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quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Atenção às novas ameaças à segurança mundial: tarjas e t-shirts!

As forças de segurança portuguesa não pouparam esforços para mostrar como atacar as novas ameaças à segurança mundial, e neutraliram duas delas na posse dum grupo de 36 filandeses: tarjas e t-shirts anti-NATO (felizmente que estes vikings tinham contado tudo no blogue deles, senão a coisa estaria tremida).
Sempre na dianteira, também conseguiram barrar a entrada a outra ameaça, uns folhetos dum tipo alemão que queria vir falar contra o nuclear. Sabe-se lá o que poderia sair desse papelusco, químicos radio-activos, ou, ou... fogo de dagrão, por exemplo. Ah, pois.
A outra acção foi reduzir o n.º de transportes públicos em Lisboa nos dias da Cimeira da NATO, para barrar as empregadas domésticas e outras pessoas perigosas que andam nesses meios transportando consigo lixívias e outros produtos assim tóxicos.
Ui, ui, quando se trata de lixívias, folhetos, tarjas e afins todo o cuidado é pouco...

segunda-feira, 17 de maio de 2010

O que tem que ser tem muita força

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Conquistas civilizacionais

«Aprovado diploma para permitir que homossexuais possam dar sangue»

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Por uma Europa hospitaleira

Foi apresentada recentemente uma Carta aberta sobre políticas de imigração europeias, alertando para situações de injustiça político-social e propondo um debate sério sobre o tema.
A carta surge num momento em que se reforçam a «Europa-fortaleza» e as pulsões xenófobas. É subscrita por diversas invidualidades e 21 organizações voluntárias.
Para saber mais vd. esta notícia.

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Nos 60 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos

Amanhã, celebram-se os 60 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos.
Este documento, aprovado em assembleia geral das Nações Unidas, contém os direitos básicos duma vida condigna para todos, incluindo direitos civis, sociais e culturais (sem discriminação de religião, «raça», cultura, convicções políticas), defesa da democracia, etc..
O mais difícil tem sido passar das palavras aos actos.
Nesse sentido, a Amnistia Internacional apela aos governos para que a efeméride "seja uma data de acção e não apenas de celebração". A AI dá o exemplo, com a sua iniciativa Maratona de Cartas, procurando que o maior n.º de cidadãos enviem 5 apelos urgentes em nome de 5 vítimas dos direitos humanos que precisam da solidariedade alheia (realizará ainda outras iniciativas).
Além dum programa de comemorações a decorrer ao longo do ano, a UNESCO lançou um n.º especial da sua revista SHS views. A última SHS views uma entrevista a Fanie du Toitao, director do Institute for Justice and Reconciliation in South Africa, think tank sul-africano distinguido com o UNESCO Prize for Peace Education (vd. "Social justice is about making concrete decisions"). A revista inclui ainda o calendário das iniciativas da ONU.
Em Lisboa, a Casa do Alentejo celebra a efeméride no dia 11 (18h), com Baltazar Garzón discursando sobre «A Declaração Universal: Guantánamo, Argentina, Chile e uma nova consciência cívica». A apresentação caberá a José Saramago, homenageado na véspera, por ocasião dos 10 anos do Prémio Nobel da Literatura (vd. aqui).
A imagem é retirada deste site brasileiro dedicado aos direitos humanos, também com muita informação útil.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Odetta (1930 – 2008). E a voz dos direitos civis se cala.

A voz dos direitos civis dos negros se cala. Morreu ontem, com quase 78 anos, a cantora norte-americana Odetta. Interprete de folk, blues, jazz e spirituals, Odetta foi uma figura emblemática da luta contra a discriminação racial e pelo ressurgimento do folk norte-americano na década de 1950. Influenciou artistas como Joan Baez, Bob Dylan e Janis Joplin, entre outros. Um dos momentos mais marcantes de sua vida foi a participação na passeata de Washington, em agosto de 1963, quando 250 mil pessoas reivindicaram os direitos civis dos negros e Martin Luther King pronunciou seu famoso discurso "Eu tenho um sonho". Aqui uma de suas apresentações.

sábado, 13 de setembro de 2008

Honrar os mortos: Garzón intercede pelas vítimas do franquismo

No dia 1 deste mês, a Espanha acordou diferente. Com uma iniciativa simples e justa, o super-juíz Baltasar Garzón virou uma página da história recente espanhola que teimava em não passar.
Aceitou as denúncias que 13 asociaciações cívicas espanholas para a recuperação da memória histórica haviam interposto em nome dos desaparecidos e fuzilados pelo franquismo, e solicitou junto de vários autoridades dados para confirmar da justeza daquelas denúncias e para elaborar um censo dos c.90 mil fuzilados, desaparecidos e enterrados em fossas comuns desde o golpe de Estado de 17/VII/1936. Deu assim sequência ao consigado na novel Lei da Memória Histórica, lei essa apoiada pela Amnistia Internacional.
Agora, essas associações estão a reunir toda a documentação possível para identificar e localizar esses desaparecidos, uma grande parte dos quais foram colocados em fossas comuns, sem direito a funeral nem a ritos de qualquer tipo. O testemunho dum dos seus dirigentes, Anxo Rodríguez (pres. da Asociación da Memoria Histórica de Ponteareas, Galiza), pode ser televisionado aqui.
A direita reagiu novamente mal, agitando que isso iria abrir feridas, mas as feridas, essas, estão abertas desde a Guerra Civil espanhola, para os familiares desses represaliados que nunca puderam fazer o luto condigno dos seus entes queridos, ao invés de muitos dos insurrectos franquistas que tiveram direito a placas comemorativas e a funeral. Nem que nunca viram reconhecido pelo Estado (e a sociedade) a injustiça desses horrores, o que cessará agora, com o regulamento do reconhecimento e reparação das vítimas da Guerra Civil e da posterior repressão franquista. Como muito bem disse o presidente Zapatero: "No puedo entender que eso sea abrir una herida, cuando se trata de cerrar una de las pocas que quedan".
Pior, a Igreja católica local negou a Garzón o acceso aos libros de defuntos das c. 23 mil paróquias do país, o que obrigou Zapatero a vir a terreiro denunciar a hipocrisia dos que assim insensivelmente recusavam um simples gesto de humanidade e compaixão: "No entiendo la hipocresía de aquellos que dicen que divide a un país que las personas mayores puedan saber donde están sus seres queridos. Como presidente y como patriota no puedo entender que se pueda negar el derecho a reconocer a sus seres familiares muertos en circunstancias trágicas".
Também o historiador Ángel Viñas escreveu um excelente artigo sobre o assunto, em que defende que a direita espanhola (a política e a judicial) enferma do medo do conhecimento histórico. E advoga que se deve abrir esse passado recente ao escrutínio público, por 3 razões principais: 1) por já existirem condições materiais precisas para poder abordar cientificamente, desapasionadamente, esse período; 2) evitar cair no ridículo como país, como Estado, como colectividade, como espanhóis, pois todas as sociedades devem fazer um exame público do passado; 3) dever de honrar os muertos. Como bem aponta Viñas: "El deseo de querer cerrar las puertas al conocimiento es pueril. No lo ha logrado ninguna sociedad".
A fechar, destaco o recente documentário sobre o campo de concentração franquista de Camposancos, na Galiza, que ficava defronte da portuguesa vila de Caminha. Chama-se Memorial de Camposancos, e é um impressivo marco sobre o que foi este horror tanto tempo defendido e, depois, silenciado. Na Galiza, a sua Junta autonómica tem já preparado esta lista dos desaparecidos na região, para a qual colaborou um dos ilustres Peões, o meu homónimo Lanero Táboas. Na imagem, fossa comum de vítimas da violência franquista em Burgos.
PS: Garzón é co-autor dum recente livro sobre a repressão argentina, apresentado por Ángel Viñas.