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segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Eleições fraudulentas nas Honduras levantam fantasma da guerra civil

A qualquer momento, aguarda-se por uma declaração da XIX Cimeira Ibero-Americana sobre o assunto, por pressão de Espanha e Brasil. Por ora, Portugal procura uma posição de convergência «sobre a situação» nas Honduras, após o anúncio de ontem da vitória dos golpistas. Até agora só os EUA, Canadá e 4 países vizinhos as reconheceram, mas com a maioria dos países sul-americanos estão contra, incluindo os maiores (Brasil, Argentina, Chile), o que não é bom sinal. Desde logo porque havia um acordo com o presidente destituído de que este é que coordenaria o processo eleitoral. Depois, porque não se entende como se pode apoiar um poder que deu um golpe militar num governo legitimamente eleito. O presidente deposto considera que as eleições resultaram dum processo ilegal e ilegítimo. E os confrontos voltaram de imediato às ruas da capital hondurenha...

domingo, 5 de julho de 2009

IMAGEM DOMINICAL conflitos em honduras

Confronto entre soldados e manifestantes que reagiram ao golpe militar que derrubou o presidente eleito de Honduras, Manuel Zelaya. Foto de Esteban Felix/AP retirada daqui.

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Atualização:

O governo golpista de Honduras proibiu hoje o anunciado retorno ao país do presidente eleito e deposto Manuel Zelaya, que está nos Estados Unidos.“Eu dei ordens para que não se deixe entrar, venha quem venha, para que não se cometa a imprudência de que morra um presidente da República, que se vá ferir um presidente da República ou que morra quem quer que seja”, ameaçou o ministro das Relações Exteriores hondurenho, Enrique Ortez. Imagem retirada do inSurGente. Mais.

domingo, 24 de maio de 2009

IMAGEM DOMINICAL

moedaA moeda comemorativa do primeiro grito libertário na América contra a metrópole espanhola (25 de maio de 1809) terá efigie do presidente da Bolívia, Evo Morales. Ela foi cunhada em ouro nórdico (com uma liga de bronze e alumínio) e coroada com um anel externo de prata. Entrará em circulação na próxima terça-feira e valerá 80 bolivianos (pouco mais de 6 euros). O reverso da peça mostra os rostos de Bartolina Sisa e Túpac Katari, dois líderes indígenas que lideraram a luta pela independência e a libertação da etnia aimara. Foto: AFP

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Evita Perón, a mãe do populismo argentino, faria 90 anos hoje

eva2 Se estivesse viva, María Eva Duarte de Perón, ou simplesmente Evita, completaria 90 anos hoje. Atriz e líder política argentina, Evita se tornou primeira-dama argentina quando o general Juan Domingo Perón foi eleito presidente, em 1946. Famosa por sua beleza, elegância e carisma, ela conquista para o peronismo o apoio da população mais pobre, quem ela chamava de "descamisados" e por quem era chamada de a “mãe dos pobres”. Nascia assim o populismo latino-americano. Morre aos 33 anos (1952), de leucemia, e se torna a mulher mais mitificada da história argentina ou, talvez, da América Latina.

Música: “Don't Cry For Me Argentina” (Andrew Lloyd Webber e Tim Rice), interpretada pela atriz e cantora Elaine Paige, gravada durante o musical "Evita" apresentado em Londres (1998)


sexta-feira, 24 de abril de 2009

Conservadores tentam golpe branco no Paraguai (atualizado)

2785G_fernando_lugo_paraguay O ex-bispo católico a agora presidente eleito do Paraguai, Fernando Lugo, está a ser submetido a um injusto julgamento político devido à polêmica causada pelas reivindicações de paternidade que enfrenta. Como é composto por uma maioria conservadora, o Parlamento paraguaio tenta criar um clima de crise institucional para promover a abertura de um processo de impeachment. O que não deixa de ser uma tentativa de “golpe branco”. Lugo errou sim. E deve pagar pelo seu erro. Mas não politicamente. Deverá responder somente à Justiça pelo abandono material a que submeteu seus filhos ao não assumir a paternidade. Nada além disso, pois antes de ser religioso ou presidente da República ele é um ser humano e como tal tem todos as necessidades fisiológicas de um ser humano. Mesmo porque o que fez durante o celibato não é novidade alguma pra Igreja católica, que há séculos varre tadas as suas contradições pra debaixo do tapete. Mais.

Lugo pede perdão e diz que não renuncia - “Peço perdão reiteradamente. Sou o presidente eleito para a mudança e essa mudança não será freada. (...) Não era a minha intenção ofender a ninguém. Reconheço que faltei à Igreja e aos cidadãos que confiaram em mim. Mas a constituição nacional permite a privacidade, o que for além disso será resolvido como questões constitucionais. Não escaparei às minhas responsabilidades de presidente. (...) Sou um ser humano, fruto de processos históricos, perfil de minha cultura”. Mais.

“Todos erram”, dizem bispos - “As pessoas que construíram a Igreja são falíveis. A Igreja sempre pregou para se acolher o pecador, embora não admita o pecado. É claro que o bispo não é só uma pessoa que prega a verdade, mas que precisa viver a verdade. Isso não quer dizer que a Igreja vai ficar desacreditada com as fraquezas de seus membros”, disse dom Antônio Augusto Duarte, bispo auxiliar do Rio de Janeiro.

Para o arcebispo do Rio de Janeiro e porta-voz da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), dom Orani Tempesta, cabe à comunidade julgar os erros dos membros da Igreja. “Cada pessoa responde à fidelidade ou à infidelidade daquilo que promete. Acho que não cabe à Igreja julgar ninguém, mas a cada um de nós, vendo as coisas, dizer se estou sendo fiel àquilo com que me comprometi”. Mais.

domingo, 21 de dezembro de 2008

“Yo, si puedo” cubano acaba com o analfabetismo na Bolívia

bolivia A partir de hoje a Bolívia se declara território livre de analfabetos e se converte no terceiro país latino-americano a erradicar o analfabetismo, depois de Cuba (1961) e Venezuela (2005).

Esta proeza foi ratificada pela Unesco e realizada num período recorde de quase três anos (tempo em que Evo Morales está no poder), quando o país passou de 15% para menos de 4% de iletrados. Este é no número que a Unesco considera para declarar qualquer nação alfabetizada.

A alfabetização foi realizada com o método audiovisual "Yo, sí puedo" ("Sim, eu posso"), elaborado por educadores cubanos do Instituto Pedagógico Latino-americano e Caribenho e aplicado na Bolívia desde 2006. Depois da Bolívia, o "yo, si puedo" será aplicado no Paraguai e na Nicarágua. E o Brasil como é que fica, hein sr.  presidente Lula?. Mais aqui (português) e aqui (castelhano).

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

EUA fora: é a América Latina para os latino-americanos

Pela primeira vez desde a independência de seus respectivos países, a América Latina vai se reunir sem a tutela dos EUA (ou dos ex-colonizadores Espanha e Portugal). Trata-se da primeira Cúpula (Cimeira) América Latina-Caribe (CALC), que começa hoje na Costa do Sauípe, na Bahia. Finalmente, o Tio Sam foi barrado no baile. YES!!!! Mais aqui e aqui.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Madonna, meu último post sobre as desgraças deste mundo

Madonna

Só agora me dei conta. Ando a postar muitas coisas pesadas que andam por este mundo insano que o Big Band criou e Deus fez o favor de piorá-lo nos 7 dias que andou por cá, onde só inventou uma porrada de pecados e nem uma virtude sequer para as pessoas de-boa-vontade. E vejam só, até com um tal casal meio hippie, meio porra-louca e ocologicamente corretos (que sequer marijuana fumavam) da época ele implicou. Para preservar e em respeito ao espírito natalino que já anda a solta pelos shoppings, hiper-mercados, lojas de departamentos e por todas as ruas comerciais do Ocidente, decidi ser este é o meu último post sobre todas as desgraças do planeta, como se fosse um arauto dos finais dos tempos. Assim, peço-vos desculpas pra anunciar mais uma praga (prometo ser esta a última do ano) que se abateu sobre esta já sofrida e miserável América Latina: Madonna. É. A mulher invadiu estas bandas e deverá atingir o Brasil (este mesmo brasil do tal deus brasileiro) logo-logo. E o pior de tudo é que não há qualquer profilaxia pra esta merda.

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Hugo Chávez e oposição comemoram vitória na Venezuela

Boneco Chavez Se de um lado o Partido Socialista Unido de Venezuela (PSUV), do presidente Hugo Chávez, comemora por ter vencido em 17 dos 22 Estados, a oposição não deixa por menos e festeja vitória nos Estados mais importantes e na capital Caracas, nas eleições regionais realizadas ontem. Este resultado, com certeza, deverá pôr água fria na fervura do presidente falastrão, que esperava conquistar também os Estados chaves para “aprofundar” a sua tal “revolução bolivariana”. Isso significa dizer que Chávez poderia relançar a idéia que lhe permitiria a reeleição ad aeternum, sepultada no referendo do ano passado, mas que poderá ser ressuscitada a qualquer momento por emenda constitucional. Já posição deu um passo muito importante para conquistar um maior espaço político num cenário onde o presidente Hugo Chávez tem o domínio absoluto, com o controle total do Legislativo, do Judiciário e, nas eleições de 2004, venceu em 20 Estados. Mais aqui e aqui.

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Chávez ameaça usar tanques de guerra se oposição vencer

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, afirmou no último sábado que poderá colocar os tanques de guerra nas ruas se a oposição vencer as eleições regionais de 23 de novembro no estado de Carabobo (norte do país). O estado é governado atualmente pelo general Carlos Acosta. Acosta já pertenceu ao partido de Chávez ­– o Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), mas há 4 anos passou pra oposição.

Esta é a segunda vez que o presidente venezuelano ameaça usar as Forças Armadas caso um candidato de oposição vença. No dia 25 de outubro, ele disse que poderia pôr em prática um plano militar se a prefeitura de Maracaibo (capital de Zulia) ficasse nas mãos do líder opositor Manuel Rosales, atual governador do estado.

Atualmente, Caracas e 17 estados do país são governados por seguidores de Chávez. Em outros 4 por dissidentes do chavismo e 2 estão em mãos da oposição.

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Demasiado humano

O badalado documentário de Kusturica sobre Maradona teve ante-estreia em Portugal no passado sábado, quase a fechar o DocLisboa.
O realizador sérvio avisa no filme que vamos ver 3 Maradonas, o profe da bola, o cidadão anti-Bush e o homem de família. Faltou aditar um 4.º Maradona: o Maradona-Kusturica. De facto, no início teme-se o pior: uma ego-trip do cineasta, como se fosse um documentário sobre uma relação e não sobre uma pessoa. Aos poucos, o realizador-entrevistador vai dando mais espaço ao protagonista, mas ainda assim exagerando na sua presença (não só física, também 'espiritual', através de constantes comentários off e on e de excertos de filmes seus inscrutados no documentário, à guisa de paralelo com a vida de Maradona).
Esta atitude vai a contracorrente da filmografia kusturicana, centrada nas personagens, em muitas personagens, e toda ela ficcional. Tal contraste contraproducente acaba por penalizar este filme. Nota-se que Emir, como lhe chama Maradona, não está à-vontade no documentário, e que quis imitar um mestre do género, Michael Moore. Erro óbvio: Moore é assumidamente provocador e não faz Biografias (nesse particular, limita-se a dar a voz às histórias que as pessoas lhe querem contar). Por outro lado, descuidou a pesquisa, cuja lacuna mais evidente é a falta de referências à passagem de Maradona por Nápoles, afinal uma das partes mais importantes da sua vida e carreira. Uma visita recente de El Pibe a Nápoles é o único registo, e, ainda assim, focando-se na recepção alucinada de tiffosi e simpatizantes.
Dito isto, o documentário tem vários motivos de interesse, sobretudo na ligação entre futebol e política. Desde logo, permite rever alguns dos melhores golos da história do futebol à luz do enquadramento dado pelo entrevistado. Aqui, destaca-se a vitória da selecção argentina sobre a Inglaterra no Mundial de 1986, apresentada como a desforra simbólica dos mais fracos sobre os poderosos, os imperialistas. O mote está dado. A mensagem de Maradona é muito política, vem de ter vivido entre os pobres, mas também de ter visto as injustiças no mundo, entre nações. É curioso verificar, porém, que a Guerra das Malvinas a que alude deveu-se ao delírio nacionalista duma sanguinária ditadura militar, por muito compreensível que fosse a reivindicação desse território por parte da Argentina e por muito brutal que tenha sido a resposta inglesa.
El Pibe condensa um certo imaginário latino-americano de esquerda e anti-imperalista, e admite-o abertamente, o que é raro entre os futebolistas de hoje. Fã de Che Guevera e Fidel, de quem fez tatuagens no corpo, diz que este último é o único político decente que conheceu, pela defesa firme que faz do seu povo. O Maradona cívico surge ainda ao lado de Chavez e Morales, numa grande manifestação anti-Guerra do Iraque. E na chamada de atenção para o marco de viragem que foram os motins no Mar de Plata, contra os acordos ALCA. O ataque cerrado contra a política belicista e unilateralista do consulado Bush aproxima-o de Kusturica, lixado com a política ocidental quanto à questão do Kosovo, apesar de se assumir como pró-ocidental (no contexto duma Sérvia belicosa e eslavófila, mas também abalroada por uma geopolítica implacável).
Já o Maradona íntimo foi mais difícil de abordar. A sua viciação na cocaína e as recaídas implicaram o seu alheamento parental e marital, algo apresentado como uma mágoa e frustração irreversível. O que é dito e mostrado a este respeito evidencia como os ídolos também são feitos da mesma massa do comum dos mortais. Neste aspecto, a parte relativa à Igreja Maradoniana é, sobretudo, um pretexto para parodiar os excessos das mitomanias, das idolatrias.
No fim, vem um dos melhores momentos do filme, Manu Chao cantando a Maradona a vida deste ("Si yo fuera Maradona"), e, também, cantando para nós todos - "La vida es una tómbola"... No fim, fica um homem cujo dom para a arte da bola, e cujo temperamento e personalidade, o tornaram uma fonte de sonhos para muitos outros. Capaz de os fazer sonhar, capaz de os tirar da normalidade rotineira e alienante do dia-a-dia dos nossos tempos.
Ao fim de 3 atribulados anos, Kusturica conseguiu acabar o documentário sobre um dos seus ídolos. Ao fim de muitos mais conseguiu Maradona realizar um sonho antigo: o de ser seleccionador nacional da Argentina, notícia hoje dada pelos media. Boa sorte para ele, desde que não vença Portugal (se lá chegarmos, claro).

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Massacre de estudantes faz 40 anos. Mas México continua calado.

Detenidos_octubre_1968

Quarenta anos depois do massacre da Praça Três Cultura, ou Tlatelolco, que deixou dezenas de estudantes mortos, o governo do México ainda não respondeu quem ordenou a matança. A Anistia Internacional divulgou uma nota pedindo às autoridades mexicanas um maior empenho nas investigações para esclarecer definitivamente "questões inquietantes que permanecem sem resposta". Quatro décadas depois, ainda não há sequer consenso sobre o número de mortos. Naquela altura, o governo afirmou que “apenas” 30 pessoas morreram. Mas organizações internacionais e correspondentes estrangeiros que testemunharam os acontecimentos dizem ter contado mais de 300 cadáveres. O massacre ocorreu dias antes dos Jogos de Verão da Cidade do México, em 2 de outubro de 1968. Por volta das 18h, policiais, militares e homens à paisana rodearam a praça e abriram fogo contra os manifestantes, utilizando veículos armados, tanques de guerra e armas pesadas.

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

O “sim” dá uma surra na elite. E o Equador aprova nova Constituição.

rafael correaSegundo as primeiras sondagens, o projeto da nova Constituição do Equador foi aprovado por aproximadamente 70% dos eleitores no referendo realizado hoje, resultado que fortalece sobremaneira o presidente Rafael Correa e dá a ele carta branca pra promover as mudanças sociais e econômicas fundamentais ao país, carcomido por uma elite política corrupta e neoliberal. Com a aprovação do novo texto constitucional, os equatorianos iniciarão um regime de transição no qual uma comissão regulará as atividades do Estado até a realização de eleições gerais, inclusive para a Presidência, previstas para o início do ano que vem. Entre as mudanças aprovadas, destaco estas:

Propriedade - Além da propriedade pública e privada, o Estado deverá garantir o direito à propriedade comunitária, associativa, cooperativa e mista. O novo texto constitucional dá poderes ao Estado de expropriar terras não produtivas para a reforma agrária e os latifúndios serão proibidos.

Economia - A substituição da "economia de mercado" pela "economia social". Ou seja, caberá ao Estado o controle de setores considerados estratégicos, como o petróleo, mineração, telecomunicações, água e agricultura. Neste caso, o Banco Central deixará de ser autônomo e a política monetária será regulamentada pelo Poder Executivo.

Aborto - O direito à mulher de decidir quantos filhos pretende ter. Apesar de não despenalizar o aborto, o texto deixa brechas para a interrupção da gravidez.

União civil homossexual - A aprovação da união civil entre os homossexuais, com os mesmos direitos dos matrimônios heterossexuais.

Drogas - O uso de drogas passará a ser tratado como uma questão de saúde pública, não mais como ato criminoso. Qualquer tipo de punição aos usuários de drogas está proibido. Mais...

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

A dupla do barulho

chavez

A Rússia emprestará US$ 1.000.0000.0000 à Venezuela para que o país sul-americano compre suas armas, num total de US$ 2.000.000.000. Este foi o acordo fechado entres os presidentes Hugo Chávez e Dmitry Medvedev. Só para lembrar: nós últimos 3 anos, a Venezuela gastou mais de US$ 4.000.000.000 com a compra de armamentos só da Rússia. Será este o tal “socialismo do século XXI” de que tanto fala Chávez? Mais...

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

O outro 11 de Setembro

Em 11 de setembro de 1973 os militares praticaram um atentado contra a democracia ao derrubar o governo de Unidade Popular de Salvador Allende, presidente chileno constitucionalmente eleito. Cerca de 30 mil pessoas morreram ou desapareceram nos 17 anos da ditadura militar de Pinochet. O principal responsável por essa calamidade: os Estados Unidos da América. Na foto, imagem do palácio de La Moneda ( sede do governo) após o primeiro bombardeio.

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Chávez fala de sua diarréia aos venezuelanos. Esta é a América Latrina.

Na última edição de seu programa de televisão "Alô Presidente!", exibido neste domingo, o presidente venezuelano Hugo Chávez descreveu em rede nacional a ocasião em que sofreu com problemas intestinais durante um evento oficial.
Mais...


quarta-feira, 28 de maio de 2008

Em novo artigo no Granma, Fidel Castro responde a críticas de Obama


O senador Barack Obama (aqui o quadro geral das primárias democratas), no seu discurso na Fundação Cubano-Americana (Miami) sobre América Latina, falou do Brasil, da Venezuela e da Colômbia, mas o seu foco principal foi uma dura crítica ao governo cubano, que foi prontamente rechaçada por Fidel Castro. Em um novo artigo publicado no Granma, intitulado “A política cínica do império”, o ex-presidente de Cuba responde a Obama, dizendo que não sente "rancor" em relação ao pré-candidato democrata à presidência norte-americana, mas que não teme "criticá-lo". Disse também que "não seria honesto" de sua parte "guardar silêncio depois do discurso de Obama". Leia aqui a integra do artigo.

quarta-feira, 12 de março de 2008

A própria América Latina ganhou (e muito)!

Depois de ler esta notícia, e vendo as coisas de longe parece-me que há ainda ganhadores e perdedores na crise da semana passada na América Latina, que vale a pena referir (para além dos que já referiu o Manolo). De facto Chávez ficou mais uma vez mal na fotografia com a sua extemporânea escalada militar. O presidente colombiano Uribe, obviamente, ficou pior ainda porque violou o território, logo a soberania, de um país vizinho com o qual não está em guerra. Mais ainda porque impediu que os reféns das FARC sejam libertados nos tempos mais próximos - o que era talvez o seu real objectivo -, e não apenas porque as FARC se entrincheiram ainda mais ao serem atacadas, mas porque Reyes, o n°2 das FARC abatido estava a estabelecer contactos com vários países, nomeadamente a França, para negociar a libertação dos reféns. Há m pormenor importante nesta crise: a operação militar colombiana foi desencadeada por informações fornecidas pelos Estados Unidos (segundo o próprio ministério da defesa colmbiano), o que é bem revelador do quanto a administração Bush está interessada num clima de estabilidade na região. Sendo que a solução diplomática acabou por vingar a administração Bush é quem sai a perder da situação. Não deixa de ser muito significativo que a Colômbia, o hoje em dia o único real aliado dos E.U.A. numa região em que estes tinham por hábito pôr e depor ditadores a seu bel prazer, vendo-se encurralada e tendo que escolher entre a estrtégia de Bush e os seus vizinhos, tenha preferido estes. E não acredito que tenha sido um súbito acesso de boa-vontade de Uribe, que já demonstrou ter muito poucos escrúpulos, mas é tão mais significativo quanto Uribe tenha sido obrigado contra-vontade a optar pelos seus vizinhos em detrimento de Bush. Quer dizer que os vizinhos tem influência e poder suficientes para contrariar a política de Bush (e já agora a de Chávez também, já que este estava tão desejoso de uma escalada quanto o presidente gringo). Quem sai a vencer é afinal a América Latina, que conseguiu encontrar dentro de portas a solução para o imbróglio, demonstrando maturidade política e diplomática, e autonomia em relação aos E.U.A. Pelo que li parece que foram vários os líderes políticos locais que se envolveram decisivamente para procurar a solução diplomática, os presidentes da Argentina (Cristina Kirchner), do México (Felipe Calderon), da Niquerágua (Daniel Ortega) e da República Dominicana (Leonel Fernandez). É toda a América Latina quem sai a ganhar.

terça-feira, 11 de março de 2008

Quem perdeu e quem ganhou na AL (se é que alguém ganhou)

Ao procurar um inimigo externo para mascarar graves problemas internos e, assim, tentar reaglutinar sua base política na Venezuela, Hugo Chávez praticamente declarou guerra à Colômbia e pôs a estabilidade de toda a América Latina em xeque. Ao contrário do que ele imaginou, sua popularidade, que vem despencando dia-a-dia, caiu mais ainda. A sua manobra intempestiva de levar o continente à guerra não foi bem recebida, principalmente entre os venezuelanos, que se mostram aterrorizados com as atitudes cínicas e espalhafatosas de seu líder parlapatão. Pior, a sua resposta à crise estabelecida entre Colômbia e Equador foi muito mal-vista e condenada por todos as pessoas (estadistas ou não) de bom senso. Mais uma vez o tiro saiu pela culatra e a sua obsessão de se tornar um líder regional fica cada vez mais distante. Aliás, uma alternativa que se já foi possível num passado recente, torna-se hoje improvável e descabida. Prova disso, foi o seu total isolamento na reunião extraordinária da OEA (Organização dos Estados Americanos), que decidiu por unanimidade dar uma solução diplomática ao conflito, mas sem deixar de condenar a atitude colombiana.

Se o cenário não está às mil maravilhas pra Chávez, o mesmo não se pode dizer do presidente colombiano, Álvaro Uribe. Sua ação foi condenada por todos os países (exceto, é claro, pelos EUA de Bush). E não poderia ser diferente, pois nada justifica a violação de um direito internacional. Entretanto, internamente ele se fortaleceu ainda mais. Segundo sondagens divulgadas logo após a incursão militar realizada no Equador contra as Farc, a avaliação positiva de Uribe passou de 70% para quase 90%, o que o torna o presidente mais popular da América do Sul, dando condições políticas que lhe permita realizar uma reforma constitucional para ir em busca de seu ambicionado terceiro mandato. Parece-me que a moda de se perpetuar no poder voltou à América Latina. É como blue jeans que serve pra todas as ocasiões: um verdadeiro (ul)traje a rigor pra todas as estações do ano.

Neste imbróglio todo, quem demonstrou maturidade de chefe de Estado foi o presidente equatoriano, Rafael Correa, que buscou na via diplomática a solução da crise. Foi contundente nas palavras ao defender a soberania territorial de seu país (e não poderia ser diferente), mas não se fechou à intransigência de quem queria ver o circo armado por Chávez pegar fogo. Pecou no início ao ter dado ouvidos aos bufões peçonhentos do presidente venezuelano. Este foi este seu único erro. E se persistir futuramente nele terá muito a perder. Denunciou com muita propriedade e lucidez que usar o argumento da incursão preventiva, como fez Álvaro Uribe, é condenável sob qualquer aspecto e um péssimo precedente que poderá colocar em risco a estabilidade de toda a região. Ganhou respeito internacional ( que tem a sua popularidade interna bem alta) e se tornou uma alternativa viável para liderar as negociações que envolvam a libertação de reféns pelas Farc.

Nb: Foto-montagem da Reuters

terça-feira, 4 de março de 2008

Chávez arma circo perigoso na AL

Mais uma vez o presidente Hugo Chávez se utiliza de artifícios diplomáticos para desviar a atenção de problemas internos sérios. O cidadão venezuelano não suporta mais conviver com a falta de produtos básicos nas prateleiras dos supermercados, com a crescente onda de violência reinante em todo o país, com o elevado custo de vida, com o desemprego e com a corrupção. Tudo isso somado e a dificuldade de voltar aglutinar as suas forças políticas estão derrubando a popularidade do presidente-falastrão ( perdeu mais de 20 pontos percentuais nos últimos 12 meses). E qual é a solução do "iluminado" pra resolver a sua crise interna? Pôr fogo numa já quente América Latina. Parece-me que os venezuelanos se cansaram destes shows pirotécnicos e estão menos tolerantes com as loucuras de seu presidente. Se o bom senso prevalecer entre os venezuelanos, esta estratégia fracassará. Assim espero, pois temos palhaçadas demais por estas bandas. E neste caso, vale aquela máxima popular de que o desejo do palhaço é ver o circo pegar fogo.