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quarta-feira, 12 de agosto de 2009

A velha malandragem como ideologia (ou o toma-lá-dá-cá tupiniquim)

olhar de collorrenan-fingerJose-Sarney Na última semana os brasileiros puderam assistir cenas repugnantes da política nacional. Homens que representam todo o atraso político deste país fizeram do Senado palco de um verdadeiro circo dos horrores. Primeiro foi o ex-presidente Fernando Collor (aquele que disse um dia ter os colhões roxos - lembram-se?). Com seus olhos esbugalhados cuspindo fogo e respiração ofegante, ele vocifera palavras tresloucadas a seu adversário político, Pedro Simon ( v. vídeo).

Dias depois, foi a vez de Tasso Jereissati e Renan Calheiros , no melhor estilo trash de um “Rei do Cangaço”, trocarem “gentilezas” do tipo “cangaceiro de merda” e “dedo sujo” (v. vídeo). E todo esse palco horrendo foi armado para defender o ex-presidente da República José Sarney, Família & Amigos S/A de suas falcatruas (v. aqui).

Em outras palavras, o que se viu no Senado brasileiro foi a volta das velhas táticas coronelistas de intimidação como prática política. É a tal “tropa de choque”, uma eterna instituição tupiniquim sempre convocada para livrar de punições congressistas evolvidos em escândalos e trapaças. Pior: é com esse tipo de expediente truculento que forças políticas retrógradas, clientelistas, fisiológicas e corruptas do país têm se mantido no poder ao longo da História brasileira.

Como o brasileiro tem lá a memória bem curta, vale lembrar que até há pouco tempo os senadores Renan Calheiros, José Sarney e Fernando Collor estavam em lados opostos e eram ferrenhos inimigos políticos. Em 1989, na sua campanha à presidência, Collor se referia ao então presidente Sarney como “ladrão e corrupto”. E esses foram os insultos mais brandos(v. vídeo).

Em 1992, veio o troco. Sarney participou intensamente do processo que acabou em impeachment de Collor. Já o senador Calheiros, depois de ser líder Collorido no Congresso, jogou o seu chefe aos leões e fez coro juntou à oposição chamando-o de corrupto. Em 2007, foi a vez de Renan renunciar à presidência do Senado, acusado, entre outras coisas, de corrupção.

Mas, enfim, se agora são fiéis aliados é porque o jogo político desses ilustres senadores é norteado apenas pelo interesse pessoal, como o toma-lá-dá-cá da “lei de Gerson”. São verdadeiros profissionais da malandragem que encontram na vida pública uma forma rápida de enriquecimento ilícito e ascensão social. A relação política para esses nobres senadores não passa pela cidadania e muito menos pela defesa do bem-estar social da população. Não. Mas sim pela obtenção de vantagens financeiras, que são estendidas a familiares e aos aliados nesse jogo sórdido e asqueroso que impera há décadas no Congresso Nacional. É a ideologia da malandragem pura e simples, sem qualquer compromisso com a ordem pública ou qualquer preceito ético. Infelizmente, esse tipo de "político" ainda é eleito e reeleito aos montes graças a currais eleitorais mantidos a ferro e fogo por chefetes locais, onde os adversários políticos são eleiminados até mesmo pelo chumbo da pistola se for o caso.

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sarney_e_lula_ PS: Ah, vale lembrar que ao afirmar que “Sarney tem história no Brasil suficiente para que não seja tratado como se fosse uma pessoa comum” (17/07), o presidente Lula (hoje amigo e aliado do presidente do Senado) também mudou radicalmente de posição, pois até há pouco tempo ele não pensava assim. “Nós sabemos que antigamente se dizia que o Ademar de Barros era ladrão, que o Maluf era ladrão. Pois bem: Ademar de Barros e Maluf poderiam ser ladrões, mas eles são trombadinhas perto do grande ladrão que é o governante da Nova República, perto dos assaltos que se faz”, disse Lula, em 1987, em um evento em Aracaju, em referência ao então presidente José Sarney (v. vídeo).

PS-1: O presidente Lula encaminhou um processo de concessão de uma emissora de rádio para aprovação no Congresso em nome da empresa JR Radiodifusão, que tem como um dos sócios José Renan Calheiros Filho. Como o nome já diz tudo, o dito cujo é rebento do poderoso chefão da “tropa de choque” de Sarney, Renan Calheiros. Sem mais comentários. Mais.

sábado, 1 de agosto de 2009

Amigo íntimo do clã Sarney censura jornal

sarney-charge O desembargador do Tribunal de Justiça do Distrito Federal, Dácio Vieira, proibiu ontem, em decisão liminar, o jornal “O Estado de S. Paulo” de publicar qualquer informação relativa à ação da Polícia Federal, que investiga, entre outros, Fernando Sarney (filho do presidente do Sanado Brasileiro). “Há um valor constitucional maior, que é o da liberdade de imprensa, principalmente quando esta liberdade se dá em benefício do interesse público”, diz o advogado do jornal. Por uma dessas grandes coincidências da vida, o tal desembargador foi consultor jurídico do Senado e é de convívio íntimo da família Sarney e seus “afilhados”. É preciso falar mais? Mais informações aqui e aqui.

Aqui vídeo das velhacarias da família Sarney. Só espero que o tal amiguinho dos Sarneys e Cia. não censure também o You Tube. Aliás, este não é o primeiro ato de censura imposto por Sarney. Como presidente do Senado, ele determinou ao primeiro-secretário da Casa, Heráclito Fortes, que retirasse as credencias da equipe do programa humorístico “CQC”.

quinta-feira, 30 de julho de 2009

A trajetória “política” de um gangster tupiniquim

sarney e lula Os escândalos envolvendo o atual presidente do Senado brasileiro e seu clã é coisa bem antiga e não é novidade alguma pra qualquer pessoa relativamente bem informada sobre a política brasileira dos últimos anos. José Ribamar Sarney se vê às voltas com denúncias de irregularidades desde que chegou à presidência da República (por via indireta, diga-se), em 1985. As acusações durante todo o seu governo iam desde fraude em grandes obras públicas (tipo Ferrovia Norte-Sul) até concessões irregulares a parlamentares amigos de emissoras de rádio e TV (v. aqui a atual situação).

Além disso, Sarney e os filhos enfrentam outras graves denuncias de corrupção desde 1989, mas até o momento sobreviveram ilesos. E como sobreviveram! Tanto é que continuam a mandar e desmandar no Brasil. Todas as investigações contra Sarney ou seus queridos rebentos, desde a CPI da Corrupção, em 1989, até o escândalo da Sudam (que provocou um desvio de R$ 1.700.000.000,00) sempre esbarraram em manobras políticas e, principalmente, em decisões judiciais suspeitas.

E o mais triste de tudo isso é o apoio incondicional que o presidente Lula vem dando a este gangster (v.aqui), que representa todo o atraso deste país, o coronelismo, a oligarquia política retrógada e feudal. Enfim, um dinossauro de rapina que fez e faz do Brasil um imenso balcão de negócios pra si, parentes e aliados políticos.

Eis aqui a trajetória “política” do dito cujo:

1.988 – Relatório da CPI da Corrupção propõe o seu indiciamento por crime de responsabilidade por irregularidades cometida em seu governo. Resultado: a denúncia foi arquivada logo em seguida.

1.989 – Outra CPI da Corrupção, desta vez envolvendo também 4 de seus ministros, tem o mesmo destino da primeira: é arquivada descaradamente. Os senadores recorrem à Justiça, mas tudo ficou com dantes.

1.993 – Durante a CPI do Orçamento, a Construtora Servaz é envolvida num esquema de propinas junto à Comissão de Orçamento. Por coincidência, a tal construtora foi a responsável por amplas e caras reformas em várias propriedades da família Sarney.

2.000 – Roseane Sarney (a filha), então governadora do Maranhão (o quintal da família e o pior IDH do Brasil) e candidata à presidência da República, é envolvida no escândalo da Sudan, de onde foram desviados 1.700.000.000,00 de reais. Misteriosamente, a denúncia foi arquivada pela Justiça. São as forças ocultas...

2.009 – Mais de 600 “atos secretos” foram decretados para nomear parentes, amigos, criar cargos e aumentar salários. Entre os beneficiados, constam nomeações de parentes, amigos e afilhados políticos de Sarney.

- Sarney recebe estranho auxílio moradia no valor de 3.800 reais mensais. Tudo bem não fosse um pequeno detalhe: ele mora em Brasília, mas não tinha se dado conta disso.

- Fernando Sarney, o filho, e nora Teresa Cristina Murad Sarney são indiciados pela Polícia Federal pelos crimes de formação de quadrilha e lavagem de dinheiro, entre outros. Isso é o que se pode chamar de matrimônio unido e feliz.

- Uma mansão em Brasília (no valor de 4.000.000,00 de reais) não foi declarada à Justiça Eleitoral. Bem, mais é um valor quase insignificante, pois sim. Afinal, para quem já amealhou uma grande fortuna ao logo de sua atividade política, 4 milhões a mais ou 4 milhões a menos não fazem a menor diferença. É só mais uma perseguição da Imprensa tupiniquim.

- Fundação José Sarney é acusada de desviar recursos de patrocínio da Petrobrás para empresas fantasmas. Bem, como o dinheiro é de uma estatal bem rica, tudo bem. Mesmo porque a Petrobrás é uma das empresas que mais faturam no mundo. E tudo não passa de um complô de seus inimigos políticos.

- Mordomo pago pelo Senado prestava serviços na residência de Roseane Sarney desde 2.003. Detalhe: o salário do rapaz era de 12 mil reais, quando o salário mínimo brasileiro não passa dos 500 reais.

- Gravações da Polícia Federal, com autorização da Justiça, revelam a prática do sórdido nepotismo pela família Sarney. E neste caso, até o pobre Deus foi envolvido na negociata (aqui o áudio). É aquela velha história: Deus abençoa e o Zé Povinho paga.

Quer mais, ou isto ainda é pouco?