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quarta-feira, 10 de agosto de 2011

A propósito de desportos radicais e de pilhagens, doutro jaez, claro (não sei porquê mas acho que conheço este tipo...)

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Uma tarde no parlamento

O parlamento português discutiu hoje o estado da nação. Foi um debate interessante, confirmando a justa centralidade deste órgão no sistema político. Houve análises, farpas e números para todos os gostos.
O premiê escudou-se nas estatísticas favoráveis para 2006-9 (p.e, diminuição da pobreza e das desigualdades sociais) e daí não saiu. A oposição de esquerda (BE , PCP e Verdes) criticou a aliança do governo com a direita política, plasmada nos planos de austeridade que penalizam o trabalho, acentuam a assimetria com o capital e os favorecidos e agravam a crise económica e social. Mas a não apresentação de propostas concretas no debate acaba por penalizar estes 2 partidos, contribuindo eles próprios para a falta de pressão para convergências à esquerda, por falta de visibilidade das suas alternativas.
À direita, o PSD foi o primeiro a constatar o estado de denegação do governo face à realidade, e espera pelo desgaste da situação para se impor em eleições antecipadas, ou outras. O CDS reiterou o agravamento da carga fiscal para a classe média (situação única na Europa) e, a meio da tarde, pediu a demissão do governo e a formação duma grande coligação - consigo, o PS e o PSD -, ao estilo alemão. Uma proposta legítima, ainda que nunca tentada por cá, ao invés da Alemanha, onde é frequente.
Por seu turno, os media vão engrossando o cenário de eleições antecipadas após a eleição do Presidente da República. É outro cenário possível, caso o PSD chumbe o orçamento para 2011 e o PS resolva roer a corda. Mas também é possível que este governo continue até ao fim da legislatura*. Ou não?
Seja como for, deviam ser mais diversificados os cenários em cima da mesa... Será que Alegre pode ajudar a desbloquear maiores convergências à esquerda ou a sua margem de manobra limitar-se-á apenas à sua campanha presidencial? A ver vamos as cenas dos próximos episódios.
*alguns trunfos nesse sentido: o retomar do concurso da 3.ª travessia sobre o Tejo; os mil milhões de ajuda para as empresas conseguirem os apoios do QREN (dada a falta de crédito junto da banca...); e, se se confirmar, a esperada subida na arrecadação de receitas pelo Estado.

quarta-feira, 4 de abril de 2007

436%?!

Lido no Público On-Line:

"O debate em torno dos limites salariais dos quadros do Estado reacendeu-se devido à possibilidade de Paulo Macedo, Director-geral dos Impostos, vir a abandonar o seu cargo pelo facto de auferir um salário bastante superior ao do primeiro-ministro. O líder da administração fiscal recebe cerca de 23.360 euros, enquanto José Sócrates tem um vencimento base mensal de 5360 euros."

Eu estou longe de ser especialista nestas matérias, mas, assim de repente, parece-me verdadeiramente escandaloso o salário do Director-Geral de Impostos. É que não está apenas em causa aquele ser mais elevado do que o do primeiro-ministro (que me parece muito baixo, aliás); impressionante mesmo é essa relação ser da ordem dos 436%!!!

Parece-me sensato que, na administração pública, ninguém deva ganhar mais do que o Primeiro-Ministro - que, repito, devia ver o seu salário substancialmente aumentado.