Voltando à questão da modernidade, acho e reafirmo que este referendo abriu algumas portas para uma mudança mais profunda. Como já foi debatido aqui no blogue, entendo que um dos aspectos mais interessantes deste acto eleitoral foi o desvelar de algum dinamismo cívico que se autonomizou face à militância partidária mais tradicional. Embora tenha contado com o contributo dos partidos, o SIM não ficou à espera que estes ocupassem todo o espaço da opinião e da mensagem política.
Uma outra porta importante para a mudança e, que de certa maneira está associada à anterior, tem a ver com a participação e, sobretudo, a forte expressão do voto pela despenalização das pessoas mais jovens. Mais do que o desvanecimento da polaridade entre Norte e Sul, os dados do referendo indicam a emergência de uma forte polarização geracional. De facto, ao nível dos valores e da concepção de novas formas de encarar a liberdade individual, como por exemplo, a questão da sexualidade, parece que o sentido da mudança pode ser, esse sim, verdadeiramente fracturante.
E porque é que ainda não é? Dou-vos um exemplo. Como é sabido a educação sexual é sempre um ponto inevitável quando se debatem estes assuntos. Quem tem mais reivindicado a sua necessidade são os jovens nas suas diversas manifestações (que normalmente são muito desvalorizadas pelo poder político, desde os partidos aos sindicatos). Actualmente as escolas preparam-se para implementar projectos em torno da ‘educação para a da saúde’ (mais uma expressão eufemista para não ferir susceptibilidades) onde se esconde a temática da sexualidade. Ora bem, cabe a cada escola gerir parte desse processo. Contudo, como é mais um daqueles sacos onde se pode pôr muita coisa, tudo é possível fazer no âmbito desta educação para a saúde. Conheço o caso de uma escola secundária em que a pessoa que se ofereceu e vai coordenar o projecto é precisamente o professor de religião e moral. E não se trata de uma escola perdida no interior. Pelo contrário, está bem próxima da capital.
Uma outra porta importante para a mudança e, que de certa maneira está associada à anterior, tem a ver com a participação e, sobretudo, a forte expressão do voto pela despenalização das pessoas mais jovens. Mais do que o desvanecimento da polaridade entre Norte e Sul, os dados do referendo indicam a emergência de uma forte polarização geracional. De facto, ao nível dos valores e da concepção de novas formas de encarar a liberdade individual, como por exemplo, a questão da sexualidade, parece que o sentido da mudança pode ser, esse sim, verdadeiramente fracturante.
E porque é que ainda não é? Dou-vos um exemplo. Como é sabido a educação sexual é sempre um ponto inevitável quando se debatem estes assuntos. Quem tem mais reivindicado a sua necessidade são os jovens nas suas diversas manifestações (que normalmente são muito desvalorizadas pelo poder político, desde os partidos aos sindicatos). Actualmente as escolas preparam-se para implementar projectos em torno da ‘educação para a da saúde’ (mais uma expressão eufemista para não ferir susceptibilidades) onde se esconde a temática da sexualidade. Ora bem, cabe a cada escola gerir parte desse processo. Contudo, como é mais um daqueles sacos onde se pode pôr muita coisa, tudo é possível fazer no âmbito desta educação para a saúde. Conheço o caso de uma escola secundária em que a pessoa que se ofereceu e vai coordenar o projecto é precisamente o professor de religião e moral. E não se trata de uma escola perdida no interior. Pelo contrário, está bem próxima da capital.
Não são de certeza estes os caminhos da mudança para o tal Portugal moderno. Estas portas são bem mais difíceis de abrir!