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sábado, 3 de dezembro de 2011

Tributo a Luiz Pacheco (hoje, a não perder!)


quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Um homem dividido vale por dois

De repente, o grande escritor «maldito» Luiz Pacheco voltou a estar na berlinda. Ainda bem, pois merece-o.

Associando-se ao trabalho de levantamento sistemático da produção escrita e gráfica de Pacheco pelo alfarrabista Luís Gomes (da Livraria Artes e Letras) e pela sua editora (Publicações D. Quixote), a Biblioteca Nacional de Portugal co-organizou a exposição «Contraponto: 1 homem dividido vale por 2» (até 27/II/2010 na Galeria da BNP) e co-editou o respectivo duplo catálogo, que «procura reunir a dupla faceta de autor e editor». Os catálogos intitulam-se Luiz Pacheco - 1 homem dividido vale por 2 e Contraponto- bibliografia.

A Contraponto a que aludem foi uma editora por si fundada em 1950, e onde foram divulgados grandes escritores portugueses e estrangeiros, sobretudo «de vanguarda».

Entretanto, em recente leilão, a BNP havia já comprado parte do espólio do artista, incluindo diversos textos seus (literários, recensões críticas a livros, provas tipográficas de Crítica de Circunstância), entrevistas e correspondência trocada com intelectuais e artistas.

Mais informações no site Luiz Pacheco - Portal oficial não-oficial, idealizado por João Tito. Textos do Peão sobre Luiz Pacheco: I e II.

domingo, 6 de janeiro de 2008

Luiz Pacheco (1925-2008), o libertino andarilho

Não sei nada. Duvido de tudo. Desci ao fundo dos fundos, lá onde se confunde a lama com o sangue, as fezes, o pus, o vómito; fui até às entranhas da Besta e não me arrependo. Nada sei do futuro, e o passado quase esqueci. Li muito e foi pior. Conheci gente estranha nesta viagem. Pobre gente [...] Mas um bebé! uma rapariga com o filho ao colo! os bambinos em volta! são os bichos mais exigentes e precisados de tudo. E há que lhes dar tudo. Eis, senhores, porque saúdo a manhã e faço gosto em a ver inda uma vez, eis porque a pardalada me incita. E no riso do meu Paulocas uma leve ironia contente me desperta, babada em leite e ternura. Somos puros. Sabemos e cumprimos. Bem-aventurados somos e vós, também,
Se sabeis estas coisas, bem-aventurados sereis, se as praticardes.
(Comunidade, 1964)

Descubro que o êxito e o fracasso são uma e a mesma cadeia e em tudo. O êxito para cima, o fracasso para baixo, e quando digo baixo digo baixo: sujidões, dívidas, vergonhas, podridão, loucura. Mas o que toma tudo igual é que ambas as cadeias se encontram, nada a fazer, meus caros, daqui a cem anos ninguém se lembra.

Acabara de falar dele ali atrás e eis que parte, aos 82 anos.
Dele li, num misto de maravilhamento e desconforto, Comunidade e O libertino passeia por Braga, a idolátrica, o seu esplendor. Maravilhamento, pelo seu desassombro, num estilo único, conciso, desconcertante, mordaz. Desconforto, por saber que muitas das piores misérias que descrevia haviam sido vividas pelo autor, causadas pela perseguição dos algozes da ditadura e suas polícias, a recriminação pela sociedade hipócrita e convencional que denunciou, as más condições de vida, a sua errância por vezes auto-mortificante.
Dele li, também com proveito, as crónicas que sairam no Público há uns anos atrás, atentas aos outros, às virtudes sérias e postiças. E, também, várias entrevistas, sempre imprevisíveis e cáusticas. Lufadas de ar fresco.
Auto-intitulou-se neo-abjeccionista para gozar o afã taxonómico dos convencionalistas falhos de imaginação.
Viveu a literatura por dentro, editou, criticou e polemizou como poucos por cá.
Até sempre, Pacheco.
*
PS: mais informação sobre Luiz Pacheco no Público e aqui, onde estão disponíveis várias hiperligações e entrevistas, incluindo uma pelo seu biógrafo e amigo João Pedro George, que recolheu as suas últimas entrevistas em O crocodilo que voa, uma edição para breve, pela Tinta da China.

sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Isto não é mais um ranking, apenas coisas boas descobertas em 2007

É isso aí, poupo-vos listagens, até porque apertaram a mancha... Salpico apenas 4 lembranças.
Em primeiríssimo lugar, eis finalmente o grande Luiz Pacheco em "portal oficial não-oficial"!! É um virtual não-usual, pela mão do incansável João Tito. Está lá tudo do autor, excepto peúgas, colheres de pau e bolas-de-berlim. É obra!
Depois, elogie-se a revista A.23, que acelera (auto)estrada fora desde 2006, numa scut sem portagem (por ora). Ao volante está, seguríssimo, o Ricardo Paulouro, da dinastia Jornal do Fundão. Avisam logo que é a verdadeira "isto é uma espécie de magazine", pois é feita em papel, tem boa pinta e boas reportagens! E ainda por cima com alguns n.ºs na Internet: que mais quereis?
Quanto a blogues, são tantos que o melhor é só anunciar um, bom e proveitoso: o Afrodite, um blogue sobre essa fantástica editora e seu mentor, Fernando Ribeiro de Mello, por Ricardo Jorge (será da família do médico?).
Last but not the least, elejo como blogger do ano o Zèd. Esteve em todas, com textos bem esgalhados, sentido posicional e muito fair play!!