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segunda-feira, 18 de março de 2013

Cristina Kirchner e Francisco têm reunião cordial no Vaticano


A presidente argentina, Cristina Kirchner, foi a primeira chefe de Estado a visitar o papa Francisco, na manhã de hoje.Eles almoçaram juntos e tiveram uma reunião cordial no vaticano, como se pode ver pelo vídeo abaixo, que a presidente postou em sua própria página do Facebook.

O cardeal argentino Jorge Mario Bergoglio é apontado como oposiotor dos Kirchner. Já trocaram, ele e Cristina, cortantes farpas. Mas política, ao contrário do que muitas vezes se quer fazer crer por incautois à esuqerda e à direita, é assim: dialoga-se.






quarta-feira, 13 de março de 2013

Francisco I, o novo papa da velha Igreja Católica



Reprodução
A escolha, pelo conclave concluído hoje, do cardeal argentino Jorge Mario Bergoglio como o novo papa, nomeado Francisco I, deve ser recebida com alívio pelos brasileiros, cristãos ou não, que sejam comprometidos com lutas políticas e almejam uma sociedade moderna (no sentido mais amplo), justa, laica e igualitária.

É possível que se o cardeal Odilo Scherer, arcebispo de São Paulo, fosse eleito, houvesse um recrudescimento moralista no Brasil, dificultando ainda mais a discussão de temas como a descriminalização do aborto, casamento homossexual e outros pelos quais a sociedade civil tem reivindicado avanços dos poderes estabelecidos.

Bergoglio é o primeiro papa latino-americano da história e o primeiro não europeu. Segundo se veicula em veículos de imprensa independentes, o novo papa foi vinculado ao regime militar argentino (1976-1983), o mais violento da América do Sul, responsável pela morte de 30 mil pessoas. Bergoglio estaria ligado ao sequestro e à tortura de dois jesuítas argentinos e ao rapto de bebês de presos políticos no período mais obscuro da história recente de seu país.

Reproduzo trecho de matéria de João Peres, da Rede Brasil Atual:

O próprio cardeal se orgulhava das boas relações com o comandante da Marinha [argentina] Emilio Massera, integrante da primeira Junta Militar e responsável, em 1955, por derrubar Juan Perón durante a autodenominada Revolução Gloriosa – um golpe de Estado, na realidade.
Foi na Marinha que se formou o principal campo de concentração do regime iniciado em 1976. A Escola de Mecânica (Esma, na sigla em castelhano) recebeu 5 mil prisioneiros, e menos de 200 deles saíram com vida.

(...) ansioso pela possibilidade de assumir o papado em caso de renúncia de Joseph Ratzinger, Bento XVI, Bergoglio encomendou em 2010 uma operação de ‘limpeza’ de seu nome. Segundo reportagem do jornal argentino Página12, o livro El Jesuíta foi escrito com a intenção de desfazer as más impressões criadas em torno do religioso pelo período em que comandou a Companhia de Jesus, entre 1973 e 1979” (a matéria na íntegra está aqui).

Esse aspecto digno de O Poderoso Chefão 3, de Francis Ford Coppola, não é surpreendente para quem conhece minimamente a atuação da Igreja Católica na história do mundo. Segundo o jornal espanhol El País, Bergoglio chegou a escrever uma carta a freiras carmelitas sobre a lei do casamento gay na Argentina dizendo que a oposição a essa legislação era uma "guerra de Deus" contra um "movimento do diabo", o que provocou séria reprimenda da presidente Cristina Kirchner. No entanto, o El País diz também: "Este sacerdote da Companhia de Jesus, poderosa ordem intelectual dentro da Igreja, muitas vezes em conflito com Roma e nos últimos tempos também com a Opus Dei, se distinguiu ao permitir que os padres mais progressistas de sua diocese tivessem muita liberdade. Em 2005, quando foi eleito o papa Bento XVI, Bergoglio foi o candidato da oposição, representando moderação frente ao mais extremo conservadorismo".

Seja como for, os escândalos de corrupção e pedofilia minaram muito da credibilidade da Igreja e a guinada reacionária operada desde João Paulo II não dá mostras de arrefecimento. O que, francamente, para nós, tanto faz. Mas, se era para escolher um papa latino-americano, um brasileiro poderia ser mais útil para a própria Igreja (repito, não para nós, brasileiros), visto que somos o país com mais católicos no mundo, que o Brasil é um país alçado hoje a uma importância internacional inédita em sua história e considerando ainda um fato meramente circunstancial, a realização de Jornada Mundial da Juventude, em julho de 2013, no Rio de Janeiro, com a presença do papa, segundo se prevê. Ou seja, um evento que no início de um papado em busca de fiéis e da recuperação da Igreja poderia capitalizar muita coisa.

***

PS (às 13:09, 14/03) - O Vaticano informou que o certo ao se referir ao nome do novo papa é dizer Francisco, e não Francisco I. Isso porque ele só será Francisco I quando houver um Francisco II. Faz sentido. Mas não vou mudar o título da postagem porque, no blogger, o título em si é gerador de um link. Se o título é mudado depois de postado, o link do título corrigido se perde e fica-se com um link de página "não existente" circulando por aí...