Divulgação/ Santos FC |
Era inacreditável aos 20 minutos do segundo tempo o Santos ainda estar em campo com Juan, com seu estilo tricolor, e Adriano, que não tinha a quem marcar, estava nervoso, já tinha cartão amarelo e era apenas mais um volante. Muricy é de fato insuportavelmente conservador. Seja como for, a dramática vitória do Santos nos pênaltis contra o Vélez Sarsfield neste 24 de maio, após o 1 a 0 no tempo normal, com um gol de Alan Kardec, de nome espírita, foi mais uma das páginas espetaculares do futebol. O Peixe pega o Corinthians na semifinal da Libertadores.
Confesso que chorei (nunca chorei de tristeza por causa de futebol: a derrota me dá raiva, e a vitória me emociona). Porque foi uma catarse: teria sido injusto o Santos cair en la Vila Belmiro perante “los gringos de mierda” que fizeram uma brincadeira escrota com a morte do nosso Chico Formiga: usando a foto do caixão do velho comandante com a bandeira do Santos, o assessor de imprensa do Vélez usou a internet para dizer que talvez aquela fosse a imagem do Santos depois do embate com eles.
Perderam.
Perderam e engoliram as cinzas da derrota na Vila Belmiro.
Neymar fez o que pôde. Jogou quase sempre sozinho contra uma floresta de marcadores, diante de um time taticamente aplicado, que joga em bloco, marca a saída de bola e não deixa brechas no campo. Mas, mesmo assim, isaolado, marcado com grande eficiência, fez jogadas lindas.
O goleiro do Vélez foi expulso (acertadamente) por uma falta em Neymar que, é importante dizer, recebeu um passe magnífico de Elano, de perna esquerda. E o gol de Kardec foi todo construído com as canhotas: de Ganso para Léo, para Kardec e gol.
Por Santos TV
Neymar não fez uma partida assim brilhante, mas de tanto que brilhou antes, nos jogos anteriores, foi recompensado pelos velhos deuses do futebol e nem precisou bater seu pênalti. Cobrando o último, Léo, o gigante Léo, deu mais uma vez sua imensa contribuição para a história do Santos. Léo é incriticável. Quando ele entrou em campo no lugar do são-paulino Juan (de quem não sei por que Muricy Ramalho gosta tanto), o que entrou em campo foi o espírito do Santos, algo que talvez Muricy ainda não tenha entendido.
Agora vamos para a semifinal com o Corinthians. O campeão brasileiro contra o campeão da América. Um jogo de brasileiros, paulistas (os cariocas já eram), e seja o que Deus quiser.