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O novo capo no Palestra |
Por Paulo Maretti
Arnaldo Tirone Filho é o novo presidente do Palmeiras. Apoiado pelo ex-presidente Mustafá Contursi, ele jura de mãos juntas que não vai haver interferência direta do velho capo alviverde em sua administração. Que deus tenha bons ouvidos.Não são poucos os que dizem ter sido Mustafá o pior presidente da história do clube. Ele ficou com os louvores do contrato exitoso com a Parmalat, assinado em 1992 não por ele, mas por Carlos Facchina, que viria a ser sua oposição, e enterrou o time de futebol na segunda divisão logo depois de rescindido o contrato com a multinacional italiana, em 2002.
Tirone, em suas entrevistas como candidato, fez as vezes de homem moderno, com alma jovial e inovadora, mas não consegue escapar do discurso clichê e correto: o de conter gastos, conter gastos e conter gastos, e punir o torcedor, que não está nem um pouco interessado em procedimentos política e burocraticamente certinhos com o intuito de “salvar as finanças” do clube. O torcedor rumina finanças o ano inteiro. No futebol, ele quer alegria.
O Santos, pelo que sei, no final da gestão de Marcelo Teixeira, devia 200 milhões de reais. O Palmeiras deve 150. O Santos pode pagar suas dívidas com suas categorias de base.
O Corinthians montou um time com Dentinho, Jucilei, Bruno César (que não jogou nada no Palmeiras quando esteve lá) e trouxe Ronaldo.
O São Paulo, com administrações eficientes, tem três títulos brasileiros nesta década.
No Palmeiras, Salvador Hugo Palaia foi o curinga das eleições. Dividiu a situação com a candidatura de Paulo Nobre, apoiado por Belluzzo. O ódio e a vaidade de Palaia não lhe permitiram abrir mão de um sonho pessoal e, obcecado pelo poder, deu a vitória ao candidato do oportunista Mustafá Contursi.
Em meio à baderna, há coisas louváveis. A torcida do Palmeiras clama por “diretas já”, em manifestação na frente do CT do clube. Decerto está na contramão.