Mostrar mensagens com a etiqueta Brasil. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Brasil. Mostrar todas as mensagens

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Não serve de consolo mas serve para meditar

Para não se pensar que é exclusivo da tugalândia e que é coisa pontual:

Mino [Carta] fundou as revistas Veja e Isto É [...]. Foi eleito Jornalista do Ano pelos correspondentes estrangeiros em 2006.
É um veterano e não se cansa de lançar farpas ao espírito da imprensa hoje dominante. «Em nenhum lugar do mundo civilizado os media em geral se colocam todos de um lado, como no Brasil. Os media brasileiros são um instrumento na mão de uma minoria favorecida. Estão nas mãos de quatro famílias.» E as críticas não param aqui. «A imprensa brasileira é muito ruim, as pessoas não sabem escrever. Frequente uma escola de jornalismo no Brasil: são péssimas.»
A tradição da imprensa em bloco vem de longe, diz: «Quando Getúlio Vargas se elegeu em 1950 e criou a Petrobras, os media brasileiros postaram-se em bloco contra ele, que acabou por se suicidar em 1954. Depois os media lutaram em bloco contra a candidatura de Juscelino Kubitschek. Quando Jânio Quadros renunciou em 1961 advogaram a intervenção militar, para impedir a posse de Goulart. E no golpe de 1964 pediram aos militares para intervir.»
Nenhum jornal lutou contra ditadura?
«Nenhum, zero. Quem teve um papel foi a pequena imprensa, dita alternativa, que resistiu. Depois houve a revista Veja, que dirigi a partir de 1968 e da qual saí em 1976 por exigência do Presidente Geisel. Eu pedira um empréstimo à Caixa Económica Federal para a revista, e a Caixa negou porque o ditador de plantão exigia a minha cabeça. Tenho essa grande honra.»
Hoje a tradição da imprensa de «servir a elite» continua: «Eles querem um país de 20 milhões e uma democracia sem povo».

(entrevista a Alexandra Lucas Coelho)

domingo, 3 de outubro de 2010

Indefinição até à última nas eleições brasileiras

Prestes a acabar o dia (em Portugal...) e ainda é incerto se haverá ou não 2.ª volta nas presidenciais do Brasil. Contados que estão 72% dos votos, Dilma Rousseff aparece abaixo do esperado (44,63%) e Marina Silva muito acima (20,31%), o que contraria as sondagens à boca das urnas (e as outras...).
Se houver 2.º turno, não deixa de ser uma oportunidade para aprofundar o debate político. Por muito que Dilma possa ser a melhor candidata, o facto de não ter rasgo político e ser apenas uma aposta do premiê Lula da Silva não pode deixar de influir na avaliação da sua candidatura. Votar não é fácil e obriga a ponderar, como referiu Manolo Piriz.

Sobre a realidade brasileira, entretanto, muito se escreveu. Para começar, destaco este texto: «Brasil: as feridas ainda abertas de uma potência em ascensão», por Manuel Carvalho.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Ferreira de Castro e a emigração, ontem como hoje

Começou hoje o Colóquio Internacional Ferreira de Castro e a Emigração, em Lisboa, que reúne especialistas de diferentes áreas para uma reflexão conjunta sobre a obra do escritor Ferreira de Castro relativa à emigração no Brasil e possíveis pontes com a actualidade.

Nele participam estudiosos como Antônio Dimas, Maria Eva Braz Letízia, Bernard Emery, Eugénio Lisboa, Miguel Real, Artur Anselmo, Luís Crespo de Andrade e Maria Beatriz Rocha-Trindade.

A iniciativa, que decorre até 4.ª feira no Auditório 1 da FCSH-UNL, é organizada pelo Centro de História da Cultura da Universidade Nova de Lisboa, em colaboração com o  Centro de Estudos Ferreira de Castro. O seu programa pode ser consultado aqui.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Brasília, 50 anos: onde pára o sonho

A propósito desta efeméride brasileira, o que de melhor li foi sobre leitura e dinamização cultural: «O açougueiro que quer pôr a cidade a ler». A crónica de Alexandra Prado Coelho é sobre um talhante (Luiz Amorim) que criou um inesperado espaço de leitura no seu local de trabalho, o qual rapidamente se expandiu, para outros espaços e actividades. Actualmente o  Açougue Cultural T-Bone é uma instituição cultural de referência no Brasil.
Uma história bonita de contar, de ler e de repassar.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Jogos Lolímpicos 2010


cartoon de GoRRo (c) 2010

Informação adicional com chancela Peão aqui e aqui.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Desenvolvimento vs. ambiente?

Seja qual for a opinião de cada um de nós, a construção da 3.ª maior barragem do mundo na Amazónia dará certamente que falar e será um caso de estudo sobre a ponderação entre necessidades de desenvolvimento e custos ambientais. O Ministério do Ambiente já deu luz verde. A questão é: desenvolvimento sustentável ou só desenvolvimento?

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

O Brasil à beira duma Assembleia Constituinte?

Um mega-caso de corrupção similar ao «mensalão» está a revolver a política brasileira. A revelação surgiu na sequência duma investigação policial com o sugestivo nome de Caixa de Pandora. O presidente Lula da Silva já veio condenar o escândalo e sugerir uma Assembleia Constituinte após as eleições de 2010, para fazer uma revisão da lei eleitoral, considerada um dos focos da desgraça.
Mas outras propostas já estão no terreno, por iniciativa da sociedade civil, como a Campanha Ficha Limpa, da rede Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral e já com mais dum milhão de aderentes. Oxalá os políticos as saibam acolher.
Para grandes males grandes remédios. A ver vamos.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Ó Manolo, já tá vendo a luz?

Ou por aí continuam em fase de poupança pró-ambiental?

Por cá, a imprensa comenta sobre as inevitáveis consequências políticas negativas para o governo de Lula, caso o apagão tivesse sido evitável.

As velas e lamparinas é que também devem ter levado um apagão...

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Brasil, o lacaio do Vaticano

papa bento 16 O Senado brasileiro aprovou ontem o Projeto de Decreto Legislativo que dá o aval ao tratado vindo do Itamaraty assinado pelo governo brasileiro e a Santa Sé. O acordo entre o Brasil e o Vaticano, que estabelece uma relação jurídica com a Igreja Católica no país, agora aguarda apenas pela a publicação de decreto presidencial para entrar em vigor.

Assinado em novembro do ano passado pelo presidente Lula e o Papa Bento 16, o acordo (também conhecido como concordata) envolve questões polêmicas, como o ensino da religião católica nas escolas públicas, a proibição de demolição de edifícios ou objetos ao culto católico e a laicidade do Estado brasileiro.

O Brasil é um estado laico desde a proclamação de sua Republica em 1889. E o que foi aprovado pelo Congresso Nacional contraria o caráter laico do estado Brasileiro instituído na Constituição Federal.

Além disso, esta aberração jurídica fere a liberdade religiosa e a igualdade de direitos e deveres estabelecidos entre as várias instituições religiosas, legalmente existentes no país, ao privilegiar a Igreja Católica em questões que envolvem a educação das crianças brasileiras, além de lhe conceder benefícios fiscais oriundos do erário público.

Só resta agora que esta decisão seja julgada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal. A merda é que devido ao processo eleitoral já detonado em terras tupiniquins ninguém vai querer colocar o dedo nesta ferida. Mais.


sábado, 12 de setembro de 2009

A resposta de Hugo Chávez a Lula

A resposta não tardou e veio na lata, tipo pá e pufe. Depois do convênio militar no valor de 50.000.000.000,00 de dólares firmado entre o Brasil e a França, Hugo Chávez não perdeu tempo e respondeu rapidamente a Lula. O presidente da Venezuela anunciou ontem à noite, em Caracas, que o seu país adquiriu da Rússia mísseis com um alcance de 300 km e carros de combate T-72 e T-90. E lo peor de tudo é que tem por aí uns babacas dizendo que todas essas negociações trata-se apenas de uma modernização das forças armadas da América do Sul. Eu, hein!? Mais informação.


Imagem: Arcadio, “La Prensa”


quinta-feira, 10 de setembro de 2009

US$ 40.000.000.000,00 é o que a América do Sul já gastou em armas

exercito02 O acordo de cooperação militar firmando, na última segunda-feira, entre o Brasil e a França (v. aqui) pode consolidar o país como a primeira e indiscutível potência bélica sul-americana. Este é apenas mais um capítulo de uma história que vem se desenrolando há algum tempo e que tem como um dos protagonistas Hugo Chávez. Na verdade, essa foi também uma resposta direta de Lula ao presidente venezuelano, que não esconde o seu desejo de se tornar a maior liderança na América do Sul, mesmo que seja na marra.

Com o pretexto de estar se preparando para um possível ataque norte-americano, Chávez tem investido pesadamente na compra de armas. Só da Rússia já comprou mais de 4 bilhões de dólares em armamento (v. aqui), aquisição que vai desde armas leves a aviões de combate. Apesar do “por qué no te callas” do rei, a Espanha acertou um acordo com o governo venezuelano no valor total de 1,5 bilhão de dólares na compra de barcos patrulheiros e aviões de transporte (v. aqui). Detalhe: esta foi a maior venda de armamento já realizado pelos espanhóis em toda a sua história.

Assim que assumiu a presidência da República, um dos primeiros atos de Lula foi revogar o projeto de seu antecessor (o tucano Fernando Henrique Cardoso) de reequipamento e modernização das Forças Armadas Brasileiras, com o argumento de que o país não corria qualquer risco na pacífica América do Sul. Depois de um pouco mais de 6 anos de governo, parece-me que Lula mudou radicalmente de posição. Em 2003, o orçamento militar do Brasil era estimado em 1,90% do PIB, índice que passou para 2,60% em 2008, ou seja: quase 7 bilhões de dólares já foram reservados para aumentar o poder bélico brasileiro (v. aqui).

É visível a olhos nus que os países da América do Sul têm investido muito dinheiro no setor militar. Dos 44 bilhões de dólares liberados em 2007 pelos respectivos Congressos para a compra de armamento e reestruturação de defesa, cerca de 40 bilhões já foram gastos, principalmente por Brasil, Venezuela, Chile, Colômbia e Equador.

Para um continente que vive relativamente em paz e com fronteiras estáveis há mais de um século (exceto pela Guerra das Malvinas) não vejo sentido em se gastar tanto dinheiro assim com defesa, sobretudo quando toda a região assolada por profundos problemas sociais até agora longe de serem resolvidos.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

PT e Lula têm baixa importante:a ambientalista Marina Silva (atualizado)

marinaSilva A ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva anunciou hoje sua saída oficial do Partido dos Trabalhadores (PT). Pedagoga e ambientalista, ela deixa o partido depois de quase 30 anos de intensa militância. Esta foi a primeira grande baixa do governo Lula depois que se tornou refém do senador José Sarney e sua gang da "tropa de choque". Com essa decisão, Marina abre as portas para o Partido Verde (PV) que lhe ofereceu filiação para uma provável disputa à presidência da República, em 2010. Se de alguma forma a sua possível candidatura assusta o atual governo (leia-se Dilma Russeff, a toda-poderosa ministra da Casa Civil e pré-candidata do PT), por outro lado ela enche de ânimo quem está mais à esquerda. E este é o meu caso, apesar de não ser eleitor aqui em Pindorama. Saravá, Marina Silva. Mais.

Gilberto Gil quer ser vice de Marina

O cantor e compositor Gilberto Gil disse que, se convidado, pode aceitar ser vice na eventual candidatura de Marina Silva à presidência da República pelo PV. “Uai! Claro que existe possibilidade de dizer sim. Existe possibilidade de dizer não, existe possibilidade de tudo. Mas só quero dizer a ela, se ela me convidar”, disse o ex-ministro da Cultura. Isso pode dar samba. Mais.


Diga-me com quem andas e direi quem és

No mesmo dia em que Marina Silva deixou o PT, os petistas seguiram a determinação do presidente Lula e ajudaram a enterrar de vez as investigações no Conselho de Ética do Senado sobre José Sarney. O presidente do Senado, que enfrenta um calhamaço de denúncias, é tido pelo governo como um forte aliado no Congresso Nacional e na construção da candidatura da ministra Dilma Rousseff à presidência da República. Mais do que nunca a velha máxima cai aqui como uma luva: diga-me com quem andas e direi quem és. Mais.

E tudo termina em pizza (ou filhos daquela)

Por outro lado, a oposição tupiniquim não deverá recorrer ao Plenário do Senado desta decisão do Conselho de Ética. Isso porque foi feito um acordo informal com os governistas, o qual permitiu também a absolvição (por unanimidade) do senador tucano Arthur Virgílio Neto, acusado de ter pagado com verba pública um curso na Espanha a um de seus assessores de gabinete. E como o previsto, tudo terminou em uma gantesca pizza.

Como anda na moda blogosférica expressões de fino trato como "filho daquele" ou " filho daquela" vai aqui um rockzinho da banda brazuca Titãs. Trata-se da música "Vossas Excelências", mas mais conhecida popularmente como "Filhos da Puta" (v. letra aqui). O que é, diga-se, uma grande sacanagem com essas profissionais liberais, que são merecedoras de todo o meu respeito.

Charge roubada daqui.


quarta-feira, 12 de agosto de 2009

A velha malandragem como ideologia (ou o toma-lá-dá-cá tupiniquim)

olhar de collorrenan-fingerJose-Sarney Na última semana os brasileiros puderam assistir cenas repugnantes da política nacional. Homens que representam todo o atraso político deste país fizeram do Senado palco de um verdadeiro circo dos horrores. Primeiro foi o ex-presidente Fernando Collor (aquele que disse um dia ter os colhões roxos - lembram-se?). Com seus olhos esbugalhados cuspindo fogo e respiração ofegante, ele vocifera palavras tresloucadas a seu adversário político, Pedro Simon ( v. vídeo).

Dias depois, foi a vez de Tasso Jereissati e Renan Calheiros , no melhor estilo trash de um “Rei do Cangaço”, trocarem “gentilezas” do tipo “cangaceiro de merda” e “dedo sujo” (v. vídeo). E todo esse palco horrendo foi armado para defender o ex-presidente da República José Sarney, Família & Amigos S/A de suas falcatruas (v. aqui).

Em outras palavras, o que se viu no Senado brasileiro foi a volta das velhas táticas coronelistas de intimidação como prática política. É a tal “tropa de choque”, uma eterna instituição tupiniquim sempre convocada para livrar de punições congressistas evolvidos em escândalos e trapaças. Pior: é com esse tipo de expediente truculento que forças políticas retrógradas, clientelistas, fisiológicas e corruptas do país têm se mantido no poder ao longo da História brasileira.

Como o brasileiro tem lá a memória bem curta, vale lembrar que até há pouco tempo os senadores Renan Calheiros, José Sarney e Fernando Collor estavam em lados opostos e eram ferrenhos inimigos políticos. Em 1989, na sua campanha à presidência, Collor se referia ao então presidente Sarney como “ladrão e corrupto”. E esses foram os insultos mais brandos(v. vídeo).

Em 1992, veio o troco. Sarney participou intensamente do processo que acabou em impeachment de Collor. Já o senador Calheiros, depois de ser líder Collorido no Congresso, jogou o seu chefe aos leões e fez coro juntou à oposição chamando-o de corrupto. Em 2007, foi a vez de Renan renunciar à presidência do Senado, acusado, entre outras coisas, de corrupção.

Mas, enfim, se agora são fiéis aliados é porque o jogo político desses ilustres senadores é norteado apenas pelo interesse pessoal, como o toma-lá-dá-cá da “lei de Gerson”. São verdadeiros profissionais da malandragem que encontram na vida pública uma forma rápida de enriquecimento ilícito e ascensão social. A relação política para esses nobres senadores não passa pela cidadania e muito menos pela defesa do bem-estar social da população. Não. Mas sim pela obtenção de vantagens financeiras, que são estendidas a familiares e aos aliados nesse jogo sórdido e asqueroso que impera há décadas no Congresso Nacional. É a ideologia da malandragem pura e simples, sem qualquer compromisso com a ordem pública ou qualquer preceito ético. Infelizmente, esse tipo de "político" ainda é eleito e reeleito aos montes graças a currais eleitorais mantidos a ferro e fogo por chefetes locais, onde os adversários políticos são eleiminados até mesmo pelo chumbo da pistola se for o caso.

****

sarney_e_lula_ PS: Ah, vale lembrar que ao afirmar que “Sarney tem história no Brasil suficiente para que não seja tratado como se fosse uma pessoa comum” (17/07), o presidente Lula (hoje amigo e aliado do presidente do Senado) também mudou radicalmente de posição, pois até há pouco tempo ele não pensava assim. “Nós sabemos que antigamente se dizia que o Ademar de Barros era ladrão, que o Maluf era ladrão. Pois bem: Ademar de Barros e Maluf poderiam ser ladrões, mas eles são trombadinhas perto do grande ladrão que é o governante da Nova República, perto dos assaltos que se faz”, disse Lula, em 1987, em um evento em Aracaju, em referência ao então presidente José Sarney (v. vídeo).

PS-1: O presidente Lula encaminhou um processo de concessão de uma emissora de rádio para aprovação no Congresso em nome da empresa JR Radiodifusão, que tem como um dos sócios José Renan Calheiros Filho. Como o nome já diz tudo, o dito cujo é rebento do poderoso chefão da “tropa de choque” de Sarney, Renan Calheiros. Sem mais comentários. Mais.

sábado, 1 de agosto de 2009

Amigo íntimo do clã Sarney censura jornal

sarney-charge O desembargador do Tribunal de Justiça do Distrito Federal, Dácio Vieira, proibiu ontem, em decisão liminar, o jornal “O Estado de S. Paulo” de publicar qualquer informação relativa à ação da Polícia Federal, que investiga, entre outros, Fernando Sarney (filho do presidente do Sanado Brasileiro). “Há um valor constitucional maior, que é o da liberdade de imprensa, principalmente quando esta liberdade se dá em benefício do interesse público”, diz o advogado do jornal. Por uma dessas grandes coincidências da vida, o tal desembargador foi consultor jurídico do Senado e é de convívio íntimo da família Sarney e seus “afilhados”. É preciso falar mais? Mais informações aqui e aqui.

Aqui vídeo das velhacarias da família Sarney. Só espero que o tal amiguinho dos Sarneys e Cia. não censure também o You Tube. Aliás, este não é o primeiro ato de censura imposto por Sarney. Como presidente do Senado, ele determinou ao primeiro-secretário da Casa, Heráclito Fortes, que retirasse as credencias da equipe do programa humorístico “CQC”.

quinta-feira, 30 de julho de 2009

A trajetória “política” de um gangster tupiniquim

sarney e lula Os escândalos envolvendo o atual presidente do Senado brasileiro e seu clã é coisa bem antiga e não é novidade alguma pra qualquer pessoa relativamente bem informada sobre a política brasileira dos últimos anos. José Ribamar Sarney se vê às voltas com denúncias de irregularidades desde que chegou à presidência da República (por via indireta, diga-se), em 1985. As acusações durante todo o seu governo iam desde fraude em grandes obras públicas (tipo Ferrovia Norte-Sul) até concessões irregulares a parlamentares amigos de emissoras de rádio e TV (v. aqui a atual situação).

Além disso, Sarney e os filhos enfrentam outras graves denuncias de corrupção desde 1989, mas até o momento sobreviveram ilesos. E como sobreviveram! Tanto é que continuam a mandar e desmandar no Brasil. Todas as investigações contra Sarney ou seus queridos rebentos, desde a CPI da Corrupção, em 1989, até o escândalo da Sudam (que provocou um desvio de R$ 1.700.000.000,00) sempre esbarraram em manobras políticas e, principalmente, em decisões judiciais suspeitas.

E o mais triste de tudo isso é o apoio incondicional que o presidente Lula vem dando a este gangster (v.aqui), que representa todo o atraso deste país, o coronelismo, a oligarquia política retrógada e feudal. Enfim, um dinossauro de rapina que fez e faz do Brasil um imenso balcão de negócios pra si, parentes e aliados políticos.

Eis aqui a trajetória “política” do dito cujo:

1.988 – Relatório da CPI da Corrupção propõe o seu indiciamento por crime de responsabilidade por irregularidades cometida em seu governo. Resultado: a denúncia foi arquivada logo em seguida.

1.989 – Outra CPI da Corrupção, desta vez envolvendo também 4 de seus ministros, tem o mesmo destino da primeira: é arquivada descaradamente. Os senadores recorrem à Justiça, mas tudo ficou com dantes.

1.993 – Durante a CPI do Orçamento, a Construtora Servaz é envolvida num esquema de propinas junto à Comissão de Orçamento. Por coincidência, a tal construtora foi a responsável por amplas e caras reformas em várias propriedades da família Sarney.

2.000 – Roseane Sarney (a filha), então governadora do Maranhão (o quintal da família e o pior IDH do Brasil) e candidata à presidência da República, é envolvida no escândalo da Sudan, de onde foram desviados 1.700.000.000,00 de reais. Misteriosamente, a denúncia foi arquivada pela Justiça. São as forças ocultas...

2.009 – Mais de 600 “atos secretos” foram decretados para nomear parentes, amigos, criar cargos e aumentar salários. Entre os beneficiados, constam nomeações de parentes, amigos e afilhados políticos de Sarney.

- Sarney recebe estranho auxílio moradia no valor de 3.800 reais mensais. Tudo bem não fosse um pequeno detalhe: ele mora em Brasília, mas não tinha se dado conta disso.

- Fernando Sarney, o filho, e nora Teresa Cristina Murad Sarney são indiciados pela Polícia Federal pelos crimes de formação de quadrilha e lavagem de dinheiro, entre outros. Isso é o que se pode chamar de matrimônio unido e feliz.

- Uma mansão em Brasília (no valor de 4.000.000,00 de reais) não foi declarada à Justiça Eleitoral. Bem, mais é um valor quase insignificante, pois sim. Afinal, para quem já amealhou uma grande fortuna ao logo de sua atividade política, 4 milhões a mais ou 4 milhões a menos não fazem a menor diferença. É só mais uma perseguição da Imprensa tupiniquim.

- Fundação José Sarney é acusada de desviar recursos de patrocínio da Petrobrás para empresas fantasmas. Bem, como o dinheiro é de uma estatal bem rica, tudo bem. Mesmo porque a Petrobrás é uma das empresas que mais faturam no mundo. E tudo não passa de um complô de seus inimigos políticos.

- Mordomo pago pelo Senado prestava serviços na residência de Roseane Sarney desde 2.003. Detalhe: o salário do rapaz era de 12 mil reais, quando o salário mínimo brasileiro não passa dos 500 reais.

- Gravações da Polícia Federal, com autorização da Justiça, revelam a prática do sórdido nepotismo pela família Sarney. E neste caso, até o pobre Deus foi envolvido na negociata (aqui o áudio). É aquela velha história: Deus abençoa e o Zé Povinho paga.

Quer mais, ou isto ainda é pouco?

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Lula, apenas uma triste e sombria imagem do que já foi no passado

lulaSombraAMar Quem te viu, quem te vê!? É o mínimo que posso dizer neste momento do presidente Lula da Silva e o PT (Partido dos Trabalhadores). Daquela imagem do sindicalista combativo da Ditadura Militar, do homem que defendia preceitos éticos na política brasileira e a moralidade pública só resta uma triste e sombria imagem perdido no passado. Uma imagem fascinada pelo poder e suas benesses, onde a arrogância, a vaidade e a falta de escrúpulos políticos beira à indecência. Uma imagem fantasmagórica e de contorno obscuro.

É desolador vê-lo agora a advogar por uma das figuras mais repugnantes do cenário político brasileiro, o senador e ex-presidente da República José Sarney. Sarney além de ter sido um ferrenho defensor e cúmplice da Ditadura Militar, é o homem cuja biografia política é composta apenas por falcatruas. Mantê-lo na presidência do Senado, como defende incondicionalmente Lula, é o mesmo que dar as mãos e acolher pra si o que há de mais sujo em toda História da República brasileira. Pior. É perpetuar no poder uma corja que tomou de assalto este país, em 1964, e dele fez (e faz) um balcão de negócios pessoais. É como dar na cara de muitos brasileiros que acreditaram que o interesse público ficaria acima do interesse privado quando o elegeram para ocupar o suntuoso Palácio da Alvorada.

Enfim, seria interessante que Lula e o PT explicassem publicamente (não com a retórica da governabilidade como estão a fazer) por que deixaram para traz todo um passado ético e agora se aliam ao que há de mais podre, imoral e nocivo no Brasil. Mas creio que isso não será mais possível, mesmo por que esse passado já está morto e enterrado a 7 palmos do chão. E eu não acredito em ressurreição.

***

Alguns dos escândalos mais recentes do Congresso Nacional:

Atos secretos – Os atos secretos foram decretados para nomear parentes, amigos, criar cargos e aumentar salários sem qualquer critério técnico. Um levantamento mostra que mais de 600 decisões não foram publicadas no Diário Oficial da República. Entre os muitos beneficiados, constam nomeações de parentes e afilhados de Sarney. Também se descobriu que os tais atos secretos serviram para pagarem o salário (aproximadamente 12 mil reais) de um mordomo da agora governadora Roseana Sarney (filha do dito cujo), reformas luxuosas de casas e cirurgias estéticas da madame.

Passagens aéreas - Deputados e senadores levaram parentes e assessores em viagens pelo Brasil e para o exterior usando a cota de passagens aéreas do Congresso.

Horas extras - Pagamento de 6,2 milhões de reais de horas extras a mais de 3.000 funcionários em janeiro, quando o Congresso Nacional está em recesso parlamentar.

Caso Zoghbi - O ex-diretor de Recursos Humanos, João Carlos Zoghbi, é acusado de cobrar propina para favorecer empresas interessadas em prestar serviços ao Senado. Também foi acusado de usar a ex-babá como “laranja” para receber 2,3 milhões de reais do Banco Cruzeiro do Sul, responsável por operações de empréstimos consignados a funcionários do Senado.

Caso Agaciel - O diretor-geral do Senado, Agaciel Maia, foi acusado de omitir de seu patrimônio uma mansão de 5 milhões reais e de fazer contratos irregulares.

Auxílio moradia - Sarney admitiu que vinha recebendo 3.800 reais de auxílio moradia desde 2008. O benefício não deveria ser concedido, uma vez que Sarney mora em Brasília.

Nepotismo - Diretores burlavam a lei antinepotismo empregando parentes por meio de empresas terceirizadas.

Celular - O senador petista, Tião Viana, cedeu um celular do Senado para a sua filha, que viajou de férias para o México e gastou quase 15 mil reais em ligações.

Funcionária fantasma - A funcionária fantasma Luciana Cardoso, filha do ex-presidente tucano, Fernando Henrique Cardoso, admitiu que “trabalhava” em casa porque o “Senado é uma bagunça generalizada”.

Jatinho – O senador cearense Tasso Jereissati (PSDB) usou parte de sua verba de passagens para fretar jatinhos e viajar alhures.

Fonte: Jornal o Estado de São Paulo.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Os filhos pródigos da liberdade, ou a evocação oportuna do exílio político português



segunda-feira, 20 de abril de 2009

Memória política da repressão ditatorial

No Brasil, o julgamento de crimes da Ditadura Militar (1964-85) está a dividir o governo de Lula. O ministro da Justiça advoga pelo debate; o da Defesa é contra e quer encerrar o assunto.
Ao invés da Argentina e do Uruguai, o Brasil continua preso aos seus fantasmas pelo pacto desresponsabilizador da Lei da Amnistia, numa altura em que passam 45 anos sobre o golpe militar que derrubou o governo legítimo de João Goulart.
Neste momento, o Supremo Tribunal Federal averigua que tipo de crimes estão abrangidos pela Lei da Amnistia, dos anos 80. Para o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Cezar Britto,  a Lei de Amnistia perdoou "reciprocamente" os crimes políticos de ambas as partes, cometendo um erro crasso: "Mas amnistia não é amnésia. É necessário saber que crimes foram esses e os que estão efectivamente por ela abrangidos". E deixa um alerta lucido: "Um país que não conhece a sua história, sobretudo as suas páginas mais sombrias e controversas, corre o risco de repeti-la". Por isso, Britto defende a abertura dos arquivos da Ditadura, para "resgatar a memória do país lamentavelmente vivida no período sombrio do regime militar" (vd. aqui; sobre as ditaduras latino-americanas coevas vd. aqui).
A este propósito, o CES-UC organizou o Seminário Luso-Brasileiro Repressão e Memória Política, juntando investigadores e activistas dos direitos humanos de ambos os países, em parceria com a Comissão de Anistia do Ministério da Justiça da República Federativa do Brasil (20-21 de Abril, Sala de Seminários do CES). Inclui a presença do Ministro da Justiça brasileiro, Tarso Genro.
O evento tem como fito "estabelecer uma interlocução aprofundada entre as iniciativas de preservação da memória política dos dois países, que tiveram um passado recente de longos governos repressivos. Serão feitas apresentações sobre as principais políticas públicas e as práticas sociais voltadas ao esclarecimento histórico e à formulação de processos pedagógicos que permitam à sociedade transformar a experiência de restrição das liberdades públicas e submissão à força em um processo reflexivo e pedagógico sobre a importância da manutenção e do fortalecimento da democracia" (vd. programa aqui).
Nb: na imagem, autocolante de organização de defesa dos presos políticos da Ditadura Militar brasileira, sendo que a amnistia a que se refere nada tem a ver com a lei que depois foi promulgada.

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

150 bilhões para salvar bancos e empresas privadas e apenas 1 bilhão para salvar vidas. Que merda de lógica é esta do governo brasileiro?

santa catarina 2santa catarina

O governo brasileiro já liberou aproximadamente 150 bilhões de reais (cerca de 50 bilhões de euros) para aumentar a liquidez no mercado de crédito, ajudar bancos e empresas especuladoras e combater os efeitos da crise financeira no país. Entretanto, para prestar socorro ao quase 1,5 milhão de vítimas das enchentes que flagelam o Brasil, o governo liberou apenas um pouco mais de 1 bilhão de reais (pouco mais de 300 milhões de euros) , ou seja: quase 30 centavos de euro por vítima. Pra se ter uma idéia isso representa, em São Paulo um cafezinho de procedência duvidosa vale, em média, 50 centavos de euro e uma cerveja (600 ml. ) não é bebida no verão por menos de 1 euro. É como se diz por estas bandas tupiniquins: Quepariu, meu! É mole ou quer mais, hein?! Mais aqiu e aqui.

Nb: Imagens do jornal "O Estado de São Paulo".

segunda-feira, 31 de março de 2008

O descarte da dama de ouro

Lula não é de ir ao inferno com ninguém. Ao Contrário, gosta de estar no paraíso. E de preferência sozinho. Foi assim com o seu superministro e articulador político Zé Dirceu (com quem Lula nunca morreu de amores) e com Antônio Palocci (este sim homem de extrema confiança do presidente) , ambos muito bem cotados para a sua sucessão em 2010, mas que foram abatidos em pleno vôo por envolvimento em escândalos. Resultado: eles saíram queimados de todo o imbróglio e o presidente fortalecido.

Outro sério candidato à sucessão de Lula abatido pelofogo amigo” foi o senador Aloízio Mercadante. Como candidato ao governo do estado de São Paulo, na eleição de 2006, se fosse vitorioso poderia tornar-se um dos nomes mais fortes à presidência da República, em 2010. Entretanto, sem qualquer motivação lógica/e ou política foi envolvido no escândalo da compra de um dossiê contra candidatos do PSDB, o que resultou num tiro no . E de forte candidato petista a ganhar a eleição paulista e líder do governo no Senado, transformou-se numa opaca sobra moribunda da política nacional. Obra da causalidade política? Feitiço da oposição? Não acredito também.

Parece-me que a receita deu certo e com Dilma Russeff não será diferente. Com o argumento de que a Casa Civil se transformou num alvo fixo da disputa política, o Palácio do Planalto tratou de colocar a “dama de ourocomo possível carta de descarte, “até que a poeira do escândalo dos cartões corporativos abaixe”. Será este o verdadeiro motivo do descarte? Ou será que a visibilidade e o fortalecimento da ministra incomoda determinadas alas lulistas do PT? É exatamente esta a pergunta que me faço.

Como não acredito em coincidências em política, não desprezo a possibilidade de ser esse mais um capítulo de uma manobra de enfraquecimento de qualquer outro postulante do PT à presidência de República que não seja o próprio Lula. Ou seja, caso não passe a alternativa do terceiro mandato, o plano B seria entregar o governo federal à oposição e apostar no seu fracasso para uma volta triunfal de Lula, em 2014, por mais dois mandatos. Uma cartada perigosa, mas plenamente viável pra quem tem as melhores cartas na mesa e sabe como ninguém fazer o jogo político tupiniquim. E este é o caso de Lula, que se sair do governo como a popularidade que tem hoje será imbatível em 2014. Piração minha? Pode ser. Mas não creio. Então senhores, façam as suas apostas!