quinta-feira, 9 de dezembro de 2010
Valeu a pena a pressão internacional
Posted by Daniel Melo at 20:11 4 comments
Labels: cidadania, direitos humanos, Irão
quarta-feira, 24 de junho de 2009
Verde que não te quero ver-te.
Verde que te quero verde/ Verde vento. Verdes ramas/ O barco vai sobre o mar e o cavalo na montanha/ Com a sombra pela cintura / ela sonha na varanda, / verde carne, tranças verdes, /
com olhos de fria prata / Verde que te quero verde (...). Aqui, a poesia completa.
É o que diz as primeiras linhas da poesia “Romance Sonâmbulo”, de Federico García Lorca. Entretanto, este é um verso que os detentores do poder no Irã não querem sequer ouvir falar, quanto mais ver algo de cores verdejantes. E foi exatamente por usarem pulseiras verdes que 4 jogadores de futebol foram banidos da seleção do país. Mais.
Posted by Sappo at 20:06 0 comments
Labels: Federico García Lorca, futebol, Irão, poesia
segunda-feira, 15 de junho de 2009
Um post (ligeiramente) contra-corrente, para relativizar
No seguimento dos dois posts anteriores do Manolo, ocorre-me uma questão: Será realmente impossível Ahmadinejad ter ganho as eleições no Irão com mais de 60%? Será que a única explicação possível para este resultado é uma gigantesca fraude eleitoral? Ou será que estamos (nós no ocidente) a projectar os nossos desejos no eleitorado iraniano? Essa é pelo menos a ideia defendida neste texto (escrito logo no sábado), que, concorde-se ou não, vale a pena ler.
O facto é que não vi em lado nenhum provas convincentes de que houve fraude. O facto é que as prisões de opositores e a proibição das manifestações demonstram que Ahmadinejad, e o resto do poder, não gosta de contestação, mas não demonstra que a houve fraude eleitoral. O facto é que no ocidente (quase) todos desejamos que Ahmadinejad não seja re-eleito, mas isso não prova que a maioria dos iranianos pensa o mesmo. O facto é que há enormes manifestações em Teerão, mas número de manifestantes e número de votantes não são a mesma coisa. O facto é que não somos nós no ocidente quem escolhe o presidente do Irão, pelo menos no caso de ser uma eleição democrática, e seja qual for a decisão do povo iraniano teremos que viver com ela. Dito isto, e porque continuo sem saber quem ganhou realmente as eleições no Irão, desejo sinceramente que tenha sido Mousavi, ou melhor, que não tenha sido Ahmadinejad, e que tendo sido essa a vontade expressa dos iranianos, que ela seja respeitada. Nunca esquecendo que entre o que eu desejo, e o que deseja o povo iraniano há uns quantos milhões de votos de diferença.
Posted by Zèd at 22:07 3 comments
Labels: debate, democracia, Irão
terça-feira, 17 de julho de 2007
Persépolis
A animação é excelente, os ambientes que o preto e branco sem cinzentos criam funciona belissimamente. Mas o melhor para mim foi a sensibilidade com que o filme é feito, que se revela sobretudo na evolução da perspectiva do narrador ao longo do filme. O narrador é a própria Marjane, que começa como criança, e conta a estória como uma criança, e ao longo do filme vai evoluindo para adolescente inconsciente com crises de rebeldia, estudante emigrada, jovem idealista e mulher adulta. A narrativa acompanha na perfeição essa narrativa. A relação de Marjane com a avó, que atravessa todo o filme, é tocante.
Adenda: Esqueci-me de referir que na versão francesa as vozes de Marjane e da avó são emprestadas por Chiara Mastroiani e Catherine Deneuve respectivamente. Vão muito bem.
Posted by Zèd at 09:38 1 comments
Labels: cinema, Irão, Marjane Satrapi, Persépolis
domingo, 1 de abril de 2007
Uma verdade inconveniente
Enquanto todos aguardam a libertaçao dos 15 elementos da marina britânica capturados há mais de uma semana pela Guarda Revolucionária Iraniana - e enquanto todos se legitimamente preocupam pelo bem-estar dos reféns, é altura de reflectir como as forças aliadas, e em muito particular os EUA em Guantánamo, tratam os elementos que mantêm presos. Ronan Bennett, no The Guardian da passada sexta-feira, coloca o dedo na ferida.
"It's right that the government and media should be concerned about the treatment the 15 captured marines and sailors are receiving in Iran. Faye Turney's letters bear the marks of coercion, while parading the prisoners in front of TV cameras was demeaning. But the outrage expressed by ministers and leader writers is curious given the recent record of the "coalition of the willing" on the way it deals with prisoners.
Turney may have been "forced to wear the hijab", as the Daily Mail noted with fury, but so far as we know she has not been forced into an orange jumpsuit. Her comrades have not been shackled, blindfolded, forced into excruciating physical contortions for long periods, or denied liquids and food. As far as we know they have not had the Bible spat on, torn up or urinated on in front of their faces. They have not had electrodes attached to their genitals or been set on by attack dogs.
They have not been hung from a forklift truck and photographed for the amusement of their captors. They have not been pictured naked and smeared in their own excrement. They have not been bundled into a CIA-chartered plane and secretly "rendered" to a basement prison in a country where torturers are experienced and free to do their worst. (...)"
Posted by Hugo Mendes at 13:46 7 comments
Labels: EUA, Guantánamo, Irão, reféns, Reino Unido