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sexta-feira, 18 de julho de 2008

O Booker dos Booker

Salman Rushdie venceu esta semana e sem grandes surpresas o Booker dos Bookers, no ano em que o prémio faz 40 anos. Pela segunda vez, Os filhos da Meia Noite (D. Quixote), ganha a distinção (a primeira vez tinha sido nos 25 anos de existência de Bookers).
Para quem ainda não leu, é sempre mais uma possibilidade para acrescentar à lista dos livros para as férias. E cruzar a história que começa às 00:00h da independência da Índia com o livro de Khushwant Singh, Um comboio para o Paquistão (Cavalo de Ferro). Afinal a história da Índia às 00:01, passada numa pequena aldeia da fronteira, onde sikhs e hindus serão forçados a separarem-se. Uma lúcida reflexão sobre o retalhar geográfico contemporâneo.

terça-feira, 16 de outubro de 2007

Booker Prize

Foi anunciado há pouco a vencedora do Booker Prize deste ano: Anne Enright com o título The gathering. Os favoritos eram Ian McEwan e Lloyd Jones, mas a escritora irlandesa, conquistou o júri com a sua história de uma família disfuncional e que segundo a própria deixará os leitores deprimidos: when people pick up a book they may want something that will cheer them up, in that case they shouldn’t really pick up my book…
A autora tem um livro traduzido pela Teorema, O prazer de Eliza Lynch (2002).

quarta-feira, 15 de agosto de 2007

+ leitura no Verão

A ser verdade que o Verão é mesmo a altura para pôr a leitura em dia, em boa hora o júri do Booker Prize anunciou a longlist dos candidatos deste ano que aqui se transcreve:
Darkmans by Nicola Barker (Fourth Estate);
Self Help by Edward Docx (Picador);
The Gift of Rain by Tan Twan Eng (Myrmidon);
The Gathering by Anne Enright (Jonathan Cape);
The Reluctant Fundamentalist by Mohsin Hamid (Hamish Hamilton);
The Welsh Girl by Peter Ho Davies (Sceptre);
Mister Pip by Lloyd Jones (John Murray);
Gifted by Nikita Lalwani (Viking);
On Chesil Beach by Ian McEwan (Jonathan Cape);
What Was Lost by Catherine O'Flynn (Tindal Street);
Consolation by Michael Redhill (William Heinemann);
Animal's People by Indra Sinha (Simon & Schuster);
Winnie & Wolf by A N Wilson (Hutchinson).
Dos treze nomeados só sei a tradução do livro de Ian McEwan pela Gradiva, mas talvez haja de outros. Em todo o caso, entre pesquisas nas livrarias e encomendas na Amazon ainda se conseguem ler uns quantos até 16 de Outubro, dia da atribuição do prémio. Boas leituras.
Imagem: Eve Arnold - Marilyn Monroe Reading Ulysses, Long Island, New York, 1954.

sexta-feira, 20 de abril de 2007

Multiculturalismos literários (e cinematográficos)

Já todos os suplementos literários recentes analisaram o actual papel das mulheres indianas na literatura. Arundathi Roy, nascida em Shillong, Meghalaya e a viver em Nova Deli, foi, de alguma forma, a percursora deste movimento, ao ganhar o Booker Prize de 1997 com o seu livro The god of small things (O Deus das pequenas coisas. Asa), fábula familiar de contornos políticos de denúncia do sistema de castas. Aliás, a autora, não tem escrito ficção para se dedicar ao activismo político.
Nove anos depois, em 2006, outra indiana ganha o Booker, Kiran Desai, nascida em Nova Deli, residente nos Estados Unidos, filha de Anita Desai, três vezes nomeada para o mesmo prémio. O livro chama-se The inheritance of loss e foi já traduzido para português (A herança do vazio. Porto Editora), história intimista, também com uma incursão política que ofendeu o Nepal.
O destaque, agora, vai para Abha Dawesar de Nova Deli, a viver em Nova Iorque que causou sensação no Salão do Livro de Paris, com o título Babyji, já lançado no nosso país pela Asa, cujo enredo segue as descobertas (homo)sexuais de uma adolescente indiana e já foi classificado como muito à la Philip Roth.
E toda esta introdução para falar da até agora minha favorita, Jumpa Lahiri, nascida em Londres e criada nos Estados Unidos. Tem um belíssimo livro de contos The interpreter of maladies (O intérprete de enfermidades. D. Quixote), Prémio Pulitzer em 2000 e um romance The Namesake (O Bom Nome. D. Quixote), adaptado ao cinema, já este ano, pela também indiana Mira Nair (em exibição, mas eu ainda não vi). Talvez por ser a «menos» indiana de todas, a escritora tem procurado nestes livros reflectir sobre a identidade daqueles que vivem num país que funciona em simultâneo como país de origem e de acolhimento. As personagens debatem-se com o que os pais indianos neles projectam: a perpetuação da cultura de origem a milhares de quilómetros de distância, e a sua própria vivência num país onde nasceram. Esse conflito é, sobretudo, realçado no que diz respeito aos hábitos alimentares e à escolha de uma noiva/o, como se o corte, ou pelo contrário, o prolongamento com as raízes passasse pelos sabores originais e pela formação de um novo núcleo familiar. Acho as questões muito interessantes: quantos serão precisos a comer o quê e a apaixonar-se por quem para que se mantenha uma identidade? E será mesmo aí que reside o nosso sentimento de pertença a um lugar?