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terça-feira, 3 de abril de 2012

Em nova missão sacrificial, Barroso reassume-se como primeiro-ministro de Portugal

«Bruxelas admite fim dos subsídios de férias e de Natal», por Ana Rita Faria e Isabel Arriaga e Cunha

domingo, 30 de outubro de 2011

Crise temporária deve tratar-se com empobrecimento estrutural?

Essa parece ser a receita do actual governo português, seguindo a prescrição da farmacêutica Merkel.

Além da receita só servir para piorar a saúde do paciente, o modo como foi apresentada é demagógica e subreptícia.

Demagógica, porque se busca passar a ideia do corte dos 13.º e 14.º salários na função pública como medida justa para reduzir os privilégios dos funcionários públicos, dando a entender que a nossa crise, e a da dívida soberana, é exclusivamente da dívida pública. Contra as falsidades, é preciso repetir: no essencial, tal dívida é dos sectores privados dos países europeus com problemas, como muitos peritos já o disseram, incluindo o social-democrata Silva Peneda (cf. aqui). É verdade que existe uma discrepância entre público e privado a nível salarial, mas ela deve-se unicamente a 2 factores (como refere o historiador económico Pedro Lains aqui): uma maior redistribuição nos salários na base (até €1500, i.e., dos «administrativos») e a igualdade salarial para homens e mulheres. Pois é, no privado nem isso é cumprido, em pleno século XXI e é aí que estão das desigualdades salariais mais imorais. Então é para compensar essas iniquidades existentes nos privados que se faz tais cortes no público?

Subreptícia, porque a intenção é reduzir as remunerações de todos os assalariados (incluindo os do privado) e pensionistas em termos estruturais, começando pelo mais fácil. Sim, porque os do topo continuarão a ver crescer os seus vencimentos. No final desta semana, o ministro Relvas e o premiê assobiaram ao de leve nesse sentido: Relvas afirmou candidamente, como se enunciasse apenas um dado de cultura geral, que «Muitos países da União Europeia - cito-lhe a Holanda, a Noruega, a Inglaterra -, vários países da UE, só têm doze vencimentos». Esqueceu-se de dizer o resto: que aqueles países são dos que têm os salários médios anuais mais altos da OCDE, enquanto Portugal é dos que estão na cauda! A agenda vem toda desmontada no artigo «Governo abre a porta a mexidas nos subsídios do sector privado», do jornalista João Ramos de Almeida (vd. tb. caixas adjuntas). Nele se incluem os dados salariais, retirados do site da OCDE (vd. aqui os resultados por país).

Sobre os cortes, a sondagem do Expresso de sábado mostra um repúdio maciço: o tiro saiu pela culatra.

Nb: para quem quiser saber realmente que regime salarial vigora na Holanda, Noruega e Inglaterra pode ler este oportuno post.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Europa do sul, a nova colónia

A chanceler alemã Angela Merkel incitou anteontem à redução das férias e ao aumento da idade da reforma nos países periféricos da União Europeia, considerando que estes abusam. Embrulhou a coisa numa exortação à uniformização europeia da idade de reforma, 67 anos, e do período de férias.

Em prol dum módico de justiça, esqueceu-se de complementar essas propostas com o mesmo n.º de horas de trabalho e o mesmo salário para todos (aqui um contraponto possível; nb: não encontrei em linha a entrevista de hoje do António Chora ao DN).

Quando aí chegar, então sim, estará aberto um bom debate. Até lá, é só populismo e a negação do ideal europeu.

quarta-feira, 30 de março de 2011

Os verdadeiros emplastros...

... são todos aqueles que vivem faustosamente enquanto chefes disto e daquilo na administração pública. É o forrobodó total, mesmo em tempos de crise profunda.
O último caso é a Empresa Meios Aéreos, cujo presidente ganha mais de 6500€ mensais e cujo salário médio mensal dos 58 funcionários supera os 3000€ (cf. aqui). Na opinião do secretário de Estado Vasco Franco, escandoloso é cortar nestas despesas. Seria o mesmo que acabar com a TAP. A mesma TAP com um presidente a ganhar +de 400 000 anuais, continuando a empresa no vermelho. Está tudo dito sobre o que pensam as elites da sua auto-promoção e dos seus privilégios.
Há muito que se ouve dizer que isto e aquilo são migalhas. Mas isto tudo junto, milhares de empresas públicas desnecessárias, milhares de chefias sem qualquer vantagem para o público, acumulações de salários e reformas, valem muitos milhões de euros, muitos mesmo.
Durante muito tempo, as elites dominantes fingiram que não. Agora, parte dessas elites revelam casos de desperdício. Ainda bem. Que não se esqueçam de cortar no resto das mordomias, quando estiverem no poder.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

A sério? Têm mesmo a certeza? E fugirão de quê? Das regalias principescas? Ah, tem gente que sofre!

terça-feira, 4 de maio de 2010

É controverso e tem a sua ironia: se calhar no próximo censo já não haverá tanta gente a dizer-se católica...

Os trabalhadores do sector privado que tenham de faltar devido ao encerramento de escolas no dia 13 de Maio [3.º dia da visita do Papa a Portugal] terão de perder um dia de férias ou um dia de salário [vd. «Escolas fechadas: pais têm de perder um dia de férias ou de salário»]

O pior é para quem não se assume como católico...

quinta-feira, 1 de abril de 2010

A vantagem de dirigir empresas monopolistas num Estado para alguns

ADENDA para reacções de vip's que ainda têm vergonha na cara: «António José Seguro considera “obscenos” valores pagos ao presidente da EDP em 2009».

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Blogofrase da semana

Jardim Gonçalves, fundador e ex-presidente do BCP- Banco Comercial Português

sexta-feira, 13 de abril de 2007

Compensa...

















quarta-feira, 4 de abril de 2007

436%?!

Lido no Público On-Line:

"O debate em torno dos limites salariais dos quadros do Estado reacendeu-se devido à possibilidade de Paulo Macedo, Director-geral dos Impostos, vir a abandonar o seu cargo pelo facto de auferir um salário bastante superior ao do primeiro-ministro. O líder da administração fiscal recebe cerca de 23.360 euros, enquanto José Sócrates tem um vencimento base mensal de 5360 euros."

Eu estou longe de ser especialista nestas matérias, mas, assim de repente, parece-me verdadeiramente escandaloso o salário do Director-Geral de Impostos. É que não está apenas em causa aquele ser mais elevado do que o do primeiro-ministro (que me parece muito baixo, aliás); impressionante mesmo é essa relação ser da ordem dos 436%!!!

Parece-me sensato que, na administração pública, ninguém deva ganhar mais do que o Primeiro-Ministro - que, repito, devia ver o seu salário substancialmente aumentado.

terça-feira, 27 de março de 2007

O bolo, as fatias, e a faca

Os tempos não estão fáceis para uma política amplamente redistributiva em Portugal. Se conseguirmos que as desigualdades entre os extremos não aumentem já é capaz de não ser mau. Mas a função pública podia dar um bom exemplo. Aliás, não sei porque é que uma prática deste género não é defendida (já nem digo posta em prática) há mais tempo: em vez de os funcionários públicos verem o seu salário sofrer um aumento indexado a um mesmo valor percentual, o Governo e os sindicatos podiam perfeitamente, para o mesmo bolo, tentar chegar a um acordo para instituir um esquema progressivo. Por exemplo, em vez de serem todos aumentados em, imagine-se, 1,5%, os "pequenos" podiam ser aumentados em 2,0% e os "grandes" em 1% (como dizia o outro, depois era fazer as contas). Será que as aristocracias sindicais aguentavam semelhante radicalismo? :)
Ou, para citar o bom do G.A.Cohen, If You're an Egalitarian, How Come You're so Rich?

sábado, 3 de março de 2007

Sobre a "retórica" e a "ideologia" da sociedade do conhecimento


Renato, para quem acha isso da sociedade do conhecimento é "retórica" e uma "ideologia oca de Estado", então ainda não percebeste a gravidade da situação. Ela é muito mais grave do que as 150 mil pessoas que ontem estiveram nas ruas pensam, e se não houver uma estratégia nacional firme vai ficar pior. Olha para este quadro com atenção e encontra Portugal. E depois olha para os nossos competidos directos num futuro próximo em termos de custos do trabalho. Procura a Eslováquia, a Rep.Checa, a Hungria, já para não falar dos outros países. Vão ser duas décadas pelo menos até chegar a um nível de escolarização comparável. Explica-me como é que queres salários altos numa economia com este perfil de qualificações.
Os sindicatos bradam contra os baixos salários? Eu também. Quem não clama? Então se querem ser levados a sério, eles que ajudem naquilo que podem, enquanto parceiros institucionais que são, que é mobilizar jovens e adultos para regressar à escola, certificarem a sua experiência e melhorarem as suas qualificações (seriam muito mais úteis do que andar a agitar bandeiras e vociferar os slogans do costume, aquilo que tu vês como prova de força e eu vejo como a prova do desespero). A alternativa a não inverter este quadro é concorrermos directamente com a China e outros países em industrialização acelerada, que fazem um sapato e montam um automóvel por uma fracção do que os nossos trabalhadores levam. Depois não se queixem dos baixos salários. Ah, e do desemprego de dois dígitos que um dia talvez seja impossível de evitar. Mas culpar o Governo por método, convicção e sistema, em vez de todos assumirem as suas culpas é muitíssimo mais fácil.