“Vamos fazer o jogo que a gente gosta, que é o contra ataque”, disse Muricy antes do jogo. Tenho minhas dúvidas sobre esse gostar de contra-ataque em se tratando de Santos, mas o fato (e etc.) é que o Santos está na final da Libertadores. Aquele que foi o maior time do mundo – e em que em alguns aspectos espirituais continua sendo – chega apenas a sua quarta final de Libertadores: ganhou duas (1962 e 63) e perdeu uma (2003).
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Neymar marca terceiro gol |
Mas o gol de Zé Love a 2’ do primeiro tempo, mesmo que os santistas não soubéssemos, aflitos que estávamos, selou a profecia do amigo Glauco, do Futepoca, que intuiu antes do jogo que o Zé queimaria nossa língua, ou sei lá a língua de quantos santistas.
Fora o gol do Zé Eduardo logo de cara num cruzamento de falta cobrada por Elano, sofrida por (quem?) Neymar, o frango do goleirão Barreto e o primeiro tempo ter acabado 3 a 1 para o Santos era tudo o que a nação santista sonhava para se considerar na final.
Gamarra: "é só ficar olhando"
O terceiro gol do Alvinegro foi lindo, e básico. O ex-zagueiro Gamarra havia afirmado que não via dificuldades em marcar Neymar: "é só ficar olhando", dissera o paraguaio. Mas Arouca saiu com a bola dominada pelo meio campo, demorou muito (é verdade) para passar a bola enquanto Neymar fazia o possível para não ficar em impedimento, e no limite o volante passou (ufa) e Neymar matou. E palavra que eu gostaria de, jornalista que sou, perguntar agora a Gamarra ou a Larissa Riquelme: “te gusta Neymar?”
45 minutos finais
No segundo tempo, para os santistas mais cardíacos, deu um certo temor, porque futebol ... Sabe como é. Não me agradou nem um pouco a substituição feita por Muricy quando tirou Elano (que continua apático) para pôr Rodrigo Possebon. Na minha humilde opinião, se colocasse o meia Alan Patrick o treinador atrairia muito menos o adversário a seu campo. O segundo tempo do Santos foi o real bumba-meu-boi, chutão pra todo lado. Feio. Mas os dois gols do Cerro Porteño levaram ao 3 a 3 e faltaram ainda dois gols pros paraguaios.
Enfim, o Santos fará a final da Libertadores contra Vélez Sarfield ou Peñarol. Eu não acho que nenhum dos dois seja mais fácil ou difícil. Só torço para ser com o Peñarol porque seria uma final mais bonita, de duas grandes camisas, lembrando 1962, quando o Peixe foi campeão pela primeira vez.
Ao contrário do que amigos santistas pensam, acho que seria melhor jogar contra o Vélez, que joga mais futebol, e portanto poderia fazer conosco um jogo mais favorável, porque mais aberto. Mas isso pode ser só uma impressão de momento.