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quinta-feira, setembro 26, 2019

A quem possa interessar





Quando queremos dizer uma coisa e os outros não o percebem, das duas uma: ou nós não comunicámos bem ou os outros não captaram bem.

Ontem escrevi um post que era, todo ele, uma alusão a alguns critérios de selecção do partido em que votar nas próximas eleições. Ironizei, metaforizei. Mas, porque me apercebi que posso não ter tido a habilidade suficiente para me fazer entender, volto ao tema.

1. Queria eu, ontem, dizer na minha: 
Se este PS provou ter competência, engenho e arte para inverter o rumo depressivo em que o País se encontrava ao tempo do PSD+CDS, se restituíu rendimentos aos portugueses, se devolveu a tranquilidade à maior parte das pessoas que deixaram de recear cortes nos ordenados ou aumentos de impostos, se reduziu drasticamente o desemprego, se reduziu o défice e a dívida pública, se provou à Europa que a austeridade não era o caminho certo e também que austeridade não é sinónimo de rigor nas contas, se conseguiu fazer pontes à esquerda abrindo o futuro aos mais desfavorecidos, se estancou a emigração dos mais jovens, se conseguiu pôr os olhos do mundo no exemplo deste nosso pequeno País, se não se antevê que haja outro partido melhor preparado para fazer mais e melhor... então porque não votar no PS?
Faz sentido que, gostando do PS, em vez de votar neles, vá votar noutro partido, correndo o risco de que, na contagem dos votos, em vez de termos o PS a poder continuar a governar, se fique perante um impasse governativo ou com o PSD a conseguir fazer novo governo em conjunto com o CDS da Cristas?
Eu acho que não, que não faz sentido correr tal risco. 

2. Queria também eu ontem dizer na minha: 
Se acho que a Catarina Martins desperdiçou a oportunidade de falar de temas importantes num debate em horário nobre com todos os candidatos, na RTP, pondo-se com quezílias irrelevantes para o futuro dos portugueses, trazendo para a discussão, à força e com deselegância, um tema de há quatro anos que não interessa nem ao Menino Jesus e com o qual pretendeu deixar ficar mal António Costa nem se sabe a propósito de quê, por que razão não haveria eu de dizê-lo com todas as letras? Porque a Catarina anda sempre ao colo da comunicação social? Porque tem um pendor populista que soa como música para os ouvidos de muito boa gente?  
Ou porque a Catarina agora meteu na cabeça que deve convencer os portugueses de que o acordo à esquerda foi gizado por ela e que tudo o que aconteceu de bom foi também obra dela, devo fazer de conta que não acho isso uma infantilidade, uma deslealdade e uma parvoíce só para não ir contra a boa imagem que a comunicação social quer construir dela?
Era o que faltava. Lamento mas eu, quando digo a minha opinião, não estou para usar meias palavras. Prefiro ser directa.

Ou seja, como disse acima, ontem travesti (ou pelo menos tentei) os argumentos que por aí vou ouvindo ou lendo sobre as eleições com o intuito de os desmontar ou demonstrar os seus riscos. O post era, pois, sobre isso. Sobre isso e sobre bolos. Não era sobre o que penso do Ronaldo, da Ana Gomes, do cão ou do canário, do chocolate negro ou dos caramelos de Badajoz, do chá ou do panaché de coca-cola. Embora, claro está, também fosse. Mas esse não era o foco.

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E porque isto das metáforas e das ironias, se não forem bem conseguidas ou bem percebidas, é  um risco, resolvi condimentar este post com imagens que parecem fotografias mas que não são. E pode parecer que, se as ponho aqui, é porque gosto muito delas e também não é o caso. Trata-se de pintura figurativa, por vezes hiper-realista, que pretende ser sensual. E eu acho que, para ser tão realista, mais valia ser fotografia. E, para ser sensual, não devia ter um ar tão bem comportadinho, tão bonitinho, tão cândido, com pudores envoltos em negligés transparentes e com folhinhos. Mas, lá está, é a minha opinião.

O pintor é Vicente Romero Redondo, um espanhol de 63 anos, que pinta que se farta e que não faço ideia em quem vota.


Quanto à habanera que escolhi para nos acompanhar, bem, aí a conversa já é outra. Ou, na volta, não. A vous de choisir. Faites vos jeux.

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Post scriptum, que é como quem diz PS

Gostei de ver a Joacine Katar Moreira com o Ricardo Araújo Pereira na TVI -- que, reconheça-se, se aguentou como um valente.

Com uma gaguez por vezes avassaladora, para além de bonita e com uns olhos muito expressivos,  Joacine tem uma alegria, uma descontração, um sentido de humor que, às tantas, depois de um primeiro embate em que quase pasmei com aqueles arranques em falso ou quase sofri por a palavra não lhe sair, acabei a admirá-la. Assim é que é. Uma lição para quem padece de complexos de inferioridade, geralmente infundados.