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quarta-feira, janeiro 15, 2025

Alexandra Leitão para Lisboa: mais um tiro no pé de Pedro Nuno Santos?

 

Quando escolho um Presidente da Câmara para nele votar, tento adivinhar se a pessoa tem pedalada para a exigência da função, se é uma pessoa de acção, se é pragmática, se é pessoa com sentido prático para resolver os mil problemas do dia a dia, se é pessoa com mão firme, se é pessoa com sensibilidade e bom senso. E etc.

A mulher de um presidente de Câmara dizia-me uma vez que é uma ocupação deveras ingrata pois a pessoa pode fazer inúmeras coisas boas, estruturais, a pensar no futuro, e todo irrepreensível, mas se uma pedra estiver solta na calçada as pessoas não pensam em todo o bem que ele fez e vão acusá-lo de não ter mandado arranjar a pedra que se soltou no passeio. Acredito que sim.

Não é qualquer um que consegue, ao mesmo tempo, ver ao longe, ver ao perto, ter atenção a quem quer espetar-lhe uma faca nas costas, ser empático, não se deslumbrar com elogios, não se ir abaixo com críticas, e, no meio da barafunda, sem muita conversa fiada e muito foco, seguir em frente e fazer o que tem que ser feito.

Se eu tivesse que escolher um candidato a Presidente da Câmara de Lisboa, assim de repente, sem ter pensado no assunto, não sei quem escolheria. Talvez um João Galamba desse um belíssimo Presidente da Câmara de Lisboa. Acho que sim, que daria. Ou o ex-ministro Siza Vieira. Ou a Mariana Vieira da Silva. Seria seguramente muito boa. Por exemplo. Mas não sei, não pensei no assunto. Mas uma coisa eu sei: sei que não escolheria Alexandra Leitão. 

E também sei que, se fosse eu a mandar, a escolher a candidata à Presidente, e quisesse comunicar a minha decisão, jamais usaria o argumento que Pedro Nuno Santos usou. Jamais. Caraças... jamais.

E se Alexandra Leitão é a 2ª pessoa mais importante do PS, então, na volta, é isso: na volta está tudo explicado.

sexta-feira, outubro 25, 2024

Marcelo, o big Chief das Forças Armadas, não diz nada depois do pseudo-ministro Rangel, num dos seus bem conhecidos ataques de histeria, ter destratado o chefe do Estado-Maior da Força Aérea?
Não vai andar por aí a mandar recados e dizer que é preciso cortar os ramos mortos das árvores?
Depois de ter feito a cama ao Galamba (que a única coisa de que é acusado é de ser um bom Ministro e ter defendido os interesses do País), agora vai ficar calado perante as diversas maçãs podres que há no cesto do Governo do Mentenegro?
Pergunto.

 

As pessoas desclassificam-se quando se mostram não isentas, não objectivas, tendenciosas, manipuladoras (estou a aprender com o Lentão, enunciando palavras sinónimas ou afins para parecer que se referem a muitas coisas).

Como muito bem diz o nosso Presidente Marcelo, o mundo gira a grande velocidade e tudo ganha grandes proporções muito rapidamente, tão rapidamente quanto os mesmos factos caem no esquecimento e perdem relevância. Mas eu, como sou antiga e ainda não me deixei contaminar pelas sôfregas redes sociais, não me esqueço muito facilmente. E não me esqueço, nem perdoo, a vergonhosa campanha que Marcelo fez contra João Galamba. 

Contudo, como, ao mesmo tempo, sou optimista e ingénua, ainda espero que Marcelo venha retratar-se em público, pedir desculpa pelo que fez e condenar a forma indecorosa como Galamba viu a casa revistada, bem como pedir desculpa pela pouca vergonha de o terem escutado ao longo de quatro anos. Poderá dizer que não foi por ordem dele ou que não sabia. Não colhe. Marcelo mete-se em tudo, tenta influenciar todos. Se faz campanhas públicas para apear ministros (e um primeiro-ministro), bem pode fazê-lo quando o cumprimento dos mais elementares princípios do Estado de Direito estão em causa. Apearam o pobre Galamba, humilharam-no, condenaram-no na praça pública. 

Mas não foi só Galamba a ser crucificado por Marcelo. O que fez com a Ministra Constança Urbano de Sousa foi identicamente imoral, desumano e indesculpável. E também ainda não ouvi a Marcelo uma palavra de pedido de desculpas públicas.

E agora em que há ministros do seu Governo (sim, seu) a portarem-se vergonhosamente, ministros incompetentes, mentirosos e mal educados, não diz nada?

Nem no absurdo, caricato e estapafúrdio caso do Rangel vai deixar passar? Vai deixar que essa criatura (a ser verdade o que se lê em notícias não desmentidas) chame burros e camelos aos militares e diga que só fazem merda? Vai deixar que desacate e destrate altas patentes em frente a subordinados?

Não pode.

sábado, abril 27, 2024

Contra as marcelices que estão na ordem do dia (e outras anteriores), que avancem as calças que se rasgam nas virilhas

 

Tive um dia complicado, enredada nas manigâncias burocráticas de funcionários que me atrapalham a vida com mentalidades e atitudes burocráticas, sem o mínimo de compreensão. Nem falo em empatia. Falo em compreensão básica. Dizem-me que o que é preciso fazer é aquilo que os outros fora das Finanças dizem que é impossível. Há um senhor que diz que se tem que fazer uma coisa que só na Conservatória se faz. E a Conservadora diz, embora com todo o respeito e em linguagem jurídica, que os das Finanças vão mas é dar banho ao cão pois o que querem é tecnicamente impossível. E é taxativa: já disse o que tinha a dizer, não vai dizer mais nada. Face a isso, lá fui outra vez para as Finanças.

Portanto, uma audiência. Uma audiência que me tirou do sério.

Na sequência disso, mal cheguei a casa fiz uma exposição para uma Notária.

E mais umas quantas coisas.

Portanto, não levem a mal mas hoje já não tenho cabeça para me insurgir contra as marcelices que se sucedem em catadupa nem para o que quer que seja que puxe pelo lado sério do meu pensamento.

Até podia falar da entrevista ao Galamba na CNN. Comoveu-me. Ainda não foi ouvido pelo MP. Ainda não conhece o processo. O que sabe, sabe-o pela Comunicação Social. Entraram-lhe pela casa, para fazer buscas, estando as filhas a dormir. Escutaram-no durante anos. Ninguém merece tamanha pulhice. Os danos de toda a espécie que isto causa na vida de uma pessoa... E, disseram os juízes da Relação, tudo porque se esforçou por fazer o melhor para o País. Qual crime...? Num outro dia, eu falaria sobre isto. Esta entrevista merece ser falada. E não tem a ver com a entrevista, pois ele foi até bastante contido, mas também não deve ser esquecido pois não é só uma coisa incompreensível por parte do MP (ia dizer canalhice mas não quero ir por aí), é também tudo muito obra do Marcelo que não descansou enquanto não lhe fez a cama. O que Marcelo pressionou António Costa para correr com o Galamba é coisa que não deve ser esquecida. Mas tem que ser num outro dia. Hoje estou com a cabeça feita em água.

Por isso, deixem-me mas é distrair-me com esta rapaziada aqui abaixo me põe bem disposta.

Calças que se rasgam nas virilhas | Fugiram de Casa de Seus Pais | RTP

Um problema que já lhe causou forte embaraço junto da polícia e que poderá ser resolvido, apenas, se ele tirar as calças. 


sábado, janeiro 06, 2024

O Ministério Público, o Tribunal de Contas, Montenegro, etc. [A porcaria continua]
A palavra ao meu marido

(a escolha da palavra 'porcaria' é de minha responsabilidade pois a que ele usou foi outra)
.

 

O MP continua numa senda autofágica. Tanta porcaria faz que acabará por implodir. O que aconteceu hoje relativamente à divulgação feita pelo MP sobre o inquérito ao António Costa repugna qualquer pessoa de bom senso. É absolutamente inqualificável. Que tipo de pessoas são estes magistrados? Que interesses defendem? Ninguém os põe na ordem? Ninguém poderá a partir de hoje dizer que o MP não tem uma agenda politica  e que não quer interferir na politica. Vai ser um fartar vilanagem até às eleições. Curiosamente, ou não, também o PR promulgou hoje o decreto lei que o MP refere estar na base do inquérito. Existem sempre umas "coincidências" curiosas entre a atuação do MP/PGR e a do PR. Claro que o Prof. Marcelo, que ia estar calado mas dá hoje uma entrevista, aos costumes disse nada. Até hoje nunca foi capaz de criticar esta 'bandalheira', sendo ele o responsável pela nomeação da PGR.

Também foi transmitido pelos diversos canais de TV o texto do recurso (lá se foi outra vez o segredo de justiça) enviado para a Relação pelo MP. É confrangedor. Afirmam que o mentor da "coisa" foi o Galamba. 

Pasme-se, parece que se preparava para apresentar no Conselho de Ministros documentos sobre o assunto. É "obviamente" um caso de polícia. Então agora os ministros apresentam documentos no Conselho sobre os assuntos que tutelam? Opinam sobre os assuntos que devem decidir? Dão instruções sobre os assuntos que estão na sua esfera de atuação? Onde é que já se viu isto? 

Abre-se um inquérito, escuta-se o tipo durante 4 anos, enxovalha-se o tipo e a família nos jornais e se possível mete-se o tipo na choldra, em preventiva, mesmo que ao fim de dezenas de milhares de escutas apenas meia dúzia possam, mesmo para a mente perigosamente persecutória dos MPs serem investigadas. É tão trágico que nem sequer dá para rir. 

Já agora, se o Galamba era o cérebro da coisa porque é que meteram todos na prisão durante uma semana para interrogatórios e ele não foi na leva? E se o Galamba se propôs esclarecer o MP, qual a razão para ainda não ter sido ouvido? Ainda por cima quando o MP estava a preparar o recurso ao despacho do juiz de instrução? A falta de respeito do MP pelos cidadãos revela-se nestes procedimentos. Quem os autoriza? Quem os sanciona?

Já agora hoje ouvi mais uma peça sobre o processo Vortex na TVI. O principal suspeito menciona o Montenegro vários vezes em conversas telefónicas. Então a PGR não abre um inquérito ao Montenegro e não faz um comunicado a dizer que abriu o processo como fez ao António Costa? Qual é a diferença nas duas situações? Parecem exatamente iguais. O MP atua de formas diferentes em situações semelhantes?

Devo referir que também não concordo com a violação do segredo de justiça no caso Vortex e que não sei se é caso ou não para abrir um processo ao Montenegro. Quero é frisar que a justiça só é justiça se for independente e proceder de forma semelhante em situações iguais. De facto, a reforma da Justiça a começar pelo MP é prioritária. Para além da reorganização do MP, da redefinição dos poderes dos magistrados e da definição de procedimentos e de  mecanismos de controlo também a seleção dos magistrados deve obedecer  a critérios rigorosos. Os recursos humanos são fundamentais em qualquer organização e os muitos magistrados do MP, pelas provas dadas, é óbvio que não prestam.

Outro assunto: hoje foi noticiado que o Tribunal de Contas desancou a privatização da ANA feita em 2012. O que dirá a direita que louva o Passos Coelho desta "corrida em osso"? Mas como conseguirão os Senhores Magistrados do Tribunal de Contas explicar que levaram onze anos para analisar a privatização? É de loucos!

Também hoje o Montenegro disse uma piada de ir "às lágrimas". Referiu que o José Luís Arnaut não se pronunciará sobre a localização do novo Aeroporto nem influenciará a decisão do Montenegro & Companhia. Boa piada, "só contaram p`ra você".

quarta-feira, dezembro 13, 2023

A volta à vida de João Galamba em 82.000 escutas
-- A palavra ao meu marido --

 

Foi noticiado que o MP fez  82 mil escutas a João Galamba,  das quais conseguiu aproveitar dez escutas ou talvez menos para lhe instaurar um processo. 

Sabendo-se que o período abrangido foi de cerca de 4 anos, teremos tido que em média ele falou ao telefone cerca de 57 vezes por dia. Provavelmente o processo de ouvir, transcrever e reportar tanta escuta, todos os dias às dezenas, terá ocupado, no mínimo uns dois agentes em exclusivo ao longo deste período. 

É um fartar vilanagem. 

Se isto não é chocante e atentatório da liberdade e da privacidade de um cidadão português então o que será atentatório dos direitos individuais? Como é possível que façam mais de 80 mil escutas a uma pessoa seja ela quem for? Como é possível que tenha havido um ou vários magistrados que autorizaram estas escutas? Que argumentos terá apresentado o MP para conseguir a  autorização do(s) magistrado(s) para, ao longo de 4 anos, escutar as conversas com a mulher, com as filhas, com a mãe, com os amigos, ... do Galamba?

E quais são os gastos associados a tamanho despautério? Face à duração e aos recursos envolvidos, quanto custaram estas escutas? Gastam dinheiro à tripa forra, desbaratam recursos e depois ainda se queixam que têm falta de meios. Ninguém controla o dinheiro dos contribuintes que o MP torra? É inadmissível! 

Quando ouço estas notícias lembro-me dos métodos da PIDE que violava os mais elementares direitos individuais para perseguir e prender os opositores ao regime. 

E depois ainda vem  a PGR, com ar de quem não vive neste mundo, dizer que querem destruir o MP. Como de costume não está ou não quer ver o problema. Quem está destruir o MP é ela que é um absoluto erro de casting para a função que desempenha. Quem está destruir o MP são os agentes de justiça que têm uma agenda própria, que divulgam as informações em segredo de justiça, que não sabem investigar,  que consideram que qualquer conversa telefónica de quem está a ser vigiado é, por definição, um crime grave e que andam em perfeita roda livre fazendo o que querem. São eles que destroem o MP e descredibilizam a justiça portuguesa.

Eu aposto que se fizerem 82 mil escutas ao Prof. Marcelo ou ao Lobo Xavier ou ao Marques Mendes encontrarão seguramente muitíssimo mais do que  10 conversas, provavelmente centenas e centenas, que, se estiverem para aí virados, poderão interpretar como tráfico de influências, prevaricação  e outras coisas que lhes venham à cabeça. Aposto!

Tem vindo nos órgãos de comunicação social, e ontem o Nuno Santos pôs  a questão ao António Costa, se por "acaso" o parágrafo acrescentado no comunicado da PGR não teria alguma "conexão" com a abertura do inquérito sobre o caso das gémeas que, como referiu o Luís Paixão Martins talvez devesse, por analogia, ser designado pelo caso de Belém. O parágrafo terá sido acrescentado posteriormente no comunicado e na fita do tempo estará relacionado com o encontro da PGR com o PR no dia em que o comunicado, que originou  a demissão do António Costa, foi divulgado. Também a comunicação social questiona se  a PGR terá, nesse dia, ido a Belém informar o PR sobre o caso das gémeas. Espero que os jornalistas investiguem até à exaustão estas ligações. Não sendo adepto de teorias da conspiração, neste caso em particular não ficarei especialmente admirado se a conclusão for que o "enxerto" no comunicado não foi inocente e teve razões que a razão não desconhece.

Ouvi ontem  a entrevista do António Costa e os comentários que foram feitos pelos dirigentes dos outros partidos. Para além da desonestidade intelectual e da mesquinhez da maioria dos comentários é visível que existe uma enorme diferença qualitativa entre o PM atual e os seus adversários políticos. Só não vê quem não quer ver!

quinta-feira, novembro 09, 2023

Se eu estiver a ficar burra de todo podem fazer a caridade de me esclarecer...?

 

De vez em quando sinto-me intelectualmente muito limitada. Vejo coisas à minha volta que não percebo.  E, no entanto, são coisas que, pelo menos aos outros, parecem fazer sentido.

Por exemplo, a rábula marcelista da expedição nocturna de ontem com as televisões atrás. Parecia apenas uma excentricidade, daquelas que ele engendra para as televisões e os telespectadores não se esqueçam dele. Afinal parece que tinha uma mensagem a passar. No fim, falou, com ar ilustrado, com ar de quem tinha sacado de uma cartada de tipo xeque-mate, sobre o azar dos Távoras, 

Mas, se bem sei (mas pode ser que esteja enganada), na volta, os Távoras foram mortos só por causa de uma intriga. Ou seja, tiveram aquele tipo de azar desgraçado em que uma praga vinda não se sabe de onde nos cai em cima sem que tenhamos possibilidade de nos defendermos.

Marcelo também falou daquele castigo que consistiu em mandar colocar sal para que nada mais ali medrasse.

Mas ele próprio, com ar de desconsolada constatação, referiu que, afinal, a sanção foi ineficaz. 

Acresce que Marcelo terminou a rábula fechando o semblante como quem, depois de ter atirado uma bomba para a mesa, dá a entender que já tinha avisado.

Mas tinha? Marcelo tinha avisado quem? Sobre o quê? 

Ou seja, naquela sua rábula quem é quem e qual a moral da história? E qual a história?

Quase se poderia pensar que, ali, estava a assumir, como se não assumisse, que houve mãozinha dele num ajuste de contas, talvez na praga que se abateu sobre o Costa. Mas não pode ter sido isso, pois não? Até porque não há personagens que encaixem naquele enredo nem a conclusão se ajusta a coisa alguma. Ou ajusta?

Estou burra de todo e é tudo clarinho como água...?

Outro exemplo. Ouço, de raspão, o que vai saindo para a comunicação social sobre o que serão as suspeitas no caso Influencer (chapeau para a delícia que são os nomes das Operações...), e fico beige, isto para não dizer banza. É que, do que vi, ainda só vi tretas insignificantes, reuniões aqui ou ali, almoços, levar as meninas no carro... Se é isto, ou eu estou mentecapta de todo ou, então, está tudo doido.

Então se o homem, como pai, normalmente levava as filhas à escola e se agora se desloca no carro do ministério, qual o mal de levar as crianças no carro até à escola, antes de ir para o ministério? Qual o mal, senhores? Está tudo maluco?

E as outras coisas...? Mas pensarão aquelas aves raras que as pessoas do governo governam sem falar com ninguém? Não sabem que, no governo, ministros, secretários de estado, etc, acompanham dossiers, querem saber (e bem) como vão as coisas, querem saber (e bem) se há entraves que possam ser removidos? Se não for isso, então qual o papel do governo? Pensarão que devem ser umas réplicas de sua britânica majestade que não faz nada?

E se há uma visita de comitivas governamentais a instalações de empresas, por exemplo, e se oferecem o almoço a quem lá vai que mal há nisso? Não é isso o mínimo que a boa educação exige?

[Dito isto: se houve corrupção, gente que andou a ganhar dinheiro ilegítimo para favorecer quem não devia em detrimento de quem estaria melhor qualificado, se houve licenciamentos indevidos, emitidos mediante suborno de alguém, se houve coisas assim, então tal deve ser investigado, provado e, se for caso disso, os infractores condenados. E que se apurem responsabilidades rapidamente].

Agora se os membros do Governo andaram a tentar dar corda aos sapatos dos investidores a ver se concretizam os projectos do PRR, não fez mais do que devia. Se tratou disso em reuniões ou telefonemas não fez mais do que devia.

E depois outra coisa: fala-se de milhões e milhões como se só o facto de mencionar milhões já indiciasse corrupção. E eu volto a perguntar: mas está tudo doido? Se os investimentos são destes montantes, e são, achará esta gente do Ministério Público ou jornalistas que quem trabalha ou se ocupa ou acompanha estes projectos ou negócios milionaríssimos são todos uns corruptos?

Digo eu que não. Durante parte da minha vida lidei, profissionalmente, com milhões. E nunca me apropriei indevidamente de um único cêntimo. E como eu, tenho a certeza, as pessoas com quem trabalhei ou que trabalharam comigo.

Portanto, ou há, nesta cegada, coisas palpáveis, com materialidade, em que se veja que os indícios levam mesmo a ver que ali há caldinho a sério ou isto, uma vez mais, é daquelas macacadas em que o MP se tem vindo a revelar exímio. E o pior é se, reconhecendo a miséria do que tem em mãos, faz de tudo para encontrar qualquer coisa e andam anos e anos e anos a coligir tretas para ver se dão corpo à coisa.... enquanto os envolvidos vão envelhecendo, encalhados, num limbo, com a reputação e a vida estragadas. 

Enfim. A ver vamos.

Mas é isto? Ou não? A menos que seja tudo claro como água e eu é que esteja burra de todo. Nesse caso, podem fazer a gentileza de me esclarecer?

Agradecida.

sábado, maio 27, 2023

Alô, alô Senhor Presidente Marcelo Rebelo de Sousa!
Quem votou em si espera que exerça o seu mandato de uma forma muito diferente da que está a exercer agora.
Por favor, perceba bem o que está a acontecer no nosso País

 

Caro Presidente Marcelo Rebelo de Sousa,

Nas legislativas votei no PS e votei consciente, racional e exigentemente. Face ao desempenho do Governo em funções continuo satisfeita e a considerar que o PS está a honrar os seus compromissos perante o eleitorado.

E tenho razões muito objectivas e inequívocas para o meu contentamento.

  • O reduzido défice
  • O baixo desemprego
  • A acentuada redução da dívida pública
  • O crescimento económico acima do previsto
  • A atenção dada a quem mais precisa
  • ......

Tudo vai no bom caminho. E vai comprovadamente. Não são 'bocas' nem suposições. Não. São dados concretos, estatísticos, reconhecidos.

Claro que nestas coisas da economia há sempre um tempo que medeia as acções e o seu efeito no terreno. É mesmo assim. Quem perceba um pouco destas coisas não terá dúvidas de que, com a conjugação destes factores, as melhorias junto da população vão começar a surgir a curto prazo. A boa gestão das contas públicas traduz-se em maior folga orçamental e isso terá reflexos directos nas condições de vida das pessoas.

Aliás, esses reflexos já estão a surgir.

Há muita gente que ainda está a sofrer os efeitos da crise internacional (custos dos combustíveis e da energia mais elevados, inflação e a consequente significativa subida das taxas de juro, etc) mas também há cada vez mais pessoas a viver despreocupadamente. 

Veja-se, por exemplo, a quantidade de concertos, a preços elevados, que existe em Portugal: esgota tudo, tudo. Vejam-se os restaurantes quer durante a semana quer ao fim de semana: cheios. Vejam-se os estádios de futebol: cheios. Etc.

Portanto, querer escamotear os indícios de que parte significativa da população vive cada vez melhor é cegueira ou cinismo.

E, não tenhamos dúvidas, com a muito expectável descida do IRS, mais dinheiro haverá em circulação, multiplicando o efeito benéfico de uma economia saudável.

E há cada vez mais empresas portuguesas a exportar produtos de valor acrescentado. Portugal é cada vez mais reconhecido como um parceiro fiável, detentor de fortes capacidades tecnológicas. E isso é daquelas coisas que tem um efeito multiplicador sustentável.

E, quanto ao turismo, os resultados não poderiam ser melhores. Já não é um turismo apenas de Verão ou apenas de praia, nomeadamente do Algarve. Não. Portugal tem, durante todo o ano e praticamente em todo o País, uma vasta oferta turística, desde a cultural, à gastronómica, à vinícola, à de montanha, à fluvial, etc.

O País está melhor organizado, melhor infraestruturado, modernizado. Toda a população beneficia de tudo isto.

Portugal é hoje considerado um dos países do mundo onde é bom viver e em que a democracia é vivida com qualidade.

Portanto, dizer que o Governo não está a governar bem é coisa de gente mal intencionada, gente mentecapta ou mal informada.

Que a direita mais trauliteira, de braço dado com a ala mais ignorante e mais estúpida da Comunicação Social ande a montar um circo inventando que o Governo não está a governar bem, não será de espantar. Mas que o Presidente da República pareça apadrinhar esta torpe campanha já parece mais complicado.

Veja-se este episódio do Galamba.

Um assessor do ministro tem comportamentos estranhos e o ministro demite-o. Nada de mais.

Mas, então, o ex-assessor desenvolve um conjunto de acções ainda mais estranhas e condenáveis tais como:

- Depois de demitido vai, a correr, fora de horas, ao local onde já não trabalha

- Vai buscar um computador que não lhe pertence e que contém informação sensível

- Quando as funcionárias tentam impedir o roubo, agride-as

Face a isto, que deve ser investigado, a que é que a ala direita, populista e arruaceira, de braço dado com os pseudo-jornalistas e comentadores-a-metro, presta atenção? Pasme-se. Em vez de condenarem veementemente a actuação do ex-assessor, não senhor, desataram a querer incriminar, nem se percebe de quê, o ministro e as pessoas do Gabinete. É vergonhoso. 

Ora, porque é que o Presidente da República se cola a esta gente (que parece estar do lado de quem age à margem do que é razoável e legítimo) e não de quem tenta defender a informação sensível do ministério?

Acontece que o dito ex-assessor acabou mesmo por levar o computador para casa, tendo ficado com ele, ao que parece durante umas horas. A ser verdade, o que é que ele fez? Apagou documentos? Apagou correspondência? Eliminou provas de alguma coisa? O quê? E porque o fez?

Isto parece-me potencialmente grave. Ora alguém se mostra preocupado com isto que, de facto, tem que ser escalpelizado com rigor? Não vejo. E também não vejo o Presidente da República a dizer palavra que seja sobre isto.

Parecer-me ia lógico e necessário que o Presidente Rebelo de Sousa, perante o que se passou. dissesse o seguinte:

- Um ex-assessor, depois de demitido, foi buscar um computador que era propriedade do Estado e que continha informação sensível

- O ex-assessor fez mal. Ninguém se pode apropriar de bens alheios e isso é tanto mais grave quando se trate de um equipamento que poderia conter informação classificada e sensível

- As pessoas do Ministério tomaram as devidas providências, nomeadamente comunicaram o evento, e bem, às entidades competentes.

- Face a isso, nada mais há a comentar a não ser que se deve investigar tudo o que se passou (não esquecendo o insólito comportamento do ex-assessor bem como o que se passou com o computador quando esteve abusivamente nas mãos).

E mais nada, mesmo mais nada. Não é andar a deixar indirectas, a fazer saber que queria que se demitisse o ministro (a que propósito, senhores?), não é agora andar a alimentar a confusão frisando datas que só alimentam conversas da treta nas televisões, não é andar a dar a entender que está ali para fazer a vida negra ao Governo.

Se o Senhor, Professor Marcelo Rebelo de Sousa, é Presidente da República, a mim também o deve. 

Mas se acho que não desperdicei o meu voto quando votei no PS, tenho pensado muitas vezes que se calhar o desperdicei quando votei em si. E, a continuar como tem sido nos últimos tempos, estou convencida que não sou só eu. Muito mais gente critica, e muito, a sua actuação. 

Não é isso que esperávamos de si nem é isso que se espera de um bom Presidente da República.

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NB: Estas rosas são do meu jardim e ilustram o que é o meu sentir socialista.

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Um bom sábado

Saúde. Discernimento. Serenidade. Bom senso. Paz.

sexta-feira, maio 19, 2023

Comissão da Palhaçada e das Infantilidades (CPI) dedicada às horas exactas a que o Galamba ligou às pessoas (quaisquer pessoas)

 

Vínhamos no carro a ouvir a inenarrável inquisição a João Galamba. As perguntas e o tom em que são feitas são do domínio do inqualificável.

Gente daquelas, ao prestar-se ao papel de fazer perguntas daquelas, pueris, ridículas, num tom ora justiceiro ora circense (em especial no capítulo dos palhaços), repetindo-as vezes sem conta, repetindo-as até à agonia, sobre assuntos acessórios e apatetados que em nada contribuem para o que quer que seja para além de alimentarem a fauna que invadiu os meios de comunicação social revelam como a nossa democracia ainda é frágil e longe, em muitos casos, de ser civilizada.

Quando o que estaria em causa, naquela anedota que é a CPI, seria perceber a qualidade da gestão e do controlo praticado na TAP, há criaturas que questionam o ministro sobre as horas a que ligou para este ou para aquele, sobre o que disse ou deixou de dizer, ou seja, não sobre o tema da dita Comissão mas sobre a reacção do staff ministerial face a um acesso que, pela descrição, quase parece ou desesperado ou psicótico, de um exonerado, ao que parece emocionalmente perturbado.

E o que mais me incomoda é que, perante o infindável festival de disparates, parece que não há ali um adulto que dê um murro na mesa e diga, alto e bom som (e façam o favor de perdoar o meu francês): "Bardamerda para isto. Já chega de palhaçada. Ou são capazes de se interessar sobre o tema da Comissão ou, se não, andor, desapareçam daqui e é já. Vão dar banho ao cão e não ponham cá mais os pés. Chiça."?

E, se calhar ainda temos que nos dar por felizes por, até ver, apenas um caso destes ter acontecido. Imagine-se que o dito Fred da Bike tinha um primo que resolvia lavar a honra da família Pinheiro e invadia o ministério e pichava as paredes de alto a baixo. Será que o próximo a ir à CPI era o primo pichador para explicar porque o tinha feito e, a seguir, exigiam que lá fosse outra vez o Galamba, a Chefe de Gabinete e o Segurança de serviço para serem confrontados com as afirmações dele? Ou, se descobrirem que um cão mijou na parede do ministério, vão chamar o cão à CPI e depois, outra vez, o Galamba para se explicar porque permitiu a mija do cão ou a que horas é que ligou para alguém a dizer que andava um cão a mijar nas esquinas? Se calhar vão.

Não há pachorra.

É que, no meio disto, em vez de louvarem o ministro que tentou livrar-se de um fulano que, pela descrição e pelo pouco que vi, parece um complicado de primeira, ou louvarem as funcionárias que tentaram que ele não fanasse o computador, parece que está tudo é a favor do dito exonerado...

Parece que está tudo maluco.

Se não nos pomos a pau, é um ápice enquanto esta gentalha adepta da justiça popular e que emprenha pelos ouvidos volte aos tempos do apedrejamento e das fogueiras. 

Pedem a cabeça de Galamba porquê? Juro que ainda não percebi. 

E não me venham com essa coisa do SIS porque só revelam uma burrice sem tamanho.

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Mas, ao ver uns excertos do dito exonerado Frederico e ao ouvir um pouco das declarações da Chefe de Gabinete (que nunca tinha visto mas de quem fiquei com uma boa impressão pois pareceu-me ponderada, calma, sóbria, segura, bem articulada) e hoje ao ouvir um pouco das explicações do Galamba, lembrei-me de uma que trabalhou comigo por mais de vinte anos.

Essa, de quem vou falar, sempre foi uma pessoa com as suas idiossincrasias. Mas quem as não tem? Trabalhava que nem uma moura, vivia para o trabalho, fazia de tudo para ser útil para os colegas. Por vezes, naquela sua preocupação de agradar e de fazer tudo o que podia, quase chegava a parecer servil ou, outras vezes, a comprometer o rigor que se impunha, pois quase fazia o trabalho dos outros, tornando nebulosa a delimitação de responsabilidades por ficar diluída e causar situações ambíguas.

Nunca a achei especialmente inteligente mas esforçava-se tanto, entregava-se tanto que, de certa forma, isso compensava algumas limitações. Aliás, quem não lidava de muito perto com ela nem se apercebia disso pois o que se via é que, se necessário fosse, trabalhava até de madrugada e, quando as pessoas chegavam de manhã, já ela lá estava.

Sempre tentei que não o fizesse e pedisse ajuda. Várias vezes me aborreci pois não queria que pessoas que trabalhavam comigo seguissem regimes tão absurdos. Mas ela recusava-se a ter ajuda. Ficava melindrada como se eu estivesse a questionar as suas capacidades.

Até que um dia começaram a surgir situações algo estranhas. Detectavam-se, aqui e ali, situações erradas. Claro que ela nunca assumia. Segundo ela, eram sempre os outros que interferiam e misteriosamente boicotavam o trabalho dela, eram documentos que, segundo ela, desapareciam, eram suspeitas que ela levantava sobre terceiros. Nunca era ela. E quando se tentava averiguar se, de facto, alguém andava a interferir ou a boicotar o trabalho dela, nunca se conseguia apurar nada pois tudo era envolto numa sucessão de histórias de contornos dúbios, inexactos, voláteis. E, por várias vezes, quando se tentava reconstituir o que tinha acontecido, as provas desapareciam. Ou eram ficheiros que desapareciam ou arquivos apagados ou o telemóvel que ela dizia que achava que lhe andavam a mexer. Sempre tudo inexplicável.

O ambiente entre a equipa andava de cortar à faca. Ninguém queria sequer aproximar-se dela pois toda a gente sabia que, tarde ou cedo, ela levantaria qualquer suspeita. No meio disto, ela vitimizava-se e contava histórias mirabolantes. E, quando viu que junto de mim isso não colhia, começou a minar tudo à sua volta.

Contava a meio mundo a mártir que era, que tudo fazia pela empresa, e que o esforço, em vez de ser agradecido, era ignorado. E que os colegas andavam a tentar destruir a reputação dela e que eu, em vez de a defender, dava era ouvidos aos outros.

Por diversas vezes a aconselhei a ter acompanhamento psicológico, que a empresa suportaria os custos e que ninguém precisaria de saber. De todas as vezes reagiu mal, algumas até de forma agressiva e, por fim, já ameaçadora. Perguntava-me, violentamente, se eu estava a chamar-lhe maluca e ameaçava que as coisas não ficariam assim. Outras vezes punha-se a olhar fixamente para mim e era capaz de fazê-lo durante longos minutos com ar francamente assustador.

A par disto, tinha toda a espécie de comportamentos incompreensíveis. Ficava até às tantas a imprimir coisas. Ninguém fazia ideia do que pudesse ser. Quando eu a chamava e perguntava o que tanto andava a imprimir e a fotocopiar dizia-me que eram manuais pois os dela tinham desaparecido e não conseguia ver no computador, tinha que ter tudo em papel. Tive que lhe dizer que ou me mostrava exactamente o que andava a imprimir compulsivamente ou eu daria ordem de interditar o uso da impressora fora do horário normal.

Uma vez tive eu que ficar a trabalhar até tarde. Estava sozinha naquela ala do escritório, creio que deveriam ser umas nove ou dez da noite. Por economia, as luzes apagavam-se automaticamente a partir das oito, a menos que fosse detectada presença. Portanto a luz do meu gabinete estava acesa mas o resto estava mergulhado em breu. Eis senão quando as luzes se acendem e a vejo vir na minha direcção. Confesso que me assustei. Entra-me no gabinete com um sorriso pérfido e diz: "Não se assuste que não lhe vou fazer mal..."

Quando lhe perguntei o que estava a fazer ali, disse uma parvoíce qualquer que vi que era mentira. E foi-se embora.

No dia seguinte tratei de resolver o assunto. Não tinha dúvidas que ela estava perturbada e que a coisa estava a ir de mal a pior. Equacionámos qual a forma mais pacífica e menos traumatizante para ela. Acabámos por lhe arranjar uma função em que ela não pudesse fazer estragos nem perturbar o trabalho dos outros.

Aceitou mal, fez ameaças, chantageou, vitimizou-se. Mas foi assim que ficou. Não voltei atrás.

Claro que muita gente que não conhecia a verdade dos factos -- e eu própria dei instruções para que as equipas não divulgassem os comportamentos anómalos dela, sobretudo para a proteger -- ficou a achar que eu fui uma megera afastando uma técnica tão extraordinária e não a defendendo das maldades de que foi vítima. 

Mas é assim, muitas vezes não somos compreendidos. Fiz o que achei que devia fazer e pobto final.

Agora o que seria ridículo seria que, por ter na minha equipa uma pessoa que, às tantas, surtou, eu fosse penalizada por isso. Ou que, perante todas as evidências dos erros que ela cometeu ou das perturbações que ela causou, em vez de me darem ouvidos a mim ou a toda a equipa que testemunhou o comportamento dela, acreditassem era nas maluqueiras dela.

Mas, enfim, as coisas são o que são. Muitas vezes, uma tragédia.

quinta-feira, maio 18, 2023

Não sei se a palhaçada em curso em que um cavalheiro conta umas coisas que uma outra senhora desmente e que mete telefonemas e notas da treta e empurrões, mochilas e computadores é a mesma em que uma outra senhora falava de um motorista que não tinha levado a vacina contra a covid

 

Vi muito pouco pois, ao ouvir o dito exonerado, só me lembrei do ambiente das escolas infantil e primária com meninos a fazerem queixinhas e a contarem palermices, um conjunto de alcofinhas, meninos todos nervosos a incriminarem os meninos do lado e os meninos do lado a dizerem que ele é um mentiroso.

Claro que desligámos a televisão pois não temos saco para tanta parvoíce.

Pensava eu que esta Comissão Parlamentar se destinava a avaliar o processo de demissão da Alexandra Tomba-Todos e o respectivo processo indemnizatório. 

Mas não. Onde é que isso já vai.

Descambou de imediato e nunca mais encontrou o carril. Cada vez mais pessoas são enfiadas no comboio e o comboio por ali vai, desgovernado, sem rumo. Uma rábula. Era uma vez um bando de deputados desatinados que desataram a chamar meio mundo, uns malucos e outros quase, para lhes moer a paciência até mais não. Nada do que dizem faz sentido mas as televisões transmitem em directo. 

Uma maluquice total, sem qualquer aderência com a realidade do país.

E, estranhamente, parece que não há um adulto que tome conta daquilo. 

Os deputados têm demonstrado à saciedade que não sabem a quantas andam. É gente que não sabe qual o seu papel, que se desfocam à primeira mosca que lhes passa pela frente e que, mais grave ainda que isso, não têm consciência que estão a ser pagos por nós (leia-se: nós = contribuintes) para fazerem coisas úteis e não para andarem, feitos alcofinhas pueris ou vizinhas coscuvilheiras ou inquisidores encartados, a escarafuncharem em tudo o que  calha, mesmo que irrelevante, mesmo que ridículo, mesmo sabendo que tudo não passa de uma palhaçada.

Tirando isso, só posso constatar o óbvio: que tudo isto é um pitéu para chornalecas e para comentadeiras avençadas. Deputados desatinados, chornalecas e comentadeiras. Uns alimentam-se dos outros. Um círculo vicioso. Justiceiros sem lei.

quinta-feira, maio 11, 2023

Sobre o Marcelo que temos, a palavra ao Falcão Vigilante e ao Valupi

 

Da caixa de comentários a um post mais abaixo, transcrevo este do Leitor Falcão Vigilante.

Em consonância com os órgãos de informação total e tragicamente controlados pela direita em Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa assume-se nos dias que correm como o rosto mais visível de um processo de contínua desestabilização institucional como nunca antes se viu por estes lados.

Ele não começou nos últimos dias. Nem nos últimos meses. Terá principiado, há cerca de 6 anos, com a miserável liquidação pública da ministra Constança Urbano de Sousa, após os incêndios no centro do país, quando ninguém, absolutamente ninguém, poderia ter feito mais ou melhor do que ela na altura fez.

Face à subserviência então revelada pelo poder governamental, a acção marcelista foi prosseguindo, em patente e inadmissível ultrapassagem dos poderes constitucionais que lhe assistem.

Não só se intromete no que não lhe compete (querendo impor acções governativas ou criticando publicamente as que o Executivo assume), como tem vindo a praticar uma espécie de "tiro ao ministro" que já nos custou a perda de figuras obviamente competentes e que muita falta fazem à governação (casos, por exemplo, de Azeredo Lopes ou de Marta Temido).

António Costa, um excelente Primeiro-Ministro, percebeu, finalmente, que não poderia continuar a tolerar as desenfreadas violações de uma Constituição cada vez mais em frangalhos. Sob pena de se deixar reduzir à absoluta irrelevância política, mandou parar o baile, quando o "mandador" até já se dava ao desplante de exigir no jornal "Expresso" (por interposta e habitual mensageira e em provocante antecipação) a cabeça do ministro Galamba...

O que Marcelo depois fez pela TV, em relação ao governante em causa, é inqualificável, mas revelador da personagem. Resta-nos todavia uma consolação: como antigo chefe do PSD, a personagem poderia ter chegado a Primeiro-Ministro de Portugal. Comparado com essa apavorante eventualidade, o filme de contínuo sobressalto institucional que estamos a viver não passa de uma espécie de reedição da Branca de Neve e dos anõezinhos...

Leiam ou releiam as memórias de Francisco Pinto Balsemão, dono do "Expresso", e o que lá ficou escrito, preto no branco, acerca do grau de confiabilidade que ele achava atribuível ao seu (então) empregado Marcelo.

Permite entender, sem grandes explicações adicionais, quase tudo do que se tem passado. E muito do que vai passar-se daqui em diante, nos próximos capítulos de uma história que até poderia ser divertida se não fosse tão indecorosa e tão contrária aos interesses dos portugueses...

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Do Valupi que escreve no Aspirina B,  in "Fantasiemos um outro Marcelo"

(...)

Que levou Marcelo para esse abuso? Nada que tenha alguma relação com estratégia, sequer com inteligência. Foi antes o corolário dos abusos imediatamente anteriores: a nota acerca da recusa de Costa em cima das suas declarações e a chantagem via Expresso. E foi igualmente a consequência dos abusos ocorridos em crescendo a partir de Outubro de 2022. A martelagem no espectro da dissolução da Assembleia, chegando a causar incómodo público e apelos à sua cessação por figuras relevantes na direita, foi um abuso dos poderes que lhe foram confiados para ser um guardião da funcionalidade do Estado e da saúde da democracia. Em vez disso, introduziu incerteza, confusão e irracionalidade no ambiente político. Acabando por criar uma crise política muito grave e potencialmente catastrófica.

As causas para este comportamento indigno da posição que ocupa na hierarquia da República serão mais que muitas. Não ambiciono conhecer sequer a milionésima parte. Mas uma delas, incontornavelmente, está na sua obsessão com o editorialismo e com o comentariado. A retórica usada na declaração de 4 de Maio é paleio de advogado, não de estadista. Tudo consiste num argumento que coloca a “responsabilidade” como conceito bicéfalo, moral&político, cuja semântica plástica se estica a bel-prazer para incluir João Galamba, e depois se continua a esticar para incluir António Costa. Porém, porque estamos no domínio do sofisma e da farsa, o conceito deixa de ser esticado quando todos esperavam, na economia do texto, que chegasse ao próprio autor. Isto é, e logicamente, o Presidente da República é o responsável último pelo primeiro-ministro, o qual é o responsável último pelo ministro, o qual é o responsável último pelo adjunto, o tal fulano na origem da cegada. Se o escândalo é realmente como o pintou, estava no seu poder agir à altura da necessidade política. Donde, Marcelo tinha de se responsabilizar pela situação caso a coerência fosse uma cena que lhe assiste. Não é, tal como não assiste aos comentadores e editorialistas, só atrapalharia a sua prodigalidade. Foi para gáudio desta classe de artistas que Marcelo deu voz a um exercício de enxovalho, literalmente entregando-se à prática da “afronta” que os seus colegas comentadeiros agitaram como pecado mortal de Costa ao recusar a ingerência presidencial no Governo. O interesse nacional e o bem comum não foram servidos pela intervenção presidencial, exactamente ao contrário.

Fantasiemos um outro Marcelo, muito parecido com o que nos saiu na rifa mas com a diferença de ter recebido uma injecção de inteligência e estratégia algures nas 48 horas após a manifestação de autoridade constitucional e política de Costa. A sua reactiva declaração passaria a ser uma variante deste esboço:

"Muito boa noite,

Portugueses,

Duas palavras. Uma sobre o passado. Outra sobre o futuro.

Uma sobre o passado. Como sabem, ocorreram acontecimentos inadmissíveis na equipa do Ministro das Infraestruturas. A gravidade dos factos conhecidos, mais a dos que ainda falta apurar e esclarecer, levaram-me a enviar ao primeiro-ministro a minha preocupação com a credibilidade, confiabilidade e autoridade do Ministro, do Governo e do Estado.

Posteriormente, o Ministro entendeu pedir a demissão e o Sr. Primeiro-ministro entendeu recusá-la. Isto já é passado.

E uma palavra sobre o futuro.

Não compete ao Presidente da República escolher Ministros, demitir Ministros, interferir indevidamente na acção do Governo. A Constituição é muito clara a esse respeito. Mas compete ao Presidente da República ser um aliado institucional do Governo, coisa distinta de ser um aliado político. Como representante de todos os portugueses, a minha aliança política é com a República Portuguesa. Com essa jurada missão, tudo farei, sempre, para garantir o regular funcionamento das instituições democráticas.

Nesse sentido, apoio a decisão do Sr. Primeiro-ministro ao manter João Galamba como Ministro das Infraestruturas. E desejo a ambos, estendendo o voto a todo o Governo, que tenham sucesso na realização dos urgentes, complexos e cruciais processos e projectos executivos em curso e em planeamento. É dever de todos os responsáveis políticos contribuírem para que o Governo tenha as melhores condições para executar o seu programa.

A experiência, a prudência e a sabedoria do Povo Português serão testemunhas, e juízes, das vossas escolhas.

Muito boa noite.»

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As imagens provêm respectivamente daqui  e daqui

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terça-feira, maio 09, 2023

Marcelo, os Chornalecas e a dupla Ventarina (ou Catatura).
E, para desopilar, 5 momentos divertidos da Coroação

 

Por cá isto está a ficar estúpido. Agora é o Bloco e o Chega -- que coincidentes que eles estão --, os dois ainda numa de caça ao Galamba. Não há pachorra. Nunca achei graça a gente que gosta de mastigar comida já mais que mastigada. E os chornalecas (nome que doravante darei a todos quantos andam por aí a querer fazer-nos crer que são jornalistas) lá continuam atrás da dupla Catarina e Ventura como se dali alguma vez pudesse vir solução para algum problema. Pelo contrário, inventam problemas para não haver tempo para alguém prestar atenção às soluções.

Temos depois o fake new Marcelo. E é fake new porque é novo coisa nenhuma. Toda a vida assim foi. Moderava-se para parecer que estava acima da carne seca, mas agora não aguentou mais. Aquela de o Costa ter mostrado que os tem no sítio e que não é um badameco com medo das bocas do comentador-mor desestabilizou-o. Furibundo e descontrolado, não apenas deixou que o verniz se lhe estalasse em público, mostrando que é pouco leal, dado a apedrejamentos públicos sobre quem parece que está caído na rua, dado a sacrificar o sentido de Estado em prol dos seus pessoalíssimos estados de alma, com uma educação que se tem mostrado algo duvidosa, agora resolveu que está bem é ao lado dos chornalecas do Correio da Manhã e de braço dado com a dupla Ventura & Catarina, dupla -- que, parafraseando o grande Markl --, se pode designar por Ventarina ou, caso prefiram, Catatura.

Promulga um diploma e aproveita para incendiar os sindicatos e, en passant, dizer mal do Governo. Anda por aí com os chornalecas atrás e, como quem não quer a coisa, diz mal do Governo, lança farpas e cascas de banana a este e aquele. Menino mais ressabiado, mais irreflectido, este puto Marcelo. A continuar assim, teremos todos que disfarçar a vergonha alheia que começaremos a sentir.

E, de que me dê conta, nada de esperto por cá acontece.

Portanto, como isto por cá está meio triste, meio sem jeito, vou antes deslocar-me para palácios onde os seus habitantes têm melhores maneiras.

Vou, então, rescaldar a coroação 

1.

Gente prevenida. Para um just in case, levaram duas Camillas sobressalentes 

💪

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2.
Não apenas espetaram com o Harry na 3ª fila como puseram, à frente dele, a fofa e cavalona ti-tia, a cuja transportava farfalhuda pena no barrete, quase de propósito para o ofuscar. 
👌

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3.
74 anos à espera deste dia e, afinal, quando chegou o grande dia ainda, Sua Majestade ainda não tinha decorado a meia dúzia de palavras que tinha que dizer  
😕

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4.
E, vá lá saber-se porquê, houve gente que compareceu sob disfarce. Houve quem dissesse que este aqui abaixo, à direita, era a Meghan. Mas também houve quem suspeitasse que era malta que a seguir ia tentar fanar as jóias da Coroa
😎

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5.

Um cavalo com vontade própria, coisa mailinda. 

👀


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Um dia bom
Saúde. Bom humor. Paz.

quarta-feira, maio 03, 2023

Os testículos de António Costa, a bicicleta de Marcelo, o SIS, a não demissão de Galamba e a cabeça de Holofernes como compensação aos que tanto salivavam pela cabeça do homem do brinco

 

Há coisas que não percebo, que me parecem altamente questionáveis. Uma delas é uma pessoa com o CV do Frederico Pinheiro ter sido Adjunto de um Ministro. Não vejo no seu percurso nada que o qualifique para tal. Pelo contrário, imagino o sacrifício que gestores experientes e capazes tinham que fazer para lidar com gente com esta inexperiência e desconhecimento do mundo real. É que, do mundo real pelo qual ele passou, o que vejo é que foi empregado de mesa e vagamente jornalista do SOL ou do Record, coisa que, convenhamos, pode ser respeitável mas não é, certamente, um extraordinário cartão de visita para um Adjunto de um Ministro das Infraestruturas. Tirando isso, o que vejo é o percurso da malta que anda de curso em curso, começando na comunicação, passando pela política, investigando coisas de duvidoso interesse, e que assim anda, mestrando-se e doutorando-se e, en passant, assessorando estes e aqueles.

Isto, sim, parece-me muito questionável. Ele e todos os outros e outras que, sendo amigos do BE ou do PS ou do que for, e frequentando os corredores das intrigas partidárias, acabam compensados com lugares bem remunerados como adjuntos e assessores. 

E falo no BE pois é público que  quem deu a mão a Frederico Pinheiro para ele se introduzir nestes meios foi Ana Drago. Transcrevo:

(...) de janeiro de 2013 a março de 2014, tornou-se assessor de Política Económica e Financeira da Assembleia da República, sob o aval de Ana Drago. A deputada assinou uma carta de recomendação onde dizia ter convidado pessoalmente Frederico Pinheiro para trabalhar como colaborador do Bloco de Esquerda. 

Estamos falados.

Além disso, do que vejo, Frederico Pinheiro estava há uns anos naquelas funções de Adjunto de Ministro. Ou seja, trabalharia com Pedro Nuno Santos e terá sido herdado pelo Galamba.

Se agora, por quebra de confiança, Galamba o demitiu, nada a dizer. Terá feito bem. Não se pode ter um Adjunto em que não se confia. E, tal como já o disse, fosse eu ministra, alguma vez quereria ter um Adjunto com um CV como o deste Fred...? É que nem pouco mais ou menos. 

E nem quero saber do folhetim das notas, tretas que são milho para pardais. Falo apenas do CV do amigo 'pessoal' de Ana Drago (sic).

Mais. Ficou agora a saber-se, pela reação do dito Frederico, que emocionalmente não será muito maduro e que, quanto a sentido de Estado, tem sido a tristeza que se tem visto: despeja mensagens e mails para a comunicação social, levou (sem autorização) um computador do ministério com informação classificada, teve reacções violentas, etc. Portanto, face a isto, ainda mais razão há que dar a Galamba. Se o exonerou, se calhar o que há a censurar é que só tenha sido agora.

Volto a dizer que o que me preocupa nisto é, sobretudo, pensar que há gente deste calibre nos ministérios.

De resto, não percebo bem que 'culpas' se atribuem a Galamba. Não pode ser o brinco. Se ele tivesse um piercing num neurónio eu poderia ficar preocupada, talvez lhe afectasse o raciocínio. Agora um piercing na orelha não vejo que isso prejudique o seu trabalho.

Pelo contrário, não tenho ouvido dizer mal a quem tem lidado profissionalmente com ele, em especial quando estava na Energia.

No meio desta catadupa de suspeições e acusações, parece que agora se pede a cabeça dele por supostamente o Ministério ter contactado o SIS. Só que penso que as pessoas pensam que o SIS foi contactado para recuperar um computador roubado quando isso era caso para a PSP.

Ora tenho a dizer que eu, no lugar do Galamba, teria pensado e feito o mesmo que ele. Se um computador com informação classificada e sensível para o Estado está nas mãos de alguém ressabiado que foi demitido, então deve ser dado o alerta ao SIS. 

Se calhar as pessoas pensam que o SIS só deve ser alertado em caso de terrorismo ou coisa do género. Errado. Tanto quanto julgo saber, o SIS deve ser alertado sempre que esteja em causa zelar pelos interesses do País, nomeadamente quando se pensa que informação sensível pode ir parar a mãos que a usarão contra os interesses do país, seja em temas com contornos económicos, estratégicos ou outros.

Já participei em operações de venda de empresas. É sempre um tema sigiloso em que a informação tem que ser restrita e acessível apenas a quem é inequivocamente capaz de guardar segredo seja em que condições forem. Qualquer fuga indesejada de informação prejudica sempre quem vende.

Por exemplo, tendo o Frederico Pinheiro no computador o plano de reestruturação da TAP é certo e sabido que, se alguma informação transpira para os potenciais compradores, logo o que lá consta será sinónimo de um desconto. Se, por exemplo, lá consta que, para modernizar a empresa, se terá que investir 200 milhões de euros, logo qualquer comprador dirá que vai abater essa verba ao valor que ia oferecer. Branco é, galinha o põe.

Escusado será dizer que quaisquer empresas compradoras se 'pelam' por obter informações (e são conhecidas algumas práticas pouco recomendáveis para aliciar interessados em passar essas informações). 

É obrigação do SIS zelar por que os interesses do País sejam acautelados. Não nos esqueçamos que se o negócio correr mal (e não me refiro apenas ao preço de venda) é Portugal que ficará prejudicado. 

Portanto, quem anda por aí na maior histeria por o SIS ter sido alertado só pode ignorar isto.

De resto, gostei da intervenção de António Costa. O meu marido comentou: Tem tomates. Mas eu, que aqui escrevo, porque acho que, sendo ele Primeiro Ministro, devo ter algum tento na língua, digo apenas que acho que ele os tem no sítio, referindo-me naturalmente aos seus respeitáveis testículos.

Não se pode governar em função dos bugalhos desta vida nem dos jornalistas que, esquecidos que a sua missão é informar com isenção, resolveram todos saltar para a ribalta para tomar partido e para defender acerrimamente quem lhes dá na bolha, sem um pigo de racionalidade ou isenção. Não se pode governar indo atrás de bocas ou de humores. Há que ter os pés na terra e agir com objectividade. 

Gostei bastante do ouvir o Costa. Acho que tem coluna vertebral, que tem cabeça, que tem os pés na terra, que não vai em cantigas.

[Que eu gostaria que o Costa conseguisse arregimentar para o seu Governo gente de alto calibre como, no seu tempo, foram Álvaro Barreto ou Nobre da Costa, claro que sim. Mas duvido que, nos tempos de hoje, com a chusma de besouros venenosos e melgas palradoras que enxameiam a comunicação social, pessoas experientes e competentes largassem os seus empregos para se irem sujeitar à vida política de hoje em que meio mundo se acha no direito de enlamear quem ousa afirmar a sua vontade.

Curiosamente, há pouco, ao falar com o meu filho, pessoa competente, experiente e com um trabalho que o motiva, disse-lhe isto e perguntei-lhe se ele, por exemplo, aceitaria ir para ministro, ele disse-me que sim, Fiquei muito admirada. Percebi que gostava de servir o País. Contudo, acrescentou que, não estando ligado a nenhum partido e, portanto, sem ligação a qualquer aparelho, não seria recomendado e, portanto, não seria convidado. E que, portanto, a questão nem se põe.

Não sei se será assim mas, na volta, é mesmo. Não sei como funciona a selecção de nomes ministeriáveis mas, do que se tem visto, de facto António Costa não tem conseguido sair da bolha política do partido.

Mas isto é um tema geral, que transcende o Costa, que transcende o PS, que transcende o PSD. É uma questão de regime. E é um tema sério, basilar. Por isso, tenho falado que este assunto, sim, seria um tema que Marcelo deveria agarrar: como conseguir atrair para a política -- e para a governação, em particular --, gente séria,  experiente e competente?]

Mas, no tema em concreto do Galamba, nas actuais circunstâncias, percebo que António Costa tenha tomado a atitude corajosa que tomou, dando o peito às balas para seguir a sua consciência. Revela sentido de Estado, revela princípios, revela cabeça fria, revela coragem, revela liderança. É o que se espera de um Primeiro-Ministro.

Já o que não percebo é a reacção de Marcelo ao emitir uma Nota em que mostra publicamente o desacordo perante a posição de António Costa. Não percebo mesmo. E não gostei. Fiquei, até, incomodada. Todos os comentadores se agarrarão agora a isto, explorarão este publicitado desacordo ad nauseam. E isso não é saudável para a democracia. Parece-me uma reacção semelhante à do 'puto' Fred que, fulo por ter sido demitido, invadiu o ministério, roubou o computador e, segundo li nas notícias, atirou a bicicleta contra as portas de vidros. 

Falta a Marcelo o que Costa revelou na sua intervenção. Marcelo -- que já se tinha esticado ao deixar que anunciassem publicamente o seu pedido de demissão do Galamba e que tem andado a atear a fogueira da dissolução para gáudio das mediáticas marabuntas --, escusava de ter-se exposto ainda mais com esta Nota. Diminuiu-se publicamente.

Espero que reconsidere e se reposicione pois, em minha opinião, com esta Nota, qual bicicleta atirada contra os vidros de São Bento, prestou um mau serviço ao País (e desgastou, ainda mais, a sua imagem).

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Para os que se sentiram defraudados por Costa não nos ter servido a cabeça do Galamba, para ver se se acalmam, junto várias pinturas que mostram Judite com a cabeça de Holofernes na mão. 

Menina mais castigadora que só visto...! Estava mesmo bem como comentadeira, esta Judite. Era ela e a Moura Guedes. Olha que duas.

(NB: O Holofernes é barbudo e não tem brinco, lamento, mas é o que se arranja).

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Um bom dia

Saúde. Tino. Paz.

domingo, abril 30, 2023

Para ver se esclarecemos de vez os mistérios das notas do Galamba e das desnotas do Frederico, tal como antes, o mistério do desparecer do Medina e dos pareceres da Mariana e da Catarina, não sei se chega uma Mortágua. Não seria de arranjar uma Leninha para correr aquela malta toda à bofetada?
Pergunto.

 

Tenho a dizer que graças a um telefonema que recebemos perto das duas da manhã tivemos que sair de casa e, ala moços que se faz tarde, aí vão eles, feitos à estrada. 

Cumprida a missão, entrámos na cama perto das quatro, uma espertina do caraças. Portanto,  podem imaginar: o sono foi pouco, muito pouco.

Aproveitei para, em jejum, ir fazer umas análises que estavam prescritas e que estavam à espera do dia certo para serem feitas. Afinal, quando ia a sair de casa já com o frasco com a devida urina II, reparei que não eram para ser feitas agora mas sim daqui por uns cinco ou seis meses. Mas já não estive para me reorientar e fui na mesma. Que se lixe. A seguir fomos comprar o comprimido desparasitante para o cão.

Por acaso, de tarde, dormi um pouco. Mas nada que chegasse. 

Mas depois, porque hoje foi dia, fomos jantar fora. Pelo caminho perguntei ao meu marido se queria viver comigo outros tantos. Disse que não respondia porque a pergunta estava para lá de surreal. Não percebi porquê. 

A seguir ainda fomos buscar o urso cabeludo que tinha ficado em boa companhia.

Como é bom de ver, só quando, ao almoço, lá para as duas da tarde, ligámos a televisão é que vimos qualquer coisa. Mas o meu marido teve um acesso e desligou-a. Conclusão, não apenas não pude debruçar-me sobre o magno problema que absorve os neurónios de tutti quanti como, do que ouvi, não consegui extrair uma conclusão que fosse.

Primeiro: afinal para que é mesmo a comissão sobre a TAP? Não era para perceber quem é que aprovou aquela cena da indemnização da Alex Tomba-Todos? Isto, quiçá, para perceber que aquilo lá não é uma felga?

Ou não? 

Será que aquela Comissão é um daqueles exemplares topológicos sem contornos, a materialização daquilo a que se chama geometria variável? Será que os objectivos variam consoante?

NB: É mesmo assim. Consoante. Sem palavra a seguir porque é o que me parece que acontece na comissão. Se, um dia, um qualquer diz batatas fritas na sessão seguinte o tema é sobre batatas fritas. Se nessa um diz gatinho azul, na seguinte anda tudo às voltas de gatinhos azuis. Uma never ending Comissão em que começou na indemnização da Gand'Alex e já vai nas notas que um tomou numa reunião qualquer que me parece que não tem nada a ver com o caso.

Isto já para não falar que, para o tom inquisitório ser ainda mais apurado, só falta mesmo haver ali uma pide Leninha (*) para andar à bofatada (escrito assim mas soar mesmo a estaladão) com aquela malta toda.

E, de cada vez que algum inquirido se descosesse e dissesse que sim, senhor, bebeu água antes de ir para ali, primeiro soltavam a Leninha e só depois é que se chamavam os macacos avençados para saltarem para as televisões e para as rádios a macaquearem o que foi dito. Claro está que os macacos não fazem a mínima sobre o tema, este ou qualquer outro, estão ali só mesmo para se macaquearem uns aos outros. O facto de todos, encarniçadamente, se porem a debater o dislate que é beber água antes de entrar para a sala de audiências é apenas porque sim, porque são pagos para isso. E isto quando o tema é beber água. Porque pior ainda quando algum inquirido entra em contradição e diz que se esqueceu de lavar as mãos depois de ter feito chichi quando todos assistiram que afinal até as lavou três vezes e até trocaram whatsapps a comentar o caso, Aí, sim, aí cai o carmo, a trindade e a portugália, e, por isso, ie, por causa dos bifes, o Montenegro desata a formar governo (à sombra, não vá apanhar algum escaldão). 

Há dias andava o zoo comentadeiro às voltas com o parecer. Há ou não?, quem o tem? quem o escondeu? A malta toda a brincar ao lencinho queimado ou, na versão mais moderna, à caça ao ovinho da páscoa. E o Medina e as duas ministras não foram logo ali apedrejados, açoitados e alvejados com ovos podres porque não calhou. Mas foi por um triz.

Agora o tema são as notas. Há notas? Alguém escondeu as notas? Onde estão? Quem é que sabia das notas? E não há alho nem bugalho que não opine sobre as notas. E, uma vez mais, cinquenta vizinhas saltaram para a arena comentadeira, todas de língua e faca afiadas, tudo a clamar por justiça e só não cortaram ainda o pescoço ao Galamba porque parece que não apreciam arroz de cabidela. 

E eu pergunto: mas não é normal tirar apontamentos nas reuniões? Meio mundo o faz. O que não é normal é andarem a cheirar as notas uns dos outros quais cães a cheirarem o rabo uns aos outros.

Mas parece que é o que os neo politicos, os jornalistas, os comentadeiros e os tomateiros gostam de fazer: cheirar o cu uns dos outros.

Sim, leram bem, Os tomateiros. Toda a gente opina sobre as notas, desde os mais ilustres desconhecidos, até às descabeladas do costume, até a uns pobres coitados que foram arrebanhados na rua e, à falta de melhor, quando já não há cão nem gato para opinar, já nem os pobres tomateiros escapam.

E tudo para quê? Para fuçarem nuns apontamentos que uns quaisquer tomaram numa reunião que não interessa nem ao menino jesus.

Até ouvi, de passagem, uma qualquer a descobrir a pólvora: que a ex-CEO do magnífico nome tinha reunido com o Galamba. Estava exorbitante a desgrenhada e enlouquecida criatura com a descoberta que tinha feito. E quem a ouvia, um entrevistador com ar alucinado, não foi capaz de lhe perguntar se ela não sabia que isso era o que era suposto acontecer: a tutela reunir com os órgãos de gestão da empresa. Se o Galamba reuniu com a ex-CEO fez apenas o que tinha que fazer. Mas aquela alimária falava como se tivesse descoberto que a Christine andava a vender coca ao ministro. 

Parece que o país ensandeceu, de repente o espaço público transformado num filme cómico.

Não há pachorra.

Contudo.

Isto dito.

Tenho que perguntar ao Costa se ainda não percebeu que tem que ter cuidado com a marabunta que se acoita lá pelos ministérios. Quem é que selecciona e quem é que avaliza as competências daquela canalhada miúda que, sob o título de assessores e adjuntos (e recebendo como tal), se aboleta em lugares que deveriam estar reservados a gente de elevado calibre? O Costa ainda não percebeu que é tempo de chamar a brigada anti pragas? Ou tenho que ir lá levar desparasitantes de cão a ver se fazem fazem efeito também nessa tropa fandanga?

Pergunta a minha inocente ignorância: que conhecimentos e experiência de vida e da área em causa tem o jeitoso Frederico Pinheiro para ter sido Adjunto de um Ministro?

Li o CV do moço e nem para meu estagiário eu o quereria (isto quando eu ainda estava no activo, claro). Que credibilidade tem aquele rapaz para andar a coordenar reuniões, para acompanhar dossiers, para lidar com informação reservada? Alguém me diz?

Será que aquela rapaziada de quem dizem ser a gauche do PS, para agradar aos amigos da ex-geringonça, ainda acoitam maltinha dos Blocos, das Jotas e de sei lá onde mais?

E o nosso ubíquo Marcelo não consegue puxar pela sua iluminada cabeça e ver como se há-de (colectivamente) conseguir trazer para a vida pública gente capaz, competente, respeitável? Não consegue arranjar maneira de proibir a entrada a maltinha que pode ter muita graça a fazer teses de doutoramento (a expensas nossas) sobre temas que não interessam nem à carochinha ou a maltosa que gosta de fazer tricas laricas entre jotas mas que não tem a mínima competência ou respeitabilidade para assessor ou adjunto nem do raio que o parta, muito menos de um secretário de estado ou de um ministro?

Tempos houve em que os Ministros e Secretários de Estado eram a nata da sociedade, o melhor que o País tinha, O que se passa para gente dessa se recusar a ir agora para o Governo? Mas não vão nem que os banhem em ouro... E, se não há gente capaz que queira ir, depois é o que se vê. Só disto que agora se descobre que por lá anda.

Não pode ser.

Já agora: quem é que autoriza as bolsas para essa malta que para aí anda, eternamente, a fazer teses de mestrado e de doutoramento sobre bugigangas de assuntos, sobre tretas que não servem nem servirão nunca para nada que se aproveite? Andei eu anos e anos a trabalhar, de sol a sol, na economia real, como uma moira, deixando grande parte do meu ordenado em impostos, e ando agora a deixar parte da minha pensão de reforma, para andar a financiar o que me parece ser uma alegada trupe de imprestáveis que, em vez de trabalharem a sério, andam por aí entretidos a fazer merda respaldados pelas bolsas que recebem para fazer teses da treta? (Pardon my french)

Olhem, não há mesmo pachorra.

NOTA: Apesar de tudo, os indicadores económicos são fantásticos, a democracia funciona e, digam o que disserem, o PS ainda é a melhor alternativa para governar o País. Tem muito trabalhinho de casa para fazer? Oh se tem... Mas, enquanto não houver melhor, há que respeitar o voto dos portugueses e deixã-los continuar o trabalho que têm estado a fazer e que, por sinal, estão a fazer bem Que fique claro que o mecanismo fundamental nas democracias é o voto. E quem vota é o povo. Não é a comunicação social.  

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Olhem, se é para atirar pedra, que entrem os meus amigos da Porta dos Fundos

E, já agora, pedra por pedra, que entrem também os meus amigos Monty Phyton


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(*) Sobre a Pide Leninha recomendo o magnífico documentário da RTP

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Desejo-vos um bom dia de domingo
Saúde. Esperança. Paz.

sábado, abril 29, 2023

Depois da Alex, agora um Fred.
Da caixa de Pandora que a Tomba-Todos abriu, sai de tudo.
Até uma certa sereia bem nutrida que deu à costa em Puglia deve ter a ver com isto

 

A realidade anda destravada. Ninguém a segura. Ultrapassa a ficção e tudo o que é fake a toda a brida. Desde que se meteram com a Alex Tomba-Todos que a caixa de pandora foi escancarada. Saem monstros que ninguém controla. Caem Ministros, Secretários de Estado, Assessores e não há dano colateral que não ocorra.

Agora parece que até um Adjunto terá andado à trolha no ministério, depois terá fugido e, para a cena ser mais pythoniana, chegaram os chuis e tomaram conta da ocorrência. O jovem Fred, por sinal um rapaz bem parecido, que as verdades são para ser ditas, para além de um eclético e ongoing estudante, parece ser também um ágil candidato a actor de filme de suspense, acção e comédia.

Para que seja um full faca e alguidar falta ainda aparecer uma dose bem apimentada de adultério (e não digo quem com quem para não levantar a lebre), um gémeo desconhecido que aparece para surpresa do incumbente (pode, por exemplo, ser um gémeo separado à nascença do Medina), uma tia muito velha que deixa uma bruta herança que toda a malta no parlamento vai disputar à batatada, e um qualquer que, do nada, aparece vestido de mulher assumindo-se trans e pedindo para o tratarem por Cátia.

Tudo pode acontecer. No meio disto, para esfriar os ânimos e para ver se consegue fechar a caixa de pandora que a super-Alex abriu, acredito que o bom do Marcelo é menino para arranjar uma gala para sortear condecorações. 

No meio disto, faço notar que o grande e eterno Álvaro Amaro, em seu tempo, curiosa e conceituada figura cavaquista, ao fim de mil anos foi condenado a três anos e meio de pena suspensa. O cavaquismo tão bom que ele era. Quem também é boa é a Justiça. Já a gente nem se lembra das coisas quando elas têm desfecho.

No extremo oposto, o fantástico desempenho da economia portuguesa que passou a perna aos companheiros europeus. 

Pena é que, em vez de se falar disto, que isto, sim, era caso para estarmos todos felizes, andemos todos a descobrir as cegadas surreais com que os assessores e adjuntos andam por aí a entreter-se para gáudio do pagode. 

Ou isso, ou o que uns certos canalhas andam a tramar com fugas de informação e merdices que a toda a hora são lançadas para o ar, poluindo mais o ambiente do que as poeiras do deserto, as cinzas dos vulcões ou a bíblica praga de gafanhotos.

No meio disto, agora a notícia da inauguração de uma sereia que está a deixar meio mundo admirado, dizem que nunca viram sereia assim. 

“It looks like a mermaid with two silicone breasts and, above all, a huge arse never seen before on a mermaid. At least not any I know.”

Parece que as sereia que alegadamente costumam andar por aí a dar as caras são muito diferentes, todas meio delambidas, meio enfezadas. Cuzudas, mamalhudas como esta nunca se viu, atributos assim não parecem coisa de sereia. 

Adolfo Marciano, the headteacher of the Luigi Rosso art school, hailed the statue as a ‘tribute to the great majority of women who are curvy’. Photograph: Monopoli Times

Mas é o que é. O fim dos tempos. Cá para mim é mais uma aberração que se escapuliu da caixa de pandora que a insuspeita Alex destapou.

Nem sei se quero ver o que ainda está para vir...


Desejo-vos um bom sábado
Saúde. Pachorra. Paz.