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quarta-feira, março 29, 2017

Sobre ilusões de óptica, ilusões de escritas, altos e baixos, feios e bonitos.
E sobre prestimosas evangelistas.


Isto de uma pessoa se pôr para aqui a escrever comporta alguns riscos. Escreve-se a pensar numa coisa e, certamente por falta de habilidade na escrita, quem lê, interpreta de outra maneira.


Por ângulo de filmagem ou por utilização de qualquer outro recurso, a imagem que passa é que as pessoas que vemos na televisão têm muito mais altura do que têm na realidade. 
No entanto, alguém me recriminou por achar que eu estava a troçar do aspecto das pessoas. Ora, como eu achava que estava bem claro, ao escrever, eu referia-me apenas à diferença entre o que nos era dado a ver pelas televisões e o que era na realidade.

(Claro que nem me referia à maquilhagem que isso nem tem nada a ver com ser na televisão ou ao vivo. Por exemplo, há dias estava a almoçar ao lado de conhecida apresentadora e só me dei conta disso pela voz. Sem maquilhagem e vestida 'à civil' era outra pessoa.)

E claro que também não tenho nada contra nem a favor o aspecto físico das pessoas. É o que é. Se a mim me disserem que sou bonita fico tão indiferente como se me disserem que sou feia. Ou que sou alta ou baixa. Nada posso fazer contra isso. Posso disfarçar, pintalgar-me, usar saltos altíssimos, mas, na hora da verdade, quando saio do banho, sou o que sou.

Isso, no entanto, não me parece motivo para ignorar as características físicas de alguém. Se eu, para caracterizar o aspecto de uma pessoa, disser que ela é alta, que mal tem isso? Só tem mal se eu disser que é baixa? Porquê? Preconceitos provavelmente na cabeça de quem lê... não?

Eu, pelo menos, penso assim. Sem dramas, sem casos, sem moralismos bafientos.
Não tenho altura recomendável para jogar basket? Paciência. Faço caminhada.  
Não tenho medidas adequadas para desfilar ou para vestir roupa tamanho XS de estilistas? Paciência. Visto o que me serve. 
Não sou linda de morrer? Melhor, assim não fico com peso na consciência por matar de amores quem em mim depositar o olhar.
Mais. Quem disse que só as esculturais criaturas são merecedoras de admiração e referência? Eu não fui. 

A história está cheia de celebridades (artistas de cinema, cantores, pintores, escritores, filósofos, etc) que, não obstante o seu aspecto físico estar longe dos cânones da beleza, ficaram ou ficarão para a história como carismáticos agentes de sedução, de paixões incendiárias e de amores eternos. E, de maneira geral, mais interessantes (pelo menos para mim) são aqueles que têm um toque de imperfeição do que os que nos aparecem com ar de quem tem como ocupação principal o culto do físico.

Portanto, que não subsistam dúvidas: para mim, gente é gente e ponto final. E ponham-lhes em cima lentes de aumentar ou de adelgaçar, quilos de maquilhagem ou recheiem-nos com toneladas de moralismos ou de citações literárias ou filosóficas que eu continuo na minha: gente é gente. (E, para o meu gosto, quanto mais ao natural melhor.)

No entanto, e embora não fosse, de todo, o tema do post de ontem nem é decorrência do que acima escrevi, que uma coisa não seja escamoteada: 
Por exemplo, David Gandy.
E, tendo estes óculos,
capaz de, em cima do resto,
ainda ser intelectual
Não ignoremos as estatísticas nem o que lhes subjaz. Mostram os estudos que as pessoas tendem a sentir-se atraidas por quem é mais bonito -- e, por bonito, entenda-se o que obedece a padrões comummente aceites, como, por exemplo, os que respeitam à simetria. E a razão é simples: supostamente, com a simetria vem uma maior resistência física, nomeadamente resistência a doenças e, como derivada dessa melhor forma física, não sei se primeira, se segunda, vem a maior aptidão para a reprodução. E nisto não nos esqueçamos que somos animais e, parecendo que não, é bom que nos lembremos que a continuidade da espécie é relevante. Identicamente, intui-se que um macho calmeirão terá mais aptidões para defender a fêmea de assédios indesejáveis, para a proteger do lobo mau ou para guardar a gruta do que um franganote. Já não estamos aí mas os genes guardaram estas preocupações ancestrais. 
Portanto, sem grandes moralismos e com alguma racionalidade, aceitemos as coisas como elas são.

Da minha parte, devo dizer que há, contudo, algumas coisas que me maçam um bocadinho. Por exemplo, no outro dia uma vizinha que não via há meses, talvez a única que conheço, pessoa de alguma idade, ao ver-me ao longe, veio de braços abertos, sorrindo, depois abraçando-me: 'Está bonita... mais gordinha...'. O meu marido manteve-se prudentemente ao largo pois, se a conversa se prolongasse, punha-se ao fresco. Mas ainda assim ouviu-me e, no gozo, relatou a cena aos filhos. 'E ela, voz sumida, disse - ah... isso não são boas notícias...' Já não é a primeira vez que esta vizinha me faz esta. No outro dia, no médico, queixei-me. Ele que não, que 'para a sua idade está muito bem'. Caneco. Para a minha idade?! Pior a emenda que o soneto. Mas eu, esquecendo esse factor da idade, acho que devia perder 3 a 4 quilos. Um dia destes ainda me atiro ao assunto.

Mas, descontando esse desconsolo momentâneo de ouvir dizer que estou mais gordinha, quero cá eu saber que me achem alta ou baixa, magra ou gorda, loura ou morena, nova ou velha, míope, estrábica, olhos azuis de ciúme, verdes de traição ou negros como o queixume, canhota ou dextra, poderosa ou franzina. 

Mas, enfim, parece que tenho que aceitar este castigo: acho que há leitores que treslêem o que eu digo ou, então, que acham que devem educar-me à força. 

Mas uma coisa lhe conto, Cara Leitora que quer evangelizar-me e a quem, obviamente, agradeço o esforço: ontem escrevi sobre ilusões de óptica mas também já me aconteceu provocar ilusões d'escritas, nomeadamente ficcionar à grande e à francesa e, imagine, virem recriminar-me por estar a inventar sobre a única coisa que era verdadeira no texto.

Não é fácil. Mas quem corre de gosto não cansa -- e quem vai à guerra dá e leva e grão a grão enche a galinha o papo e devagar se vai ao longe e não há fome que não dê em fartura e branco é, galinha o põe.

Portanto, ficamos assim. 

E, entretanto, vou ficar aqui, muito bem comportada, a pensar, a pensar, a ver se me ocorre alguma causa nobre sobre a qual escrever.


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Mas, se me permitem, vou ficar com a Alice Francis a dar um pezinho de dança.
Juntem-se-nos que isto está muito calmo, está mas é mesmo a pedir uma farrinha.


E até já.

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segunda-feira, março 20, 2017

Dia de bailarico no Um Jeito Manso
Tudo para a pista:
-- cuidados dermatológicos para dias de sol, a ascendência e a idade de Trump, as crise e os limites dos matrimónios, acidentes de viação e senhoras atenciosas, uma chinesa a falar inglês e um poli-casamento.
Que comece a dança.


Depois de As regras da sensatez do post abaixo -- no qual o Rui Veloso me acompanha enquanto eu esclareço uns pontinhos a propósito da insensatez que me caracteriza (na opinião de Leitor/a em comentário abaixo) -- permitam que me deixe ficar por aqui, na risonha preguiçota. Já concluí os meus deveres e afazeres e daqui a nada inicia-se nova faina pelo que acho que a folga me é devida.

Folguemos então. 

E, se a partir de agora, tudo o que se poderá ver são cenas que os meus Leitores, sabendo-me a ganda maluca que tão bem conheceis, me enviam, já o vídeo musical que vos acompanhará é escolha minha. É Alice Francis em St. James Ballroom. Ah, sim, as duas imagens animadas ali em baixo também foram escolha minha (tenho, entre outras virtudes, este meu lado kitsch, gosto de enfeites).


Que comece, então, o bailarico.

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1. A crise dos 10 anos



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2. O santíssimo matrimónio e alguns dos seus limites



Depois de meio século de matrimónio, ele morreu e foi para o céu. Pouco tempo depois, também ela morreu e foi igualmente para o céu.

No céu, encontra o marido e corre rapidamente para ele, exclamando:

     -  Queriiiiiidoooooo! Que bom encontrar-te!

Resposta pronta dele:

     - Não me lixes Fernanda! O contrato era muito claro: "até que a morte nos separe".



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3. Cuidados a ter com a pele do nariz. Proteja-a, o sol é perigoso.



[Um conselho destinado a Leitores-homens ou a Leitoras (estas para que não esqueçam que, na praia, deverão fazer a caridade quando um cavalheiro com pele do nariz sensível lhes pedir um bocadinho de sombra)]



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4. Um acidente com um carrinho de golf



Enquanto fazia golf, um cavalheiro já com alguma idade, acidentalmente capotou o seu carro de golf. Uma atraente jovem, também jogadora de golfe e que vivia numa das residências do campo, ouviu o barulho e foi lá perguntar:

-- Está tudo bem?

-- Está tudo, obrigado -- disse ele enquanto se torcia para conseguir sair de baixo do carro virado.

Ela ofereceu-se:

 -- Venha à minha casa, descanse e depois logo venho ajudá-lo a levantar o carro.

O cavalheiro reparou que o roupão de sede estava entreaberto, deixando antever um belo físico.

 -- É muito simpático da sua parte mas acho que a minha mulher não ia achar piada nenhuma a isso.

 -- Ah, deixe-se disso.

E era tão bonita e tão, tão persuasiva, que ele, tão fraco, finalmente acedeu:

 -- Pronto, está bem.

Depois de uns quantos copos, ele agradeceu e disse:

 -- Já me sinto bem melhor. Mas sei que a minha mulher vai ficar mesmo furiosa comigo. Por isso, não leve a mal mas é melhor eu ir andando.

 -- Não seja chato! - disse ela com um sorriso, deixando que o roupão se abrisse mais. Deixe-se ficar mais um bocadinho. Ela não vai saber de nada. A propósito, onde é que ela está?

 -- Ainda debaixo do carro, suponho eu - disse ele.

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5. Trump tem para cima de uns 500 anos e é português. A prova está nos Jerónimos. 




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6. O inglês de uma chinesa



Numa agência de viagens em Xangai, perguntei à menina chinesa atrás do balcão se ela poderia escoltar-me num city tour e pedi-lhe o número do telemóvel para poder contactá-la. Ela fez um grande sorriso, assentiu com a cabeça e disse:

 -- Sex sex sex, wan free sex for tonight.

Eu respondi:

 -- Uau, vocês, mulheres chinesas, são realmente hospitaleiras!

Um tipo ao meu lado tocou no meu ombro e disse:

 -- O que ela realmente disse foi: 666136429.



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E, de brinde -- e, sobretudo, como agradecimento aos Leitores que me enviam literatura tão variada -- um presentinho da vossa UJM.


Os Monty Phyton -- e um casamento socialmente incorrecto



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E queiram, por favor, descer e ler uma acusação e a minha defesa defesa para melhor ajuizarem:
(Já para não falar de impúdica...)

Vá, sejam simpáticos, digam que nunca viram ninguém tão sensato, ninguém tão, tão, ajuizado, um modelo de perfeição, capaz até de ser canonizada muito em breve -- e não se fala mais nisso, ok?

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