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sexta-feira, 16 de novembro de 2012

A crise na segurança pública: Alckmin, José Eduardo Cardozo e as eleições de 2014


Resgato aqui um vídeo, entre os que se encontram na Web, que mostra um pouco do que o governador Geraldo Alckmin e o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, disseram em coletiva na terça-feira 6 de novembro, dez dias atrás portanto, ao anunciarem no Palácio dos Bandeirantes a parceria entre os governos de São Paulo e federal para combater a onda de violência que assola o estado.




Até então, a crise envolvendo Polícia Militar e facções do crime organizado – que faz vítimas a um ritmo de no mínimo dez mortos por dia, segundo estimativas bastante otimistas – estava localizada em São Paulo.

Mas, além de São Paulo, incluindo o interior do estado, já está em Santa Catarina, Florianópolis e sua região metropolitana.

Além do drama representado pela crise na segurança propriamente dita, me parece que a situação tem uma conotação política muito evidente, pensando nas repercussões do tema na eleição de 2014. A impressão que tive, vendo o governador e o ministro se pronunciarem (in loco, lá nos Bandeirantes), foi de que a crise da segurança no fim das contas é uma armadilha na qual Alckmin caiu.

O governador de São Paulo foi obrigado a reconhecer que precisa do Ministério da Justiça e que não pode sozinho combater algo que já supera institucionalmente sua esfera de competência, apesar de ele tanto ter resistido em admitir isso.

O secretário de Segurança Pública de São Paulo, Antônio Ferreira Pinto, falou mais do que convinha durante o processo e agora parece que sumiu de cena. Não é por acaso que o delegado geral da Polícia Civil paulista, Marcos Carneiro, está mais visível. Um dos maiores problemas da gestão em São Paulo, segundo especialistas, é que as polícias militar e civil não conversam, não têm integração (pelo contrário, disputam os holofotes), prejudicando a investigação e a inteligência, de resto essenciais na guerra contra o crime organizado. O delegado Carneiro ter mais visibilidade agora significa o governo paulista tentando dizer mais ou menos o seguinte: “olha, pessoal, a Polícia Civil não está fora do processo, não, viu?”.

Do ponto de vista político, José Eduardo Cardozo aparece de repente como um candidatável ao governo de São Paulo em 2014. No processo que redundou no acordo entre o estado e a União, o ministro da Justiça teve presença mais marcante nas entrevistas coletivas do que o próprio Alckmin, o governador.

Do ponto de vista da segurança pública, a realidade é menos glamurosa. Os toques de recolher em São Paulo continuam, e, ao invés da violência diminuir, ela parece aumentar. A situação que se vê em Florianópolis dá margem a pensar que parece uma doença e os focos da infecção estão se alastrando, o que é muito preocupante.

Atualizado à 01:30 de 17-11-2012

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Pinheirinho: com a palavra, o governo federal


Por Mayra Pinto

Tenho certeza de que não sou a única pessoa que tem apoiado a política do governo federal desde Lula e que espera alguma atitude quanto à administração desumana e violenta do estado de SP.

Diante de catástrofes naturais, como foi o caso do RJ ano passado, o governo federal interveio com ajuda financeira para realocar as famílias atingidas pelos deslizamentos.

Neste momento de catástrofe política no estado de SP, qual será a intervenção do governo federal? No mínimo, esperamos uma palavra que se comprometa com o destino daquelas pessoas.... Não dá pra ficar só com a declaração desolada de ministros. O governo Dilma tem se pautado pela rapidez em responder aos desafios que lhe são cotidianamente apresentados pela dura realidade brasileira. Hoje está diante de um dos mais urgentes. Em tempos do Programa Minha Casa Minha Vida, não dá pra conviver com reintegração de posse violenta de terreno de bandido, e assistir à cena com consternação. Espero uma atitude à altura deste governo federal no qual depositamos, os milhões de eleitores que o elegeram, algo mais do que nossa confiança num Brasil melhor. Depositamos a certeza de que esse governo é capaz de lutar com fôlego contra a desigualdade social, sobretudo, quando praticada pelo próprio Estado.





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PS do blog:

1 - O vídeo acima me emocionou. Por isso eu o linkei.

2 - Segundo o portal Terra, a prefeitura de São José dos Campos e a Polícia Militar negam a informação de Aristeu César Pinto Neto, o presidente da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no município, segundo o qual a ação de reintegração de posse no terreno do Pinheirinho, de uma empresa de Naji Nahas, pode ter deixado mortos.

Leia também relatos de outros episódios da truculência tucana em São Paulo:

Relatos sobre a truculência tucana [2] – Vila Madalena

Ginásio da Fito (Osasco)

Eleição de 2010

Alckmin começa seu governo atacando estudantes

Polícia de Alckmin não pára de cometer barbaridades

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Brasileiros adiam decisão. E o estado de São Paulo volta a afirmar: sou ignorante e reacionário

Dilma Rousseff não ganhou no primeiro turno. A notícia não é tão ruim, pois é quase impossível que perca a eleição no segundo round daqui a quatro semanas.

Quando vi o presidente Lula admitir hoje de manhã que poderia haver segundo turno, achei que haveria mesmo [esse texto foi postado na madrugada de segunda-feira, para mim ainda domingo...*] . Arredondando, Dilma ficou com 47%, Serra com 33% e Marina com 19%.

Em 2006, Lula também não levou no primeiro turno: teve 48,61% dos votos válidos, contra 41,63% de Geraldo Alckmin. A situação dos tucanos em 2006 era melhor do que hoje. Mas, em 2010, há o fator Marina Silva. A esquerda dissidente há 4 anos era Heloísa Helena, que teve apenas 6,85% dos votos (6,6 milhões). Na eleição de hoje, Marina Silva (uma estranha dissidente da esquerda, abraçada pela direita e pela mídia) recebeu 19% (19,6 milhões de votos). Uma votação surpreendente. Mas seus eleitores esperam mais do que um apoio acrítico a Serra. Vai ser interessante saber o que a suposta discípula de Chico Mendes tem a declarar, e para onde vão seus quase 20 milhões de votos – o lado de cá ou o lado de lá?

A campanha de Dilma Rousseff errou feio, ao entrar na onda da despolitização. Preferiu jogar pelo 0 a 0. Marina Silva aproveitou esse vacilo e levou a eleição ao segundo turno. Conseguiu roubar muitos votos que Dilma não conquistou pela falta de um mínimo de agressividade. E que Serra não conquistaria porque não tem de fato um discurso decente, nem proposta clara para o país.

Sobre São Paulo: é triste ser paulista. Que povo reacionário, e ignorante. Mais uma vez Alckmin. Tiririca, com mais de 1,3 milhão de votos, o deputado federal mais votado! E quase que nem Marta Suplicy se elege para o Senado. Foi por pouco. Muitos dos que votaram em Marta anularam o segundo voto para senador, por discordarem do segundo candidato da chapa, Netinho de Paula, que, como político, é um ótimo enganador. E o voto nulo acabou sendo decisivo. Não fosse ele, o estado teria colocado, no Senado, Aloysio Nunes Ferreira e o tal Netinho de Paula.

Os bons ventos vêm do Rio Grande do Sul e da Bahia, dois grandes colégios eleitorais, que elegeram Tarso Genro e Jaques Wagner.

E vamos então ao segundo turno, pelo Palácio do Planalto.

Leia também: 

Do Jornal JÁ, de Porto Alegre: Vitória de Tarso abre nova era na política gaúcha

*atualizado às 21h45

domingo, 3 de outubro de 2010

Institutos de pesquisa não se arriscam e preferem deixar a palavra final ao eleitor

Sobre as pesquisas divulgadas na véspera das eleições de 2010 para a presidência da República e o governo de São Paulo, penso que todas fizeram pequenos ajustes e ninguém quis se arriscar (*exceto Datafolha, sobretudo para SP, pelo que vai abaixo). Se fosse apostar, eu cravaria que Dilma leva no primeiro turno por margem apertada (sofridos 50,9%, digamos) e Mercadante e Alckmin vão para o segundo.

- Nos levantamentos sobre a presidência da República, chama a atenção que todos os institutos parecem (mais ou menos) mostrar um leve crescimento de Marina Silva (PV), assim como pequena queda de Dilma Rousseff (PT) e a estagnação de José Serra (PSDB), este com apenas eventuais oscilações. Impossível aferir o que é real, pois tudo o que mudou em relação às pesquisas anteriores está muito perto da margem de erro, senão dentro dela.

- Nas pesquisas sobre o estado de SP, a discrepância entre os números do Ibope e do Datafolha (*) é incompatível com a lógica. O Datafolha mostra 28% para Mercadante contra 55% de Alckmin. O Ibope, 51% a 33% para o tucano. Os 28% que o Datafolha dá a Mercadante estão quatro pontos percentuais abaixo dos 32% que o PT historicamente deveria ter. Os 33% que o Ibope dá ao petista é muito mais próximo da realidade. Vamos ver o que as urnas dizem.

Veja os números (votos válidos):

Presidência da República


Ibope

Dilma Rousseff (PT): 51%
José Serra (PSDB): 31%
Marina Silva (PV): 17%
Outros candidatos: 1%
*Margem de erro: 2 pontos percentuais para + ou -- 3.010 entrevistas entre sexta-feira (1º/10) e sábado (2/10). Registro no TSE n° 33.252/2010. ParaTV Globo e "O Estado de S. Paulo"

Datafolha

Dilma Rousseff (PT): 50%
José Serra (PSDB): 31%
Marina Silva (PV): 17%
Plínio de Arruda Sampaio (PSOL): 1%
*Margem de erro: dois pontos percentuais para + ou -- 20.960 entrevistas entre sexta-feira (1º/10) e sábado (2/10). Registro no TSE n° 33.480/2010. Para TV Globo e pelo "Folha de S.Paulo"

Vox Populi/Band/iG (tracking diário)

Dilma Rousseff (PT): 53%
José Serra (PSDB): 30%
Marina Silva (PV): 16%
*Margem de erro: 2,2 pontos percentuais para + ou -
2.000 entrevistas (um quarto renovado diariamente). Registro no TSE n° 27.428/10



Governo de São Paulo


Ibope

Geraldo Alckmin (PSDB): 51%
Aloizio Mercadante (PT) : 33%
Celso Russomanno (PP) : 8%
Paulo Skaf (PSB): 6%
Fabio Feldman (PV): 2%
*Margem de erro: dois pontos percentuais para + ou -
2.002 entrevistas de quinta-feira (30/9) a sábado (2/10). Registros n°s 89835/2010 (TRE) e 33245/2010 (TSE).


Datafolha

Geraldo Alckmin (PSDB): 55%
Aloizio Mercadante (PT): 28%
Celso Russomano (PP): 9%
Paulo Skaf (PSB): 5%
*Margem de erro: dois pontos percentuais para + ou -3.248 entrevistas em 66 municípios dias 1° e 2 de outubro. Registros n°s 90.363/2010 no TRE e 33.578/2010 no TSE.

Atualizado às 13h57