Divulgação/Santos FC
Capitão Dracena sobe no terceiro andar para fazer 1 a 0 |
Cheguei em casa hoje disposto a ver Santos x São Paulo
direto da Vila Belmiro. “E aí, seu Edu, hoje é dia!”, me recepcionou Francisco,
o simpaticíssimo porteiro da noite no condomínio, são-paulino, que tem uma bela
voz de radialista (se existisse o ProUni quando Francisco era menino...). Concordamos que o empate estava de bom tamanho para ambos no San-São,
na atual conjuntura.
Tenho visto muito pouco o Santos jogar, seja por falta de
tempo, seja porque tem passado cada vez menos na TV aberta e nos canais pagos.
Quem não tem pay-per-view (que já assinei, mas cancelei, porque acho um roubo)
quase não vê mais o Peixe ao vivo. O que, na boa, é discriminação. A torcida
santista na capital é enorme.
Mas, hoje, passou na Globo, eu não tinha que trabalhar e
assisti.
Os melhores momentos de Santos 3 x 0 São Paulo - 02/10/2013
Vi logo de cara Aranha defender uma bola de Luis Fabiano que para mim era gol. Mas vi o Peixe fazer 1 a 0 aos 22 minutos do primeiro tempo, no
terceiro escanteio seguido em que a zaga são-paulina permitiu ser atacada
passivamente, algo estranho no time de um treinador (Muricy Ramalho) que prima
pela defesa bem postada. No terceiro corner consecutivo, gol de Dracena, o capitão.
Vi o Peixe perder dois gols feitos logo em seguida,
desperdiçando a chance de aniquilar o Tricolor ainda no primeiro tempo. Pensei: isso é típico do Santos, perder gols e tomar o empate.
Depois, o volante santista Alison foi expulso por uma
entrada criminosa e injustificável em Douglas. Cartão vermelho mais do que merecido.
Tensão. Se o São Paulo jogasse a partir de então como contra
o Grêmio no domingo passado (quando perdeu por 1 a 0 no Morumbi, mas jogou
bem), provavelmente empataria. Tinha um jogador a mais, ainda no primeiro, e
todo o segundo tempo pela frente. Se não me engano, foi Douglas quem perdeu um gol feito,
num rebote do goleiro Aranha, nos estertores dos primeiros 45 min.
Intervalo.
E logo aos 12 da segunda etapa, um contra-ataque fulminante
acabou em cruzamento do lateral direito Cicinho (ex-Ponte Preta) e chute de
primeira de Thiago Ribeiro. Golaço e 2 a 0.
Depois, o que vi foi um São Paulo apático, Muricy Ramalho
com uma postura passiva, amuado, no banco de reservas. O Tricolor passou a
exercer um “domínio territorial” (como se dizia antigamente) absolutamente
estéril diante de um Santos bem postado, defensivo, mas ameaçador como uma
cobra armando o bote.
E o bote final veio em outro contra-ataque, também com passe
de Cicinho para o veterano Léo (que entrara no lugar do cansado Thiago Ribeiro)
estufar as redes: 3 a 0. “Uh, tererê”, gritava a torcida alvinegra na Vila,
assim como no gol de Dracena.
No Santos, os destaques foram justamente o lateral Cicinho,
que apoiou muito bem e cumpriu a função defensiva, e Arouca, um gigante, que transfigura
a equipe quando joga e está em forma, e volta aos poucos de um período em que se recuperou de
lesão. Com ele, existe marcação competente e cobertura tantos dos laterais que
avançam quanto dos buracos centrais. Impressionante o que joga esse Arouca.
E vi, com que prazer!, Claudinei Oliveira humilhar Muricy Ramalho na Vila Belmiro.
Em 6° lugar, o Peixe está a 5 pontos do G4 (36 pontos contra 41 do Atlético-PR). O São Paulo, em 16°, pode entrar na zona do rebaixamento se o Vasco vencer o Inter hoje (quinta) no Rio.
Enfim, foi o que vi. Santos 3 x 0 São Paulo. E de quebra ganhei aposta de um companheiro são-paulino de redação. Como dizia aquele
personagem de Chico Anísio, o Coalhada: “Mas hein!”
E o Ganso? Hoje, uma nulidade.
E o Ganso? Hoje, uma nulidade.
Não posso deixar de encerrar dizendo que o Brasileirão de
2013 está muito chato, e a cada ano que passa cada vez mais chato. Me convenço
mais e mais de que esse negócio de título por pontos corridos é pra inglês
(europeu) ver. Adotou-se aqui pra copiar o “primeiro mundo” (complexo de
vira-lata), todo mundo aplaudiu (“jornalistas esportivos” principalmente) e
agora ficou esse negócio morno. E chato.