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quarta-feira, outubro 23, 2024

Escrever

 

Já aqui o confessei: nunca li nenhum livro de Stephen King. Basta serem best sellers para eu dar um salto atrás. Reconheço: tenho os meus preconceitos. Depois, o género terror ou fantástico envolvendo fenómenos paranormais também não me atrai e tenho ideia que os livros dele são assim. Se calhar, estou a ser influenciada pelas capas. Acho que nem nunca folheei algum, No entanto, algum mérito deve ter para se vender como vende e para ter várias obras adaptadas a cinema.

Quando aqui falei nisso, o Leitor Moraisalex comentou e deixou-me curiosa

Por isso, quando a Rosário Pedreira recomendou o livro Escrever, memórias de um ofício, achei que seria um bom livro para começar. 

E se já aqui referi que estava a lê-lo de forma corrida na parte autobiográfica, agora é mesmo com prazer que leio a parte da escrita (recomendações práticas, o seu exemplo, como transforma vivências reais em enredos, etc). 

Na componente biográfica tinha sido muito evidente a sua fantástica franqueza. Sem lamechice, sem moralismo, sem autopiedade, de forma muito linear e pragmática falou das dificuldades por que passou, falou do seu alcoolismo e da sua dependência de drogas e da forma como saiu de qualquer das provações. E agora na parte da escrita é puro gozo. E falo em gozo pois para ele escrever é um prazer, um divertimento, uma alegria. Não há dramatismo, não há angústia. Não há ortodoxia, não há arrogância. Há trabalho, persistência, humildade e há prazer.

A forma como fala da gramática seria muito bem acolhida pelos meus netos que se queixam do que lhes ensinam como se fosse matéria destituída de interesse. Aposto que aulas dadas por alguém que tenha uma abordagem como a dele, com exemplos comparativos, seria pura diversão da qual dificilmente se esqueceriam.

A par do que vai falando de gramática, do vocabulário e daquilo a que se poderá chamar a arte ou a inteligência criativa, Stephen King vai exemplificando com parágrafos ou pequenos excertos de escritores que todos conhecemos, desde os clássicos aos actuais, desde os consensuais ou mais marginais.

À medida que vou lendo vou assinalando as páginas em que há passagens que me parecem relevantes. Tinha até pensado transcrever algumas delas. Mas são muitas. Tenho preguiça... Se puderem comprem o livro pois vale bem a pena.

Por isso, vou antes partilhar dois vídeos em que dá para apreciar o seu estilo.

Stephen King Reveals His Top Five Stephen King Stories


What Ya' Readin'? with Stephen King


domingo, outubro 20, 2024

Sábado assim-assim.
E receita de frango a que não sei que nome dar

 

Logo de manhã tive notícia que um amigo está numa situação clínica muito complicada e, pelo que é, ficámos todos preocupados. Fiquei em estado de choque e, como eu, todos os amigos. E porque vejo os que são médicos tão preocupados ainda mais temo que a situação seja mesmo crítica. Todo o dia tenho andado com esta apreensão. Ele é daquelas pessoas de quem ninguém poderia alguma vez pensar que lhe acontecesse uma destas. Muito jovial, muito alegre, com um aspecto saudável, cheio de energia e irreverência. E, de repente, está mal.

Portanto, o meu dia ficou um pouco toldado.

Não há dúvida de que, quando estamos bem, devemos dar graças por isso, curtir a generosidade da vida, degustar a felicidade. É que, de um momento para o outro, pode haver uma guinada de pouca sorte... Portanto, que, ao menos, tenhamos sempre a sensação de que não andámos a ser parvos e a desperdiçar o que tínhamos de bom à nossa disposição e não soubemos aproveitar bem.

Enfim...

Acresce que antes de ontem dei um jeito ao pé e, na sequência, ficou dorido e, para me provar que era a sério, inchou. O peito do pé todo gordo, a sola do pé também inchada e um dos dedos também reboludo. Nem conseguia dobrar ou mexer os dedos. Nem fiz programas familiares para estar com o pé no ar e com gelo. Agora já está melhor. Esta coisa de pôr os pés ao alto e de os refrescarmos geralmente dá bom resultado. Também pus aquela pomada Diclofenac, que penso que é o genérico do Voltaren, e que também é eficaz,

Como estou assim a modos que levemente jururu, pensando no meu amigo que está tão mal, vou ficar-me por dizer o que fiz para o almoço pois ficou saboroso e creio que saudável. E é simples de fazer.

Como foi só para dois, as quantidades são inferiores às que uso quando é para o quartel.

Meio frango do campo. É relevante ser frango do campo pois a carne tem outra textura e outro sabor.

Num tacho coloquei água, um pouco de sal, uma cebola bem grande aos bocados, dois alhos franceses (apenas as partes de baixo pois comprei uma embalagem com eles sem a rama verde) também aos bocados, cenouras às rodelas e o frango cortado aos bocados (tinha pensado fazer uma canja pelo que tinha pedido no talho para o cortar assim).

Deixei cozer durante talvez uma hora ou quase. O frango do campo tem a carne mais rija. Se fosse frango normal, metade do tempo seria suficiente.

Quando vi que o frango estava já quase macio, juntei três batatas, um bocado de abóbora, uma quantidade generosa de feijões verdes, uma boa quantidade de salsa e mais umas três cenouras às rodelinhas. Temperei com um pouco de açafrão e um pouco de pimentão doce -- pouco para nem se dar por eles, mas o suficiente para ficar com um gostinho saboroso e não facilmente identificável. 

No outro dia, quando fiz os rolos de carne (ainda não disse como fiz... a ver se um dia destes o digo pois ficou bom), recheei um com maçã e farinheira de porco preto do Alentejo. Só usei meia farinheira. Por isso, sobrou metade que hoje juntei ao cozinhado.

Quando os legumes estavam cozinhados, juntei um frasco de grão de bico cozido e uns bons ramos de hortelã. Misturei tudo e desliguei.

Para quem não está tão habituado, um pormenor: quando junto as coisas, ponho o lume no máximo até ferver. Depois, cozinho tudo com o lume no mínimo.

Ficou com um caldinho bom que, depois de comermos os sólidos, apanhámos com colher.

Deu para o nosso almoço e, como estava preguiçosa, repetimos e deu para o nosso jantar. E ainda sobrou um pouco mas que já não dará para os dois.

Para sobremesa, e agora falo só por mim, comi dióspiro. Adoro dióspiro. Não comi inteiro. A cada refeição cortei meio às rodelas e em cada rodela coloquei um niquinho de queijo de cabra. Fica delicioso.

E pronto. Nada mais a reportar.

Ah, sim, tenho andado a ler o Escrever do Stephen King que, até ver, é a sua auto-biografia. Vou agora entrar na parte em que creio que vai falar, em particular, na sua actividade de escrever. Nunca tinha lido nada escrito por ele. Lê-se muito bem, é uma escrita sincera, sem rodeios, com sentido de humor. Não é uma peça de alta literatura mas também não sei se é suposto ser. E, cá para mim, aqui e ali, tem algumas pequenas arestas que presumo que resultem de uma tradução não extraordinariamente refinada. Mas, seja como for, tenho lido bem.

E é isto. Hoje não comento os comentários, estou um bocado off. Mas agradeço-os.

Um bom domingo a todos. 

quinta-feira, agosto 29, 2024

Super best sellers

 

Tenho que confessar: nunca li nada do Stephen King. Não posso dizer se é bom, se é mau. Sei que os seus livros vendem-se como pipocas saltitantes e que há filmes, feitos a partir dos livros, que foram outros tantos sucessos. Também nunca vi nenhum. Provavelmente é preconceito meu. Achando que sou uma mente aberta tenho, contudo que reconhecer que os preconceitos que tenho são mais que muitos. O género, as capas, as cores, tudo ali me afasta. Contudo, vendem-se aos milhões. Deve ser a melhor recompensa para um escritor. E, na volta, se calhar, se me afoitasse, sentir-me-ia surpreendida.

Em relação a Marguerite Duras, escritora também de milhões e de cujos livros também se fizeram filmes (pelo menos de O amante), não tenho preconceitos e já li vários livros. E gosto bastante. 

Imagino que não poderiam ser mais diferentes um do outro. 

Mas que sei eu?

Têm, contudo, em comum -- e isso acho que não oferece dúvidas --, o gosto pela escrita. Falo no presente em relação a ambos embora a Duras já lá esteja faz tempo. Mas os escritores, os bons, são eternos.

Talvez ela seja mais autobiográfica, quase confessional, talvez burile mais a escrita tentando ficcionar a sua própria vida ou a dos que lhe eram mais próximos, enquanto Stephen, aparentemente, tem uma ideia enquanto enfia a primeira perna das calças e, quando enfia a segunda, já está a história concluída na sua cabeça.

Seja como for, gosto sempre de ouvir os escritores. Tenho para mim que os que o são mesmo têm qualquer coisa em si que os torna especiais. Mas também posso estar enganada, claro.

Stephen King reflects on his iconic career and latest release 'You Like It Darker'

Stephen King, has gone on to write more than 60 books and many have been turned into such films as “The Shining” and “Shawshank Redemption.” Jeffrey Brown spoke with King about his latest book, “You Like It Darker,” and the long arc of his career. 

Une vie : Marguerite Duras

"Je crois que l’homme sera littéralement noyé dans l’information. Dans une information constante." Résistante, femme de lettres insoumise et engagée, Marguerite Duras était aussi une visionnaire. 


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Quanto à escolha de Miss Swaps para comissária europeia parece-me coerente com a grunhice e o papalvismo da AD

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Um dia bom