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terça-feira, 9 de novembro de 2010
Novo festival cosmopolita em Lisboa
Posted by Daniel Melo at 00:01 0 comments
Labels: agenda cultural, cosmopolita, festas, Lisboa
segunda-feira, 9 de julho de 2007
O cosmopolitismo começa no estômago (em jeito de adenda)
Em jeito de adenda ao meu post anterior:
O que dizer de uma Tapenada de Anchovas (receita vagamente italiana) comprada no mercado de domingo (na banca do vendedor aparentemente magrebino) à qual se junta um pouco de piment das Antilhas e se barra numa faita de Pão Saloio?
Adenda à adenda:
E o que dizer daquela Crèperie da rue Mouffetard que de bretã tem muito pouco? O patrão é sul-americano, os empregados falam todos espanhol excepto uma senegalesa. Os recheios dos crepes variam entre a Ratatouille (que sendo francesa é mediterrânica), o Salmão fumado do Mar do Norte, e o Chilecito (que do pouco que sei parece ser um guisado da Argentina). Para que o desrespeito pela tradição bretã não seja total, pode sempre beber-se uma cidra.
O que dizer de uma Tapenada de Anchovas (receita vagamente italiana) comprada no mercado de domingo (na banca do vendedor aparentemente magrebino) à qual se junta um pouco de piment das Antilhas e se barra numa faita de Pão Saloio?
Adenda à adenda:
E o que dizer daquela Crèperie da rue Mouffetard que de bretã tem muito pouco? O patrão é sul-americano, os empregados falam todos espanhol excepto uma senegalesa. Os recheios dos crepes variam entre a Ratatouille (que sendo francesa é mediterrânica), o Salmão fumado do Mar do Norte, e o Chilecito (que do pouco que sei parece ser um guisado da Argentina). Para que o desrespeito pela tradição bretã não seja total, pode sempre beber-se uma cidra.
Posted by Zèd at 18:56 0 comments
Labels: cosmopolita, cosmopolitismo, multiculturalismo, Paris, petiscos ao domingo
sexta-feira, 6 de julho de 2007
Cosmopolitismo: Os Libaneses e as Sanduíches
Uma nota prévia: Como já foi referido algures aqui no Peão, Cosmopolitismo e Multiculturalismo não são a mesma coisa (encontrei uma boa explicação da diferença aqui). Eu próprio confundi os dois em posts anteriores, fica aqui o esclarecimento, entre um e outro prefiro sem hesitações o Cosmopolitismo. O Cosmopolitismo cria pontes onde o Multiculturalismo ergue barreiras. Aliás, até mais do que pelo Cosmopolitismo sou mesmo é pela Misturas, pela Miscigenação.
E nas minhas deambulações (sobretudo por Paris, mas não só) cheguei à conclusão que o Cosmopolitsmo começa pelo estômago, ou se quiserem pelas papilas gustativas. Não conheço maneira mais fácil de começar a criar pontes entre comunidades do que a gastronomia. Veja-se o exemplo das Sanduíches Libanesas no Quartier Latin. Há várias casas que se dedicam ao negócio, mas a mais aconselhável é "Au Vieux Cèdre" (187 rue St. Jacques, ou 2 rue Blainville). Como quem não quer a coisa as sandes são baratinhas. Kefta ou Mahkaneke, ou melhor ainda Chiche Taouk (frango marinado em alho e lima), enrolado em pão tipo pita com salada e molho, e para quem quiser - o que é definitavamente uma boa ideia - um complemento de batata à la Libanaise. A sandes é depois tostada tipo panini - uma delícia! Em momentos de não rara simpatia o cliente tem o direito a um chá libanês - com menta e tomilho e mais alguns ingredientes, estamos em negociações para obter a receita - oferta da casa para compensar a espera (que é, em média, de 3m42s). Há ainda sobremesas como a irresitível Balohria, à base de flor de laranjeira. "Au Vieux Cèdre" é também um local de encontro com um pouco, por pouco que seja, da cultura libanesa, pelo menos a música, que toca em permanência. Mas pode ser também um ponto de contacto com a vida política do Líbano. Durante a Guerra do ano passado fez-se circular muita informação sobre as acções de solideriedade para com o Líbano decorridas em França, e blogues libaneses. Rentemente o "Au Vieux Cèdre" lançou uma nova sanduíche, a Fajita. E agora pergunta o leitor: Fajita? Mas isso não é mexicano? E responde este vosso bloguer: é mexicano, mas numa sandes libanesa é daqui (e aperta o lóbulo da orelha direita entre o polegar e o indicador), uma maravilha!
Sendo a concorrência na área das sanduíches libanesas díficil, uma outra família de libaneses decidiu diversificar. Abriram o "Pains, Salades et Fantesies" (22 rue Gay Lussac, mesmo ao pé do Jardin du Luxembourg). O nome diz tudo quanto ao tipo de comida que servem. Não se pode é dizer que seja um tipo de gastronomia calssificável pelos padrões canónicos. Não é libanês, nem francês, nem outra qualquer etnicidade, é uma misturada, e da boa. Paninis de salmão fumado, ou frango, ou vegetariano à base de beringela. Saladas "Californianas" ou de marisco, ou "Tropical". Uma variedade de escolha apreciável, e a confecção muito boa (só é pena ser tudo muito saudável). Nas sobremesas é absoulutamente imperdível o "Fraicheur", iogurte natural, com folhas e menta e passas. Tudo isto num ambiente muito tranquilo onde se ouve um Jazz muito "select" a décibeis reduzidos, numa decoração neo-eco soft vegi-friendly e onde se podem ler jornais escritos em árabe. Os preços são mais do que acessiveis, e o serviço é rápido (excepto quando a clientela bcbg exagera na especificações pós-modernas da condimentação; é um risco real), a degustação essa convém que seja lenta e "sur place".
E nas minhas deambulações (sobretudo por Paris, mas não só) cheguei à conclusão que o Cosmopolitsmo começa pelo estômago, ou se quiserem pelas papilas gustativas. Não conheço maneira mais fácil de começar a criar pontes entre comunidades do que a gastronomia. Veja-se o exemplo das Sanduíches Libanesas no Quartier Latin. Há várias casas que se dedicam ao negócio, mas a mais aconselhável é "Au Vieux Cèdre" (187 rue St. Jacques, ou 2 rue Blainville). Como quem não quer a coisa as sandes são baratinhas. Kefta ou Mahkaneke, ou melhor ainda Chiche Taouk (frango marinado em alho e lima), enrolado em pão tipo pita com salada e molho, e para quem quiser - o que é definitavamente uma boa ideia - um complemento de batata à la Libanaise. A sandes é depois tostada tipo panini - uma delícia! Em momentos de não rara simpatia o cliente tem o direito a um chá libanês - com menta e tomilho e mais alguns ingredientes, estamos em negociações para obter a receita - oferta da casa para compensar a espera (que é, em média, de 3m42s). Há ainda sobremesas como a irresitível Balohria, à base de flor de laranjeira. "Au Vieux Cèdre" é também um local de encontro com um pouco, por pouco que seja, da cultura libanesa, pelo menos a música, que toca em permanência. Mas pode ser também um ponto de contacto com a vida política do Líbano. Durante a Guerra do ano passado fez-se circular muita informação sobre as acções de solideriedade para com o Líbano decorridas em França, e blogues libaneses. Rentemente o "Au Vieux Cèdre" lançou uma nova sanduíche, a Fajita. E agora pergunta o leitor: Fajita? Mas isso não é mexicano? E responde este vosso bloguer: é mexicano, mas numa sandes libanesa é daqui (e aperta o lóbulo da orelha direita entre o polegar e o indicador), uma maravilha!
Sendo a concorrência na área das sanduíches libanesas díficil, uma outra família de libaneses decidiu diversificar. Abriram o "Pains, Salades et Fantesies" (22 rue Gay Lussac, mesmo ao pé do Jardin du Luxembourg). O nome diz tudo quanto ao tipo de comida que servem. Não se pode é dizer que seja um tipo de gastronomia calssificável pelos padrões canónicos. Não é libanês, nem francês, nem outra qualquer etnicidade, é uma misturada, e da boa. Paninis de salmão fumado, ou frango, ou vegetariano à base de beringela. Saladas "Californianas" ou de marisco, ou "Tropical". Uma variedade de escolha apreciável, e a confecção muito boa (só é pena ser tudo muito saudável). Nas sobremesas é absoulutamente imperdível o "Fraicheur", iogurte natural, com folhas e menta e passas. Tudo isto num ambiente muito tranquilo onde se ouve um Jazz muito "select" a décibeis reduzidos, numa decoração neo-eco soft vegi-friendly e onde se podem ler jornais escritos em árabe. Os preços são mais do que acessiveis, e o serviço é rápido (excepto quando a clientela bcbg exagera na especificações pós-modernas da condimentação; é um risco real), a degustação essa convém que seja lenta e "sur place".
Posted by Zèd at 23:09 4 comments
Labels: cosmopolita, cosmopolitismo, multiculturalismo, Paris, sanduíches
quarta-feira, 28 de março de 2007
Multiculturalismo (II) - Os heróis que vêm da banlieue
Há quem ache que a política francesa de integração falhou, eu não. Acho que não sendo excelente foi até bastante boa, e estou a falar dos últimos 30-40 anos. A par de alguns erros, nomeadamente de urbanismo nas periferias das grandes cidades, as banlieues, a França é hoje um país multicultural e cosmopolita. Talvez por essa integração ter realmente acontecido, mesmo contra a vontade de uma parte da população conservadora e reaccionária, a extrema-direita tenha hoje algum peso político. Aliás o principal perigo de uma eventual eleição de Sarkozy é precisamente o mais que certo retrocesso nessas políticas de integração, e as tensões sociais que isso vai causar. Coincidência ou não duas das figuras públicas, ou talvez mesmo AS duas figuras públicas fora do mundo da política que mais oposição têm feito a Sarkozy nos últimos tempos (leia-se 1-2 anos) são dois exemplos de sucesso da integração, dois "heróis" saídos da Banlieue: o futebolista Lilian Thuram e o comediante Jamel Debbouze.
Lilian Thuram é "só" o jogador com mais internacionalizações da história do futebol francês, e continua aí para as curvas, depois de ser campeão mundial e europeu, ter ganho tudo na Juventus, aos 34 anos ainda joga no Barcelona e na selecção francesa. No fim-de-semana passado foi - finalmente - capitão de equipa no jogo contra Lituânia. Lilian Thuram é francês nascido nas Antilhas, mais precisamente na Guadeloupe, mas veio para a metrópole ainda com 9 anos, e começou a carreira nas camadas jovens do clube "Portugais de Fontainebleau". Mas Thuram é mais que o seu futebol, é membro do Alto Conselho para a Integração, e toma posições políticas geralmente com bastante impacto. Quando estava na ordem do dia a crise dos sans-papiers de Cachan, numa atitude simbólica ofereceu-lhes bilhetes para irem ver o jogo França - Itália (contei a história aqui), ou a seguir ao campeonato do mundo deu uma entrevista de fundo ao InRockuptibles (a provar a sua inteligência, mostra que conhece o seu público alvo) em que lançou a expressão "La Sarkoïsation des esprits", como referiu na altura o peão Hugo. Quando Thuram fala em público, Sarkozy ressente-se.
Jamel Debbouze é um comediante hilariante, é o descendente de imigrantes de sucesso, árabe nascido em Paris de família marroquina, passou até uma parte da infância em Marrocos. Começou a carreira da radio, passou para a televisão e para o cinema ("O Fabuloso destino de Amélie Poulain", "Astérix e Cleópatra", "Angel-A", etc...). O talento não é só como comediante, mas também como produtor, foi co-produtor do filme "Indigènes" nomeado para os óscares e produz vários jovens comediantes. Jamel não esquece de onde vem, e os comediantes que tem lançado vêm do mesmo meio que ele, o caldo cultural da integração francesa. O seu espectáculo mais recente "Jamel Comedy Club" é um show de "stand-up" em que participam os mais novos talentos que Jamel está a lançar, vindos das banlieues, oriundos das mais diversas origens culturais, o que o Libération chamou "Jameltting Potes" (fantástico jogo de palavras). Naturalmente a sua vivência das banlieues, e o tal caldo de cultura é um dos temas, senão o tema que mais usa para fazer humor. Outro tema é Zidane, com quem Jamel tem uma relação especial, Jamel marcou um golo no jogo contra a pobreza a passe de Zidane, e já lhe fez uma declaração de amor em cena (não é preciso perceber o que diz Jamel, veja-se a reacção do público e de Zidane). Fica aqui para amostra um vídeo em que Jamel relata um golo de Zimzou - perdão - Zizou, podem ver o referido golo no fim para comparar.
Lilian Thuram é "só" o jogador com mais internacionalizações da história do futebol francês, e continua aí para as curvas, depois de ser campeão mundial e europeu, ter ganho tudo na Juventus, aos 34 anos ainda joga no Barcelona e na selecção francesa. No fim-de-semana passado foi - finalmente - capitão de equipa no jogo contra Lituânia. Lilian Thuram é francês nascido nas Antilhas, mais precisamente na Guadeloupe, mas veio para a metrópole ainda com 9 anos, e começou a carreira nas camadas jovens do clube "Portugais de Fontainebleau". Mas Thuram é mais que o seu futebol, é membro do Alto Conselho para a Integração, e toma posições políticas geralmente com bastante impacto. Quando estava na ordem do dia a crise dos sans-papiers de Cachan, numa atitude simbólica ofereceu-lhes bilhetes para irem ver o jogo França - Itália (contei a história aqui), ou a seguir ao campeonato do mundo deu uma entrevista de fundo ao InRockuptibles (a provar a sua inteligência, mostra que conhece o seu público alvo) em que lançou a expressão "La Sarkoïsation des esprits", como referiu na altura o peão Hugo. Quando Thuram fala em público, Sarkozy ressente-se.
Jamel Debbouze é um comediante hilariante, é o descendente de imigrantes de sucesso, árabe nascido em Paris de família marroquina, passou até uma parte da infância em Marrocos. Começou a carreira da radio, passou para a televisão e para o cinema ("O Fabuloso destino de Amélie Poulain", "Astérix e Cleópatra", "Angel-A", etc...). O talento não é só como comediante, mas também como produtor, foi co-produtor do filme "Indigènes" nomeado para os óscares e produz vários jovens comediantes. Jamel não esquece de onde vem, e os comediantes que tem lançado vêm do mesmo meio que ele, o caldo cultural da integração francesa. O seu espectáculo mais recente "Jamel Comedy Club" é um show de "stand-up" em que participam os mais novos talentos que Jamel está a lançar, vindos das banlieues, oriundos das mais diversas origens culturais, o que o Libération chamou "Jameltting Potes" (fantástico jogo de palavras). Naturalmente a sua vivência das banlieues, e o tal caldo de cultura é um dos temas, senão o tema que mais usa para fazer humor. Outro tema é Zidane, com quem Jamel tem uma relação especial, Jamel marcou um golo no jogo contra a pobreza a passe de Zidane, e já lhe fez uma declaração de amor em cena (não é preciso perceber o que diz Jamel, veja-se a reacção do público e de Zidane). Fica aqui para amostra um vídeo em que Jamel relata um golo de Zimzou - perdão - Zizou, podem ver o referido golo no fim para comparar.
Posted by Zèd at 10:06 9 comments
Labels: cosmopolita, Debbouze, França, integração, Jamel, multiculturalismo, Thuram
domingo, 25 de março de 2007
Os 50 anos duma "utopia realizada"
Posted by Daniel Melo at 19:36 5 comments
Labels: cosmopolita, Europa, União Europeia, utopia
Multiculturalismo (I)
Há ali um restaurante turco onde aqui o tuga vai amiude comer uma sanduiche grega (discutivelmente a melhor Donner "sauceblanchesaladetomateongion" de Paris), e não é apenas o tuga, também lá vão a amiga antilhesa, o vizinho argelino do supermercado e mais uma rapaziada daqui do bairro de diversas origens africanas, entre outros. O restaurante tem um empregado novo, que é do Bangladesh e fala muito pouco francês, o pouco francês que fala é o patrão (turco) que lhe vai ensinado, mas a maior parte do tempo falam em inglês.
Posted by Zèd at 00:42 3 comments
Labels: cosmopolita, multiculturalismo, Paris
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