Ontem o meu marido teve que ir até à nossa casa in heaven pois iam lá tratar de uns arranjos. Como sempre acontece, quem tinha que ter chegado a uma certa hora chegou hora e meia depois. Por isso, veio de lá tardíssimo.
Perguntei se não teria deixado alguma janela aberta. Que não, que obviamente não. Portanto, alguma coisa (ou alguém) era. Medoooo....
Resolvemos ligar para a GNR. Expusemos a situação. Prontificaram-se a mandar lá uns agentes. Eram duas e tal e ainda estava eu ao telefone com um que transmitia instruções ao sargento que lá estava. O sargento fazia perguntas e eu ia esclarecendo.
Então, saltaram o muro e foram fazer a ronda e que logo me diziam. Deviam ser duas e tanto, ligaram. Aparentemente estava tudo fechado, tudo tranquilo.
Fui-me deitar.
Às três e tal, telefone. O meu marido levantou-se. Novo disparo, agora noutra parte da casa. Recomendação que fossemos perceber o que se passava.
Às seis e tal, novo alerta: outro disparo.
Às sete, a GNR. Para saberem se estava tudo bem. Relatámos. Disseram que eram melhor irmos ver. Aparentemente não havia movimento quando lá foram mas que têm estado a ocorrer muitas assaltos. Ainda conversámos um bocado sobre isso: a dificuldade em apanhar em flagrante, em ter certezas, a falta de meios.
Portanto, lá fomos. Nós dois e a fera. Pensámos que, apesar de ainda não ter feito cinco meses, já haveria de dar sinal se houvesse coisa.
Lá chegados e a porta da frente aberta, o meu marido foi à frente com o seu ajudante de campo, o nosso felpudo body gard.
Fiquei à porta a guardar a fortaleza e com o número da GNR à mão de semear. Depois, fartei-me de estar à espera. Gosto de estar no olho do furacão.
Entrei, juntei-me ao pelotão da frente. Tudo normal.
O feroz cão de guarda indiferente. Para ele, notoriamente, rato não é gente que se veja.
Não era ratazana mas também não era mínimo. E tinha um rabo compridíssimo.
Não me dá medo nem me dá nojo. É um bichinho do campo. O que me chateia é que fique em casa pois pode causar estragos e são esses estragos e essa porcaria que me causam alguma repugnância.
Os dois, cada um com sua vassoura, afastámos o sofá, batemos no sofá, batemos no chão, sei lá. Nada. Zero rato. O urso peludo intrigado com aquela movimentação. Cabeça de um lado, cabeça de outra. Ora olhava para um, ora para outro. Não consegui explicar-lhe.
Já pensávamos que o parvo do rato se tinha escapulido sem que tivéssemos dado por isso. Até que o vimos a sair não se sabe de onde, a fugir. Tentámos empurrá-lo para a rua, fizemos alarido. Nada. Fugiu para o outro lado da sala, para baixo da escrivaninha.
Reiniciámos a perseguição. Nada. Sitiámos o bicho rabudo. Demos vassouradas, batemos, revirámos, espreitámos, tentámos assustá-lo, tentámos de tudo. Nada.
Durante esse tempo, o alarme não disparou. Então resolvemos fechar tudo e vir embora.
Não sabemos que é feito do rato. Não o vimos ir para a rua. Mas não o descobrimos em lado nenhum nem o alarme voltou a disparar. Vamos fazer figas para que tenha fugido para a rua, para o seu habitat.
De tarde, o meu marido foi à sua vida e eu à minha. Reuniões de seguida, uma das quais de rebimba o malho mas em mau. Acabei a última já passava das sete e meia. Noite cerrada e fria. E depois várias coisas para tratar.
Resumindo: depois de uma quase directa e de um dia assim, estou capaz de cair para o lado. Além disso, esta friday vai começar bem, com mais uma daquelas conversas tidas na secreta.
Portanto, lamento, mas hoje não tenho nada de nadica a dizer. Com vossa licença e pedindo muita desculpa por não conseguir responder e agradecer aos comentários (a ver se amanhã à noite o consigo), vou ver se descanso um pouco e esperar que o bicho rabudo, aka o cabrão do rato, não ande pela casa a fazer das suas e não faça disparar o alarme.