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quinta-feira, 21 de maio de 2009

Pela libertação da líder legítima da Birmânia

Com o fito de afastar a mais séria oponente nas próximas eleições de 2010, a Junta Militar birmanesa inventou novas acusações para manter presa Aung San Suu Kyi, vencedora das eleições birmanesas de 1990 e Prémio Nobel da Paz, isto nas vésperas do cumprimento da sua pena de 13 anos de prisão.

No dia 14/V, Aung San Suu Kyi foi novamente enviada para o presídio sob a acusação de permitir a entrada dum cidadão norte-americano na sua casa, infringindo assim a sua prisão domiciliar. Tal como refere a ONG internacional AVAAZ, a «acusação é absurda pois a casa é cercada por guardas militares que são justamente os responsáveis pela guarda do local. Está claro que as acusações recentes são um pretexto para mantê-la presa durante as eleições de 2010».

Tal como ela, milhares de monges e estudantes foram desde então encarcerados por se oporem pacificamente à ditadura opressora do seu país, a Birmânia/ Mianmar.

Para pressionar pela libertação dos presos políticos birmaneses, e no sentido de impedir um novo julgamento farsa, a AVAAZ relançou a sua petição de Março passado (já com 200 mil assinaturas), apelando a mais adesões. O tempo escasseia, pois restam 6 dias antes da entrega da lista ao secretário-geral da ONU, Ban Ki Moon.

Para aceder a outros posts do Peão sobre o tema vd. aqui.

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Harold Pinter (1930-2008)

Faleceu anteontem o dramaturgo inglês Harold Pinter, vítima de cancro prolongado. Escreveu 29 peças, de que se destacam «The room», «The birthday party», «The dumb waiter», «The caretaker», «The collection» e «The lover». Foi também actor e guionista (assinou o argumento dos filmes «The servant» e «A amante do tenente francês»). Pela mão dos Artistas Unidos, tive o prazer de conhecer o seu teatro, num ciclo que lhe dedicaram há uns anos atrás, em Lisboa. Os AU traduziram ainda alguns dos seus textos (vd. aqui). Foi um intelectual comprometido com as causas da esquerda. Aproveitou o discurso do Nobel da Literatura 2005 para fazer um dos mais assertivos libelos anti-guerra, fustingando os principais fautores da guerra do Iraque, Bush & Blair. Desde que ganhara o Nobel, decidiu centrar-se na poesia, tendo escrito sobre a sua própria doença, como vallera já aqui referira.

quinta-feira, 31 de julho de 2008

A história da Humanidade em 8m46s de pura ironia

Vale a pena deliciarem-se com o olhar mordaz e cómico deste filme de animação. Sobre o seu autor, um dos melhores no activo, falarei brevemente.

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Ingrid Betancourt foi finalmente libertada!!!

É verdade, soube-se há um pouco: a libertação da senadora pacifista colombiana Ingrid Betancourt ocorreu hoje mesmo, por resgate militar. Ufa, já não era sem tempo!!!
Na mesma ocasião foram libertados vários outros reféns proeminentes. A ver vamos se este gesto pode ser o princípio da pacificação da Colômbia.
Mais informação disponível aqui ou aqui.

terça-feira, 3 de junho de 2008

Convergências à esquerda: abrir o debate, em tempo de pré-campanhas...

Esta noite há festa-comício em prol duma alternativa de esquerda, contra as desigualdades e a injustiça sociais e pela paz. Tem como novidade uma inédita convergência de vontades à esquerda, entre socialistas da corrente de Manuel Alegre, bloquistas, católicos progressistas, renovadores comunistas e independentes, incluindo o MIC.
Como se refere no Apelo Abril e Maio agora aqui: «Os que nos juntamos neste apelo, vindos de sensibilidades e experiências diferentes, partilhamos os valores essenciais da esquerda em nome dessa exigência. É tempo de buscar os diálogos abertos e o sentido de responsabilidade democrática que têm de se impor contra o pensamento único, a injustiça e a desigualdade».
Subscrevem o documento políticos como Helena Roseta, Francisco Louçã, Carlos Brito e Luís Fazenda, professores universitários como António Nóvoa, Isabel Allegro Magalhães, Luís Moita, José Reis, João Teixeira Lopes e Elísio Estanque, sindicalistas como Ulisses Garrido, entre muitos outros.
Virá aí uma alternativa de esquerda, incluindo uma candidatura presidencial frentista capaz de remover o cavaquismo mumificado? Logo se verá...
ADENDA- em baixo listo as notícias do Público com as reacções à iniciativa, além da entrevista de Louçã ao Portugal Diário, na qual sugere Alegre como candidato presidencial das esquerdas em 2010:
*"Na última fila", 8/VI, 16h55.
*BOTELHO, Leonete, MAGALHÃES, Paulo, "A casa política de Manuel Alegre é o Partido Socialista [trecho da entrevista do ministro dos Assuntos Parlamentares Augusto Santos Silva ao programa tv Diga Lá Excelência]", 8/VI, p.18/9.
*ALMEIDA, São José, BOTELHO, Leonete, "PS não pune Alegre por causa do comício", 5/VI, p.6.
*ALVAREZ, Luciano (com LUSA), "O PCP e a esquerda preocupada e falante", 4/VI, p.8.
*ALMEIDA, São José, "Manuel Alegre garante muitos socialistas na festa de esquerda", 3/VI, 12h49 [p.6].
*PÚBLICO/LUSA, "Direcção do PS acusa Manuel Alegre de participar num comício «contra o partido» promovido pelo Bloco", 1/VI.

quarta-feira, 30 de maio de 2007

O fim de uma luta

Cindy Sheehan perdeu um filho, Casey, na Guerra do Iraque. Casey morreu dias depois de ter desembarcado no Iraque como soldado. Cindy Sheehan tornou-se conhecida quando comprou um terreno em frente ao rancho de George W. Bush no Texas, e lá montou um acampamento de protesto. Exigiu ser recebida por Bush para que este lhe explicasse por que nobre razão morreu o seu filho, nunca foi recebida. Tornou-se uma das figuras emblemáticas do movimento anti-Guerra nos EUA, e dedicou-se a tempo inteiro ao activismo. Depois de ter perdido três anos, o seu casamento, todo o dinheiro da indemnização devida pela morte do seu filho e pela venda de livros, e ter passado por problemas de saúde, Cindy Sheehan resolveu parar. Ou talvez tenha resolvido tentar a última tática: o silêncio.
Escreveu um post muito amargo onde explica a sua decisão.

"The most devastating conclusion that I reached this morning, however, was that Casey did indeed die for nothing."

sexta-feira, 23 de março de 2007

Do pacifismo, para a mudança social

Juro que não se tratou de 'provoquismo', antes, como dizia o Renato, de tentar animar a malta. Dado o adiantado da hora, já não deu para fazer texto prenunciador, que só vem agora, mea culpa. Entretanto, isto ficou bem animado, valha-nos isso.
A corrente mais ‘visível’ do pacifismo tem uma génese concreta: o pós-II Guerra Mundial, quando emergiu um movimento pacifista que, anos depois, e dado o contexto da Guerra Fria, lançaria campanhas mediáticas pelo desarmamento/ não proliferação de armas. O eixo principal era o anti-nuclear, mas não se ficava por aí: a corrida aos mísseis e às minas anti-pessoais, a proliferação de armas em geral. A imagem do post é o símbolo original para o Direct Action Committee Against Nuclear War, de 1958 (vd. aqui; a outra imagem colorida, que se eclipsou, é uma variante recente, há dezenas delas).
Algumas das mais importantes ONG’s na área dos direitos humanos e cívicos surgiram neste contexto: Peace Action e a Amnistia Internacional. Algumas das mais importantes convenções internacionais foram criadas por pressão da opinião pública organizada.
O pacifismo tem várias correntes, algumas bem antigas, como a moral judaico-cristã do “não matarás”, dando origens a vários seguidores (anabaptistas e Amish, etc.); o jainismo de matriz indiana; etc..
No século XIX, dentre as várias correntes internacionalistas firmou-se a da defesa da paz: vd. o International Peace Bureau (f.1891, Prémio Nobel da Paz em 1910), que tinha ligações com outros movimentos emancipadores. Filantropos como o norte-americano Andrew Carnegie tentaram reforçar a paz com leis e organizações internacionais (em 1910 fundou a prestigiosa Carnegie Endowment for International Peace).
Mais recentemente, Gandhi preconizava que não havia uma via para a paz, a paz é que era a via ela mesma. A mudança e a luta são os fundamentos da boa acção humana, e ele foi um bom exemplo disso. A acção directa é, pois, um dever ético, político e social, devendo ser uma acção orientada para melhorar as condições dos desfavorecidos e para salvaguardar a segurança e sustentabilidade de todos.
No pós-II Guerra Mundial surgiram outras ONG’s relevantes, como a Pax Christi International (f.1945), a Physicians for Social Responsibility (f.1961, Prémio Nobel da Paz em 1981), etc..
Há correntes que concebem a paz com programas de desenvolvimento e cooperação comunitários, que podem ir até ao nível nacional (ex. da Foundation for P.E.A.C.E., f.1979) ou mesmo internacional (ex. da Foundation for Self-Sufficiency in Central América), ou através de fundações como a de Carter ou as ligadas a instituições universitárias, como a Joan B. Kroc Institute for International Peace Studies (f.1986), integrada na Univ. Notre-Dame/ Paris, o MA-Peacestudies da Univ. Innsbruck, ou o United States Institute of Peace.
A auto-defesa e o recurso à violência para defesa em situações extremas de grande conflitualidade são aceitáveis, mas isso não quer dizer que a principal preocupação não seja tentarmos neutralizar as causas dessa violência: a intolerância, as ideologias da violência, os ultranacionalismos e fundamentalismos, a ausência de condições condignas de vida, etc..
O pretexto foi a guerra no Iraque, mas ultrapassa claramente essa questão: o Iraque foi ocupado supostamente por ter armas de destruição maciça (quando a via devia ter sido as inspecções e o mandato da ONU); hoje, o Irão e a Coreia do Norte estão à beira de terem armas nucleares e a comunidade internacional preocupa-se legitimamente com isso. O Paquistão já as tem e é uma ditadura, etc., etc.. É a ONU e mediadores respeitados que devem ser apoiados com vista à resolução de graves conflitos, e não os agentes mais belicistas.
Enquanto pacifista estou ao lado dos que denunciaram a mortandade devastadora das Guerras Napoleónicas (sim, já vem daí esta história), a «carne para canhão» da I Guerra Mundial, a ameaça nazi a que os Aliados não ligaram até terem a serpente a entrar-lhes casa adentro (foram dos 1.ºs a fazer esta denúncia); ao lado dos que denunciaram a Guerra Fria e a sua vertigem belicista; ao lado dos que denunciam hoje a nova corrida armamentista, com os EUA de novo a querer gastar rios de dinheiro para criar escudos anti-não sei o quê no espaço, a China e o Japão a aumentarem brutalmente o arsenal bélico, etc.. Estou ao lado da ONU e de todas as ONG’s e iniciativas que pretendem conciliar, ir para as negociações, pressionar para conversações.
A ONU tem uma University for Peace, na Costa Rica, e instituiu o Dia Internacional da Paz, que calha a 21 de Setembro. Até lá teremos muito tempo para debater.
Nb: para mais informação vd. historial internacionalista ap. IPB, Nonviolence.org e Wikipedia.
PS: não vejo ligação entre pacifismo e multiculturalismo e o lamentável caso referido pelo Hugo é sinal de ultraconservadorismo, mais do que de multiculturalismo: já por cá tb. ocorreram casos similares, bem recentes até, do marido agressor ‘poder’ bater na mulher porque era tradição, era costume, era o chefe de família e não consta que Portugal seja um país multiculturalista, é mais multimarialvista. Já a interculturalidade parece-me um conceito mais interessante para se debater, não achas Hugo?

Colorida só a Primavera

Este blogue tem andado muito calminho para meu gosto. Parece que já aderimos ao espírito primaveril e ansiamos ardentemente pelas férias e pelas guloseimas da Páscoa. Vem isto a propósito daquele autocolante todo colorido (entretanto eclipsado), ali na banda direita do nosso blogue. As cores do arco-íris embandeiram o símbolo que supostamente representa o pacifismo. Tenho alguma dificuldade em reconhecer-me em tanto colorido e, sobretudo, em proclamar-me pacifista. É claro que visto deste cantinho sossegado, no qual vivemos a pacatez pequeno-burguesa do nosso esclarecido quotidiano, é fácil proclamarmos o pacifismo e darmos a outra face. Visto de cá, facilmente encarnamos os mandamentos mais laicos de um certo cristianismo em versão Superstar.
Contudo, o mundo não é colorido. Ou, pelo menos, as suas cores não são bem aquelas com as quais nós gostaríamos de o pintar. Olhando para algumas zonas e histórias do mundo, tenho alguma dificuldade em imaginar-me pacifista. Na verdade, se eu fosse palestiniano dificilmente me imagino pacifista, ou iraquiano, ou timorense (antes da independência), ou angolano ou moçambicano (em pleno período colonial). Se eu fosse um negro nos Estados Unidos nos anos 50 e 60, ou na Africa do Sul durante o Apartheid, provavelmente não seria pacifista.
Alguns destes e de outros movimentos conquistaram a paz porque resistiram, lutaram e pegaram em armas. Conseguiram a paz precisamente porque não foram pacifistas! Por isso, tenho uma certa dificuldade em conciliar o pacifismo com a revolta legítima contra, por exemplo, o imperialismo ou o fascismo (venha ele donde vier).