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segunda-feira, 7 de julho de 2008

A propósito de um tomateiro...


Quando o calendário anunciou o fim do período bolorento, o Inverno londrino, nós fizemos o que faz toda a gente por estas bandas, corremos para o “garden centre” mais próximo e comprámos pacotes e pacotinhos de sementes. Depois plantámos as ditas em mil e um vasinhos que ficaram espalhados pela cozinha à espera que o Inverno se tocasse e se retirasse.

Finalmente, um belo dia transplantámos os frágeis rebentos lá para fora e a coisa resistiu às geadas fora de época e a outros acidentes meteorológicos.

Hoje de manhã, notei que temos uns tomateiros que cheiram divinamente. Confirmámos assim que o humilde fruto não nasce realmente nas caixas de plástico do supermercado, mas começa por ser uma simples florzinha amarela. Foi um momento de reencontro com a natureza que achei comovente e revigorante, na verdade, diria mesmo terapêutico.

Não faço uma ode ao tomate porque não tenho alma de poeta, mas os mistérios e milagres do nosso humilde canteiro fizeram-me pensar nas “seedbombs”, literalmente bombas de sementes, e na guerrilha de jardineiros.

Nos tempos que correm, não posso deixar de sentir uma grande admiração por Richard Reynolds, que munido de sementes e sob o lema “Let’s fight the filth with forks and flowers”, tenta melhorar os espaços urbanos clandestinamente.

Quando visitarem Londres, não ignorem o fogo-de-artifício natural que prolifera pela cidade nesta altura do ano. Esqueçam por alguns instantes o Big Ben e lembrem-se dos jardineiros clandestinos armados de amores-perfeitos e coisas afins. Eles representam a capacidade que as pessoas deste país têm de, efectivamente, se empenharem na mudança para o bem colectivo.

E se quiserem, participem e tornem este movimento universal. Parece que fazer uma bomba de sementes até é fácil...