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domingo, 29 de agosto de 2010

Com dois golaços, Santos bate Goiás e seus brucutus

A vitória de 2 a 0 do Santos sobre o Goiás neste sábado, no Pacaembu, foi convincente. Sem Ganso, operado no mesmo dia e saudado pelos jogadores alvinegros, que entraram em campo com uma faixa, “Força, Ganso”, o time, claro, não rendeu o habitual. Mas demonstrou garra, encurralou os goianos durante quase todo o jogo e não saiu com uma goleada por falta de sorte, às vezes pontaria e pela ótima atuação do goleiro Harlei, que defendeu um pênalti aos 24 do segundo tempo, quando ainda estava 0 a 0.

Neymar x brucutus
Para começar, a nota negativa que revoltou os quase 20 mil santistas no estádio: o árbitro Alício Pena Júnior fez valer uma espécie de consenso sem vergonha que é alimentado por boa parte dos jornalistas esportivos também sem vergonhas: o de que Neymar é cai-cai. O jovem craque foi caçado em campo, levou pontapés, rasteiras e puxões e o juiz não marcava falta. Nos primeiros 15 minutos de jogo, os jogadores do Goiás tiveram salvo-conduto para dar pancadas. E nada de falta. Durante todo o jogo, valeram-se do chamado “rodízio”. E o juiz, “molão” e incompetente? Nada. O estilo "brucutu" não serve só para caracterizar a violência desleal, mas também, na falta do bom futebol, serve como principal recurso para anular o talento.

O fato é que Neymar tem mesmo que se livrar sozinho desse futebol brucutu, ao qual arbitragem, cartolagem e jornalistagem incentivam fazendo vistas grossas. Muitas vezes cair e aparentemente encenar é a defesa que o jovem craque tem, porque se fica com o pé no chão e não se protege, se machuca. O jogo terminou com o jogador levando um pontapé por trás. O Santos precisa tomar alguma atitude.

O jogo
Sem Ganso, o Santos teve pouca criatividade no meio de campo. Marquinhos teve atuação discreta. Léo, pela esquerda, deixou muito a desejar. Sem tempo de bola, sem ritmo. Mais uma vez, Arouca foi um gigante. Keirrison começou jogando, mas está fora de forma. Ainda assim quase marcou logo aos 9min, cabeceando do terceiro andar, no chão, para a primeira grande defesa de Harlei. O primeiro tempo acabou 0 a 0 com o Santos encurralando o Goiás.

Veja os gols de Santos 2 x 0 Goiás



Rodriguinho jogou mal na primeira etapa, errando muitos passes, mas melhorou na segunda. Com o tempo passando, o Goiás ameaçava nos contra-ataques. Aos 2min do segundo tempo, Bernardo quase abriu o placar para os goianos com uma bomba de fora da área. Rafael salvou a meta santista.

Aos 24, Zé Eduardo sofreu pênalti claro ao entrar driblando pela direita. Se o pênalti tivesse sido sofrido por Neymar, não sei se o juiz teria marcado. Neymar bateu mal e perdeu. No twitter, ele escreveu depois: “Ganhamos mais uma e preciso urgentemente fazer as pazes com o panalty ta foda viu !! Rsrs”.

A torcida apoiou o time o tempo todo, mas o gol não saía. Finalmente, aos 30min a justiça se fez. Madson recebeu de Neymar passe primoroso em profundidade e cruzou para Zé Eduardo fazer um golaço de voleio, no melhor estilo de Bebeto. É de se louvar a excelente atuação de Madson, que entrou no lugar do apagado Keirrison e mudou o jogo, dando velocidade e opções ao ataque santista, pela movimentação que tonteou a zaga adversária. Aos 36min, Alan Patrick, outra jovem promessa da fábrica de craques alvinegra, que entrara pouco antes no lugar de Marquinhos, faz outro belo gol. Santos 2 a 0. Com 27 pontos, o Peixe está em terceiro lugar no Brasileiro. O Corinthians e o Fluminense que se cuidem.

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Atualização à 0h40

Rogério Ceni, soberbo
O São Paulo conseguiu um empate heróico, 2 a 2 contra o Fluminense no Maracanã, e poderia ter saído do RJ com a vitória, se Marcelinho não tivesse jogado fora o terceiro gol são-paulino aos 41min do segundo tempo, após um passe açucarado de Jorge Wagner. Foi o melhor jogo da rodada, tirando Santos 2 x 0 Goiás, porque esse eu vi in loco e porque tinha Neymar, e Neymar é foda.

Mas a nota sobre o Tricolor paulista não teria sentido se não fosse para falar de Rogério Ceni. Que, mais uma vez, mostrou ser um dos maiores jogadores da história do São Paulo. Soberbo. Líder, artilheiro e goleiro. Fez um gol e defendeu um pênalti, batido por... Washington, que talvez passe para a história conhecido como "Aquele". "Lembra do Washington? Aquele", dirá um torcedor no futuro.

Tirando Ceni, Richarlyson foi o melhor jogador no Maracanã. Marcou, desarmou e, na falta de quem o fizesse, armou o meio campo são-paulino com sua perna esquerda. Mas o time do Morumbi precisa evoluir muito. Marlos tem que entender que não é mais do que Marlos (ele pensa que é um gênio). O time necessita de um meia, problema crônico no São Paulo. E falta atacante. Fernandão sozinho não vai resolver. E o Fernandinho é muito ruim.
Clique aqui para ver os gols de Fluminense 2 x 2 São Paulo.

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Atlético-MG 1 x 2 Palmeiras
O Palmeiras achou uma vitória importantíssima em MG, no Ipatingão. Virou o jogo pra cima do Atlético-MG de Vanderlei Luxemburgo e venceu por 2 a 1. Em 18° lugar, com 14 pontos, o Galo começa a ser forte candidato ao rebaixamento. Luxemburgo é um mistério. Sua derrocada como técnico de futebol é impressionante. E o Palmeiras de Felipão volta a respirar.

Sobre o jogo Palmeiras 2 x 1 Atlético-MG, uma nota para remeter ao dito acima sobre a violência contra Neymar. Valdívia, até os 10min do segundo tempo, tinha sofrido dez faltas. De novo, "rodízio". É uma covardia. Isso não é futebol.
Clique aqui para ver os gols de Galo 1 x 2 Palmeiras

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Não vi Corinthians 2 x 1 Vitória. Então, não posso falar. Mas clique aqui, se quiser ver os gols.

Boa semana. Vou tomar a saideira.

domingo, 30 de maio de 2010

Edu Dracena sobre Dorival Junior: “Tem que perguntar pra ele o que ele quer fazer”

Foto: Ricardo Saibun
A frase do título, do zagueiro Edu Dracena, sobre a lamentável condução do time pelo técnico Dorival Junior na derrota do Santos por 4 a 2 para o Corinthians, pela 5ª rodada do Campeonato Brasileiro de 2010, na tarde deste domingo, no Pacaembu, é reveladora. A condução equivocada do treinador, aliás, não é só a deste jogo, e nem diz respeito apenas ao time dentro de campo.

Muita gente é contra demitir técnico. Tem aquele discurso politicamente correto de hoje em dia segundo o qual é uma atitude “não-profissional”. Mas a ladainha não é que o clube tem que ser conduzido profissionalmente, como empresa? Ora, nenhuma empresa que queira lucrar pode ser comandada por um fraco. Concordo com o comentário de Felipe num post anterior: “De fato, esse time do Santos é muita areia para o caminhão do Dorival...”

E o zagueiro Edu Dracena, que não é nenhum bobo, dispara: “Tem que perguntar pra ele o que ele quer fazer”. Dorival perdeu a mão e o comando e não entende o que é dirigir um grande time. É ressentido, autoritário e moralista, além de não ter punch para encarar técnicos do porte de Mano Menezes. Hoje, fez uma lambança poucas vezes vista por este escriba que vos fala. Quando perdia por 2 a 1, tirou Neymar e pôs Madson (estranha substituição, que taticamente nada agregou ao time). Tirou o lateral Pará para colocar o atacante Marcel e o zagueiro Edu Dracena para entrar Zezinho. Que confusão. Poderia ter tomado uma goleada histórica, se o Corinthians tivesse mais vontade no fim.

Com um time considerado quase unanimemente o melhor do Brasil no primeiro semestre, Dorival Junior quase entregou o campeonato paulista (quando resolveu recuar o time contra o Santo André), quase perdeu a classificação na Copa do Brasil (a mesma coisa, quando, com 2 a 0 a favor, se acovardou e colocou Rodrigo Mancha, tomando quatro gols do Grêmio em 20 minutos em Porto Alegre) e, nessa sequência, chegou à lambança de hoje.

Desde que engoliu aquele rotundo “não” de Paulo Henrique Ganso, que se recusou a ser substituído na final contra o Santo André, Dorival parece estar acabrunhado e com o ego ferido. Mas deveria ser humilde, porque quem ganhou o título paulista foi Ganso, não ele. Algumas de suas intervenções soam como: “aqui quem manda sou eu”. É um homem do século passado, do tempo de Oswaldo Brandão. A diretoria do Santos, que assumiu prometendo o paraíso da modernidade, precisa entender que Dorival Junior não segura um clube grande e o Santos não tem futuro com ele. Pelo menos não com o elenco atual, porque o comando ele perdeu.

Após tirar Neymar, tomou o terceiro gol do Corinthians em seguida, como um castigo merecido. Na adrenalina da derrota, Edu Dracena, que pode estar de saída para a Europa, fez o desabafo já citado. Quando um jogador tarimbado como Dracena chega a esse ponto, vocês hão de reconhecer que algo está errado.

Apito amigo
O meia Marquinhos não esqueceu que o Corinthians, em seu terceiro jogo pelo Brasileiro no Pacaembu, ganhou a terceira partida seguida com a ajuda da arbitragem: contra o Atlético-PR e, sobretudo, ante o Fluminense. Diante do Santos, o árbitro anulou um gol legítimo do Peixe no fim do primeiro tempo que teria mudado o jogo, dando impedimento inexistente de Marquinhos. Façam as contas: num campeonato de pontos corridos, só aí são de quatro a seis pontos em três partidas.

Quando o Santos ganhou do Corinthians pelo Paulistão (2 x 1), os corintianos choraram as pitangas, ameaçaram, reclamaram, xingaram o juiz... E agora? Agora claro que é normal, porque foi a favor.

Veja os gols de Corinthians 4 x 2 Santos



PS (03h05): O Marquinhos estava impedido mesmo no gol anulado pelo árbitro Sálvio Spinola. Isso é fato e reconheço (vi melhor no tape do que quando vi primeiro). Por outro lado, no segundo gol do Corinthians, Edu Dracena foi visivelmente empurrado, e por isso a bola sobrou para Bruno César.

Essas ressalvas não tiram os méritos da vitória corintiana, que foi incontestável (a questão arbitragem é, aliás, secundária como tema do post). São apenas constatações. Como o é o fato de que, como dito acima, as arbitragens erraram três vezes a favor do Timão no Pacaembu, neste brasileiro.


sexta-feira, 21 de maio de 2010

Dorival Júnior, o moralista

Foto: Eduardo Metroviche
O treinador Dorival Júnior resolveu dar uma de general. Os jogadores Neymar, André, Paulo Henrique Ganso e Madson foram afastados da partida contra o Atlético-GO, como punição por terem contrariado sua ordem para se apresentarem à concentração às 23h da quinta-feira. Eles só apareceram às 3h.

Os grandes e jovens jogadores do Santos acabam de ser campeões paulistas e levar o clube a uma final inédita de Copa do Brasil, doando-se como se doam os grandes, tendo levado o Santos novamente às manchetes do mundo todo.

“Ué, mas eles não acabaram de conquistar tudo agora? Deixa os meninos irem na balada. Que moralismo!”, ouvi de um jovem são-paulino agora há pouco.

É muitas vezes nos maiores momentos que os homens mostram se são de fato grandes ou medíocres. Os atletas citados e punidos deveriam ter sido recompensados com alguns dias de folga e liberados da partida contra o Atlético-GO, como prêmio por tão grandes alegrias que deram a sua torcida. Ao invés disso, moralismo e punição neles.

Dorival Júnior – que já errou escalando-os contra o Ceará – deveria saber que um grande exército comandado por um general inferior não terá sequer a sua Waterloo.

PS (terça, 25, 12h30):
Na minha modesta opinião (nunca joguei futebol como profissional), não há nada mais importante em um elenco do que o chamado "alto astral" e a união. Não quero ser mal interpretado com o que escrevi acima na sexta-feira. Como profissionais que são, os jogadores têm, sim, de respeitar as normas. Mas, em casos específicos como esse, as punições me parecem contraproducentes.

Será que o dr. Sócrates, por exemplo, apoiaria tal punição? Mais: afastar e negociar o meia Mádson, após uma campanha vitoriosa do time neste semestre, é o melhor, considerando que o baixinho é tão querido no elenco e pela torcida? Ou Dorival vai angariar antipatias e promover divisões no elenco, com sua postura de general? Minha antipatia ele já tem.

Vinte e cinco anos depois da “democracia corintiana”, algumas coisas têm de ser consideradas, afinal tudo muda na história, e o futebol não está fora da história.

Mas o estilo militar continua. O "comandante" antecipou para segunda-feira a concentração (que deveria ser na terça, 25) dos jogadores solteiros para o jogo com o Guarani. Não sei. Os tempos mudaram. Dorival pode ser bem sucedido nesse estilo linha dura, mas também pode quebrar a cara.