investigação em vez de aceitarem uns indigentes mentais como governantes que só querem arruinar o ensino em Portugal, talvez a furona Angela Merkel se mantivesse sossegada dentro das suas fronteiras.

Portanto, de cada vez que ouvirmos que deveríamos ser canalizadores ou pedreiros em vez de pretendermos ser engenheiros ou doutores, não deveríamos ficar furiosos contra quem nos diz isso mas sim contra nós próprios, cambada de bananas.


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domingo, outubro 26, 2014

Passos Coelho acha que os jornalistas e comentadores são preguiçosos, marias vão com os outros, não estudam as matérias, dizem coisas patéticas e deviam pedir desculpa ao País. Ora bem, temos, portanto, Passos Coelho em versão Dominatrix. Ui. ///// E que dirá ele da versão de Carlos Mendes sobre "O Crato"?... Será que vai também exigir ao Carlos Mendes que peça desculpa ao País...? Ui... que o Carlos Mendes já deve estar aflitinho da vida.




Vinha eu no carro e, às horas certas, pusemos o rádio na TSF. Pois não é que lá estava Passos Coelho, voz empolgada, a perorar contra os mandriões que invadem a comunicação social a dizer que a sua governação tem sido um fracasso? Que nada, tudo melhor, a dívida um miminho, o desemprego ainda melhor, o PIB ora, ora, de vento em popa, a confiança dos empresários também do melhor, a situação do ensino, da justiça e de tudo o resto boa, boazona como nunca antes... e esses calões a papaguearem a conversa uns dos outros. Patético. Deviam ter a humildade de pedir desculpa.


Transcrevo uma parte do que o Público descreve:

O momento mais inflamado do discurso – que encerrou as jornadas parlamentares da maioria PSD/CDS – aconteceu quando o primeiro-ministro atacou comentadores, depois de se ter referido a jornalistas também. “Todos os comentadores e jornalistas podem olhar para os números e saber o que eles dizem”, afirmou, para logo lamentar: “Pena que para neste exercício de coerência muitos sejam preguiçosos e às vezes orgulhosos. Têm-se dito no debate público inverdades como punhos”.

(...)

“Chega a ser patético verificar a dificuldade de gente que se diz independente tem de assumir que errou, que foi preguiçosa, que não leu, que não estudou, não comparou, que não se interessou, a não ser em causar uma boa impressão de dizer ‘Maria vai com as outras’, o que toda gente diz porque fica bem”, afirmou, arrancando uma forte salva de palmas.


Passos Coelho no seu melhor, portanto. 

Ora eu já estou como o Der Terrorist: também acho que grande parte dos jornalistas e comentadores são preguiçosos, papagueiam o que os funcionários e assessores dos gabinetes comunicação dos ministérios dizem. Mas não era a esses que ele se referia. Cá para mim referia-se, isso sim, a Manuela Ferreira Leite, a Pacheco Pereira, a Pedro Marques Lopes, ou a Nicolau Santos, a Pedro Santos Guerreiro e a todos quantos ousam desdizer o discurso oficial.

Já no Expresso tinha lido que a chefe dele, a Pinókia, se tinha apresentado no outro dia no Parlamento toda mandona, castigadora, dominadora, dando ralhetes aos deputados e tudo.

Depois das cenas de Perdoa-me que mandou o C-Rato e a Cruzes-Canhoto fazerem, eis o Láparo de volta ao seu número preferido: ele e a sua Mestra como um grupo de castigadores, cada um armado em dominatrix. Cuidado com eles.


Estão danadinhos para distribuirem tau-taus a torto e a direito. 

Ui....




E nada de serem piegas, senhores jornalistas e comentadores. Apanhem e mostrem que gostam.


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Recebi agora por mail um vídeo com Carlos Mendes a dedicar uma canção a Nuno Crato e a outras adjacências. Vou já divulgá-lo embora receie que o Láparo Dominatrix ainda um dia destes dê uma desanda no Carlos Mendes, umas chibatadas verbais, e o obrigue a ajoelhar e pedir perdão.


Por isso, en garde, Carlos Mendes.





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Volto de novo a este mail para lhe juntar o início do artigo de Nicolau Santos no Expresso online de segunda-feira a que ele deu o título de : O dr. Passos nunca errou. Só ele é que vai com o passo certo.




Ao dr. Passos não lhe bastam a cumplicidade entusiástica do dr. Marques Mendes, porta-voz oficioso do Governo. Ou o criticismo benevolente do Prof. Marcelo e do dr. Morais Sarmento. Ou os elogios firmes do dr. João Carlos Espada. Ou a cobertura científica dos professores João Cantigas Esteves e João Duque. Não. O dr. Passos é ambicioso. Queria mais.


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quinta-feira, outubro 23, 2014

IRS em 2015, cláusula de salvaguarda, regime à escolha do freguês, casados com ou sem declaração conjunta e também à vontade, etc, etc. Só inovações, só facilidades. Não querendo estragar a festinha, o UM JEITO MANSO pergunta daqui ao ministro Paulo Núncio, à sua ajudanta Albuquerque e ao subordinado dela Passos Coelho: quem é que vai gerir todas estas alterações informáticas no Portal das Finanças? A louríssima Paula Teixeira da Cruz? A tal do Citius em baixo e dos tribunais num caos? E quem é que vai harmonizar as fórmulas subjacentes à fantástica calculatória apregoada? O inteligente C-Rato? O das cratinas colocações? Contem-me coisas, contem, vá lá, make my day.


No post abaixo já vos mostrei um vídeo feito pelos Verdes europeus na despedida do cherne. Fartam-se de gozar com o peixe balofo, tadinho dele, que até já estou com saudades do nulo-zeo. Agora em quem é que a Merkel vai limpar os pés quando se apresentar em Bruxelas? E será que o Juncker já apagou o número de telemóvel dele? Aposto que sim. Para que é que o Juncker ia precisar de falar com um cherne fora de prazo?

No post mais abaixo fiz-me eco de uma notícia que corre na rádio alcativa e que tem a ver com o regresso do saudoso Relvas.

Mas tudo isso é a seguir.

Aqui, agora, vou inquietar-me com mais outra que estes inconscientes que nos desgovernam, se não forem travados a tempo, podem estar a preparar-se para fazer.



Inquietação - Camané




Poema e musica de José Mario Branco
 Camané interpreta com Dead Combo; 
Animação de Ryan Woodward; 
Edição Rui Ramusga




Com a ligeireza de quem não sabe nada na vida, vão fazendo e desfazendo, não deixando pedra sobre pedra. A Albuquerque até, sem querer, já deixou cair que vão ser precisos não menos de 10 anos para reconstruir o que têm vindo a destruir. Desta feita, a propósito do OE 2015, deu-lhes para anunciarem alterações no regime do IRS em cima do joelho e umas atrás de outras. 

À medida que os jornalistas e consultores vão fazendo simulações e exprimindo dúvidas sobre o que saíu da pornográfica sessão contínua de 18 horas, eles vão tirando laparotos fiscais da cartola. Tudo facilidades. Simulações, vários regimes disponíveis para cada um experimentar qual o regime que melhor lhe assenta, uma limpeza.

Ouço isto e só penso: tal como não perceberam a origem da crise nem porque é que a receita aplicada não resultou, também não perceberam porque é que o Citius baqueou e porque é que a contratação para a bolsa de escolas deu o berro em toda a linha.

E, portanto, não sendo capazes de somar dois e dois, continuam a anunciar coisas que implicam muito trabalho e trabalho bem pensado, provavelmente investimentos cuja concretização leva tempo, como se fosse canja de galinha; pela burrice que toda a conversa revela, temo que, na altura, nada daquilo esteja a funcionar.

Poder-se-ia pensar que, com esta minha preocupação, só posso ser masoquista. Pois não sou. Apesar de largar mais de metade do que ganho em impostos e contribuições, sei bem que é por eu (e todos os que podem) pagar impostos é que os que não podem pagar poderão usufruir de escola e saúde públicas, ter segurança nas ruas, etc. Por isso, eu quero pagar impostos, sim (embora, queira pagar muito menos, se faz favor). 


As vozes já se começam a ouvir. Transcrevo:


Rui Morais, que liderou o grupo de trabalho da Reforma do IRS, acha que a cláusula de salvaguarda no IRS anunciada ontem por Passos Coelho vai ser uma "salganhada".


Rui Morais garante que este mecanismo de cláusula de salvaguarda compromete um dos pilares do novo IRS, que é a simplificação do imposto, e defende que uma reforma tem de ser feita a pensar no universo dos cidadãos a quem se dirige e não tendo em conta casos particulares.




Também o presidente do Sindicato dos Impostos tem “sérias reticências sobre a exequibilidade” desta cláusula. Paulo Ralha lembra que a idade média do parque informático do Fisco é de 12 anos e que a medida prometida pelo governo irá exigir maiores necessidades de processamento do sistema informático. E se o sistema já agora sofre quebras dificilmente terá capacidade de responder perante as necessárias alterações de programação que o tornarão ainda mais pesado. 


Paulo Ralha admite mesmo um cenário similar ao bloqueio que afetou recentemente o sistema Citius do Ministério da Justiça.


O fantasma do colapso informático foi também levantado por José Tribolet, conselheiro do governo na área informática. Em declarações à TSF, o professor universitário revela que já avisou para o risco de colapso e exaustão do sistema informático do Fisco. Mas que estes alertas não foram até agora acolhidos. “Falar com a autoridade tributária é como falar com uma parede”.





Paulo Núncio, o actual chefe do governo em exercício

(de um governo em roda livre)




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E se pensam que estou a ser pessimista, que estou a exagerar, eu e todos os que antevemos mais uma porcaria em preparação, se acham que não há cisnes negros e coiso e tal, então vejam, por favor, o vídeo abaixo.




Black Swan 

Saturday Night Live (com Jim Carrey)



E que o humor nunca nos falte.

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Relembro: já a seguir tenho a festa de despedida ao Cherne Barroso e as boas vindas ao Senhor do Esquentador (que, segundo ele informa, vem aquecer os motores da Europa).

Mais abaixo, tenho de volta ao UJM o Vai-estudar-ó-Relvas. Momento grande.


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Desejo-vos, meus Caros Leitores, uma bela quinta-feira.

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quarta-feira, outubro 15, 2014

Passos Coelho rejeita o fanatismo orçamental, Nuno Crato renega o experimentalismo, Paula Teixeira da Cruz nega o caos, Paulo Porta desconhece o que significa 'irrevogável', Maria Luís Albuquerque nunca tinha ouvido falar de SWAPS, Cavaco Silva quer clarificar uma coisa completamente errada (dita pelos do Governo)... e eu hoje não estou para os aturar. Preferia estar à chuva in heaven. Ou a ver ao vivo as peças da Cal Lane.


No post abaixo eu e a Gisele já partilhámos convosco um pouco de Chanel Nº5. Espero que gostem. 


Aqui, agora, estava com vontade de perguntar ao Passos Coelho, ao Paulo Portas, à Maria Luís Albuquerque, ao Nuno Crato, à Paula Teixeira da Cruz, e a toda essa gente que tirou uns tempos para vir estragar a nossa qualidade de vida com a sua desfaçatez, se julgam que somos tão mentecaptos como eles parecem ser.

Passo-me com eles, juro.

Passam a linha encarnada do decoro. Mas gente daquelas não sabe o que significa decoro. Aliás, se nem sabem o que significa linha encarnada como é que haveriam de saber o significado de decoro? Palavras difíceis não é coisa que lhes assista. 

Além disso, ou são ou esforçam-se por parecer descarados, troca-tintas, arrogantes na sua falta de vergonha, julgam que podem fazer de nós parvos todos os dias (é que podiam tentar isso apenas dia sim, dia não, mas qual quê? é que é todos os dias, caraças). 

O Crato - que não pode ser matemático, aquilo lá deve ser um sapateiro e um sapateiro de botas da tropa, sapatolas atamancadas às três pancadas - hoje veio dizer que para o ano não vai haver experimentalismos e que vai fazer as coisas com tempo. E a uma pessoa que ouve isto só apetece despejar uma garrafa de água bem gelada na cabeçorra daquela criatura. 

Então afinal de contas este ano, tudo isto da colocação de professores, foi um experimentalismo...? E foi um experimentalismo em cima do joelho e à última hora...? 
Boa, C.Rato, boa. E achará o C.Rato que para o ano ainda será ele que vai estar à frente do Ministério para estar com uma conversa destas? 
O fulano é mas é um metafísico do caraças, pratica o esoterismo, telefona de manhã para a SIC, para a Maria Helena lhe deitar as cartas e resolver os dilemas, coisa assim. Cruzes, canhoto. Há com cada maluco.

E não atinam com o défice e nem mesmo no orçamento conseguem encolhê-lo para os 2.5%. É que, quem faz um orçamento, tem muita margem já que os números aguentam tudo: traulitada para aqui, traulitada para ali, martelada de um lado, sapatada de outro, querendo-se faz-se o que se quer (e, como se tem visto com o governelho do láparo, uns meses depois aparecem com um rectificativo e, mais dois ou três, e mais um rectificativo e, portanto, rigor é outra das muitas coisas que não lhes assiste). Mas, apesar de tudo, apesar de todas as habilidades, nem assim os queridos conseguiram encolher o miúdo.

Então, chico-espertos, lembram-se de habilidades umas em cima de outras: começaram por se sair com aquele engodo parvo de porem o futuro governo a devolver os impostos que eles vão cobrar e hoje apareceu o Passos, qual homem da Tecnoforma (ou era da Regisforma que se dizia o homem da Regisforma?), qual vendedor de banha da cobra, a dizer que não vai colocar o défice do OE nos pré-proclamados 2.5% porque isso seria fanatismo orçamental e contraproducente.


Esqueceu-se o pobre vendedor que, logo no mesmo dia, veio uma rabecada de três em pipa dos lados de Bruxelas, dizendo que o défice este ano, anda, anda, e ainda vai parar aos 7.5% e que o orçamento para 2015 está uma belo cocó, tudo do lado da receita e nada do lado da despesa como era suposto. Esqueceu-se ou fez-se esquecido porque não lhe agradou a conversa e só agarrou naquela do défice para ver se fazia umas flores, saindo-se, o espertinho, com aquela do fanatismo. E logo ele, o fanático de serviço. Mas lá está, cá para mim nem sequer é fanático, é simplesmente destituído. Defende uma coisa e o contrário com a mesma cara de pau e provavelmente sem perceber o que é que está a defender.


Mas a gente, perante as habilidades verbais desde governelho, perante as piruetas linguísticas e morais desta gente, quase já não consegue reagir, tudo isto parece uma rábula, um cartoon, uma salsicha governativa.


Eu, pelo menos, tenho dias em que só me apetece mandá-los a todos para sítios pouco recomendáveis. Que falta de paciência, senhores. Só me ocorrem imprecações populares que metem expressões como a pata que os pôs e outras variantes menos nobres - mas não vou aqui usá-las pois animais de capoeira não são para aqui chamados.


Adiante.

No outro dia enviaram-me uma fotografia de uma obra de arte dizendo que era da Joana Vasconcelos, feita para o hall da Assembleia da República. Ora eu gosto sempre de investigar e acho que não é. Mas até podia ser. E não faz mal que não seja. Alguém fez e está de parabéns: não é que o tamanho importe mas a verdade é que a peça impõe um certo respeito. Na Assembleia da República não me parece que ficasse bem mas eu veria bem este candeeiro na sala do Conselho de Ministros, nesta era Passos Coelho.

Pelo menos, quando ofendessem a nossa inteligência sempre os poderíamos mandar... para o candeeiro.





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Tenho que me deixar disto. Ponho-me a dizer o que me vai na alma a propósito dos desalmados do governelho e deixo passar o tempo. Depois, como agora, vejo as horas e percebo que está na hora de ficar por aqui. E fico contrariada pois parece-me pura perda de tempo estar a gastar o meu latim com gente destas. É que, ainda por cima, tinha outras em mente e agora já não dá.




Ando para vos mostrar as fotografias que fiz no domingo quando estava in heaven, debaixo de chuva, a terra ensopada, perfumada, as folhas desfeitas, cogumelos macios e carnudos a despontarem da terra (quase passando despercebidos tal o seu poder de disfarce), a frescura limpa da água que cai do céu e, generosa, entra na terra, alimentando-a.

E, já que estou numa de objectos das caldas, deixem que vos mostre esta pinha fálica que nasceu a meio do tronco do pinheiro e que agora está coberta de líquenes verdes, rendilhados, uma coisa artística.




E está tudo com umas cores completamente saison, a caruma acobreada, as pedras e o chão a cobrirem-se daquele musgo de verde macio que apetece afagar; e o som da chuva, tão puro, tudo bom demais. 


Mas, enfim, não é quase às duas da manhã que me vou pôr com isto.


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Uma vez que acima falei de rendilhados, para tentar compensar os que a esta hora estão a achar que vieram até aqui para coisa tão pouca, vou tentar atenuar a desfeita, partilhando um vídeo com a obra de Cal Lane que me foi dada a conhecer por um Leitor a quem agradeço.




Transforma bidões velhos, chapas de lata e outros objectos em belas peças rendilhadas. 

De facto, há pessoas especiais por todo o mundo e a internet tem esta coisa fantástica de trazer todos até todos, como se nos pudéssemos todos conhecer e, até, abraçar.






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O perfume discreto do Chanel Nº 5 é já a seguir e, quando for divulgado o resto do filme, para cá o trarei.


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À hora a que escrevo, chove, chove, e eu adoro estar aqui nesta sala quase às escuras a escrever-vos e a ouvir o som da chuva. Sinto uma felicidade inexplicável (e se não estivesse tão cheia de sono ainda mais feliz me sentiria; assim, vou daqui para a cama e vou ter um sono descansado e sonhar com florestas frondosas, perfumadas pela chuva).


Desejo-vos, meus Caros leitores, uma boa quarta-feira.

Saúde e alegria para todos, está bem?


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