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domingo, 16 de maio de 2010

O cinema contra os silêncios políticos

Os filmes incómodos:
Draquila, l'Italia che trema, de Sabina Guzzanti [sobre a farsa da reconstrução da cidade L'Aquilla pós-terramoto e sua encenação para promoção de Berlusconi
Hors-la-loi, de Rachid Bouchareb [polémica sobre episódio da libertação argelina: o massacre de Setif]
O festival que os divulga: Cannes
Uma notícia relativa à perseguição ao segundo filme: «La polémique enfle autour du film "Hors-la-loi"»
Uma intervenção de cientistas sociais sobre as guerras da memória: «Le film "Hors-la-loi" de Rachid Bouchareb : les guerres de mémoires sont de retour»
Uma reportagem que destaca ambos os filmes: «A política meteu-se no cinema», por Vasco Câmara

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Vale tudo, incluindo vale-bebés

No afã propagandístico que contaminou o socratismo, aí está a última: o vale-bebés, um novo brinde para a banca portuguesa, tão debilitada que está, alegadamente para incentivar a natalidade.

A coisa explica-se brevemente: se ganhar as eleições legislativas, o PS diz que dará um vale de 200 euros por cada recém-nascido, obrigatoriamente a depositar num banco e que só poderá ser levantado pelo próprio quando perfizer 18 anos de idade. Ou seja, a banca amealha 200€ por cada nado novo, e durante 18 anos. Depois disso, lá para 2025 ou mais além, devolve 500€ ao petiz entretanto crescido, se ainda existir e se os pais entretanto não tiverem pago várias vezes esse valor por empréstimos à habitação, estudos, etc..

Fantástico, Mike!

Já quanto à melhoria da rede pública de infantários/ creches e à extensão para 1 ano da licença de paternidade, está quieto, que isso dá muito trabalho e não enche o olho.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Política vs. justiça na Itália de Berlusconi: que democracia?

O caso é antigo mas só agora sentenciado no tribunal de Milão: David Mills, ex-advogado fiscal do empresário Berlusconi, foi subornado por este para mentir e omitir provas de corrupção e falsificação pelo empório Fininvest.
Em causa estava o pagamento de 'luvas' a funcionários do fisco para favorecimento fiscal num negócio envolvendo a obtenção de direitos de transmissão de filmes dos EUA (1997). E o caso All Iberian, uma pseudo-empresa gizada pela Fininvest para falsificar as suas contas e financiar ilegalmente partidos políticos italianos (1998). Esses pagamentos foram feitos via 2 empresas off-shore usadas pela Mediaset, rede televisiva de Berlusconi.
Graças ao silêncio comprado de Mills, Berlusconi conseguiu sair incólume dum dos processos que mais perto esteve de desmontar a teia de negócios sujos do seu empório e o modo como ambos se perpetuam pela corrupção e promiscuidade com certos funcionários públicos e políticos. Entretanto, a entourage de Berlusconi já saiu a terreiro para repetir a cassete: trata-se dum ataque pessoal vindo duma justiça 'vermelha' que deve ser removida.
Quando a política chega a este estado de impunidade face à ética republicana e de soberba sobre outro poder legítimo, o judicial, que democracia resta? Um populismo destes ainda é democracia?
Para não parecer que isto é o hábito latino, diga-se que Mills foi casado até 2008 com Tessa Jowell, ex-ministra da Cultura de Tony Blair e actualmente com a pasta dos Jogos Olímpicos de Londres.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

O rei-momo do populismo luso está de volta!

É verdade, meus amigos, o Flopes regressou e em força!

Para mostrar que a direita a sério não descansa no feriado do 25 de Abril avançou com a artilharia pesada, em formato high-tech: tv-net, site, blogue, etc.. Mas o melhor de tudo foram as suas declarações, como de costume.

No lançamento da candidatura a edil lisboeta defendeu a suspensão do projecto de contentores do porto de Alcântara, a 3.ª ponte sobre o Tejo exclusivamente ferroviária, e opôs-se ao fim do aeroporto da Portela. Tentador para muitos, o último só para o lobbie do turismo (que o co-financiou e co-financiará) e para quem já não reside em Lisboa mas ainda aí vota. O pior foi o resto.

E o resto foi dizer que "a sua prioridade em 2002 foi a reabilitação através do repovoamento e é a ela que regressa agora, para devolver a cidade aos munícipes". Hello!, alguém acredita nisto? Então, quem teve como bandeiras a reabilitação do Parque Mayer (cujo projecto betonesco de Frank Gery ficou na gaveta) e o túnel do Marquês (para trazer mais carros para dentro da cidade e que levou Lisboa à bancarrota), jura agora que a sua prioridade foi o repovoamento?!

Disse ainda não querer "mais carros a entrar em Lisboa", daí a tal 3.ª ponte ferroviária, mas antes fez o oposto. E há uns meses atrás, propôs uma ligação Rotunda - Campo Grande exclusivamente por túneis, prometendo então fazer mais um túnel rodoviário, este debaixo da Praça Saldanha (depois da buracaria interminável do metro, mais obras na zona, porque não?). Em que ficamos?

Flopes, que encabeçará uma coligação de direita (PSD, CDS-PP, MPT e PPM), não fez só coisas erradas, claro, algo se aproveitou. Mas o balanço é claramente negativo. Será preciso recordar que foi o seu próprio partido que retirou a confiança política ao seu discípulo Carmona Rodrigues e que, por causa disso, houve eleições intercalares na capital? Já para não falar doutros legados, como o das santanetes, um aparelhismo sui generis preservado no léxico político.

Who cares? Pode ser que a memória seja curta, e, assim como assim, há sempre muito boa gente que vive dos aparelhos partidários.

Preparai-vos para a festa, vão ser uns mesitos de loucura! Ou anos, porque o cromo é bem capaz de ganhar novamente as eleições!! Segurai-vos, pois, o apito acabou de soar!!!

Nb: adaptação de cartoon de GoRRo, originalmente publicado em Fuga para a vitória.