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quinta-feira, 15 de julho de 2010

Uma tarde no parlamento

O parlamento português discutiu hoje o estado da nação. Foi um debate interessante, confirmando a justa centralidade deste órgão no sistema político. Houve análises, farpas e números para todos os gostos.
O premiê escudou-se nas estatísticas favoráveis para 2006-9 (p.e, diminuição da pobreza e das desigualdades sociais) e daí não saiu. A oposição de esquerda (BE , PCP e Verdes) criticou a aliança do governo com a direita política, plasmada nos planos de austeridade que penalizam o trabalho, acentuam a assimetria com o capital e os favorecidos e agravam a crise económica e social. Mas a não apresentação de propostas concretas no debate acaba por penalizar estes 2 partidos, contribuindo eles próprios para a falta de pressão para convergências à esquerda, por falta de visibilidade das suas alternativas.
À direita, o PSD foi o primeiro a constatar o estado de denegação do governo face à realidade, e espera pelo desgaste da situação para se impor em eleições antecipadas, ou outras. O CDS reiterou o agravamento da carga fiscal para a classe média (situação única na Europa) e, a meio da tarde, pediu a demissão do governo e a formação duma grande coligação - consigo, o PS e o PSD -, ao estilo alemão. Uma proposta legítima, ainda que nunca tentada por cá, ao invés da Alemanha, onde é frequente.
Por seu turno, os media vão engrossando o cenário de eleições antecipadas após a eleição do Presidente da República. É outro cenário possível, caso o PSD chumbe o orçamento para 2011 e o PS resolva roer a corda. Mas também é possível que este governo continue até ao fim da legislatura*. Ou não?
Seja como for, deviam ser mais diversificados os cenários em cima da mesa... Será que Alegre pode ajudar a desbloquear maiores convergências à esquerda ou a sua margem de manobra limitar-se-á apenas à sua campanha presidencial? A ver vamos as cenas dos próximos episódios.
*alguns trunfos nesse sentido: o retomar do concurso da 3.ª travessia sobre o Tejo; os mil milhões de ajuda para as empresas conseguirem os apoios do QREN (dada a falta de crédito junto da banca...); e, se se confirmar, a esperada subida na arrecadação de receitas pelo Estado.

domingo, 9 de maio de 2010

Disse há 7 anos mas não o fez há 20, e dirige-se a Alegre qual frei Tomás

*
e o recado a Manuel Alegre, para confrontar com a pouco discreta investida anterior: «"Não devo interferir na governação", diz Cavaco Silva».


terça-feira, 4 de maio de 2010

Alegre já é candidato suprapartidário, e aliado e companheiro de viagem, de quem se quiser juntar e de Antero de Quental

Actualidade do conceito de democracia de Antero de Quental: «É a igualdade económica e social tendo por instrumento a liberdade política».

Actualidade da sua ideia de tolerância: «Não pretendemos impor opiniões, vimos simplesmente expor as nossas; não pedimos adesão, pedimos apenas discussão».

Actualidade e modernidade de Antero, quando nos alerta para os riscos da indiferença em política: «Um dos piores sintomas de desorganização social que num povo livre se pode manifestar é a indiferença da parte dos governados para o que diz respeito aos homens e às cousas do governo. Um povo de dormentes só no cemitério se encontrará».

Actualidade e modernidade de Antero quando nos adverte para o perigo dessa doença chamada atonia: «No mundo político manifesta-se pelo abatimento de todos os centros locais, pelo desaparecimento de qualquer iniciativa independente da direcção oficial, pela substituição de um mecanismo superficial e mesquinho à bela e rica manifestação espontânea das forças livres e originais, pelo arrefecimento, pelo empobrecimento da vida nacional, em proveito de uma coisa falsa, artificiosa e estéril, a centralização».

Modernidade e actualidade de Antero quando a si e aos seus deste modo se define: «Como homens de acção a nossa divisa é esta: crítica e reforma das instituições, paz e tolerância aos homens».

(retirado daqui, excepto o título do post, claro; informação sobre o discurso aqui)

terça-feira, 13 de abril de 2010

Novo blogue para reflectir à esquerda


Ele aqui está, a somar a outros anteriores*. Com bons textos, bom grafismo e bom ideário! Que mais se pode pedir?

*p.e., ops! revista de opinião socialista e Manuel Alegre.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Um candidato para o futuro

Com o discurso de hoje, Fernando Nobre é o 3.º candidato presidencial independente que se afirma como representando a sociedade civil nestes 36 anos de liberdade reconquistada em Portugal. Os anteriores tinham sido Otelo Saraiva de Carvalho e Maria de Lurdes Pintasilgo*.
Embora Manuel Alegre não tenha este perfil, pois é militante co-fundador do PS, ele assumiu-se desde 2006 como um candidato da cidadania e pró-democracia participativa. Além disso, tem outros pontos a favor: 1) fez um acompanhamento crítico da governação desde então; 2) foi um defensor da intenção mais democrática do texto constitucional enquanto deputado (ainda que pouco activo fora disso); 3) lançou um movimento cívico (o MIC), no qual apresentou propostas de convergência para uma esquerda solidária e pró-activa e análises críticas de políticas públicas (basta ver a revista de opinião socialista Ops! ou manifestos sectoriais como este); 4) colaborou em plataformas de convergência unitária à esquerda.
Ora, nada disto consta do cv de Fernando Nobre, além de ser monárquico assumido... Todavia, a sua actividade filantrópica, enquanto presidente e co-fundador da ong AMI (Assistência Médica Internacional) tornou-o conhecido e um dos principais activistas da sociedade civil organizada. Isso confere-lhe a dimensão de alguém empenhado e com experiência na resolução de problemas da sociedade, com uma visão humanista da vida, apartidário mas que assume valores, princípios e compromissos solidários e cívicos (outros prós e contras de ambos os candidatos podem ser lidos aqui).
Em suma, a sua não é uma canditatura viável para 2011 mas pode ser-lhe útil que entre já, por permitir-lhe granjear experiência e espessura política para uma opção mais séria em 2016. Apesar de ser um candidato que os soaristas procuravam para ajustar contas com Alegre, e de poder retirar votos essenciais a Alegre para uma vitória eleitoral, seja na 1.ª ou na 2.ª voltas. Enquanto manobra de diversão do sector soarista acaba por encerrar um parodoxo irónico: é um indício mais do esgotamento duma certa forma de fazer política, monopolizada pelos directórios partidários, em circuito fechado, auto-centrado e de conflitualidade amiúde narcísica e vazia.
*Manuela Magno em 2006 viu anulada a sua candidatura por razões formais, pelo que não conta.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Ninguém pára o Alegre, ninguém pára o Alegre, alé ô!

Portimão, esta noite (com ou sem sardinhas)
PS: para ser complementado com a notícia «Manuel Alegre anuncia candidatura à Presidência da República».

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Façam um mundo melhor, ouviram?


sábado, 16 de maio de 2009

Esquerdas plurais: Alegre despede-se do socratismo

Foi anunciado pelo próprio, é definitivo: Manuel Alegre, histórico deputado socialista e vice-presidente parlamentar, recusou integrar as listas do PS para as próximas eleições legislativas.

Este é só mais um passo no afastamento gradual de Alegre em relação ao socratismo, mas é um passo muito simbólico. Só Sócrates finge não perceber, ironizando com a alegada desilusão para muitos por Alegre não ter optado pela criação dum novo partido. Ora, a questão é que ninguém quer um novo partido (pelo menos, no curto prazo), mas sim uma reconfiguração das esquerdas no sentido de criar uma alternativa governativa à esquerda (via coligação das esquerdas plurais) às soluções já gastas que existem: governos PS, de direita ou o anunciado novo «Bloco central» (PS+PSD).

Na reunião de despedida, Helena Roseta, vereadora independente na Câmara de Lisboa, propôs o lançamento duma iniciativa de cidadãos, a enviar ao parlamento, possibilitando candidaturas de movimentos independentes às eleições legislativas. Para o efeito será necessário mudar a lei eleitoral. Aí se verá se Sócrates é tão pluralista e democrático como alardeia.

domingo, 16 de novembro de 2008

Um novo partido e um novo PR?

É a notícia-bomba do dia, a entrevista dada por Manuel Alegre ao DN. Nela declara estar muito desiludido com este PS, que dificilmente será novamente deputado por este partido, abrindo a porta de saída. Denuncia ainda o fechamento do actual sistema político. Prevê novos partidos e assume que prosseguirá no seu empenhamento cívico, que é um imperativo para abrir um espaço público tomado pela partidarite. Uma alegre lufada de ar fresco. Além de imagens da entrevista em estúdio em notícia da SIC, deixo aqui uma breve passagem escrita:
"- Mas os partidos afunilaram muito a sua vida, e há um divórcio hoje, não só aqui, muito grande entre a vida política partidária e a sociedade e os cidadãos.
- E como é que se resolve isso não estando ainda à vista um sistema melhor que esse?
- Aparecem movimentos... A minha campanha presidencial é um exemplo disso.
- Movimentos de cidadania?
- A democracia participativa complementa, aliás está na Constituição, a democracia representativa, mas é preciso que os partidos se reformem. Os partidos são irreformáveis. É muito difícil mudar um partido por dentro. Um partido pode mudar pela pressão da opinião pública ou por alteração da própria lei eleitoral".

quinta-feira, 3 de julho de 2008

O Bolhão desce a Lisboa

Neste final de tarde lisboeta, haverá debate com Manuel Alegre, arq. Joaquim Massena e outros a pretexto da iminente demolição do mercado municipal portuense do Bolhão, na Sociedade Portuguesa de Autores (a Picoas).
Nesta ocasião será apresentado o manifesto «Participação e Cidadania», aprovado no Fenianos a 14 de Junho passado e que se desdoba por 4 vertentes: 1) o Estado e a gestão pública; 2) o património e a memória colectiva; 3) o equipamento ao serviço dos munícipes; 4) a memória e a operacionalidade no património.
A iniciativa é da Plataforma de Intervenção Cívica do Porto.
Mais inf. aqui e aqui.

terça-feira, 3 de junho de 2008

Convergências à esquerda: abrir o debate, em tempo de pré-campanhas...

Esta noite há festa-comício em prol duma alternativa de esquerda, contra as desigualdades e a injustiça sociais e pela paz. Tem como novidade uma inédita convergência de vontades à esquerda, entre socialistas da corrente de Manuel Alegre, bloquistas, católicos progressistas, renovadores comunistas e independentes, incluindo o MIC.
Como se refere no Apelo Abril e Maio agora aqui: «Os que nos juntamos neste apelo, vindos de sensibilidades e experiências diferentes, partilhamos os valores essenciais da esquerda em nome dessa exigência. É tempo de buscar os diálogos abertos e o sentido de responsabilidade democrática que têm de se impor contra o pensamento único, a injustiça e a desigualdade».
Subscrevem o documento políticos como Helena Roseta, Francisco Louçã, Carlos Brito e Luís Fazenda, professores universitários como António Nóvoa, Isabel Allegro Magalhães, Luís Moita, José Reis, João Teixeira Lopes e Elísio Estanque, sindicalistas como Ulisses Garrido, entre muitos outros.
Virá aí uma alternativa de esquerda, incluindo uma candidatura presidencial frentista capaz de remover o cavaquismo mumificado? Logo se verá...
ADENDA- em baixo listo as notícias do Público com as reacções à iniciativa, além da entrevista de Louçã ao Portugal Diário, na qual sugere Alegre como candidato presidencial das esquerdas em 2010:
*"Na última fila", 8/VI, 16h55.
*BOTELHO, Leonete, MAGALHÃES, Paulo, "A casa política de Manuel Alegre é o Partido Socialista [trecho da entrevista do ministro dos Assuntos Parlamentares Augusto Santos Silva ao programa tv Diga Lá Excelência]", 8/VI, p.18/9.
*ALMEIDA, São José, BOTELHO, Leonete, "PS não pune Alegre por causa do comício", 5/VI, p.6.
*ALVAREZ, Luciano (com LUSA), "O PCP e a esquerda preocupada e falante", 4/VI, p.8.
*ALMEIDA, São José, "Manuel Alegre garante muitos socialistas na festa de esquerda", 3/VI, 12h49 [p.6].
*PÚBLICO/LUSA, "Direcção do PS acusa Manuel Alegre de participar num comício «contra o partido» promovido pelo Bloco", 1/VI.

terça-feira, 17 de abril de 2007

Insulto?

Lido num 'take' da Lusa:

O socialista Manuel Alegre criticou hoje a campanha de promoção televisiva do programa do Governo "Novas Oportunidades", considerando que insulta os trabalhadores com poucos estudos e as profissões que exigem menos habilitações literárias.

Eu pensava que o insulto era as pessoas com menos habilitações literárias terem que ficar a vida toda em empregos cuja dignidade não está em causa, mas que não lhes permitem imaginar outros horizontes de segurança, bem-estar, e realização pessoal. Dar-lhes uma nova oportunidade é o melhor que fazermos por eles. E isto implica ir para além de uma postura miserabilista.