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segunda-feira, 21 de novembro de 2011

O serviço público de radiodifusão: um governo sem soluções consistentes, só agenda político-ideológica

Desconcertante é o mínimo que se pode dizer do relatório sobre o serviço público de televisão elaborado por uma comissão oficial. Daquilo que transpirou, e já foi demais, ressalta uma ideia que é puro harakiri: a comissão considera que a tv pública (leia-se, RTP) deve reduzir-se ao mínimo por ser susceptível de governamentalização, mas o seu canal externo (a RTP internacional) deve manter-se e ser «orientado» pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros.

Diz-se que assim se segue o modelo inglês: nem isso é correcto, pois a BBC é completamente independente do governo em matéria editorial e institucional.

Mas o pior nem vem da comissão mas sim do governo: agora querem dar autonomia regional à RTP-Açores e à RTP-Madeira. Não chega já de instrumentalização e de desperdício de recursos? Dois canais nacionais não servem às regiões? Hoje soube-se que o governo quer que o canal interno que sobrevier (o outro principal será privatizado) seja sem publicidade nem informação, um nado-morto para acabar com qualquer serviço público de tv e dar mais dinheiro do bolo publicitário aos privados.

Resta-me dizer que até sou dos que sou a favor duma reforma profunda na tv pública, algo como uma semi-extinção, mas não assim. Eu proporia a extinção da RTP Memória (ninguém vê), a redução da RTP1, RTP2 e RTP-Internacional a um único canal, com um perfil resultante da fusão entre RTP2 e RTP-Informação, mas reforçado com serviço educativo e documentários, além de desporto diversificado. Já quanto à rádio, não me sinto suficientemente informado para opinar, embora considere que a Antena 1 e a Antena 2 têm bons programas, a questão é a sua divulgação.

terça-feira, 8 de março de 2011

Quem tem vergonha de se saber a verdade sobre os falsos recibos verdes?

«PCP garante que censos vão esconder falsos recibos verdes», por Sofia Rodrigues

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Quando as fugas de informação servem para denunciar crimes contra a própria liberdade de informação também há quem discorde

Vídeo secreto mostra pilotos dos EUA a disparar contra fotógrafo da Reuters

«O Pentágono deverá agora aumentar a pressão para tentar impedir material classificado de ser divulgado no site, que já descreveu como uma ameaça à segurança nacional.

Criado em 2006, o Wikileaks tem por missão promover a transparência dos governos, instituições e empresas. É alimentado através de fugas de informação (leak, na gíria dos media), principalmente por fontes anónimas. Já tinha divulgado relatórios militares classificados sobre armas, unidades militares e estratégia de combate.
»

Ver video «Collateral murder», que tem este site específico.

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Antes que seja tarde...

Aqui está uma boa nova - simples, eficiente e útil, sobretudo para quem perder o envelhecido e gordurento pedaço de papel; enfim, para todos nós, a partir do momento em que existir para todos e deixar de ser apenas anúncio de propaganda: «Boletim de saúde electrónico vai estar on-line ainda este ano».

sábado, 4 de abril de 2009

Última hora - novos congestionamentos: primeiro-ministro português entope tribunais da vara de Lisboa com processos para todos os gostos

Depois das empresas de telecomunicações, cabo e afins, a bulimia judicial chegou às altas esferas políticas. À anterior mão-cheia de processos, o premiê junta agora mais dois: um, que vai até Itália e conecta uma ex-deputada alegadamente pouco convincente no tu-cá tu-lá com a monogamia (há quem diga que já requentado, com o texto amaldiçoado a forrar caixotes do lixo de há um mês atrás); e o outro, que atinge um jornal alegadamente reincidente na traquinice.
Desta feita, a blogosfera ficou de fora. Até ver, que ele há quem esteja a tirar senha* e também queira festa, numa toada masoquista (ou sadomaso?).
Está visto: o Carnaval é quando um homem quer.
Crise? Qual crise? Entretenham-se com a futebolice e o novo Carnaval, que isso passa.
___
*Eis um apanhado, muito pela rama (inclui demonstrações visuais do clube de fãs dum dos perseguidos): Carlos Nunes Lopes; Paulo Pinto Mascarenhas; Miguel Barroso; Pedro Sales; Nuno Ramos de Almeida; Pedro Vieira; e Carlos Vidal.
Nb: cartoon de GoRRo (c) 2007-9.

quinta-feira, 5 de julho de 2007

Réplica a José Reis Santos, a propósito do Arquivo Municipal de Lisboa

Caro José Reis Santos,
Respondo-te como munícipe, historiadora e arquivista ao teu post de comentário ao meu anterior.
Ponto prévio: ao contrário do que afirmas, entendo que, nas políticas cultural e da informação da CML, a reabertura do Arquivo Histórico Municipal é uma prioridade absoluta. Trata-se da memória organizacional do Município e social da cidade, é o acesso público a um dos mais importantes arquivos do país que está em causa.
Pegando no teu repto, ultimamente não temos assistido a grande interligação entre a Universidade e a História Local de Lisboa e percebe-se porquê. A maioria do acervo do Arquivo Municipal de Lisboa (AML) está inacessível ao público (estudantes, professores e investigadores das universidades incluídos) há quase cinco anos. Podem fazer-se trabalhos de pequeno fôlego só com base em fontes impressas, mas trabalhos de maior envergadura exigem a consulta de fontes de arquivo. A impossibilidade de aceder às fontes primárias do AML tem impedido a realização de estudos académicos sobre a História Local de Lisboa.
Há cerca de dois anos encontrei num Congresso um historiador da Faculdade de Letras que costumava participar nos colóquios temáticos organizados pelo Arquivo Municipal de Lisboa; disse-me que já não sugeria aos alunos temas de trabalho ligados à história de Lisboa porque o Arquivo estava fechado e os colóquios nunca mais se tinham realizado.
Uma melhor interligação entre a Universidade e a Autarquia no que toca aos estudos sobre Lisboa passa primeiro pela resolução do problema do acesso à documentação. É com espanto e tristeza que vejo que os historiadores mais influentes da nossa praça, em vez de exigirem a reabertura do Arquivo, desistiram de estudar Lisboa.
Depois, há que apostar no estabelecimento de parcerias e protocolos. A definição de prioridades no que respeita ao tratamento documental, à disponibilização de descrições e reproduções online, etc., poderia tomar em linha de conta as agendas de investigação. Lamento que não haja em nenhuma universidade lisboeta um centro de investigação interdisciplinar sobre questões transversais à Cidade.
Quanto ao financiamento, já em diversas ocasiões afirmei que “tal como os químicos, os físicos, os biólogos, etc. necessitam de laboratórios bem apetrechados para desenvolver a sua investigação científica, também os historiadores (e outros cientistas sociais) dependem da existência de arquivos em boas condições de conservação, acesso e comunicação. A salvaguarda, a descrição e a divulgação de milhões de documentos do nosso passado exigem, à semelhança dos laboratórios científicos, financiamentos avultados. Sem arquivos acessíveis aos investigadores não há conhecimento histórico. Sem conhecimento histórico não haverá cidadania plena”. Concordo plenamente que as Universidades e a Autarquia, no caso em análise o AML, podiam apresentar projectos conjuntos à FCT e a programas europeus.
A pós-graduação da UAL foi, de facto, uma ideia feliz. Assisti com gosto a grande parte das aulas da primeira edição. Hoje, no quadro do processo de Bolonha, o modelo da pós-graduação já não faz sentido. Mas um Mestrado em Estudos Olisiponenses, numa perspectiva multidisciplinar, faz falta e teria procura. Tal como uma “escola” de formação contínua.
Por motivos profissionais, não me pronuncio sobre o trabalho desenvolvido por serviços da CML. Digo apenas que o futuro está na cooperação entre todos, tendo sempre em vista o interesse do cidadão.