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sábado, 3 de março de 2012

Livros que tomaram partido

Na próxima 2.ª feira será inaugurada a mostra «Livros que tomam partido: editoras de caráter político na transição da ditadura em Portugal (1968-1982)», na Biblioteca Museu República e Resistência, em Lisboa (Estrada de Benfica, 419).

Em paralelo, decorrerá um ciclo de debates, organizado pelo historiador Flamarion Maués. Tenho o prazer de coordenar a 2.ª sessão, dedicada a testemunhos de representantes de editoras da resistência, como Sérgio Ribeiro (Prelo Editora), José Antunes Ribeiro (Ulmeiro e Assírio & Alvim) e João Barrote (Paisagem, Publicações Escorpião e Textos Exemplares). Deixo-vos em baixo o programa completo dos 3 debates.

Sessão 1 – 6 de março de 2012, às 18h30
A edição de caráter político em Portugal no período 1968-1982, por Flamarion Maués (doutorando na Universidade de São Paulo e investigador do IHC-FCSH-UNL)
– comentadores: profs. Maria Inácia Rezola (Univ. Nova Lisboa) e José Manuel Lopes Cordeiro (Univ. Minho)

Sessão 2 – 13 de março de 2012, às 18h30
Relatos de experiências: as editoras da resistência, 1960-1970
- Sérgio Ribeiro (Prelo Editora)
- José Antunes Ribeiro (editoras Ulmeiro e Assírio & Alvim)
- João Barrote (editoras Paisagem, Escorpião e Textos Exemplares) 
- comentador: prof. Daniel Melo (FCSH-UNL)

Sessão 3 – 20 de março de 2012, às 18h30
Relatos de experiências: as editoras da Revolução, 1974-1976
- Francisco Melo (UNICEPE e Editorial Avante!)
- João Soares (Perspectivas & Realidades) 
- Fernando Abreu (Edições Base) 
- comentador: prof. Nuno Medeiros (FCSH-UNL)

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Para não esquecer que a autonomia universitária é um bem precioso e muito recente

«Cerimónia de Homenagem aos docentes demitidos das universidades portuguesas durante o Estado Novo»

(29/XI, 18h, Reitoria da UL; 30/XI, 17h,  reitorias da UTL e UP; 19/XII, UC)
nb: para os interessados, eis a lista dos vitimados nos anos 1930-40.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

O mundo do livro no Portugal salazarista


Mais informações sobre esta iniciativa no blogue da livraria Culsete.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Memória de uma cooperativa cultural em tempos adversos

A cooperativa em foco é a Confronto, e a evocação cabe a Mário Brochado Coelho, num livro que será apresentado esta noite no Porto, na Biblioteca Municipal Almeida Garrett (vd. convite ao lado).
A obra, intitulada Confronto - memória de uma cooperativa cultural. Porto 1966-1972, é editada pela Afrontamento.
Esta associação pertenceu ao movimento de cooperativas culturais que funcionou como pólo de resistência ao Estado Novo. Para mais informação sobre a obra, vd. esta súmula do autor.

terça-feira, 8 de junho de 2010

À atenção dos cenógrafos: para uma recreação perfeita é indispensável a saudação romana


quarta-feira, 2 de junho de 2010

Quem tem medo do debate historiográfico?

Isto tudo começa na peça «A História de Rui Ramos desculpabiliza o Estado Novo?». Mas vai mais longe do que o mero registo, já agora, se dão licença...
Ao contrário do que parecem supor alguns jornalistas, nem todos os historiadores temem o debate historiográfico, ainda que tenham que recorrer a meios menos convencionais, como a blogosfera, para o relançar nos tempos actuais. A tal propósito veja-se este debate encetado no blogue Fuga para a Vitória, nos idos de 2006: «Modernidade, resistências e ambiguidades» e «Da natureza do salazarismo (revisão da problemática)». Ou, sobre a Guerra civil de Espanha, este post de resumo duma controvérsia à portuguesa: «Estavam mesmo a pedi-las, ou Luciano e a sua cruzada purificadora».
Outros espaços foram sendo ocupados em debate de ideias: assim de repente, lembro-me das revistas Ler História (nos seus tempos de juventude...), História (p.e., o debate sobre o acesso ao Arquivo da PIDE/DGS) e Vértice (p.e., sobre a natureza do regime de Salazar e Caetano). Já para não falar dos inúmeros congressos, colóquios, encontros e afins que marcaram este último trinténio.
Para rematar, dizer apenas que mais uma vez o debate está a ser muito afunilado pelos media mainstream, esquecendo-se outras obras entretanto saídas e como um confronto conjunto poderia dar um debate bem mais interessante. Para dar alguns exemplos, de âmbito também geral, iniciou-se uma inédita história de Portugal de António Borges Coelho, cujo 1.º de 7 volumes se intitula Donde Viemos. De âmbito mais circunscrito, porventura onde o debate é mais profícuo, temos um número considerável de novas obras sobre a I República, até agora o período mais mal estudado do século XX português. E o alcance desta produção pode ser tal que arriscamo-nos a que o período menos conhecido passe a ser o pós-25 de Abril...

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Tugalândia, modo de usar

Nb: +inf. sobre o programa em apreço aqui (caso tenha dificuldades em ver o video até ao fim, sugere-se a sua visualização nesta hiperligação).

terça-feira, 3 de novembro de 2009

No aniversário das eleições de 1969

Durante as eleições de 1969, as primeiras do marcelismo, o padre Felicidade Alves não pôde participar tanto quanto queria devido ao processo canónico que estava a decorrer, após ter sido removido de pároco de Belém, em 1968, por causa das posições que tomou contra a guerra colonial. Em 1970 foi excomungado pelo cardeal Cerejeira. Aderiu ao PCP. Reconciliou-se com a Igreja Católica em 1998, por ocasião do seu casamento celebrado pelo actual cardeal-patriarca. Escreveu uma carta a apoiar a Comissão Democrática Eleitoral (CDE), que foi publicada no boletim na CDE de Lisboa, em Outubro de 1969. Eis alguns excertos:
«(…) para já, o manifesto da nossa “irmã” – a CEUD – deu-me uma alegria imensa. O que ali se diz ficará como monumento duma viragem política: poder-se atacar sem rodeios o mito nacional-patrioteiro de que “aquilo é nosso e sempre o será” (como se um povo pudesse ser proprietário de outros povos!) é um gesto histórico. Eu seria mais radical, mais explícito em certos pontos: mas é imenso o passo que se deu. (…)
Penso que não se deve deixar passar nem um dia nem uma ocasião para denunciar ao público – e obrigar as pessoas honestas que deram o seu nome às listas da UN a reconhecerem se sim ou não – as criminosas arbitrariedades e as esmagadoras cilindragens operadas pelas duas patas destruidoras de que dispõe a situação prevalecente: A Censura e a Pide. (…)
A nossa luta não termina no dia 26 de Outubro. Ou melhor: é então que a nossa luta mais se impõe e se deve intensificar. Como? Ver-se-á. Mas o ideal, a utopia (no sentido nobre da palavra) é a construção duma sociedade em que reine a Liberdade, a Igualdade, a Fraternidade; em que não haja classes ou pessoas privilegiadas (….)
Finalmente, há uma esfera de problemas que vós não tratareis, mas que para mim são fundamentais. Refiro-me ao incestuoso conúbio entre as coisas políticas e as coisas sacrais, entre as hierarquias eclesiásticas e as autoridades políticas, entre as estruturas de pensamento clerical e as estruturas de pensamento opressivo e repressivo. É um vasto mundo de infiltrações recíprocas, extremamente insidiosas, que urge desmascarar. O regime concordatário, em que vivemos, amordaça mais a Igreja do que o Estado: mas sobretudo é nefasto para os cidadãos e para os crentes. Mais do que o regime jurídico, são as situações de facto, em que a igreja católica dá cobertura moral à Situação e às suas prepotências, e a Governação oferece o seu braço secular armado aos interesses (aliás equívocos) da religião dominante. Vós não entrareis nessa problemática e fazeis bem. Deixai – a nós – cidadãos como vós, além disso discípulos convictos do profeta Jesus de Nazaré. E, nesse sentido, em breve serão difundidos alguns textos [e foram, nos Cadernos do GEDOC, publicação semi-clandestina que se tornou clandestina e acabou quando os seus organizadores foram presos pela PIDE] em que serão focados temas nevrálgicos, como o casamento concordatário e as suas injustiças; o serviço antievangélico e degradante dos capelães militares, as ambiguidades do ensino da religião e moral nas escolas; a abusiva intromissão do Governo na nomeação dos bispos; o regime das missões católicas, etc.»

As Eleições de Outubro de 1969. Documentação básica, Lisboa, Publicações Europa-América, 1970, p. 115-116.

sábado, 20 de junho de 2009

O futuro dum Museu de Arte Popular

O  Museu de Arte Popular de Lisboa está em risco de desaparecer, e com ele os murais e pinturas de artistas plásticos reconhecidos, bem como o seu acervo. O pretexto é a construção dum Museu da Língua no seu lugar, sem se argumentar da validez em obliterar parte da arte popular portuguesa musealizada e da memória da Exposição do Mundo Português e da política cultural dum regime anterior, esse ditatorial.

Aliás, se mais nada ilustrasse, este caso é, lamentavelmente, um novo comprovativo da ausência de estratégia patrimonial por parte deste governo. Isto incluí a relevante vertente museológica.

Como o Estado central faz figura de «corpo presente», um movimento da sociedade civil forçou aquilo que deveria ser um pressuposto básico inicial: a existência dum debate público alargado, crítico, claro e informado. Esse movimento lançou esta petição e este blogue. Hoje fará uma apresentação pública das suas ideias junto ao  Museu de Arte Popular, em Belém, defronte ao CCB do lado do rio (e da ferrovia), pelas 16h. Esse colóquio público contará com as intervenções de Raquel Henriques da Silva, João Leal, Rui Afonso Santos, Vera Marques Alves, Alexandre Pomar, Catarina Portas, Joana Vasconcelos, Rosa Pomar, entre outros.

Para não parecer que o Estado é monolítico, convém dizer que a Assembleia Municipal de Lisboa aprovou esta moção apelando à defesa do MAP por parte do órgão executivo municipal.

Nb: imagem da fachada do MAP, foto de Mário Novais. Vd. também este mural de Tom e Manuel Lapa para a sala de Entre-Douro-e-Minho do MAP.

terça-feira, 28 de abril de 2009

A epopeia da pesca do bacalhau

Trabalho, epopeia, bacalhau: um fado português. Sobre esta relação, é imperdível o documentário The white ship. The Portuguese 1966 cod fishing fleet Grand Banks (1967), de Hector J. Lemieux e chancela da National Film Board of Canada. O barco que o cineasta acompanha é o Santa Maria Manuela, na campanha de 1966, pelo mares de Grand Banks (Este de Newfoundland, Terra Nova, Canadá) e Davis Straits (a Oeste da Gronelândia). Este filme foi premiado no International Festival of Films on People and Countries (La Spezia, Itália), em 1969.

Nb: cortesia de Miguel Soares; para uma versão em formato menor vd. aqui.