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segunda-feira, 7 de julho de 2014

As semifinais



Resenha da Copa do Mundo [12 - segunda-feira, 7 de julho]


Brasil x Alemanha
Holanda x Argentina



Marcello Casal Jr/ Agência Brasil


Não tem como apontar favoritos. Com Neymar no time, jogando em casa e considerando que a Alemanha é freguesa do Brasil, o time de Felipão levaria um favoritismo, na minha opinião. Os times jogaram três partidas oficiais na história e a seleção brasileira ganhou todas: 4 a 0 (1999 - Copa das Confederações), 3 a 2 (2005 - Copa das Confederações) e 2 a 0 (2002 – final da Copa do Mundo). No total foram 21 jogos entre as duas seleções, com 12 vitórias brasileiras, 5 empates e 4 dos alemães.

A verdade é que o time brasileiro, que já era limitado, perde ainda mais “em carisma, futebol e alegria com a saída do Neymar”, como disse Paulo M. em comentário ao post anterior ao falar da Copa sem o craque brasileiro. Se o Brasil vai superar a perda e ultrapassar a eficiência germânica, seja com Willian ou Bernard, só conferindo. A escolha de Scolari deve ser Willian, que joga com Oscar no Chelsea e, além de ser mais jogador, é a solução mais óbvia também por isso.

Fala-se em garra e união para suplantar a ausência do craque do time e ter força para bater uma equipe que tem o goleiro Neuer, Lahm, Özil, Schweinsteiger, Müller e até Klose, jogador que às vezes joga, às vezes não, e pode fazer seu 16o. gol, ultrapassando Ronaldo como o jogador com o maior número de gols em todas as copas. Mais uma vez penso em como poderia ser diferente se o elenco tivesse jogadores como Ganso, Robinho e Kaká para poder usar numa hora dessa. E ainda tem que pensar na mudança na dupla de zaga, já que Thiago Silva, suspenso, será substituído por Dante.

Dante é canhoto, e David Luiz, embora destro, prefere jogar pela esquerda, mas vai ser deslocado para a direita da defesa para Dante entrar. Mudar uma defesa que está dando certo num jogo como esse... Ou seja, o time perde a força do ataque e muda a defesa contra um time organizado, forte no ataque, com uma bola parada perigosíssima, e que joga em bloco. 

Já a outra semifinal, também de impossível prognóstico, reúne um time que vem crescendo ao longo da competição (Argentina), mas perdeu Di Maria (o melhor da seleção sem contar Messi) e outro que joga com impressionante frieza (Holanda) e tem em Van Gaal um técnico que decide jogos.

Não tenho esse negócio meio bobo de torcer contra a Argentina, como muitos que ficam papagaiando uma rivalidade que, aliás, nem é tão grande para os argentinos, pois para eles os maiores rivais são historicamente Uruguai e Inglaterra.

Mas, no caso, vou torcer para a Holanda, embora às vezes a gente só descubra para quem vai torcer num jogo desse quando ele começa e a gente vê para onde o coração aponta.

Na verdade a Holanda é o único dos semifinalistas que não tem título mundial, já tendo passado perto muitas vezes e chegado ao vice-campeonato três vezes (1974, 1978 e 2010). Acredito que a Holanda mereceria um título, pela história que já construiu no futebol.

Argentina x Holanda vai ser a paixão com que os Hermanos encaram uma partida como essa contra o jogo matemático e tático com que o time de Van Gaal tem jogado nesta Copa. Falaram mal da Holanda por ter vencido a Costa Rica nos pênaltis. Mas, por incrível que pareça, dava a impressão que os holandeses tinham o tempo todo certeza de que venceriam. É impressionante a calma com que esse time joga. E às vezes é mais difícil vencer um timinho retrancado e limitado como essa Costa Rica do que um grande oponente. A Holanda chutou três bolas na trave, o goleiro consta-riquenho defendeu tudo e, ao fim, ganhou a Copa do Mundo com a classificação de um grande time.

Tenho acertado palpites aqui no blog. Disse no  post sobre as quartas de final (resenha 10) que “meu palpite é de que as semifinais serão Brasil x Alemanha e Holanda x Argentina”. E também, na resenha 11, antes de Brasil x Colômbia, que “acho que nesta sexta-feira nós passamos pela Colômbia. Meu palpite é 2 a 1”.

Os palpites anteriores eram baseados em alguma, ou muita, lógica, ao contrário das semifinais. Mas, para não perder o hábito, acho que a final vai ser Brasil x Holanda.

sexta-feira, 4 de julho de 2014

Brasil x Colômbia: o criticado Henrique pode ser um trunfo decisivo de Felipão



Resenha da Copa do Mundo [11 - sexta-feira, 4 de julho]


Ricardo Stuckert/ CBF
Ou vai ou racha


Scolari deve colocar contra a Colômbia novamente Paulinho (para substituir Luiz Gustavo, suspenso). Mas, além disso, pelo que se viu do treino de quinta-feira (3), poderia também pôr Henrique no lugar de Fred. Não se sabe se vai apenas substituir Luiz Gustavo por Paulinho, se vai substituir Luiz Gustavo por Henrique ou se, numa mexida tática mais ousada, entraria com Paulinho no lugar de Luiz Gustavo e, como se especula, também escalar Henrique sacando Fred, fazendo o time ser aparentemente mais defensivo mas, na prática, ter mais opções de jogo do que tem com um centroavante estático esperando a bola chegar (o que é infrutífero se não tem um armador criativo, tipo Ganso, no meio de campo). Não esquecer que há ainda outro volante, Fernandinho.

Mas como assim, um volante-zagueiro (Henrique) no lugar de um centroavante (Fred)? Ainda mais Henrique, amigão do técnico, como escrevi no post anterior.

Mas acho que, ao contrário de algumas opiniões pessimistas, Henrique (ex-Palmeiras) pode ser de grande valia. Não é um craque, mas é um jogador versátil, que, além de ser da confiança de Felipão, sabe transitar com certa desenvoltura num setor amplo que vai da zaga ao meio de campo avançado. Dizem palmeirenses que Henrique sabe passar e até faz gol. Pode atuar como terceiro zagueiro num 3-5-2 ou como o volante que chega de trás para surpreender a zaga colombiana, assim como Paulinho. Talvez com Paulinho e Henrique, e sem o inoperante Fred, o poder de fogo do time aumente, até porque os laterais terão mais cobertura e até mesmo Oscar e Neymar ganham mais liberdade e apoio. 

E tem justamente o fator Neymar. Ele não fez gol no último jogo. Deve fazer na Colômbia. Alguns amigos me mandaram informações segundo as quais o treinador da Colômbia, o argentino José Pekerman, é um estudioso que ganhou do Brasil várias vezes nas disputas das seleções de base. Mas a mídia não fala que Pekerman era o treinador da Argentina na final da Copa das Confederações em 2005, quando o Brasil de Carlos Alberto Parreira massacrou os hermanos de Pekerman por 4 a 1.

Podem ser só elucubrações. Mas não acho que Henrique tenha sido a pior das piores escolhas de Felipão na convocação, como ouvi de amigos hoje. Jô, Bernard e Willian são três jogadores medíocres, para usar um termo ameno, que não deveriam estar entre os convocados e já mostraram isso. Não vejo Henrique como um problema entre os convocados, mas os três antes citados são convocações visivelmente equivocadas. Felipão se tocou de alguns erros, inclusive deixou transparecer isso no famoso papo com alguns jornalistas escolhidos por ele a dedo, esta semana.

Seja como for, repito, acho que nesta sexta-feira nós passamos pela Colômbia. Meu palpite é 2 a 1.

Para lembrar uma efeméride: hoje, 4 de julho, faz 20 anos que o Brasil de Parreira ganhou de 1 a 0 dos Estados Unidos na Copa do Mundo de 1994, sediada nos EUA, gol de Bebeto.

quinta-feira, 3 de julho de 2014

As quartas de final



Resenha da Copa do Mundo [10 - quinta-feira, 3 de julho]


Marcello Casal Jr/ Agência Brasil
Felipão e seu capitão chorão Thiago Silva



O que espero da próxima fase da Copa do Mundo.


Brasil x Colômbia

Seria impensável antes da competição imaginar que uma partida de quartas de final da Copa do Mundo no Brasil reunindo a seleção brasileira e a colombiana fosse de difícil prognóstico. Mas a palavra para definir o que se pode esperar desse jogo é: imprevisível.

Técnica e taticamente o time de Felipão está dando nos nervos de quem entende e de quem não entende de futebol. São vários problemas conhecidos: ausência de um armador no meio de campo, ligação direta, laterais fracos, atacantes inoperantes (não apenas por não haver quem os abasteça de bolas, mas porque são fracos mesmo).  Jô é tão pior do que Fred que a opção que Scolari utilizou no treino como opção no lugar de Fred foi o volante-zagueiro Henrique, amigão do técnico. Até mesmo o “general” Felipão aparenta estar meio perdido.

Fora tudo isso, há o problema emocional. Tostão escreveu que, ao contrário da opinião geral, ele vê como positiva a emoção e a choradeira dos jogadores. “...a onda é dizer que o problema maior da seleção é emocional, que os jogadores não suportam a pressão e que choram demais, como se o choro fosse incompatível com a razão e a lucidez. Penso o contrário. O que salva a seleção é o envolvimento emocional dos jogadores”, disse. A opinião de Tostão é sempre respeitável, mas discordo dele. Como dizia minha avó, "tudo o que é demais enjoa". É choro demais. Um time emocionalmente desequilibrado, em que o capitão (Thiago Silva) pede pra não bater pênalti e fica sentado na bola chorando é meio ridículo. Espero que Tostão tenha razão, mas...

Enfim, não se pode cravar que vai dar Brasil. Mesmo assim, não sei por que, minha intuição me diz que passaremos pela Colômbia. Mas não sei se é intuição ou simples coração de torcedor.

França x Alemanha

Um jogo de difícil prognóstico. Acredito no favoritismo dos germânicos, que têm um time mais sólido e bem montado do que a equipe francesa, que tem vários talentos individuais e um jogo rápido. Mas o time, me parece, deixa muitos espaços e não é muito compacto. A Alemanha venceu a ótima Argélia num jogo espetacular pelas oitavas. A França bateu a fraca Nigéria, e não creio que tivesse superado os argelinos.

Holanda x Costa Rica

Acho quase impossível que os centro-americanos vençam os europeus nesse confronto. Parece-me o duelo mais fácil. Acredito que a Holanda, que despachou o México, vença, não com muita facilidade, mas nos 90 minutos, sem prorrogação. A Costa Rica bateu nas oitavas a limitadíssima Grécia.

Argentina x Bélgica

Um jogo em que a Argentina é favorita, para mim. Mas é um favoritismo que pode ser contrariado. O time sul-americano, que derrotou a retranqueira Suíça, tem mais talentos, mas o velho problema de sua defesa vulnerável pode comprometer. E o goleiro argentino, Romero, não é confiável. Os rápidos belgas, porém, demonstraram no dramático jogo com os Estados Unidos que, ao contrário da Suíça, sua defesa confessa, se apertada, e o time não parece destinado a se retrancar. Se se abrir contra os hermanos, perderá. Posso errar, mas acho que dá Argentina.

Semifinais

O vencedor de Brasil x Colômbia pega o que sobrar de França x Alemanha. Do outro lado vão se enfrentar os ganhadores de Argentina x Bélgica e Holanda x Costa Rica. 

Meu palpite é de que as semifinais serão Brasil x Alemanha e Holanda x Argentina.


quarta-feira, 7 de maio de 2014

Uma seleção sem líder


Os convocados de Felipão para a Copa do Mundo no Brasil

Divulgação
Para não voltar no tempo de Pelé, Gerson e Carlos Alberto, ou mais atrás, Didi, Bellini, Nilton Santos e outros e acabar sendo chamado de saudosista, falo apenas dos times brasileiros campeões de 1994 e 2002. O primeiro tinha Romário, Dunga, Branco e Aldair, por exemplo; o segundo, mais fraco em termos de lideranças dentro de campo, ainda assim tinha Cafu, Ronaldo Nazário e Marcos (goleiro).

Brasil ou não, não lembro de um time campeão sem alguém pra se impor dentro de campo. Exemplos: Argentina de Maradona em 1986, Alemanha de Beckenbauer em 1974.

A seleção de Felipão de 2014 tem seis jogadores que têm experiência de ter jogado a última Copa do Mundo: o goleiro Julio Cesar (que na minha opinião não deveria nem ser convocado), os laterais Daniel Alves e Maicon, o zagueiro Thiago Silva, o volante Ramires e o atacante Fred. Nenhum deles é líder. Fred ninguém sabe se sairá de campo com o músculo estourado. Maicon é um trator silencioso. Enfim...

De resto, o goleiro titular (que já fez "sua parte" em 2010 ao falhar grotescamente na eliminação para a Holanda) e outros jogadores da "família Felipão" formam um grupo de jogadores sem brilho e inexperientes em Copa, alguns dos quais ou nem conheço (como Luiz Gustavo) ou, outros, muito longe do que a gente entendia como jogador de seleção num passado já meio distante. É um time que, se Neymar não brilhar (e ele será duramente marcado), não tem muita chance.

Sei não. Não quero secar, mas essa seleção não tem nem líder nem pinta de campeã.

Os convocados:

Goleiros
Julio Cesar (Toronto FC), Jefferson (Botafogo), Victor (Atlético-MG).

Laterais: Daniel Alves (Barcelona), Marcelo (Real Madrid), Maicon (Roma), Maxwell
(Paris Saint-Germain)

Zagueiros: Thiago Silva (Paris Saint-Germain), David Luiz (Chelsea), Dante (Bayern de Munique), Henrique (Napoli)

Meio campo: Fernandinho (Manchester City), Luiz Gustavo (Wolfsburg), Hernanes (Inter de Milão), Oscar (Chelsea), Paulinho (Tottenham), Ramires (Chelsea), Willian (Chelsea)

Atacantes:

Bernard (Shakhtar Donetsk), Fred (Fluminense), Hulk (Zenit), Neymar (Barcelona) e Jô (Atlético-MG)

domingo, 16 de junho de 2013

Início da Copa das Confederações mostra Brasil muito inferior a Espanha e Itália


Reprodução
Iniesta: joga tudo e mais um pouco
É indiscutível a supremacia de Brasil (3 a 0 contra Japão), Itália (2 a 1 sobre o México) e Espanha (2 a 1 ante o Uruguai). Mas a superioridade brasileira é discutível, até porque o time do Japão é muito ruim. O Brasil de Scolari é mais suscetível ao imponderável do que Itália e Espanha, times feitos e entrosados. 

A Espanha peca pela soberba. Poderia ter levado o empate do Uruguai nos últimos 5 minutos numa partida em que massacrou no primeiro tempo, fazendo o Uruguai de bobinho com uma posse de bola de mais de 77%, se não me engano. É inegável que o time espanhol é espetacular. Iniesta, um dos maiores craques que se viu desde Zidane, cujo enorme talento é ainda otimizado pela companhia de Xavi e Fábregas. O problema do time de Vicente Del Bosque parece ser o preciosismo que faz jogos fáceis se complicarem justamente pela soberba. Tocam tanto a bola que às vezes se esquecem que, como dizia o narrador, "o que vale é bola na rede".

O Brasil é ainda "um time em formação", como se diz. O problema é que a Copa do Mundo já começou, por assim dizer, já que a Copa das Confederações é um ensaio para o Mundial e um ano passa muito rápido. Felipão é obsoleto e conservador. Joga com um time "compartimentado", previsível. Neymar pela esquerda, o brucutu ofensivo Hulk pela direita, o ainda inconvincente Oscar como meia e os volantes Luiz Gustavo e Paulinho para proteger a zaga, Paulinho fazendo na seleção o que sempre fez, e muito bem, no Corinthians: o volante que vira elemento surpresa e chega à frente para concluir. Mas o time não tem varições táticas. É, repito, previsível; mostra buracos entre os setores; tem um goleiro ultrapassado.

A "crônica esportiva" elogiou muito o ex-são paulino Oscar, que se mudou para o Internacional para fazer a ponte para o Chelsea, onde joga. Quero ver ele jogar não contra o Japão, mas contra Espanha ou Itália. A mim, não agrada. Precisaríamos de um Ganso, mas o Ganso infelizmente não se ajuda.

Na primeira rodada da Copa das Confederações, quatro golaços: o de Neymar contra o Japão (que, sendo o gol mais bonito do fim de semana, vai abaixo);



o do italiano Pirlo, de falta, contra o México; o do espanhol Soldado no massacre contra o Uruguai no primeiro tempo; e o do uruguaio Luis Soares no finzinho no mesmo jogo, tento que quase deu chance à Celeste Olímpica de aguar o chop do baile espanhol até então. (Há quem ache que gol de falta nunca é golaço, o que me parece uma implicância tola.)

Sobre a Itália, uma observação: tenho amigos que têm verdadeiro ódio do futebol italiano. Só que o futebol clássico da Itália é indiscutivelmente belo, admita-se ou não. Você não vê a defesa italiana dar chutão. Mesmo pressionados, os zagueiros saem tocando a bola. O meio campo, com Pirlo e De Rossi, faz a bola rolar, os espaços aparecem. Não vi um chutão da defesa italiana em 90 minutos de jogo contra o México. Veja quantos chutões dá o time de Felipão numa partida. Mas essa observação sobre o time da Itália não é apenas relativo a esse time de hoje, especificamente, e sim sobre a escola italiana, não por acaso quatro vezes campeã mundial.

Em suma, três vitórias indiscutíveis: a brasileira, sobre o frágil Japão; a italiana, ao estilo da Azzurra, fazendo o suficiente para bater o sempre perigoso México, mas com autoridade e categoria; e a espanhola. Vamos combinar, um timaço esse, da Espanha, diante de um aguerrido mas atônito Uruguai, numa partida que mais pareceu uma roda de bobinho, apesar do risco que os ibéricos correram no fim.

Em termos de time propriamente falando, Itália e principalmente Espanha estão em estágio visivelmente superior ao do Brasil. São equipes com um padrão definido, cada um com seu estilo, mas que entram em campo sabendo o que querem. A seleção brasileira parece que entra em campo tateando.

É preciso registrar que é enorme a supremacia técnico-tática do atual campeão europeu (Espanha) na comparação com o campeão sul-americano (Uruguai), assim como a da Itália e de ambos os times do Velho Mundo sobre o Brasil nos dias de hoje. Se a Copa do Mundo estivesse começando agora, diria que Espanha, Itália e Alemanha seriam favoritos diante dos claudicantes Brasil e Argentina, considerando o Uruguai apenas como um pálido e impotente figurante.

Para mim, o ganhador do Moto-Rádio nesta primeira rodada foi Iniesta. É provavelmente o maior jogador da atualidade. É, lembremos, o autor do gol do título da Espanha na final da última Copa do Mundo.

Fora os goleadores citados, destaque neste início de Copa das Confederações também para o italiano Balotelli, um bad boy que aterroriza qualquer defesa e é muito legal ver em campo.

Imprensa e manifestações

Quanto às questões extra-campo, lamentável mais uma vez a ação da polícia, agora em Brasília, contra manifestações e cidadãos. Porrada, bombas, tiros e repressão como não se vê desde a ditadura.

Na cobertura jornalística, o João Carlos Albuquerque, na ESPN Brasil, mostra que o chamado jornalismo esportivo não precisa ser medíocre. Enquanto isso, no Sportv, o comentário antes do jogo foi: "Infelizmente temos manifestação em Brasília". É o sistema Globo de sempre, com o cinismo característico.

O problema é que a ESPN não transmite a Copa das Confederações, que é direito da Globo. Então, há que se que escolher entre Sportv, Globo ou Band (concessão da caridosa Globo). É difícil saber o que é pior.


quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Felipão e Parreira são a mesmice, mas com Mano Menezes era avacalhação


Formada por Luiz Felipe Scolari (pentacampeão em 2002) e Carlos Alberto Parreira (tetra em 94), já temos a "supercomissão" técnica que comandará a seleção do Brasil na Copa de 2014. Para resumir em uma expressão, aliás já citada na rede hoje: mais do mesmo.


Agora é suar a camisa (e a toalha) pela famiglia Scolari

Como já falei, não gosto do futebol gaúcho e tampouco do parreirismo. Acho tão enfadonho repetir e ficar falando de Felipão e Parreira. De novo! Quem aguenta? O futebol brasileiro é um dos setores em que as décadas passam e tudo continua igual, a mesma cartolagem, os mesmos manda-chuvas e coronéis; os mesmos métodos e o cinismo de sempre. No caso de Felipão e Parreira juntos, arrogância redobrada.

Um colega de redação comentou hoje: "com Felipão fica mais fácil torcer contra". O outro rebateu, ao mesmo tempo sério mas também em tom de brincadeira: "torcer contra eu não torço! Isso é coisa de paulista". Enfim, à escolha do freguês. Não sei se é torcer contra, mas para mim a seleção cada vez interessa menos. Isso chegou ao ápice com Mano Menezes, período em que a "seleção canarinho" chegou quase à avacalhação, de fato. Parreira e Felipão pelo menos impõem mais respeito... É menos pior do que Mano, reconheçamos. O futebol brasileiro é tão retrógrado que a opção pelos treinadores campeões de 1994 e 2002 se torna uma evolução, se comparada com a finada era Mano.

Dedico três linhas a futebol propriamente dito: Parreira me parece taticamente mais inteligente do que Felipão. Este, francamente, era para mim a pior opção entre os nomes especulados. Falando só de futebol, eu escolheria Luxemburgo ou Pep Guardiola. Mas até Parreira eu preferia a Felipão.

De resto, repito as palavras que disse em post de dias atrás:

Não vibrei com Parreira em 94, mas vibrei com Felipão em 2002. Porém, vibrei menos pelo treinador do que pelos achados de Ronaldinho Gaúcho, Rivaldo e Ronaldo Nazário nos jogos mais importantes, contra Inglaterra e Alemanha – neste, 2 a 0 na final, dois gols de Ronaldo. Vibrei até com Cafu erguendo a taça. Mas não com Scolari, que, ainda mais, hoje está totalmente ultrapassado.

Acrescento que, em 94, só vibrei com Romário. Especialmente na antológica jogada em que ele carrega a bola desde o meio campo e dá de bandeja pra Bebeto bater como um taco de sinuca, de primeira, no 1 a 0 contra os Estados Unidos. Um dos grandes gols que eu vi.

Parreira conseguiu um feito até então inédito: foi o primeiro a ganhar a final de uma Copa do Mundo nos pênaltis (em 2006, Marcello Lippi igualou a proeza com o título da Itália contra a França nas penalidades máximas). Mas de Parreira, o título de ineditismo nesse quesito ninguém tira.

E Felipão? Vamos ter que engolir.

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Felipão triunfa mais uma vez, Palmeiras ganha sua segunda Copa do Brasil e está na Libertadores 2013


Não esqueçam que nos últimos 12 ou 14 anos passaram 26 técnicos pelo Palmeiras, passaram 262 jogadores, e essa é a equipe vencedora” (Luiz Felipe Scolari, na entrevista coletiva depois do título palmeirense).



O Alviverde volta a ser campeão de uma competição nacional após 14 anos, ao conquistar sua segunda Copa do Brasil batendo o Coritiba por 2 a 0 em Barueri, no jogo de ida, e empatando em 1 a 1 no Couto Pereira, na noite desta quarta-feira, 11 de julho – veja os gols abaixo.

(Falam que o último título nacional palmeirense tinha sido em 2000, com a tal Copa dos Campeões. Mas acho que, como título relevante, ou seja, tradicional, esse obscuro torneio pode ser descartado.)

Quem duvidou, viu outra vez Luiz Felipe Scolari elevar o Palmeiras ao podium dos campeões nacionais. Com um time limitado, é verdade, e que ainda jogou desfalcado de Valdívia e Barcos no jogo decisivo. E teve como adversário um Coritiba sem pegada, sem punch de campeão, que pecou pela incapacidade de fazer gols, tanto no jogo de ida como na partida de volta. Como o Corinthians de Tite campeão da Libertadores, o Palmeiras de Felipão triunfa sem encantar. Mas ambos triunfaram inquestionavelmente e estarão peleando na Libertadores de 2013.

Impressionante a capacidade de Felipão em mata-mata. Scolari acaba de ganhar seu quarto título na Copa do Brasil. Nenhum outro técnico venceu a competição mais do que uma vez. O gaúcho levantou o caneco por Criciúma (1991), Grêmio (1994) e Palmeiras (1998 e 2012).

Quero ver se tem um palmeirense macho pra vir falar mal de Felipão agora.

O time do Palestra Itália conquista sua segunda Copa do Brasil com o mesmo Felipão que, em 1998, ergueu a taça pela primeira vez, e que acaba de colocar ponto final à polêmica questão do chamado custo-benefício nessa sua mais recente passagem pelo clube. Além de tudo, o Palmeiras é o primeiro time brasileiro a garantir vaga na Libertadores do ano que vem. Qual o palmeirense que poderia querer mais?

Isso tudo traz lucro e auto-estima a um clube que estava carente de conquistas e precisava voltar a figurar entre os vencedores. Voltou. E, fazendo as contas, a relação custo-benefício acabou pendendo finalmente a favor do benefício. Felipão, mais uma vez, venceu. Com a ajuda inestimável de Marcos Assunção, peça sem a qual talvez não tivesse sido possível levantar o troféu.

Os gols da finalíssima:

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Copa do Brasil: Palmeiras se aproxima do primeiro título nacional em 14 anos


O Palmeiras derrotou o Coritiba por 2 a 0 em Barueri pelo jogo de ida da final da Copa do Brasil 2012 e deu um passo gigantesco para conquistar seu primeiro título nacional desde 1998, quando ganhou a mesma competição, com o mesmo Felipão, ao vencer o Cruzeiro por 2 a 0 no Parque Antarctica.

A situação do Coritiba é muito difícil, principalmente porque o "gol marcado fora" vale na final da CB, ao contrário da Libertadores, quando o regulamento deixa de valer na final. Se o Parmera fizer um tento em Curitiba, o Coxa precisa fazer quatro.



Mas cabe a ressalva de que a arbitragem favoreceu o Palmeiras enormemente. Márcio Araújo poderia ter levado o segundo amarelo; quando já estava 1 a 0, houve um pênalti claro no meia Tcheco não marcado; e, antes, no pênalti para o time paulista, o juiz (no caso, acertadamente, embora pudesse ter dado falta do atacante) apontou a cal sem hesitar. Porém, se o Coritiba do técnico Marcelo Oliveira tem algo a reclamar é de seus atacantes, que poderiam ter feito um ou dois a zero no primeiro tempo, em que a equipe paranaense jogou muito melhor, mas foi para o intervalo perdendo por 1 a 0 graças à bola parada de Assunção que redundou no pênalti covertido por Valdívia.

Valdívia que, aliás, foi a nota negativa: expulso por uma entrada criminosa de cotovelo em Willian Farias. O chileno Valdívia está para o Palmeiras como Ganso para o Santos. Jogadores que deveriam ser vendidos o quanto antes por seus clubes, para minimizar os prejuízos.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Para onde vai o Palmeiras? – o caso João Vítor

Cinco meses atrás escrevi um post intitulado “Para onde vai o Palmeiras?”. Embora tratasse do impasse que rondava o clube na questão do contrato com a WTorre para a construção da arena, havia outra realidade: “Eliminado do Paulistão pelo rival Corinthians e virtualmente fora da Copa do Brasil após a incrível derrota de 6 a 0 que levou do Coritiba, não passa um dia sem polêmica. Sinceridade de Marcos, protestos da torcida, brigas internas no elenco e entre conselheiros, questionamentos ao antes unânime Luiz Felipe Scolari... Para onde vai o Palmeiras?”


O autoritário e o rebelde

Quase um semestre depois, a interminável crise do clube chegou a seu ápice com a covarde agressão ao volante João Vítor por marginais travestidos de torcedores. A pífia resposta do presidente Arnaldo Tirone e do clube se resumiu a uma nota oficial neutra – que só contribui para aumentar a revolta do elenco – em que afirma: “A direção do Palmeiras vai aguardar as investigações policiais para se pronunciar novamente sobre o caso”.

Como vários comentaristas já disseram, uma hora dessas vai acontecer um homicídio e aí talvez alguém tome uma providência. Vágner Love foi agredido por marginais em uma agência bancária e saiu do Palestra. Hostilizado, Diego Souza deixou o clube e hoje brilha no Vasco. Quem vai querer jogar no Palmeiras?

Veja a agressão a João Vítor:



Contratado em junho de 2010, Felipão não conseguiu nada no Palmeiras a não ser rachar o elenco, provocar revoltas com sua posição autoritária de eterno acusador e, diz-se, hoje, a maioria do elenco o detesta.

Após o episódio João Vítor, Kléber e o treinador teriam batido boca em tom elevado. Segundo o iG, o atleta “levantou a voz contra o técnico, que chamou os jogadores de covardes por não enfrentarem a torcida. ‘Vocês estão em 25 aqui e eles estão em 15 lá’”, teria dito o treinador. "Eles tentaram te agredir? Eles tentaram queimar sua casa? Esses caras andam armados", teria devolvido o atacante. "Não é possível que tudo aqui sobre para os jogadores. Sempre a culpa é nossa”, disse Kléber. Que está, nesse caso, coberto de razão. Scolari teria dito à direção que ou sai Kléber ou ele. O atacante foi cortado da delegação que viajou ao Rio para enfrentar o Flamengo.

Ainda de acordo com o iG, “a frase ‘rezem para não cair’ é ouvida nos corredores do clube”. Acho improvável que, com 40 pontos, o Palmeiras seja rebaixado, pois o time tem 13 a mais que o primeiro clube na zona da degola. Mas a pergunta que fica continua sendo a mesma: para onde vai o Palmeiras?

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Mais um chilique de Felipão

O técnico Luiz Felipe Scolari deu outro chilique ridículo após o empate entre Palmeiras e Atlético-MG pela Sul-Americana, em 1 a 1, na Arena do Jacaré. Eu não sou do tipo que fica ofendido por motivos corporativistas: jornalistas e veículos muitas vezes pensam que mandam no mundo, nunca erram, e qualquer coisa que atinja o chamado esprit des corps vira causa comum.

Mas Felipão tem atitudes autoritárias, invariavelmente mal educadas e jamais responde com cortesia qualquer questão que o desagrade. Muito parecido a um candidato à presidência da República pelo PSDB. Ontem, revoltado com tudo e todos, além de demonstrar a grosseria que lhe é peculiar (veja vídeo), deu um exemplo mais do que acabado do autoritário que é, bem ao estilo José Serra.

Descontrolado e nervoso, fez o seguinte pedido ao assessor de imprensa do Palmeiras: “Finelli, quero o nome de dois repórteres”. Ora, Felipão, vai pedir a cabeça dos repórteres? Que coisa feia.

Não é à toa que, anos atrás, ele andou fazendo elogios ao ditador chileno Augusto Pinochet, numa coletiva.

Veja vídeo: "Vocês estão de palhaçada comigo”.