Metrô de São Paulo. Ligação da Linha 1-Azul com a Linha 4-Amarela hoje (1° de julho) por volta do meio-dia, pouco antes de Argentina x Suíça pelas oitavas-de-final da Copa do Mundo.
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terça-feira, 1 de julho de 2014
Clima de Copa do Mundo no metrô de São Paulo
Metrô de São Paulo. Ligação da Linha 1-Azul com a Linha 4-Amarela hoje (1° de julho) por volta do meio-dia, pouco antes de Argentina x Suíça pelas oitavas-de-final da Copa do Mundo.
quinta-feira, 19 de junho de 2014
Crônica de Uruguai x Inglaterra num dia de céu cinza e jogo épico na cidade de São Paulo
Resenha da Copa do Mundo [3 - quinta 19 de junho]
Itaquerão em dia do épico Uruguai x Inglaterra. Ou: uma tarde que Jean-Luc Godard poderia ter filmado em São Paulo
O clima em São Paulo hoje estava totalmente apropriado para Uruguai
x Inglaterra. Um clima londrino, de céu cinza, frio, e por vezes garoa fina. O clima
cinza que também é típico de Montevidéu. De maneira que os deuses parecem ter
entendido que até a cara do céu tinha de ser adequada a esse capítulo da
história do futebol marcado para a Arena do Corinthians em Itaquera, na ZL.
No trem da Linha 3-Vermelha do metrô de São Paulo, rumo ao
Itaquerão, uruguaios e ingleses dividiam o espaço sob enorme expectativa por um
jogo decisivo que era matar ou morrer para a Celeste e o English Team. Era
engraçado notar como, em terra estrangeira, ingleses e uruguaios se ignoravam
mutuamente dentro do trem, como se não se enxergassem.
O uruguaio Claudio Poggio demonstrava otimismo diante do
desafio de sua seleção, que perdera na primeira rodada para a Costa Rica por 3
a 1 e precisava da vitória, assim como os ingleses. “Estamos indo para o
estádio ver o Uruguai, vamos saber como será. Estamos com muito entusiasmo para
conseguir um resultado positivo. É uma partida difícil, mas estamos otimistas
porque tenemos a Suárez en la cancha”, disse ele, que chegou hoje mesmo,
quinta-feira, ao Brasil.
Dois negros, africanos, estavam encostados à porta do trem
do metrô, e conversavam num idioma que não era nem inglês, nem francês, nem
espanhol ou italiano, nem nenhuma língua que eu conheça.
Logo adiante, no mesmo vagão, um grupo de ingleses conversava
animadamente. Um jovem que se identificou como John Smith – um de milhares de
jovens semelhantes a Wayne Rooney -- disse que estava achando “fantástico”
estar participando da Copa do Mundo no Brasil. Contou ter estado em Manaus na
estreia da seleção inglesa contra a Itália e saiu com ótima impressão da
capital do Amazonas: “Very good, Manaus!”, me disse ele. Na capital do mundo
tropical, a Itália havia batido a Inglaterra por 2 a 1 no sábado dia 14.
Tinha mais uruguaios do que ingleses na ZL hoje. Segundo
informações das rádios, eram cerca de 3 sul-americanos para um europeu (o
prefeito Fernando Haddad disse ontem que 400 mil turistas estão em São Paulo).
Mal sabiam todos esses personagens que – além do lindo
espetáculo cultural, a Babel colorida em que se transformou São Paulo,
contrastando com o céu cinza como os de Londres ou Montevidéu – eles eram testemunhas,
e mesmo protagonistas, de um jogo épico, o melhor até aqui da Copa do Mundo.
A vitória por 2 a 1, graças a dois golaços de Luis Suárez,
que o Uruguai construiu com talento e coração, virtualmente elimina a
Inglaterra, time do qual mais uma vez se falou tanto, e que mais uma vez não
deu em nada, como acontece desde 1966, quando ganhou seu único título mundial em casa.
É curioso, como notou o comentarista Mauro Cezar Pereira, da ESPN,
que a Inglaterra protagonizou as duas partidas mais espetaculares da Copa do
Mundo até esta quinta-feira 19, mas por ironia está virtualmente eliminada,
depois de perder para Itália e Uruguai pelo mesmo placar de 2 a 1.
Somando tudo, foi uma tarde emocionante, como uma epifania que só o futebol pode proporcionar.
Somando tudo, foi uma tarde emocionante, como uma epifania que só o futebol pode proporcionar.
Clima apropriado para um Uruguai x Inglaterra
Casal inglês olha o Itaquerão pela janela do metrô
Uruguaio otimista chega ao Itaquerão
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quinta-feira, 12 de junho de 2014
São Paulo se veste de verde e amarelo no dia da abertura da Copa
Um rolê rápido pela cidade de São Paulo entre o Butantã e a avenida Paulista via metrô, entre 14 e 15 horas deste 12 de junho
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Linha 4-Amarela do Metrô |
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Linha 4-Amarela do Metrô |
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avenida Paulista |
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avenida Paulista |
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avenida Paulista |
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avenida Paulista |
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Conjunto Nacional - avenida Paulista |
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Metrô - Linha 2-Verde |
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quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014
O caos no metrô, os "trens fantasmas" e o cartel
Ontem, mais um dia de caos e pânico no metrô de São Paulo. Coincidentemente,
na segunda-feira, 3,um dia antes, fiz uma matéria para a RBA, após uma coletiva
do promotor Marcelo Camargo Milani, em
que este afirmou que o secretário de Transportes Metropolitanos do estado de
São Paulo, Jurandir Fernandes, pode sofrer ação pelos graves problemas gerados pelo
sistema de operação CBTC. Trata-se do sistema informatizado que aparentemente
está causando panes e incidentes e está relacionado à bilionária reforma de 98
trens das linhas 1 e 3 do Metrô.
A reforma tem íntima relação com a
formação de cartel, denúncia encaminhada ao MP pela primeira vez em 2008, mas
que só começou a vir à tona no ano passado, embora os contratos de reforma dos
98 trens tenham sido assinados pelo governo de São Paulo entre 2008 e 2009
(governo José Serra).
Quatro contratos de reforma dos 98
trens, objeto de apuração do Ministério Público de São Paulo, estão suspensos
por 90 dias.
Clique para ampliar
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Detalhe relevante (mensagem do meio): "problema de portas" |
Os quatro contratos suspensos, firmados em processo que foi dos anos 2008 a 2009, são os seguintes: ModerTrem (Alstom e Siemens); BTT (Bomberdier, Tejofran e Temoinsa), consórcio Reformas Metrô (Alstom e Iesa) e MTTrens (MPE, Projetos Especiais e Temoinsa), segundo o promotor.
Em agosto do ano passado, a RBA
dava uma matéria sobre a tal reforma, tema até então pouco ou nada mencionado na
imprensa: “uma reforma bilionária em trens do Metrô de São Paulo – cujos
contratos também estão sob investigação do Ministério Público – pode estar da
origem das centenas de incidentes ocorridos no sistema nos últimos anos, cujo
episódio mais grave foi o descarrilamento de uma composição na Linha Vermelha,
entre as estações Marechal Deodoro e Barra Funda, na última segunda-feira (5/08/2013).
"Nos testes, os trens abrem a porta e desaparecem da
tela. Os operadores não sabem onde o trem está. Por isso cunharam o apelido de
trem-fantasma. O CBTC é um dos principais motivos dos atrasos no cumprimento
dos contrato", disse o promotor Milani na última terça-feira, 03/02/2014.
São conhecidos e recentes vários relatos de portas se abrindo do nada na linha 3 Vermelha.
São conhecidos e recentes vários relatos de portas se abrindo do nada na linha 3 Vermelha.
Também curiosamente, como se pode ver na imagem da página do
twitter do próprio metrô, acima, “um trem apresentou falha de portas na estação Sé”.
Não sou técnico e não entendo de tecnologia. Mas as peças
vão se encaixando cada vez mais.
Leia sobre o assunto e tire suas próprios conclusões:
09/08/2013
Reforma bilionária sob investigação pode estar na origem de incidentes no Metrô-SP
09/08/2013
Reforma bilionária sob investigação pode estar na origem de incidentes no Metrô-SP
03/02/2014
quinta-feira, 27 de junho de 2013
O admirável mundo novo da Linha Amarela do metrô de São Paulo
Reprodução do site da Companhia do Metrô
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Repare: até o logo da Linha 4 é diferente |
Este post poderia ser intitulado "Por que eu odeio a Linha 4 Amarela do metrô de São Paulo". Pois o ramal é digno de nota, uma nota
dissonante no sistema metroviário da capital paulista.
É a única linha privada, administrada por um consórcio, a
ViaQuatro. Que, no mapa da rede metroviária paulistana, tem gestão,
funcionários, operação e até logotipo diferentes dos outros ramais, geridos
pelo estado de São Paulo: as linhas 1 Azul (norte-sul), 2 Verde (Vila
Madalena-Vila Prudente), 3 Vermelha (leste-oeste) e 5 Lilás (Capão Redondo-Largo
Treze).
A importante Linha 4, que uso todos os dias, vai da Luz ao
Butantã, e faz ligação com a linha norte-sul na Luz, com a linha leste-oeste na
Repúbica e com a linha verde na Paulista, além de se interligar com os trens da
CPTM na Luz e em Pinheiros. Mas o ramal destoa já nas interligações.
A intersecção com o ramal na avenida Paulista é um absurdo, em termos de engenharia. As correntes de pessoas são levadas como gado a andar por corredores de fluxo humano que se trombam; os postos automáticos de carregar o Bilhete Único (por máquinas de empresas privadas), vira e mexe, falham, e você não tem a quem reclamar, já que o governo estadual não administra e as empresas responsáveis pelo serviço de recarga dos bilhetes não dão satisfação ao usuário, assim como a própria ViaQuatro ignora os problemas.
A intersecção com o ramal na avenida Paulista é um absurdo, em termos de engenharia. As correntes de pessoas são levadas como gado a andar por corredores de fluxo humano que se trombam; os postos automáticos de carregar o Bilhete Único (por máquinas de empresas privadas), vira e mexe, falham, e você não tem a quem reclamar, já que o governo estadual não administra e as empresas responsáveis pelo serviço de recarga dos bilhetes não dão satisfação ao usuário, assim como a própria ViaQuatro ignora os problemas.
Fora isso tudo, aconteceu comigo já duas vezes uma situação que nunca antes na história desse metrô paulistano eu tinha vivenciado, que é o seguinte: quando você entra no metrô, mesmo que seja um minuto antes do horário de encerramento da operação (meia-noite todos os dias e uma hora da manhã aos sábados), o metrô sempre se responsabilizou por levar o passageiro até o destino. Por exemplo: é uma quinta-feira e você entra na estação Jabaquara às 23:59. O fato de você entrar, seja para onde você for (Barra Funda, Vila Mariana, Tatuapé, Santana etc.), a certeza de que você chegará ao destino sempre foi de 100%, um compromisso histórico do metrô do Estado.
Na Linha Amarela (repetindo: privada), isso não acontece.
Duas vezes aconteceu comigo de entrar na linha Azul (norte-sul) e, ao chegar na
interligação com a Linha Amarela, ser barrado por seguranças anunciando que a operação
já tinha encerrado. "Como assim!!", questionei. Eu estou dentro do metrô! Como não adianta discutir com seguranças, você tem que sair do metrô, tentar pegar um ônibus
(quase impossível depois da meia-noite) ou apelar a um táxi. É a descontinuidade
de um compromisso do metrô com seus
usuários que sempre existiu, mas o consórcio que gere o ramal quer que você se
f..., e o governo Alckmin... Bem, o governo Alckmin não pode fazer nada, claro,
porque a Linha Amarela não é responsabilidade sua, e sim de uma concessionária.
Um dia em que houve um debate na Assembleia Legislativa sobre o metrô, tive a oportunidade de perguntar ao senhor Milton Gioia, gerente de manutenção do metrô, sobre esse problema. A resposta dele: “Não sei te responder. Isso é um problema operacional. Vou precisar verificar. Hoje eu não tenho essa informação”.
Tente comprar bilhete nos guichês da estação Butantã, por exemplo. As filas são enormes.
Um dia em que houve um debate na Assembleia Legislativa sobre o metrô, tive a oportunidade de perguntar ao senhor Milton Gioia, gerente de manutenção do metrô, sobre esse problema. A resposta dele: “Não sei te responder. Isso é um problema operacional. Vou precisar verificar. Hoje eu não tenho essa informação”.
Tente comprar bilhete nos guichês da estação Butantã, por exemplo. As filas são enormes.
Para terminar, é intolerável a desnecessária poluição sonora na Linha 4 Amarela. Ela tem um sistema de som
odioso, que impede você de se concentrar e ler umas páginas de livro ou até jornal, enquanto está no trem entre a Luz e o Butantã. É que, ao contrário da voz humana
das outras linhas, a da Amarela é uma voz metálica inumana. Nas linhas geridas
pelo estado, o condutor do trem anuncia entre uma estação e outra, pelo
microfone: “próxima estação, São Bento. Desembarque pelo lado direito do trem”.
Na Linha Amarela, depois de um sinal sonoro alto e agressivo,
uma voz robótica anuncia, uns 15 segundos antes de o trem chegar à estação, em
volume também acima do necessário, que você está chegando à estação Luz,
por exemplo, e enumera as interligações com a CPTM e a linha 1 Azul. Quinze
segundos depois, quando o trem chega, o mesmo sinal sonoro em alto volume e a
mesma voz metálica para surdo repete tudo de novo, só mudando o texto, tirando
o “próxima estação”, já que você chegou. Ou seja, eles tratam as pessoas como
se fossem estúpidas. E o pior é quem ninguém reclama, todo mundo acha normal.
O metrô da Linha 4 Amarela não tem condutor. É comandado por uma central, operada por computadores.
O metrô da Linha 4 Amarela não tem condutor. É comandado por uma central, operada por computadores.
Segundo a assessoria de imprensa do Metrô, a Linha Amarela transporta hoje 600 mil usuários por dia.
Bem-vindo ao admirável mundo novo do metrô de São Paulo.
quarta-feira, 16 de maio de 2012
Acidente com metrô em São Paulo deixa 33 feridos. Cadê o governador?
Fotos: Reprodução/ TV Globo
Da Agência Brasil às 12:01 desta quarta: “Aproximadamente 45 homens do Corpo de Bombeiros trabalham no resgate às vítimas do acidente ocorrido na manhã de hoje (16) entre dois trens da Linha Vermelha (Barra Funda/Corinthians Itaquera), na zona leste da capital paulista. Segundo os bombeiros, há 33 feridos. Dois deles, em estado grave”.
O acidente aconteceu entre as estações Carrão e Penha, na Linha 3 - Vermelha. As causas ainda estão sendo apuradas.
“Os feridos estão sendo levados para o Hospital Municipal do Tatuapé, Hospital das Clínicas e para a Santa Casa de São Paulo”, diz ainda a agência.
Apesar de toda a grande mídia na internet dizer que não há feridos graves, o iG afirma que “duas vítimas apresentaram ferimentos moderados, uma grávida e um homem com possível traumatismo craniano”. Ué, eu pergunto, traumatismo craniano não é grave?
Para o Sindicato dos Metroviários de São Paulo, o acidente não foi por acaso. "Consideramos que a falta de profissionalismo e o avanço da terceirização e do amadorismo têm contribuído para uma série de problemas. Hoje foi mais um", disse Ciro Moraes dos Santos, segundo a Folha online.
Será muito difícil, caro leitor, ouvir os substantivos PSDB, tucanos, Geraldo Alckmin e José Serra, vinculados a episódios como esse, na grande imprensa. Apesar de o metrô ser administrado pelo governo do estado de São Paulo, ao ler a “grande imprensa” (online ou não) parece que o responsável pelo metrô é uma entidade alienígena desconhecida de um planeta distante.
Na própria matéria da Folha online acima citada o depoimento do dirigente do sindicato, com certeza editado, não menciona a palavra governo, nem nada parecido.
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Superlotação: população tenta se virar |
Em agosto do ano passado, o presidente do Sindicato dos Metroviários de São Paulo, Altino de Melo Prazeres Junior, afirmou: “O Metrô vem de um atraso de décadas que, somado a mais gente no sistema e à expansão lenta, cria superlotação. O que aumenta mesmo são os problemas”.
Na ocasião, ele disse ainda que, em decorrência do corte de investimentos, levará mais de 30 anos para se chegar à meta de 200 quilômetros, e que, entre 2008 e 2010, o Estado de São Paulo utilizou 37% a menos da verba disponível para o metrô (R$ 5,95 bilhões de R$ 9,58 bilhões previstos). Leia mais sobre a matéria aqui .
Segundo o Jornal Hoje, da Globo, só este ano o metrô de São Paulo teve 90 problemas técnicos e elétricos.
PS: E a Soninha Francine? Será que vai dizer que o acidente de hoje foi uma sabotagem?
Leia também: O caos nos transportes e o cinismo do governador de São Paulo
Atualizado às 13:30
quarta-feira, 9 de maio de 2012
Elio Gaspari usa metrô ou transporte público?
O colunista Elio Gaspari publicou hoje na Folha de S. Paulo (para assinantes) um arrazoado sobre a reclamação, por parte de alunos e professores da USP, da dificuldade para achar vagas para seus veículos no campus, já que, com a nova estação de metrô Butantã, “a patuleia passou a usar as vias públicas da universidade para estacionar seus carros”.
Como é normal na mídia (qualquer pretexto serve para tentar desmoralizar a USP) Gaspari critica a reclamação e os privilégios da comunidade uspiana: “Poucas vezes a demofobia do andar de cima nacional exibiu-se com tamanha clareza. A choldra paga impostos, a USP fica com 5,04% da arrecadação do ICMS e neste ano receberá R$ 3,9 bilhões da Viúva”, discorre Gaspari. “É absurdo querer impedir que os demais contribuintes usem esse espaço público.”
A abordagem do articulista, baseada em meias-verdades, merece reparos, pois tanto alunos e professores da USP quanto as pessoas em geral são vítimas do descaso para com o transporte público em São Paulo.
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A situação do metrô paulistano |
Na segunda década do século XXI, a maior universidade (pública) do país não tem uma estação sequer dentro de seu campus. Se as pessoas estacionam seus carros nas ruas da USP provocando sentimentos “demofóbicos” na comunidade uspiana, talvez não o fizessem se o sistema de transporte fosse decente.
Quem mora em áreas do Butantã próximas à USP, como o Jardim Bonfiglioli, viu o número de veículos das linhas de ônibus diminuírem a olhos vistos. O cobrador de uma dessas linhas disse a uma pessoa que conheço que “a empresa tirou alguns carros” depois da inauguração do metrô. Um absurdo. Vi outro dia uma cidadã protestar que chega a ficar meia hora no ponto de ônibus que a levaria ao metrô em dez ou quinze minutos.
Pergunto: o que Elio Gaspari sugere? Que as pessoas usem a velha sola de sapato por quatro, cinco km para se transportar até o metrô? Quem conhece a estação Butantã perto da USP sabe que estacionar no local sem invadir o espaço do campus, principalmente de manhã, é quase impossível, pois os gênios do governo estadual e da prefeitura responsáveis pelo projeto urbanístico do entorno não reservaram espaços para estacionamentos públicos. Eu mesmo já fiquei rodando por ali por muito tempo sem encontrar onde parar o carro num dia em que até estacionamentos privados estavam lotados. No geral, a obra do metrô Butantã, enquanto parte de um contexto maior na realidade urbana, é um lixo.
2) Pergunto ainda: a política, que vigora desde sempre, de privilegiar o transporte individual em detrimento do público, não é também uma execrável forma de "demofobia" (termo usado por Gaspari para atacar alunos e professores da USP)?
Não custa lembrar que o metrô paulistano está muito aquém da demanda. E que o transporte público na cidade governada por Gilberto Kassab é uma vergonha e só faz piorar. Desde 1995, o tucanato governa o estado (responsável pelo metrô) e a ampliação do sistema é lento como os passos de um cágado. A incensada revista inglesa The Economist, no fim de março, publicou o seguinte: "Os 71 Km da rede de metrô de São Paulo são minúsculos para uma cidade de 19 milhões de habitantes. Isso dificilmente seria digno de nota em outras cidades internacionais", afirmou a publicação, e ainda: "O metrô da Cidade do México tem mais de 200 Km de extensão. O de Seul, quase 400 Km. Até mesmo Santiago, com um quarto do tamanho de São Paulo, tem uma rede de metrô 40% maior", diz a revista.
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The Economist: até em Santiago metrô é maior que em SP |
Recentemente, a escada rolante travou e de repente várias pessoas caíram por cima de uma grávida. A culpa disso tudo é de quem, da população que precisa de metrô? Não, é dos governos tucanos que levaram quase duas décadas para ampliar o sistema a uma média ridícula de 1,6 km por ano desde que o PSDB assumiu o controle do estado, em 1995, segundo CartaCapital.
Leia também:
O caos nos transportes e o cinismo do governador de São Paulo
segunda-feira, 3 de outubro de 2011
Segunda-feira de transtornos no metrô paulistano logo de manhã
Hoje pela manhã, segundona dura como todas, mais transtornos causados pelos intermináveis e cada vez mais comuns "problemas técnicos" no metrô paulistano. A Linha 4 - Amarela, administrada por um consórcio privado por delegação do governo do Estado, sofreu uma pane e não abriu às 04:40. O ramal só entrou em operação às 08:20, aproximadamente.
A ViaQuatro, responsável pela Linha 4 - Amarela, disse que 75 mil pessoas foram afetadas pelos problemas, número obviamente muito inferior ao real, já que paralisações desse tipo têm reflexos em cadeia, afetando todo o sitema de transportes.
O consórcio afirmou ainda que "problemas técnicos" causaram "blecaute" da operação entre a Luz e o Butantã. Nenhuma das seis estações abriu no período matutino.
Dois comentários que li de leitores no portal R7 me chamaram a atenção (mantenho a pontuação original dos comentários ali publicados). Uma pessoa que assina Letar Sampa diz: "Nem começou a funcionar e a linha amarela do metrô de SP já amarelou". E outro, Rafael Robson Ventura, afirma: "vergonha uma linha que se diz linha de primeiro mundo ter este tipo de problema".
Na Linha 4 - Amarela, alta tecnologia e os mesmos problemas de sempre.
Leia também: Governo de SP pode levar de 30 a 55 anos para cumprir meta para o metrô
A ViaQuatro, responsável pela Linha 4 - Amarela, disse que 75 mil pessoas foram afetadas pelos problemas, número obviamente muito inferior ao real, já que paralisações desse tipo têm reflexos em cadeia, afetando todo o sitema de transportes.
O consórcio afirmou ainda que "problemas técnicos" causaram "blecaute" da operação entre a Luz e o Butantã. Nenhuma das seis estações abriu no período matutino.
Foto: Carmem Machado
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Estação Butantã: tecnologia e problemas de sempre |
Dois comentários que li de leitores no portal R7 me chamaram a atenção (mantenho a pontuação original dos comentários ali publicados). Uma pessoa que assina Letar Sampa diz: "Nem começou a funcionar e a linha amarela do metrô de SP já amarelou". E outro, Rafael Robson Ventura, afirma: "vergonha uma linha que se diz linha de primeiro mundo ter este tipo de problema".
Na Linha 4 - Amarela, alta tecnologia e os mesmos problemas de sempre.
Leia também: Governo de SP pode levar de 30 a 55 anos para cumprir meta para o metrô
terça-feira, 23 de agosto de 2011
Governo de SP pode levar de 30 a 55 anos para cumprir meta para o metrô
Em matéria de Suzana Vier, da Rede Brasil Atual, o presidente do Sindicato dos Metroviários de São Paulo, Altino de Melo Prazeres Junior, faz duras críticas à condução, pelo governo do Estado de São Paulo, da gestão e ampliação do metrô paulistano.
Segundo ele, o sistema expande-se de forma lenta e equivocada e, como “estica linhas” sem criar conexões, a ampliação aumenta a superlotação e o risco de acidentes. “O Metrô vem de um atraso de décadas que, somado a mais gente no sistema e à expansão lenta, cria superlotação. O que aumenta mesmo são os problemas”, aponta.
De acordo com ele, em decorrência do corte de investimentos, levará mais de 30 anos para se chegar à meta de 200 quilômetros. Segundo a matéria, entre 2008 e 2010 o Estado utilizou 37% a menos da verba disponível para o metrô (R$ 5,95 bilhões de R$ 9,58 bilhões previstos).
Com o atual ritmo de ampliação das linhas, que é de 2,35 quilômetros por ano, “a previsão de Altino é otimista, porque seriam necessários aproximadamente 55 anos”, informa a matéria da Rede Brasil Atual
Promessas
Como já lembrei neste blog, ao assumir o governo do estado em 2007, o tucano José Serra prometeu que entregaria seis estações da Linha 4-Amarela em fins de 2008. Em agosto de 2011, as gestões tucanas no estado de São Paulo entregaram quatro, as supermodernas estações Faria Lima, Paulista, Pinheiros e Butantã, que ainda funcionam apenas parcialmente, até as 21 horas.
Menos tecnologicamente sofisticado, o metrô da cidade do México, que começou a operar, como o de São Paulo, nos anos 70, tem 202 quilômetros em suas 11 linhas. O da capital paulista não passou de 70 quilômetros de extensão em sete linhas.
Atualizado às 13:29
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Na av. Vital Brasil, estação Butantã parece um shopping center. Foto: Carmem Machado |
De acordo com ele, em decorrência do corte de investimentos, levará mais de 30 anos para se chegar à meta de 200 quilômetros. Segundo a matéria, entre 2008 e 2010 o Estado utilizou 37% a menos da verba disponível para o metrô (R$ 5,95 bilhões de R$ 9,58 bilhões previstos).
Com o atual ritmo de ampliação das linhas, que é de 2,35 quilômetros por ano, “a previsão de Altino é otimista, porque seriam necessários aproximadamente 55 anos”, informa a matéria da Rede Brasil Atual
Promessas
Como já lembrei neste blog, ao assumir o governo do estado em 2007, o tucano José Serra prometeu que entregaria seis estações da Linha 4-Amarela em fins de 2008. Em agosto de 2011, as gestões tucanas no estado de São Paulo entregaram quatro, as supermodernas estações Faria Lima, Paulista, Pinheiros e Butantã, que ainda funcionam apenas parcialmente, até as 21 horas.
Menos tecnologicamente sofisticado, o metrô da cidade do México, que começou a operar, como o de São Paulo, nos anos 70, tem 202 quilômetros em suas 11 linhas. O da capital paulista não passou de 70 quilômetros de extensão em sete linhas.
Atualizado às 13:29
terça-feira, 26 de abril de 2011
Imprensa se esquece dos fatos quando fala de metrô paulista
A imprensa divulgou nesta terça, 26 de abril, que o governador Geraldo Alckmin anunciou para 16 de maio a inauguração da estação Pinheiros, na Linha 4-Amarela do Metrô. “A previsão inicial era que ocorresse até o fim deste semestre”, disse o Estadão em texto que ficou como manchete de sua página na web o dia inteiro.
“Previsão inicial” é um absurdo. O jornal fica muito esquecido quando fala de metrô. Não é verdade que a previsão “inicial” era o fim deste semestre. O trecho da linha entre as estações Butantã e Pinheiros estava prometido por José Serra para outubro do ano passado.
Antes, ao assumir o governo do estado em 2007, o tucano Serra prometera que entregaria seis estações da Linha 4-Amarela em fins de 2008. Portanto, o repórter do Estadão deveria se informar melhor sobre o assunto para não parecer que o jornal se esquece tão fácil das coisas.
“Previsão inicial” é um absurdo. O jornal fica muito esquecido quando fala de metrô. Não é verdade que a previsão “inicial” era o fim deste semestre. O trecho da linha entre as estações Butantã e Pinheiros estava prometido por José Serra para outubro do ano passado.
Antes, ao assumir o governo do estado em 2007, o tucano Serra prometera que entregaria seis estações da Linha 4-Amarela em fins de 2008. Portanto, o repórter do Estadão deveria se informar melhor sobre o assunto para não parecer que o jornal se esquece tão fácil das coisas.
Em tempo: o governo paulista deu prazo até o Natal para que a Linha 4 - Amarela do Metrô opere de madrugada até a noite. Hoje, só com as estações Faria Lima, Paulista e Butantã, o funcionamento é das 8h às 15h. Com a estação Pinheiros em maio, a operação começará às 4h40, diz o governo.
A estação Butantã foi inaugurada em março após inúmeros adiamentos.
A estação Butantã foi inaugurada em março após inúmeros adiamentos.
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