Mostrar mensagens com a etiqueta Arquivo Municipal de Lisboa. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Arquivo Municipal de Lisboa. Mostrar todas as mensagens

sábado, 18 de dezembro de 2010

Uma boa sugestão para o Arquivo Histórico de Lisboa

Na sequência doutras hipóteses, também aqui referidas, o Fórum Cidadania Lisboa lançou uma nova proposta para instalação do Arquivo Histórico da Câmara Municipal de Lisboa, que é um dos mais importantes do país e se encontra praticamente inacessível num local inadequado. Como não há dinheiro para novas instalações, é bom pensar em aproveitar o muito património existente na cidade. Oxalá haja vontade para reflectir em soluções adequadas.

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Cliché de «Viva a República»

Fui ver a exposição «Viva a República» na Cordoaria e vou ter que voltar (sem a minha filha, que ainda não completou 2 anos). Sem grande hipótese de me concentrar a ler os textos de parede, pude apreciar o design expositivo, as soluções cenográficas, os ambientes recriados, um ou outro filme da época... e rever fotografias do Arquivo Fotográfico da Câmara Municipal de Lisboa, nomeadamente da colecção Ferreira da Cunha. Uma excelente exposição por muitas razões, mas também porque pôde contar com um acervo fotográfico riquíssimo, acessível a todos de forma livre e gratuita, dentro do espírito republicano.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

7 anos de vergonha para Lisboa

O Arquivo Histórico de Lisboa celebrou em Outubro passado o seu 7.º aniversário de encerramento injustificado. Sobre este triste assunto, que tem contado com o desinteresse impante dos sucessivos edis, já vários textos escrevi, incluindo carta para a imprensa (publicada no Público) e posts, aqui e noutros blogues, onde propus várias soluções.
Agora, o Fórum Cidadania Lisboa pôs as mãos na massa e aprofundou a questão num post que vale a pena ler, até pelos exemplos de boas práticas noutras cidades europeias: «7 ANOS ENCERRADO AO PÚBLICO É MUITO TEMPO. É tempo de dar atenção ao Arquivo Histórico da CML!».
Já não dá mais para disfarçar e assobiar para o lado.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Boas notícias para 2008

Ontem foi aprovado na Assembleia Municipal o orçamento da CML para 2008. Apesar da contenção que a actual situação financeira impõe, o novo orçamento inclui verba para a reabertura do Arquivo Histórico. Esta é uma excelente notícia e ficamos à espera da sua concretização nos próximos meses. Após cinco anos de espera, já não era sem tempo!
Entre as actividades prioritárias para 2008 na área cultural, além da reabertura do Arquivo Histórico, saudamos a intenção da CML assinalar uma efeméride com especial importância histórica para Lisboa: o centenário da vitória do Partido Republicano nas eleições municipais de Lisboa (1 de Novembro de 1908). Cerca de dois anos antes da instauração da República em todo o país, Lisboa já era republicana! A cidade deve saber honrar esse legado, promovendo e celebrando activamente os valores da democracia, da cidadania, da igualdade, da justiça e da inclusão social, da educação para todos.
___
Imagem: 1ª vereação republicana da CML, 1908 (Joshua Benoliel, AFML)

quinta-feira, 5 de julho de 2007

Réplica a José Reis Santos, a propósito do Arquivo Municipal de Lisboa

Caro José Reis Santos,
Respondo-te como munícipe, historiadora e arquivista ao teu post de comentário ao meu anterior.
Ponto prévio: ao contrário do que afirmas, entendo que, nas políticas cultural e da informação da CML, a reabertura do Arquivo Histórico Municipal é uma prioridade absoluta. Trata-se da memória organizacional do Município e social da cidade, é o acesso público a um dos mais importantes arquivos do país que está em causa.
Pegando no teu repto, ultimamente não temos assistido a grande interligação entre a Universidade e a História Local de Lisboa e percebe-se porquê. A maioria do acervo do Arquivo Municipal de Lisboa (AML) está inacessível ao público (estudantes, professores e investigadores das universidades incluídos) há quase cinco anos. Podem fazer-se trabalhos de pequeno fôlego só com base em fontes impressas, mas trabalhos de maior envergadura exigem a consulta de fontes de arquivo. A impossibilidade de aceder às fontes primárias do AML tem impedido a realização de estudos académicos sobre a História Local de Lisboa.
Há cerca de dois anos encontrei num Congresso um historiador da Faculdade de Letras que costumava participar nos colóquios temáticos organizados pelo Arquivo Municipal de Lisboa; disse-me que já não sugeria aos alunos temas de trabalho ligados à história de Lisboa porque o Arquivo estava fechado e os colóquios nunca mais se tinham realizado.
Uma melhor interligação entre a Universidade e a Autarquia no que toca aos estudos sobre Lisboa passa primeiro pela resolução do problema do acesso à documentação. É com espanto e tristeza que vejo que os historiadores mais influentes da nossa praça, em vez de exigirem a reabertura do Arquivo, desistiram de estudar Lisboa.
Depois, há que apostar no estabelecimento de parcerias e protocolos. A definição de prioridades no que respeita ao tratamento documental, à disponibilização de descrições e reproduções online, etc., poderia tomar em linha de conta as agendas de investigação. Lamento que não haja em nenhuma universidade lisboeta um centro de investigação interdisciplinar sobre questões transversais à Cidade.
Quanto ao financiamento, já em diversas ocasiões afirmei que “tal como os químicos, os físicos, os biólogos, etc. necessitam de laboratórios bem apetrechados para desenvolver a sua investigação científica, também os historiadores (e outros cientistas sociais) dependem da existência de arquivos em boas condições de conservação, acesso e comunicação. A salvaguarda, a descrição e a divulgação de milhões de documentos do nosso passado exigem, à semelhança dos laboratórios científicos, financiamentos avultados. Sem arquivos acessíveis aos investigadores não há conhecimento histórico. Sem conhecimento histórico não haverá cidadania plena”. Concordo plenamente que as Universidades e a Autarquia, no caso em análise o AML, podiam apresentar projectos conjuntos à FCT e a programas europeus.
A pós-graduação da UAL foi, de facto, uma ideia feliz. Assisti com gosto a grande parte das aulas da primeira edição. Hoje, no quadro do processo de Bolonha, o modelo da pós-graduação já não faz sentido. Mas um Mestrado em Estudos Olisiponenses, numa perspectiva multidisciplinar, faz falta e teria procura. Tal como uma “escola” de formação contínua.
Por motivos profissionais, não me pronuncio sobre o trabalho desenvolvido por serviços da CML. Digo apenas que o futuro está na cooperação entre todos, tendo sempre em vista o interesse do cidadão.

quarta-feira, 4 de julho de 2007

Aos candidatos à Câmara Municipal de Lisboa

Em Outubro de 2006 passaram 4 anos sobre o encerramento das instalações do Arquivo Municipal de Lisboa, situadas no Alto da Eira. A documentação ali instalada (a maioria com valor histórico) está, desde então, inacessível ao público. Perante esta situação, gravosa e sem fim à vista, impõe-se uma pergunta: a quem/para que serve um arquivo fechado? Certamente não serve a instituição que o produziu, nem a comunidade envolvente, nem as gerações vindouras. Ao não assegurarem condições de acesso à documentação, os responsáveis da Câmara Municipal de Lisboa têm (voluntariamente ou não) fomentado a amnésia organizacional e social. Dão, assim, razão ao sentimento difuso de que os arquivos são uma área subsidiária no seio das políticas públicas portuguesas, seja no sector da informação/documentação, seja no sector do património cultural.
Enquanto não for resolvido o magno problema do acesso público (e dos próprios utilizadores internos) à documentação encerrada no depósito do Alto da Eira, o Arquivo Municipal de Lisboa continuará a não cumprir a sua missão arquivística, a violar o direito de acesso dos cidadãos à informação e a desprezar o avanço e a renovação de estudos científicos e outros sobre Lisboa. Julgo que se devem criar condições para que a documentação seja provisoriamente disponibilizada noutro espaço da CML, sob a supervisão técnica da Divisão de Gestão de Arquivos. Paralelamente, deverá ser feito um esforço suplementar de digitalização e disponibilização on-line da documentação com valor histórico, seguindo aliás as recomendações da Comissão Europeia.
Aproximando-se as eleições para a CML, impõe-se igualmente saber o que pensam os candidatos desta situação. Como pretendem, se forem eleitos, resolver a breve trecho o problema do acesso do público aos documentos históricos que se encontram nas instalações do Alto da Eira? Comprometem-se a dar continuidade ao projecto do edifício novo para o Vale de Santo António? Em caso afirmativo, qual o prazo de conclusão da obra? Em caso negativo, que alternativa exequível propõem? A adaptação a Arquivo de um edifício municipal ou estatal? Qual? Em que moldes? Quanto tempo levará?
Aguardam-se tomadas de posição públicas. O futuro agradece.