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sábado, 5 de maio de 2012

Fatos da semana: STF declara ProUni constitucional
e Dilma dá xeque no mercado financeiro



Pelos muitos afazeres, e portanto falta de tempo, não falei aqui antes sobre os dois fatos da semana. O primeiro é o Programa Universidade para Todos (ProUni), considerado constitucional pelo Supremo Tribunal Federal (STF) ontem, 3 de maio. O segundo fato da semana é a presidente Dilma, que, nesta semana, dedicou-se a demonstrar que, se alguém tinha alguma dúvida, ela é a chefe de Estado.

Fato 1: o STF declarou válido o ProUni por 7 votos a 1 (o voto vencido foi do ministro Marco Aurélio de Mello: uma no cravo, outra na ferradura). O julgamento estava no tribunal desde 2004. A ação contra o ProUni foi ajuizada por três entidades: Confederação Nacional dos Estabelecimentos de Ensino (Confenem), pelo DEM e pela Federação Nacional dos Auditores Fiscais da Previdência Social (Fenafisp).

Estudantes fazem o ProUni - Foto: Wilson Dias/ ABr

O ProUni foi atacado de todas as maneiras pela mídia (querendo desmoralizá-lo). Só essa campanha bastante virulenta, em si mesma, já demonstrou que por algum motivo o ProUni contraria interesses. Quais? Basta se informar e ver aonde leva o fio da meada.

Eu sou paulista da cidade de São Paulo. Aqui, se viu como o tucanato (o ex-governador José Serra e o atual, Alckmin) tratou a educação: com a polícia armada com seus porretes e gás de pimenta. Logo, para resumir a ópera, a declaração de legalidade do ProUni pelo STF é bastante importante.

Do ponto de vista político, é óbvio o dividendo que a decisão da "Corte Suprema" agrega à campanha de Fernando Haddad na cidade de São Paulo. A gestão de Haddad no Ministério da Educação foi ferozmente combatida pela mídia paulista, como no caso do Enem.

Fato 2: A presidente Dilma Rousseff falou grosso esta semana, e, como notaram até jornalistas do sistema Globo (no caso, a Globo News), seu governo deu um recado bastante claro na área econômica, e sob esse aspecto está indo bem mais longe do que o governo do presidente Lula.


Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ ABr
Dilma Rousseff, entre Guido Mantega (dir.) e Michel Temer

Quando o Banco do Brasil anuncia (na manhã desta sexta-feira, 4) uma nova redução nas taxas de juros para pessoa física, entre outras medidas, está dizendo para o mercado, o adorado deus mercado, que ele não pode tudo, e a mensagem é explícita: o governo pode não concordar totalmente com as “leis do mercado”.

O “mercado” chantageia, veladamente ameaça, mas fica numa situação difícil no tabuleiro de xadrez, já que uma instituição poderosa como o BB está dizendo: “os clientes que tiverem conta salário no BB e aderirem ao programa Bom pra Todos não pagarão mais do que 3,94% ao mês em nenhuma modalidade de crédito pessoal”.

A Caixa Econômica Federal já anuncia há semanas cortes de juros significativos. A mídia tenta timidamente, e em vão, se apegar à questão aritmética de uma alegada perda na caderneta de poupança. Perda largamente compensada com a queda de juros oficializada nas medidas adotadas pelos bancos federais.

Vamos ver como o “mercado” sai desse xeque. Se é que sai.

terça-feira, 26 de abril de 2011

A revoada tucana

A crise nas hostes tucanas depois da derrota de José Serra na eleição de 2010 continua. Os desdobramentos, depois do racha generalizado, apontam para uma reordenação das lideranças conservadoras, que estão divididas e tentam, desnorteadas, achar o espaço de oposição que não sabem onde está desde o segundo mandato de Lula.

Agora há pouco (20h23), a Folha.com publicou matéria com o seguinte título: “FHC admite possibilidade de fusão entre PSDB e DEM”. O ex-presidente, conhecido por sua admiração por Maquiavel, reconhece que "existem propostas nesse sentido”. Fernando Henrique Cardoso quer liderar um movimento para ocupar o espaço de uma oposição perdida e sem ação. A Folha, note-se, tem sido diligente em divulgar sua conversão definitiva ao ideário de direita. Na semana retrasada, via web, divulgou também em primeira mão as recomendações do ex-presidente para que os empenhados na cruzada de uma nova oposição (a direita que saiu do armário) se aproximem da classe média e esqueçam o “povão”, fatia perdida do eleitorado.

Após Kassab (uma sombra de Serra) criar o partido sem rosto, outras notícias surgiram, incluindo as mais recentes: sete vereadores tucanos de São Paulo anunciaram na semana passada sua debandada do ninho. Depois, Walter Feldman, secretário municipal de Esporte e Lazer (São Paulo) e fundador do PSDB, deixou o partido atacando o grupo do governador Alckmin (“O PSDB hoje é incapaz de se constituir como partido de oposição, de se renovar e de compreender a derrota eleitoral”, vociferou Feldman). Já Alckmin parece obcecado em vingar-se do nunca engolido apoio de Serra a Kassab.

Os vereadores paulistanos parecem ter sido seduzidos pelo PSD de Kassab; Feldman disse que a saída é “seguir FHC em sua posição intelectual”.

Uma confusão dos diabos.

Só espero que uma provável (se o Príncipe falou, tá falado) fusão PSDB-DEM não resulte numa sigla PSDBEM. Seria demais, seria ridículo.

E fica a pergunta: para onde vai Aécio Neves nessa revoada, para fugir do estereótipo de novo Collor que já começa a colar nele, o neto de Tancredo?