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segunda-feira, 6 de setembro de 2010

4 funerais e nenhum casamento

Já há alguns dias que queria escrever sobre este tema, mas só agora tive tempo. Nas últimas semanas, faleceram algumas pessoas que merecem ser evocadas, mais que não seja para se saber um pouco mais da sua vida e obra. Aqui fica então o registo:

> Baltazar Ortega (1919-2010): foi um dos mais conhecidos caricaturistas de imprensa em Portugal, tendo começado cedo e trabalhado em inúmeros títulos de referência. Conheci-o quando estava no jornal o diário, ligado ao PCP, nos anos 80. Era implacável com os adversários políticos, embora falasse dos seus bonecos com ternura e fosse uma pessoa muito amável - é assim que eu o recordo, dos tempos em que me mostrava os seus últimos cartoons e me deixava vê-lo paginar o jornal com rápidos traços de lápis em riste. Não se limitou à caricatura política, gostando também de retratar artistas e intelectuais. Assinava como Baltazar, simplesmente. Textos biográficos no catálogo «A rir se castigam os costumes», do Clube de Jornalistas, em «Adeus Baltazar, Alentejo mais pobre» e em «O mestre da caricatura, Baltazar Ortega faleceu a 6 de Junho de 2010», por Osvaldo Macedo de Sousa (6/VI).

> Tony Judt (1948-2010): era um dos mais famosos historiadores da época contemporânea. Iniciou a sua obra com um estudo sobre o socialismo francês oitocentista. A sua obra mais elogiada é Pós-guerra - a história da Europa desde 1945, originalmente editada em 2005. Recentemente saiu O século XX esquecido. Lugares e memória (2008), onde volta a confrontar aquilo que designa por amnésia moral dos intelectuais comunistas, a adesão incondicional ao estalinismo, ele que era um anti-socialista assumido. Ficou conhecido pela sua intervenção contundente, em várias questões, designadamente contra a opressão israelita sobre os palestinianos e sobre a lógica simplista por detrás da Guerra do Iraque. Ill fares the land é o seu testamento político, em prol da social-democracia e do Estado-Providência.  Mais detalhes em «Tony Judt obituary», por Geoffrey Wheatcroft (6/VIII).

> António Dias Lourenço (1915-2010): um dos antifascistas portugueses mais destacados, aderiu aos 17 anos ao PCP e foi um dos responsáveis pela reorganização do PCP, em 1940/41, ao lado de Álvaro Cunhal e outros. Mais detalhes em «Morreu o histórico do PCP Dias Lourenço», por São José Almeida (8/VIII).

> Ruy Duarte de Carvalho (1941-2010): escritor e antropólogo angolano, teve em Portugal um editor apaixonado, o responsável pela Cotovia. Mais detalhes em «O escritor que morreu “longe de tudo” não estava assim “tão longe do mundo dele”», por Alexandra Prado Coelho (19/VIII).

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Benjamim Enes Pereira

Começou hoje, no ISCTE, o IV Congresso da Associação Portuguesa de Antropologia, sob o tema «Classificar o Mundo».

O Congresso homenageou Benjamim Enes Pereira (Montedor, 1928) pelo trabalho que realizou em prol da antropologia portuguesa, na equipa de Jorge e Margot Dias, Ernesto Veiga de Oliveira e Fernando Galhano, primeiro no Centro de Estudos de Etnologia, no Porto, e depois no Centro de Estudos de Antropologia Cultural / Centro de Antropologia Cultural e Social e no Museu de Etnologia.

Na conferência de homenagem, João Leal (FCSH-UNL) disse que Benjamim Pereira viveu em dois países. Do primeiro país, profundamente rural, embora diverso nas suas múltiplas ruralidades, recolheu objectos de cultura material, testemunhou práticas e contextos, apreendeu significados, contribuiu para a elaboração de uma imagem sólida e estruturante.

O segundo país, aquele onde agora vive, já não é rural, sem ser inteiramente urbano; não se revê nos objectos recolhidos por Benjamim Pereira; não dispõe de uma teoria antropológica sobre si próprio. Leal faz um repto às novas gerações de antropólogos no sentido de pensarem o país actual, para além dos estudos de caso e das novas visões essencialistas, aprendendo com o exemplo de Benjamim Pereira, nomeadamente com a sua minúcia descritiva e com a imersão na história dos objectos. 

Benjamim apreciou o repto e ficará, certamente, atento aos seus frutos.

Para melhor conhecer o percurso singular de Benjamim Pereira, veja-se a entrevista publicada nos Arquivos da Memória (Dez. 1996 só disponível em papel) e o número 6 (2000) da revista Recherches d'anthropologie au Portugal (disponível em linha) que lhe foi dedicado (inclui entrevista, bibliografia, artigos sobre o autor e inédito do autor).

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Documentários francês e português em Lisboa

O primeiro está presente através duma homenagem ao cineasta e etnógrafo Jean Rouch, falecido em 2004. Segundo o promotor, o Instituto Franco-Português, Rouch legou-nos "uma obra cinematográfica imensa (mais de 120 filmes!) e atípica, intuitiva e inspirada: documentário etnográfico, sociológico, «cinema directo», ficção…".
Hoje, às 19h, é a vez de Chronique d'un Été (1960, Prémio da Critica no Festival de Cannes, 1961). Eis a sinopse: "Durante o Verão, Edgar Morin, sociólogo, e Jean Rouch vão investigar a vida quotidiana de jovens parisienses para tentar perceber a concepção da felicidade. Em torno da pergunta inicial «Estás feliz?», surgem questões essenciais como a política, o desespero, a solidão. O grupo interrogado reúne-se finalmente para a primeira projecção do filme e os dois autores encontram-se perante esta experiência cruel mas plena de «cinema-verdade»".
A projecção será seguida por debate com Brice Ahounou, jornalista e programador de filmes etnográficos e Joaquim Pais de Brito, antropólogo e director do Museu Nacional de Etnologia.
O ciclo começou a semana passada e decorre durante este mês.
Quanto ao documentário português, regressa na 6.ª feira, com Panorama- 3ª Mostra do Documentário Português, novamente pela mão da apordoc, também responsável pelo DocLisboa.
No cinema S. Jorge, e até dia 22, haverá espaço para uma retrospectiva específica de 2008, 8 estreias, conversas com realizadores, uma mostra especial dedicada a António Campos e a sessão «a produção de imagens nas ciências sociais». Esta última decorrerá em torno de O compasso, de Regina Guimarães e Saguenail (19/2, 13h30), documentário que acompanha a revisitação sociológica de José Madureira Pinto à aldeia de Fonte da Arcada.

terça-feira, 3 de abril de 2007

"Troquei minha tese pelo tesão"...

"Mamãe, mas que fato importante,
eu me apaixonei pelo meu informante
"..

Para antropólogos e não só. Tudo gira à volta da antropologia, ou não. Fantástico! Uma delícia...
E ainda por cima, talvez o 1.º videoclip em língua portuguesa no DJ Peão...
Plus, estreamos o marcador «Antropologia»! Mais para quê? Tudo na ponta do seu clic.