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sábado, abril 09, 2022

Comprar livros a eito, aos 400 de uma vez, para decorar estantes

 

Uma casa sem livros é uma casa sem vida. Escusaria de dizer mas, ainda assim, digo: com isto, refiro-me, claro, a quem tem a sorte de ter casa e a quem tem a sorte de poder ter livros.

Quando estou numa casa, mesmo que involuntariamente, reparo nos livros, na quantidade e no género de livros. Uma pessoa que lê, transporta, em si, muitos mundos e os livros que escolhe falam alto sobre si.

Claro que se a pessoa mal tem dinheiro para pagar a casa, a roupa dos filhos e a comida para pôr na mesa, o mais natural é que não tenha disponibilidade para comprar muitos livros. Mas se a pessoa tem dinheiro para ricas casas, grandes carros, brutas férias e altas comezainas, se quase não tem livros em casa é porque, simplesmente, não gosta de ler. Nada contra, é o que é.

Agora o que nunca me tinha ocorrido é que a alguém passasse pela cabeça comprar de atacado 400 livros apenas para parecer bem numa sessão fotográfica. Mas passa. E ao ler sobre a insólita situação dico a saber que não é caso inédito. 

A quem tenha curiosidade, aconselho a ler:

Shelf-promotion: the art of furnishing rooms with books you haven’t read

Ashley Tisdale admitted she’d bought all her books for a photoshoot – and as Adele and Gwyneth Paltrow will attest, her hankering for a brainy backdrop is anything but novel

(...) “These bookshelves, I have to be honest, actually did not have books in [them] a couple of days ago,” Tisdale said. “I had my husband go to a bookstore, like, ‘You need to get 400 books.’” (Her husband’s alternative plan, of “collecting books over time, and putting them in the shelves”, Tisdale promptly dismissed.)

(...) According to MailOnline, Adele spent more than £1,000 in a spree at Daunt Books before the pandemic, “pulling books off the shelves without even looking at the spines or reading the blurbs”.

At least Adele bought them herself, points out Miles de Lange, an interior designer at Potterton Books, a specialist book supplier. He says interior designers are often charged with supplying books for clients. “They are props, just like you buy a little objet.”

(...) If you do have the budget to splash around on books you won’t read, there are dedicated bookshelf curators such as Thatcher Wine, whom Gwyneth Paltrow hired on finding herself some 600 books short after a home renovation.

Gwyneth Paltrow’s home library in L.A., curated by Thatcher Wine.
COURTESY JUNIPER BOOKS

Inside Ashley Tisdale's Self-Designed Family Home | Open Door | Architectural Digest

Today Architectural Digest is welcomed to Los Angeles by Ashley Tisdale for an inside look at the stunning new home she designed for her family. Tisdale and her composer husband Christopher French moved into their current home when she was around seven months pregnant, at which point the High School Musical alum dove headfirst into decorating. The talented Tisdale was well prepared for the undertaking, considering she launched her design passion project, Frenshe Interiors, last year. “I went with the mentality of falling in love with every piece,” she says. “I fully love this house. I love every piece of everything I’ve done here, and I’m really proud of myself.”


Mas a casa é bonita, lá isso é.

sábado, fevereiro 05, 2022

Os azulejos portugueses da cozinha de Gwyneth Paltrow

 



Quando eu era bem mais nova gostava das casas tradicionais, perto do estilo dito português suave. Varandas, varandins, terraços, telheiros e, por dentro, as divisões numa disposição tradicional.

Por essa altura, visitei pela primeira vez uma casa de arquitectura moderna. Um amigo convidou-me para ir conhecer a sua segunda casa, uma grande casa no Estoril. Falava dessa casa como sendo a casa de praia e a casa do golf. Tinha sido desenhada por um arquitecto amigo e decorada por uma vizinha italiana com quem tinha uma amizade colorida, segundo ele uma bela mulher que apanhava banhos de sol nua, apenas com um chapéu de palha de abas bem largas.

Era uma casa que parecia ser quase toda aberta, de linhas direitas, em que tudo o que dava para o jardim era de vidro. 

Quando entrei, olhei e não encontrei aqueles elementos que associava ao aconchego, ao conforto, os recantos onde se pode ter um cadeirão, um quadro por cima, um candeeiro de pé alto, uma mesinha de apoio. Ali quase não havia paredes. Também estava habituada a pinturas com belas molduras, por vezes um passe-partout, conjuntos de quadros. Ali, que me lembre, só vi um único quadro. Havia uma mesa comprida e, encostado à parede, um móvel muito comprido. Essa parede estava pintada cor de tijolo. Por cima do móvel, uma pintura moderna, abstracta, gigante, uma coisa insólita de tão gigante.

Havia um conjunto de sofás gigantes, claros, dispostos em U, virados para o grande pano de vidro que dava para o jardim. Não me lembro de lá ver almofadas que era uma coisa que me parecia, e ainda parece, essencial para que as pessoas se acolham e encostem e aninhem. Não me lembro de tapetes, não me lembro de móveis com bibelots. Lembro-me, sim, numa zona estreita de parede, junto a mais uma vidraça, um escultura de pedra. 

Ele orgulhoso da sua casa e eu apenas sentindo estranheza. Não vim de lá convencida. Mais ou menos por essa altura, talvez uns dois ou três anos depois, depois de muito procurarmos descobrimos a nossa casa in heaven, uma casa que nada tem a ver com o harmonioso e tradicional estilo Raul Lino. Esta casa era uma casa acrescentada em relação a um núcleo antigo, várias vezes centenário. Toda ela atípica. E, no entanto, foi atracção imediata de todos nós, os quatro. Um desafio para a mobilar mas tão única, tão especial, que a minha mente de imediato se abriu a novas ideias.

Esta casa em que agora vivo, perto da cidade, é um misto. Mais tradicional que moderna mas, ainda assim, com espaços amplos, abertos, comunicantes. Chegámos a hesitar sobre uma outra, moderníssima, escultural, uma obra de arte. Mas também quase sem paredes, certamente também uma aventura para mobilar e decorar. Felizmente, prevaleceu esta.

Quando passeamos pelas vizinhanças, um dos meninos, o meu pimentinha mais crescido, passa-se com as casas de linhas direitas, estilo minimalista, grandes planos lisos. Diz que é assim que gostará que seja a sua casa, um dia que tenha uma casa sua. Percebo-o. Imagino-o adulto, divertido, culto, sempre com ideias e vontade de as alcançar -- e numa casa assim. Não o imagino com moveizinhos, quadrinhos, almofadinhas. Não. Há-de viver numa casa sofisticada mas isenta de rodriguinhos. Claro que pode ter que fazer concessões à sua companheira mas, se bem o conheço, com a personalidade dominante que tem, há-de convencê-la a aceitar a simplicidade despojada e elegante que ele aprecia. 

Os outros meninos ainda não têm ideias definidas sobre isso, pelo menos que eu me tenha apercebido.

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Em dias complicados, e se o de hoje o foi, chego à noite à sala e só me apetece ver vídeos que não têm nada a ver, que não afloram problemas, nem ninguém fala de crises, depressões, fracassos ou antevisões negras para o futuro.

Não sou grande admiradora de Gwyneth Paltrow. Vi-a no Shakespeare in Love e gostei. -- mas não me lembro de mais. E agora deu em comerciante, por vezes de produtos e conceitos meio bizarros. Goop. As velas com cheiro a vagina e os artefactos sexuais curiosos e envoltos numa prosa meio filosófica são meros exemplos.

Mas hoje fui à boleia do algoritmo do youtube e aproveitei que ela mostrou a casa para a ver. Não acho extraordinária mas é interessante. E tem aqueles azulejos simples, bonitos, portugueses. E só por isso já acho que vale a pena partilhá-la convosco.

Inside Gwyneth Paltrow's Tranquil Family Home 

| Open Door | Architectural Digest


Já agora, também um cheirinho do Shakspeare in love


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Desejo-vos um sábado feliz
Saúde. Boas notícias. Boa sorte. Alegria.

terça-feira, janeiro 14, 2020

Astrologia e ciência. Uma vela que diz que cheira à vagina dela. Um robot vivo feito a partir de células de sapo. E os camelos que bebem água que faz falta às pessoas e que, por isso, já eram.

Hei-nos chegados ao admirável mundo novo.





Alguém fez um estudo usando as Big Data desta vida para estabelecerem correlações entre o que diziam os astros e os desenvolvimentos científicos. Gostei de ler. Há mil anos, nos tempos em que ninguém fazia ideia de que viria a haver dados a potes, já eu andava à volta de algoritmos e de correlações e a ler livros que analisavam as previsões baseadas em astrologias com estatísticas e probabilidades. 

E mais. Só para se ver o desaparafusamento aqui da je: andava eu enredada em modelos que me punham a cabeça em água, tantos os milhares de restrições e condições que se empecilhavam umas nas outras, fui uma vez à Buchholz para espairecer, como tantas vezes ia, e dei lá com uma coisa sobre construção de cartas astrais através de uma aplicação. E o livro trazia uma disquete. Coisas que hoje parecem do além. Aos jovens que nasceram nos tempos modernos talvez isto das disquetes soe e pré-história. Mas sou pré-histórica mesmo. Até cassetes eu tinha gravadas para ouvir música no carro. Tudo coisas assim, palpáveis. Portanto, em casa tinha um computadorzão, com um monitor maior que sei lá o quê, e enfiava lá a disquete. E punha-me a registar data e hora de nascimento, local, e mais não sei o quê. E aquilo dava o retrato da pessoa. E parece que batia sempre cedo. E já não me lembro como mas aquilo também dava para fazer previsões. Mas, às tantas, eu já nem lia os resultados, já dizia por mim. Aquilo dava-me pica. Não sei explicar porquê mas dava. E, portanto, andava por um lado a construir modelos que reproduziam a realidade com um rigor que eu aferia até à quinta casa, modelos que detectavam tendências e calculavam ocorrências futuras, a apresentar as minhas conclusões a gente incrédula, e, em casa, a fazer cartas astrais que, se necessário fosse, como se fosse uma brincadeira, apresentava depois às mesmas incrédulas pessoas. E tudo isto aconteceu mesmo. Parece que foi numa outra encarnação, num outro tempo. Mas era eu que ali estava, disso não tenho dúvida.

E isto era para dizer qualquer coisa que, entretanto, se me varreu.

Só sei é que hoje, entre um dia e outro, aqui chegada, à noite, fui espreitar as notícias e ou é que estou vesga ou está tudo maluco. Ah, já sei o que ia dizer. É que fui em demanda dos astros: é refúgio que conforta. A gente afogada no presente e vem um horóscopo gentil e leva a gente para o futuro. Mas isto é karma, sempre notícia de novos projectos, de trabalhos que se abrem deixando para trás obstáculos de longa data. Até tremo porque até pode ser. Estou entre reuniões e temas que fazem abalar os meus alicerces e eu nem quero pensar no que pode aí vir. Mas se o que os astros têm para me oferecer é projectos e trabalhos do caraças então batatas. Quero outra coisa, rêverie, poesia, coisinha boa. 

O pior é que, na minha demanda, só me aparece pepino, abacaxi, macacada.

Por exemplo: a  Gwyneth Paltrow está a vender uma vela perfumada.

Até aí tudo bem. Se lhe deu para vender cenas é lá com ela. Mas a que é que ela diz que a vela cheira? Se o nome da vela é literal então cheira à senaita dela (agora que aprendi o neologismo, não vou largar). This Smells Like My Vagina - é o nome da vela. Esgotou. Como a malta não tem oportunidade para chegar o nariz à boca do corpo da Gwyneth, então vá de ir a correr comprar a vela. Na literatura que acompanha o produto lê-se que a dita cuja cheira a gerânio, bergamota, cedro e rosa damasco. E só não fico a pensar que deve ser assim que cheiram as perseguidas -- outro bom nome -- das nossas senhoras ou das divas de hollywood porque me palpita que é jogada de marketing. Ademais parece que esta loura anda armada em médica ou paramédica ou paradoida e dali só sai mezinha maluca. Já em tempo tinha vindo com banhos de vapor, coisa capaz de depenar qualquer passarinha, mas agora veio com ovos vaginais de jade. Segundo ela são para ser usados todo o santo dia, apertadinhos, coisa para muscular os interiores da coisa. De tal maneira a recomendação deu brado que foi multada e desmentida pelos médicos que aconselharam as mulheres com dois dedos de testa a não irem na conversa de gente maluca. Agora uma coisa é certa, a vagina da Paltrow inspira-a e é uma fonte de rentabilidade.

E li ainda outra do além: cientistas fizeram um robot vivo a partir de células estaminais de sapo. Li não. Aflorei. Aflorei e fugi a sete pés. Não quero saber. Pode até vir a ser uma grande coisa. Mas os riscos são tantos de que a coisa derrape para o lado cretino da existência que mais valia que estivessem quietos. Qualquer dia esta bicheza inteligente, carregada de inteligência artificial, tem mais poder do que nós, humanos marretas que para aqui andamos.

Agora que os oceanos estão a dar mostras de estar a aquecer mais rapidamente que o previsto e que o aquecimento já está a fazer o que se sabe, os humanos já nem sabem que fazer com animais que se reproduzem mais do que a falta que fazem e que bebem água que é tão preciosa e, vai daí, vão matá-los. Li: 10.000 camelos vão ser mortos. Estorvam. E eu penso: chegará o dia em que os robots, feitos de célula de sapo ou de barata e possuídos por algoritmos, vão matar humanos aos magotes. Os humanos também se reproduzem, também bebem água. Melhor dito: também nos reproduzimos, também bebemos água. Daninhos, raça magana. Bons para abater.

Virei-me para os blogs do lado e sai-me outra. Um comunicado do Livre que é de uma pessoa se atirar para debaixo da mesa. Conta o Linguagista que a desgraça bateu no fundo. Grau zero. Uma moção apresentada por cinco intrépidos militantes reza assim:
Hei-nos chegados a um ponto em que as causas defendidas pelo LIVRE parecem não conseguir sobrepor-se ao ruído constante provocado pelos faits divers mais estapafúrdios; em que o coletivo parece soçobrar numa desmedida exposição mediática do indivíduo; em que o partido se arrisca a ver a sua própria sobrevivência posta em causa. Assim sendo, no caso de a deputada não se dispuser [sic] a renunciar às suas funções, o LIVRE não tem outra alternativa a não ser retirar-lhe a confiança política.
Um desgosto ler uma anormalidade destas. O Livre vai acabar não tarda. Coitado do Rui Tavares, acho que não merecia uma palhaçada destas.

Enfim. Só, só desgraças. Mas desgraças pífias, coisas parvas, abaixo de macacadas. E não me refiro ao fim do Livre que isso, apesar de tudo, é para o lado que durmo melhor, mas à ignorância crescente da malta. Na volta a coisa resolvia-se era com um implante de células de macaco na cabeça deles, daqueles cinco. E dos outros todos também. E por todos quero dizer a humanidade. Contudo, acho que menos de mim que não preciso: já cá tenho os genes todos, obrigada. Dependo de bonobo com muita honra. E, sobretudo, com muito prazer.


Preferia notícias simples e só me sai disto. Vou mas é deslargar-me de ler o que não devo e procurar artigos sobre decoração, culinária, jardinagem. Não há pachorra. Na volta está é na hora de me entregar à escrita de um novo folhetim. Desta vez um erótico. Hot, hot. A fumegar de bom.

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Fiz as fotografias no domingo, enquanto passeava por Lisboa e observava as suas belas montras -- ao Príncipe Real, Chiado, Camões -- e as flores da florista da Garrett. Lá em cima, Kate Woolf interpreta Poet's Heart sobre fotografias de Henri Cartier-Bresson.

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Desejo-vos um belo dia.

sexta-feira, fevereiro 05, 2016

Eu e a moda -- e a alta-costura Chanel, colecção primavera/verão 2016



Não serei a pessoa mais indicada para falar de moda. Embora goste de me vestir com um certo cuidado, não gosto de gastar muito dinheiro em roupa. Não vou atrás de modas, prefiro as coisas de que gosto e que não se vêem por todo o lado. Por exemplo, se as franjas estão na moda, certo e sabido que não uso nada que as tenha. Se o xadrez é o hit da saison, mais do que certo que eu lhe passo ao lado. 

Não me importo -- e, aliás, gosto -- de misturar cores, comprimentos. Gosto de assimetrias e de cores sobre cores e de écharpes. Não me ensaio nada para usar caças estampadas de um tecido atípico e conjugá-las com blusas clássicas, lisas. Gosto de articular a roupa com os sapatos e com os brincos, colares, anéis, pulseiras (geralmente tudo bijuteria e com conta, peso e medida).

Anna Wintour,
editora-chefe da Vogue americana
(que inspirou a personagem que Meryl Streep
interpreta em O Diabo veste Prada)
Dantes, quando não tinha este ofício nocturno do blog, chegava a pegar em blusas normais e fazia-lhe alguns bordados com pedras, tornando-as em peças verdadeiramente diferentes -- isto muito antes de se verem à venda blusas com pedras no decote. 

Como não gosto de usar roupa grossa porque sou encalorada, uso geralmente blusas fininhas, depois um casaquito fino, depois outro igualmente fino mas mais grossinho que o anterior. Este geralmente fica no carro e o outro salta mal entro no gabinete. Geralmente tenho também no carro uma capa de lã ou coisa do género para, quando chego à noite e vou fazer uma caminhada sem ir a casa, vestir tudo, umas coisas por cima das outras (tenho uns ténis no carro). É assim que me sinto bem. 

Gwyneth Paltrow
Nas noites frias, o meu marido vê-me assim e pergunta se acho que está tempo para andar tão mal agasalhada, casaquitos finos, um por cima do outro, e uma capa de lã ou um casaco geralmente de meia manga, de lã, por cima. Digo-lhe que sim, até porque ponho uma echarpe de lã quente à volta do pescoço e sinto-me logo aconchegada.

Portanto, não sou dada a últimos gritos da moda, a roupa de marca, a delírios fashion. Prezo o meu gosto pessoal que é desconstruído e descontraído.

Claro que, conjugando isto com uns saltos bem altos, a coisa ganha logo um ar mais 'a sério' e já posso exercer as minhas funções sem me sentir muito diminuída ao pé das minhas colegas de escritório que levam a moda muito a sério.

O meu marido uma vez ofereceu-me um fato completo, calças e blaser, Armani. Foi comprá-lo com a minha filha. É intemporal. Surpreendeu-me e encantou-me. Jamais esperaria que tivesse tal ideia e que tivesse, por ele, tomado a iniciativa de chamar a minha filha para ir com ele escolher tal coisa. E, se bem me lembro, a minha filha contou que o pai lá entrou, olhou à volta e disse que gostava daquele. Como habitualmente, em três tempos despachou o assunto. E a verdade é que acertou em cheio. Mas eu, por mim, não me sinto minimamente tentada a gastar dinheiro numa toilette de tal calibre. Sou mais de andar a descobrir raridades e autênticas pechinchas nos fins de saldos.

Cara Delevingne, um dos ícons Chanel, com o seu cão
e com um casaquinho transparente, bordado, lindo

Agora uma coisa é certa: se um dia me saírem uns milhões no euromilhões, para além dos destinos que já lhes estão destinados, dar-me-ei ao luxo de entrar na Casa Chanel em Paris para escolher um ou outro modelito.

Além do mais, se há coisa de que gosto é de ver o acto de costurar. E, quando a costura é arte (como é o caso da alta-costura), então é um fascínio.

Partilho convosco dois vídeos relativos à colecção Chanel Primavera/Verão 2016.


Vejo isto e apetece-me logo tirar ideias, desatar a aplicar coisinhas em blusinhas, pintar, bordar, pregar contas, pedrinhas, florzinhas. 

(Mas ou faço isso ou estou aqui a escrever estas coisecas, para as duas coisas o tempo não estica)





Entrevista com o mago da alta costura - Karl Lagerfeld, o sempervirens



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Desejo-vos, meus Caros Leitores, uma magnífica sexta-feira.

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sábado, junho 20, 2015

Shakespeare para apaixonados


My love is a fever




Se não se lembra do menor sinal de loucura que cometeu por amor, não amou.

É melhor ser rei do seu silêncio do que escravo de suas palavras.

Guardar algo que me ajude a lembrar de si seria admitir que posso esquecê-lo.

Na amizade e no amor é-se mais feliz com a ignorância do que com o saber.




Tão impossível é avivar o lume com neve quanto apagar o fogo do amor com palavras.

Duvides de que as estrelas sejam fogo, duvides de que o Sol se mova, duvides de que a verdade seja mentira, mas não duvides jamais de que te amo.

Oh, amor poderoso, que às vezes faz da besta um homem, e outras, de um homem, uma besta!




Um homem que não se alimenta dos seus sonhos envelhece cedo.




Mostre-me um homem que não seja escravo das suas paixões.

É um amor bem pobre aquele que se pode medir.

Para celebrar os ritos amorosos, aos amantes basta a luz de sua própria beleza, e, como o amor é cego, o que lhes cai melhor é a noite.




O curso do amor verdadeiro nunca fluiu suavemente.

Quando não houver nada a perder, arrisque tudo.

Deixe-me confessar que somos dois, embora o nosso amor seja indivisível.




A ti vigio, enquanto ao longe despertas, tão distante de mim e de outros, tão perto.

Preciso saber de ti a cada dia e a cada hora!

Não me atrevo a oferecer o que desejo dar, tampouco a tomar o que me fará morrer, mas quanto mais procuro encobrir meu sentir, maior meu amor se mostra.



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Shakespeare in love




William Shakespeare  (1564 - 1616)

- Biografia




Considerado maior escritor de língua inglesa e o mais influente dramaturgo da história, William Shakespeare nasceu em 23 de abril de 1564, na pequena cidade inglesa de Stratford-Avon. Terceiro filho de um rico comerciante, pouco se sabe de sua infância e juventude, mas especula-se que tenha frequentado a escola primária Rei Edward VI, na qual teria aprendido literatura e latim.
Em 1582, aos 18 anos, casou-se com Anne Hathaway. O casal teve uma filha, Susanna, e dois anos depois, os gêmeos Hamnet e Judith. Não se sabe ao certo quando Shakespeare começou a escrever, mas alusões contemporâneas e registros de performances mostram que várias de suas peças foram representadas em Londres a partir de 1952.
Suas obras conhecidas totalizam 38 peças, 154 sonetos, dois longos poemas narrativos, e uma centena de poemas curtos, embora biógrafos sugiram que o número exato ainda é desconhecido. É o autor mais traduzido da história e suas obras são encenadas mais do que as de qualquer outro dramaturgo. “Destacam-se pela grandeza poética da linguagem, pela profundidade filosófica e pela complexa caracterização dos personagens.” Muitos de seus textos e temas, especialmente os do teatro, permanecem vivos mais de quatro séculos depois, sendo revisitados com frequência pelo teatro, televisão, cinema e literatura. Entre suas obras mais conhecidas estão “Romeu e Julieta”, “Júlio César”, “Macbeth”, “Rei Lear”, “Otelo, o Mouro de Veneza”, “Sonho de uma Noite de Verão”, “A Megera Domada” e Hamlet, que possui uma das frases mais conhecidas da língua inglesa: To be or not to be: that’s the question (Ser ou não ser, eis a questão). Shakespeare morreu em Stratford em 23 de abril de 1616.
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  • Para este post, escolhi alguns dos 72 compilados por Allan Percy no livro “Shakespeare Para Apaixonados” 
  • Lá em cima era "Sonnet 147 - My love is as a fever.." de William Shakespeare (lido por Tom O'Bedlam)
  • Nesse vídeo:
"The Infidelity Discovered ", Augustus Leopold Egg 1858
"Joseph and Potiphars Wife", Jean-Baptiste Nattier (1678-1726, French)
"The Sacrifice of Flowers", Mihály Munkácsy (1844 - 1900, Hungarian)
  • As pinturas que escolhi para acompanhar as palavras de Shakeaspeare são de Sir Peter Paul Rubens (1577 – 1640)
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E, se permitem a sugestão, desçam, por favor, até ao novo diário de Rita Ferro

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E, agora, por aqui me fico.

Desejo-vos, meus Caros Leitores, um belo sábado. 
O tempo está de ananases mas há muita água no mar para os pôr de molho.

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sábado, junho 06, 2015

Os milagres da maquilhagem -- veja as diferenças. (Será que, se os homens se maquilhassem, também ficariam muito mais lindos?)


Há tempos, um amigo meu chegou ao pé de mim e disse-me: 'Adivinha quem é que foi sentado ao meu lado no avião para Madrid?'. Adivinhei lá eu. 

Diz ele: 'Não vais acreditar. Aliás nem eu acreditei. Tive que lhe perguntar. E olha que não tem gracinha nenhuma, é uma deslavada'. Esperou e como eu não adiantasse nenhum nome, disse ele 'A Gwyneth Paltrow!. Não acreditei: 'Estás maluco? Ela é giríssima. Como é que dizes que é uma deslavada?'. Ele insistiu: 'Olha, só ao fim de um grande bocado é que desconfiei que fosse ela. Não se dá nada por ela. Mas é simpática, fomos o resto da viagem na conversa'

Nunca acreditei. Sempre foi um mulherengo, namoradas aos cachos, pensei que estivesse a armar-se em bom.

Pois bem. Olhando a fotografia abaixo, admito que, se calhar ele tinha razão.


Gwyneth Paltrow

E estas?

Lady Gaga
Lady Gaga

January Jones
January Jones


Heidi Klum
Heidi Klum

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quarta-feira, fevereiro 11, 2015

Uma Thurman plástica. Ou deverei dizer Uma Thurman transformou-se em mulher de plástico? Ou Uma Thurman quitou-se de tal maneira que desapareceu o modelo original?


Estava eu de manhã a começar uma reunião quando recebo um sms da minha filha. Tinha o telemóvel no silêncio mas aquilo acende-se quando recebe qualquer coisa. Geralmente não atendo nem leio, fica para depois - excepto se for da família ou, em especial, dos meus filhos. Fui logo ver. Mandava-me um link e dizia 'olha, mais outra'. Pela descrição do link percebi que a Uma Thurman teria feito uma plástica. Nessa altura uma colaboradora minha deu-me um toque no braço e vi que estavam todos em suspenso à espera que eu fizesse a introdução da reunião. Bolas. Lá cumpri com o meu dever e todo o santo dia estive ocupada, incluindo ao almoço e só agora, tarde e más horas, chegada ao hotel e ligando o computador, é que vi o disparate a que a minha filha se referia .

De facto, o que é que dá na cabeça destas mulheres para darem cabo da expressão, das feições, para se desfazerem da cara com que nasceram?

Vejo pelas notícias que tem 44 anos. Com 44 anos uma mulher desgosta tanto de si própria que desfaz a cara para fazer outra? Não percebo. Olho para ela e acho que perdeu a graça, perdeu a identidade.

Estive há pouco a retirar o rímel e a sombra ligeira que tinha nas pálpebras superiores. Olhei-me ao espelho. Noto que o tempo e o riso frequente já fizeram alguns estragos mas, benevolente e optimista como sou, não me vejo a precisar de me esticar. Sobretudo, não me vejo a correr o risco de fazer alguma que fizesse ainda mais estragos. Só o medo de me olhar ao espelho e não me conhecer.... deve ser o horror dos horrores.




E, no entanto, parece que cada vez mais mulheres optam por fazer parvoíces destas. Não ficam mais jovens, não ficam mais bonitas nem sequer ficam com um ar mais feliz. Gostava de perceber mas não percebo.

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Demi Moore, 52 anos, com a filha
Gwyneth Paltrow, 42 anos, toda beiçuda
Volto aqui, Já estava eu a preparar-me para outro post quando recebi agora um sms da minha filha a dizer que me enviou um mail para ver mais duas que, segundo ela, também se passaram. 

Cá estão elas, a Demi Moore quase irreconhecível e a Gwyneth Paltrow que não é que esteja feia mas está lisa e preenchida como uma boneca insuflada. 


Botox, plásticas, esticamento, não sei, só sei que ficam muito estranhas.



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